artigo - o mercado de capitais ii

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O MERCADO DE CAPITAIS II
No artigo anterior tratamos
de explicitar o que é o mercado de
capitais, como se compõe, como se fortalece ou se enfraquece, e o
que faz.
Para que o desenvolvimento do mercado de capitais ocorra, um dos
mais fortes componentes é o ambiente político e social. Ele pertence
ao contexto das decisões descentralizadas e supõe portanto uma
sociedade democrática. Essa condição não
exclui a existência de
organismos institucionais voltados para a regulação e o controle das
atividades exercidas no mercado e dos agentes que nele atuam.
Também incluem uma adequada pauta de Leis e normas que
garantam a proteção aos investidores, especialmente minoritários.
Toda Rede de Bolsas de valores e Instituições financeiras, como
bancos, Companhias de Investimento e de seguro, que operam com
compra e venda de papéis financeiros como ações, títulos de dívida
etc. de longo prazo compõem o que se chama de Mercado de capitais.
Têm a função de canalizar as poupanças da Sociedade para o
comércio, a indústria e outras atividades econômicas e para o próprio
Governo.
Distingue-se do mercado monetário, que movimenta recursos de curto
prazo, embora ambos tenham instituições em comum. Os países
capitalistas mais desenvolvidos possuem mercados de capitais fortes
e
dinâmicos.
A
fraqueza
desses
mercados
nos
países
subdesenvolvidos dificulta a formação de poupança e constitui um
sério obstáculo ao desenvolvimento e obriga
esses países a
recorrerem aos mercados de capitais internacionais, sediados em
potencias centrais. Normalmente os mercados de capitais funcionam
em locais chamadas Bolsas de valores, que são instituições privadas,
entretanto reguladas por órgãos de Governo que ditam todas as
regras para seu funcionamento, obrigando a essas instituições o seu
cumprimento, assim como a todas as demais instituições públicas ou
privadas, investidoras ou corretoras, nacionais ou internacionais que
dele participam.
Os negócios são feitos através de ordens de compra e/ou venda,
passadas pelos clientes às instituições chamadas Corretoras, que por
conseguinte repassam essas ordens a seus operadores de pregão, ou
brokers, que atuam em espaços próprios chamados de sala de
pregão, instaladas dentro das entidades chamadas Bolsas de Valores,
onde fazem a apregoação do negócio, mencionando o papel, tipo e
quantidade, se é blue chip ou não, se é uma block trade ou não, que
quer negociar.
Com a crescente informatização e globalização, as salas de pregão
tendem a desaparecer, sendo feitos todos os contatos apenas através
da Internet, com a
intervenção das Empresas chamadas Clearing, que são instituições
responsáveis pelo cálculo das obrigações dos participantes do
Mercado para a liquidação de suas operações, por meio de troca de
ativos por seus respectivos valores financeiros, podendo ser também
responsáveis pela transferência dos títulos e crédito dos saldos a seus
participantes. A eliminação da sala de negociação ou pregão já
ocorreu em algumas bolsas do Mundo, como a de Londres e Frankfurt,
por exemplo.
Após formalizada a venda ou compra de determinado lote de ações ou
papéis de determinada Companhia de capital Aberto ou títulos de
determinado Governo, as operações são liquidadas através de uma
Câmara de Liquidação e Custódia, sendo os pagamentos e
transferência de propriedade e direitos feitos através dessas Câmaras,
dos Corretores e Instituições bancárias.
Os títulos base das
negociações, normalmente, são escriturais, isto é, não existem em
forma de papel, sendo apenas feitas as transferências em registros
nas instituições depositárias. Pouquíssimas Empresas Sociedades
Anônimas têm seus títulos de forma não escriturais.
Existem vários papéis negociáveis no Mercado de capitais, como
Ações, Fundos imobiliários, Fundos Mútuos de Investimentos,
Debêntures, Fundo Mútuo de Privatização,
Warrants,
Investimentos, bancos de Títulos de aluguel,
Clubes de
Commercial Papers,
Letras de Câmbio, Letras Imobiliárias, Bônus do Banco Central (BBC),
Letras Financeiras do Tesouro ( LFT - Federal, Estadual e Municipal),
Notas do Tesouro Nacional (NTN) Notas do banco Central (NBC),
dentre outros.
Estes
últimos
normalmente
emitidos
pelos
Governos
para
financiamento de sua dívida pública. Os Mercados normalmente
disponíveis nas Bolsas de valores são a vista, a termo e de opções,
sendo, no caso do Bovespa (Brasil), o mercado a vista a liquidação
física ou transferência de titularidade se processa no 2º dia útil após a
realização do negócio e liquidação financeira ocorre no 3º dia após a
liquidação física ou transferência de propriedade, ambas processadas
pela Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia.
No Mercado a Termo as operações têm seu prazo de liquidação
diferido para trinta, sessenta ou noventa dias, devendo ser observados
valores mínimos para transação e depósito na Companhia de
liquidação e Custódia.
O Mercado de Opções distingue-se dos demais pelo fato de exigir o
pagamento de prêmio em dinheiro do investidor que queira o direito de
comprar ou vender um lote de ações a outro investidor com preço e
prazo estabelecidos previamente. O comprador poderá exercer esse
direito até a data pactuada ou revendê-lo no mercado, e o vendedor
também poderá fazê-lo, mas apenas na data do vencimento do
contrato. Esses contratos podem estar referenciados em dólar ou
índice bovespa.
Praticamente todos os países capitalistas do mundo possuem sua
Bolsa de valores. Alguns países têm várias bolsas nas suas cidades
mais importantes, de tal forma que fique mais fácil o acesso das
Empresas e interessados a seus negócios, pregões etc. Abaixo
apresentamos a posição das bolsas mundiais com maior volume de
negócios.
É oportuno salientar que em Wall Street, Bolsa de New York, a fim de
que não houvesse contaminação do resultado dos pregões nos
valores de Empresas tradicionais, nem também grandes oscilações
que pudessem afetar os demais mercados mundiais balizados pela
bolsa de Wall Street, decidiu-se criar dois índices específicos para
medir as movimentações de capitais de empresas de tecnologia
(internet) e e-commerce, chamado índice Nasdaq,
mantendo-se o
Dow Jones para indicar o mesmo dado das empresas chamadas
tradicionais.
PRINCIPAIS BOLSAS DO MUNDO
Países
Nº de
Empresas
Estados
7.947
Unidos
Índia
52.70
Japão
2.267
Reino Unido
2.194
Canadá
1.215
Austrália
1.185
Paquistão
757
Coréia
727
Egito
697
Israel
649
África do Sul
635
Alemanha
592
Brasil
546
Fonte: World Development indicator - Banco Mundial
O Global Equity Market é uma associação de Bolsas de Valores de
várias partes do mundo, visando conectar essas bolsas num sistema
integrado de negociação, baseado no princípio de um mercado
transparente, auto regulado e dirigido por ordens de compra e venda
eletrônicas.
Este GEM visa atender investidores no mundo todo, durante as 24
horas do dia, com um sistema eletrônico interligado englobando as
principais empresas do mundo e dessa forma aumentar a liquidez de
suas ações.
Participam do Projeto já em fase adiantada de negociações as
seguintes bolsas:
 Kong Exchange and Clearing (China – HK)
 Bovespa – Brasil
 Tókio Stock Exchange (Japão)
 Hong Australian Stock exchange (Austrália)
 Euronext (França, Bélgica e Holanda)
 New York Stock Exchange (USA –Wall Street)
 Toronto Stock Exchange (Canadá)
 Bolsa Mexicana de Valores (México)
O Global Market Equity assegurará a obtenção do melhor preço,
facilitando o acesso dos investidores a esse mercado internacional a
qualquer hora. Esse novo centro de liquidez global será acessado por
meio das bolsas locais, que manterão sua marca e individualidade.
As bolsas acima, participantes do projeto, representam os maiores
mercados de ações dos três principais fusos horários do mundo, a
saber: Ásia - Pacífico, Europa - Oriente Médio - África e as Américas.
Coletivamente as empresas cotadas nessas bolsas têm um valor
agregado de mercado superior a US$ 20 trilhões, representando 60%
do valor de mercado mundial de empresas negociadas em bolsa.
O GEM estará aberto à participação de outras bolsas de valores,
buscando oportunidade de ganhos de escala que permitirão reduzir os
custos para os investidores e intermediários.
O Projeto irá fortalecer e integrar o mercado de capitais brasileiro com
os principais mercados do mundo, representando um importante e
ambicioso desafio na consolidação de um mercado de ações global.
Elizeu Lima
[email protected]
Jul/2005
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