Nível de Serviço Logístico como Diferencial Competitivo

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NÍVEL DE SERVIÇO LOGÍSTICO COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO 1
Antônio Ilton da Silva*
RESUMO
O presente artigo visa proporcionar ao público uma visão holística acerca dos
processos logísticos tendo como principal objetivo discutir a satisfação do cliente
final e o aumento da competitividade organizacional. Nesse sentido, são
evidenciadas as bases da política de Nível de Serviço Logístico, assim como suas
medidas ideais para garantir as possibilidades de que o mesmo esteja vinculado ao
processo logístico. Além disso, também são relatadas as atividades críticas da
logística e o processo de mensura dos resultados para que estes exerçam impactos
positivos junto ao consumidor final.
PALAVRAS- CHAVE: Logística; Nível de Serviço; Satisfação do cliente;
INTRODUÇÃO
A sociedade contemporânea se organiza de maneira totalmente
globalizada, dessa forma é comum perceber a existência de um alto nível de
competição entre empresas, o que, por sua vez influencia na busca das mesmas
pela obtenção de algum artifício que possa se desenvolver enquanto diferencial
competitivo. Diante dessa realidade, são utilizados os mais diversos recursos para a
redução custos operacionais, um esforço contínuo rumo à elevação do Nível de
Serviço Logístico e a adoção de estratégias diversas para garantir a fidelização do
cliente.
A presente discussão se desdobra a partir da revisão literária sobre a
temática relacionada à importância da Logística como ferramenta de competitividade
1
Artigo apresentado como um dos requisitos para obtenção do título de graduação em administração
sob a orientação do Prof. Me. Erick Rôso Huber.
* Graduando no curso de Administração. Endereço eletrônico: [email protected]
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no mundo empresarial tendo como objetivo específico a análise estrutural da política
de Nível de Serviço Logístico e sua influência na fidelização do cliente.
A logística de distribuição é tida como uma das atividades mais relevantes
no que condiz ao funcionamento empresarial. Esta interpretação pode ser explicada
devido ao aspecto oneroso do processamento logístico, que incide diretamente
sobre o preço do produto final. Assim, para minimizar o grande impacto nas
operações, são utilizados vários recursos para a redução de custos de distribuição.
Para efeito da presente investigação, será destacado entre estes recursos o Nível de
Serviço logístico, analisado como possível mecanismo de redução de custos
operacionais.
É muito importante para o público empresarial, saber de que forma será
realizada a distribuição física de seus produtos, seja em pequenas ou em grandes
quantidades, evidenciando se realmente os processos utilizados estão se
desenvolvendo como uma boa ferramenta competitiva e se realmente estão
colaborando com a agregação de valor às empresas gerando satisfação e, por
consequência, a fidelização do cliente.
Vinculado à logística sobre a óptica de fidelização dos clientes, o
Marketing por meio dos elementos estruturais da política de Nível de Serviço
Logístico também se constitui como um elemento importante a ser mencionado,
destacados seus aspectos pré-transacionais, transacionais e pós-transacionais, que
são utilizados visando fidelizar o cliente à organização.
1. NÍVEL DE SERVIÇO LOGÍSTICO
Nível de serviço logístico é o desempenho oferecido pelos fornecedores a
seus clientes no atendimento de seus pedidos. É o resultado de todos os esforços
Logísticos que as empresas oferecem aos seus clientes para garantir sua satisfação
e fidelidade. É observado que esse desempenho é fundamental para o planejamento
da movimentação dos produtos e serviços que influencia diretamente no
dimensionamento dos custos.
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O nível de serviço logístico é a qualidade com que o fluxo de bens e
serviços é gerenciado. É o resultado líquido de todos os esforços
logísticos da firma. É o desempenho oferecido pelos fornecedores
aos seus clientes no atendimento dos pedidos. O nível de serviço
logístico é fator chave do conjunto de valores logísticos que as
empresas oferecem a seus clientes para assegurar sua fidelidade.
Como o nível de serviço está associado aos custos de prover esse
serviço, o planejamento da movimentação de bens e serviços deve
iniciar-se com as necessidades de desempenho dos clientes no
atendimento de seus pedidos (BALLOU, 1993, p. 73).
Dessa forma, a inovação em logística deve visar a satisfação de clientes.
Uma vez que existe a necessidade de transformar as empresas mediante a
inovação em que o ambiente competitivo organizacional é continuamente alterado,
gerando problemas novos e complexos às gerencias, é necessário reconhecer, de
maneira geral, que os impactos do gerenciamento dos sistemas logísticos sobre a
mudança organizacional podem, e precisam, ser considerados para que sejam
devidamente
administrados
e
possibilitem
gerar
vantagem
competitiva
às
organizações.
Na visão de Taboada apud Alves (2002),
A definição de estratégias relacionadas às funções logísticas pode
representar uma vantagem competitiva onde o bom desempenho da
Logística depende da forma como é efetuado o gerenciamento
dessas operações. Buscar a vantagem competitiva diante dos
concorrentes é vital para a permanência e atuação no mercado, para
tanto, a busca pela competitividade deve estar aliada a ferramentas
administrativas que busquem as respostas para as demandas (2011,
p.26).
É preciso considerar que é através do gerenciamento logístico, numa
visão sistêmica, que se processa a satisfação das necessidades dos clientes por
meio da coordenação dos fluxos de materiais, recursos financeiros e informações.
Para que a integração total ocorra, é necessário que os gestores se orientem de
acordo com as questões que estão envolvidas, como as noções de tempo e espaço,
ou seja, disponibilizar os produtos ou serviços no local e no momento em que eles
são necessários.
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o papel do gerenciamento logístico é planejar e coordenar todas as
atividades necessárias para alcançar níveis de serviços e qualidade
ao custo mais baixo possível, visando satisfazer necessidades dos
clientes. Partindo da importância da medição do Nível de Serviço
logístico (CARVALHO, 2002, p. 97).
2. O NÍVEL DE SERVIÇO LOGÍSTICO E A FIDELIZAÇÃO DO CLIENTE
A boa manutenção do Nível de Serviço logístico é de fundamental
importância para o sucesso de qualquer organização, principalmente quando se
refere à melhoria da percepção por parte dos clientes. Embora, nem sempre, os
clientes tenham condições para avaliar os serviços que lhes são oferecidos em sua
inteira complexidade, mesmo que de maneira simples, ou pouco estruturada, suas
decisões sempre estarão pautadas nas relações entre os custos e os benefícios de
compra.
A elevação no nível de serviço somente pode ser atingida quando os
gestores avaliam frequentemente o desempenho dos sistemas logísticos verificando
se os mesmos estão atingindo os objetivos planejados. Assim, é de fundamental
importância
que
os
gestores
evidenciem
seus
procedimentos
e
seus
relacionamentos comerciais com seus parceiros, pois através da análise e avaliação
de desempenho dos seus sistemas logísticos as empresas poderão atingir seus
objetivos mercadológicos e, por consequência, se sobressaírem competitivamente
no mercado.
De acordo com FLEURY (2009), em um mercado cada vez mais
competitivo, onde os produtos e serviços se tornam muito semelhantes, é necessário
diferenciá-los perante aos clientes. Mas para que isso seja possível é necessário
melhorar o desempenho logístico, o que leva à necessidade de avaliação do
desempenho do Nível de Serviço Logístico, uma das áreas mais importantes para
conseguir desenvolver aspectos diferenciais.
Para toda e qualquer empresa que tenha como objetivo disponibilizar seu
produto no prazo adequado, no local adequado e com o preço adequado, a melhoria
do desempenho logístico é se mostra cada vez mais importante, pois o transporte, a
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maior disponibilidade de estoque, a melhoria da eficiência do processamento de
pedidos e a redução das perdas e danos afetam de maneira positiva a relação da
empresa com seus clientes.
De acordo com Razzolini (2012, p. 39):
Nível de serviço logístico ao cliente é uma das áreas mais
importantes para o sucesso de qualquer organização na atualidade,
caracterizando-se o que são serviços, esclarecendo sua importância
para a avaliação de desempenho e, além disso, se discute a
importância dos processos de avaliação de desempenho dos
sistemas logísticos para aumentar ou melhorar a competitividade
organizacional.
Pode-se agregar valor aos produtos através da anexação de serviços não
esperados pelos clientes, ou mesmo por serviços básicos que não esperam obter
juntamente com o produto adquirido. Para fornecer um Nível de Serviço Logístico ao
cliente satisfatório, ou que supere as expectativas, é necessário que a organização
busque oferecer um serviço ao cliente diferenciado. Principalmente para clientes que
representem grandes possibilidades de ganho, sendo responsáveis pela geração de
resultados fundamentais para a manutenção da organização, pois a seletividade de
clientes implica na seleção daqueles sujeitos e/ou instituições com elevado potencial
e que estejam entre as melhores oportunidades para a realização de negócios.
3. A RELAÇÃO ENTRE O NÍVEL DE SERVIÇO LOGÍSTICO E O MARKETING
Quando o resultado sobre as vendas não é satisfatório, o mesmo pode
ser compensado com o aumento de custos logísticos ou de marketing. Essa
compensação com acréscimo de custos faz com que as empresas fiquem mais
vulneráveis, pois seus custos certamente impactarão sobre os valores do produto
final, gerando um ciclo vicioso difícil de ser rompido e que poderá significar a falta de
competitividade da empresa e em longo prazo, sua própria extinção.
para levar o produto ou serviço ao lugar certo, em tempo e
quantidades certas, ao comprador potencial é preciso utilizar técnicas
de marketing e de merchandising. Para tanto, deve-se desempenhar
quatro funções básicas: o transporte ou distribuição físicade
mercadorias, a estocagem da gama de produtos a ser oferecida, a
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comunicação com os compradores e a transferência de posse
(COBRA, 1997, p. 250).
Normalmente, a maioria dos produtos apresenta um valor limitado em
termos relativos quanto a seu preço de venda, mas podem apresentar grande valor
em termos de avaliação sob o ponto de vista da necessidade do consumidor. Sendo
assim, o desafio da logística tradicional se encontra na elaboração de formas para
atender às exigências dos clientes rápida e eficientemente.
Para conseguir atingir um Nível de Serviço Logístico de qualidade, as
empresas podem contar com o apoio da tecnologia da informação e definir seu
posicionamento logístico através da divulgação pelo Marketing, apresentando
características como a capacidade de articular flexibilidade, agilidade, confiabilidade
e eficiência.
A logística, em conjunto com o marketing, pode aumentar o valor para o
cliente através do aumento no Nível de Serviço ao cliente. Uma vez que existem
muitas combinações possíveis entre os custos e benefícios, existem, também,
muitas combinações estratégicas para se oferecer um valor superior ao cliente,
através da qualificação dos serviços logísticos. O importante é que para assegurar
serviços de qualidade, os gestores devem ajustá-los às necessidades e desejo de
seus clientes de forma a criar um valor que seja considerado justo pelos mesmos,
tendo-se em vista a gama de benefícios que sua compra pode representar.
Kotler e Armstrong definem como Marketing de relacionamento as ações
de
criar, manter e aprimorar fortes relacionamentos com os clientes e
outros interessados. Além de elaborar estratégias para atrair novos
clientes e criar transações com eles, onde as empresas empenhamse em reter os clientes existentes e construir com eles
relacionamentos lucrativos e duradouros (2003, p. 474).
Partindo desse pressuposto, as empresas que apresentam uma logística
empresarial procuram fazer questionamentos acerca de seus serviços logísticos,
como por exemplo, quantos centros de distribuição devem ser instalados, ou ainda
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qual a quantidade deve ser mantida em cada localização. Nesse sentido, a
preocupação com o Nível de Serviço Logístico adquire ainda mais importância, se
tornando cada vez mais relevante. É observado que para que as empresas explorem
suas capacidades de inovação logística é necessário que desenvolvam programas
adequados para determinar seu posicionamento estratégico e estrutural.
Assim, é também necessário que os responsáveis pela área de logística
das organizações tenham grande capacidade em avaliar de maneira adequada as
alternativas estratégicas das organizações, procurando identificar como essas
alternativas impactarão no desempenho organizacional. Isto é de fundamental
importância para enquadrar e estabelecer uma comunicação adequada entre as
capacidades logísticas que possuem potencial para permitir ganhos em relação à
competitividade.
Serviço ao cliente é a realização de todos os meios possíveis para
satisfazê-lo oferecendo facilidades e informações sem limitar a
duração desses serviços, mesmo que tais meios sejam oferecidos
graciosamente, sem custo adicional para o cliente, pois o importante
é o estabelecimento de relações duradouras com os clientes.
Convém ressaltar que cada transação com o cliente apresenta um
caráter único exigindo que se considere se aquele serviço que está
sendo prestado é o mais adequado tanto para o cliente quanto para a
empresa não são a melhor forma de se criar valor para clientes
(RAZZOLINI, 2012, p. 81).
Dessa forma, as empresas que possuem Nível de Serviço Logístico de
qualidade estão sempre dispostas a investir capital em custos operacionais para
manter e atingir potenciais mais elevados. O sistema logístico direcionado ao cliente
é o parâmetro do desempenho do Nível de Serviço Logístico em criar utilidade de
tempo e espaço, tornando um produto ou serviço disponível no local e no momento
em que eles são necessários.
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4. POLÍTICA DE NÍVEL DE SERVIÇO
Poucas empresas apresentam políticas definidas de serviço ao cliente e
muito menos uma estrutura suficientemente flexível e eficaz para gerenciá-la e
controlá-la. Nesse sentido, a empresa que puder ofertar maiores benefícios, através
de um planejamento estruturado, estará apresentando um serviço ao cliente de
maior valor, tendo assim, a possibilidade de obter vantagem competitiva em relação
aos seus concorrentes.
Dallari conceitua política como sendo
a ciência da governação de um Estado ou Nação e também uma arte
de negociação para compatibilizar interesses. O termo tem origem no
grego politiká, uma derivação de polis que designa aquilo que é
público. O significado de política é muito abrangente e está, em
geral, relacionado com aquilo que diz respeito ao espaço público ou
privado (1993, p.67).
O serviço ao cliente, em uma visão de processo, envolve inúmeras
atividades que podem parecer irrelevantes isoladamente. Porém, assumem papel de
fundamental importância para a satisfação do consumidor. Por exemplo, para muitos
clientes, a rapidez com que suas chamadas são atendidas é mais importante do que
o recebimento de pedidos completos, para outros o ciclo do pedido é mais
significativo, ou seja, existem diversas maneiras de perceber eficiência e eficácia da
empresa.
Segundo Ballou (1993), o serviço ao cliente é composto por elementos
Pré-transacionais, transacionais, pós-transacionais: Elementos Pré-transacionais
são o ponto de partida no relacionamento cliente-fornecedor e devem, usualmente,
estar definidos por escrito e ser comunicados a todos os envolvidos no processo.
Tais elementos devem proporcionar uma política para o nível de serviço esperado
pelo cliente.
Elementos de Transação, ou Transacionais, são aqueles que implicam
diretamente nos resultados que se pode esperar, com a entrega dos produtos ao
cliente. Tais elementos são os que mais influem na questão de tempo e espaço, que
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o cliente observa, devendo ser tratados com a mesma relevância por todos aqueles
envolvidos no processo.
Elementos Pós-transacionais, que incluem todos os serviços necessários
para apoiar o produto e o trabalho do fornecedor, no campo, para oferecer garantias
de segurança aos clientes de forma que o relacionamento cliente-fornecedor possa
se consolidar de maneira estável e duradoura.
Na definição de serviço ao cliente, ainda estão implícitos três fluxos
importantes, que são a essência dos sistemas logísticos, geram muito trabalho e, se
descuidados podem incorrer em dificuldades logísticas a serem superadas:
(1) Fluxo de Informações - Pode ocorrer através de papéis ou através da
troca eletrônica de dados utilizando-se, dos recursos da tecnologia da informação,
como por exemplo, pela internet; (2) Fluxo Físico - Se refere a movimentação e
transporte de materiais, sendo responsável pela agregação de custos significativos
ao processo; (3) Fluxo Financeiro - Deve-se lembrar de que o processo de compra e
venda somente se encerra na liquidação da fatura.
O grande problema do sistema logístico sempre foi o gerenciamento dos
fluxos, sobretudo o fluxo de informações e o fluxo físico, que devem ser eficazes
para evitar que a cadeia de suprimentos emperre, alongando o ciclo logístico, e
mantendo também, a qualidade, confiabilidade, flexibilidade e rapidez na
distribuição.
De acordo com Figueiredo (2009) apud Vasconcelos:
É através do serviço logístico, entendido como o conjunto de
atividades que devem ser realizadas para atender às necessidades
de clientes cada vez mais exigentes, que as empresas procuram a
diferenciação, perseguindo o cumprimento de prazos, entregas sem
erros, pedidos perfeitos e um amplo leque de atributos de serviço
que vão além dos convencionais requisitos ligados a prazos e
quantidades atendidas (2011, p. 56).
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Por isso é importante atentar ao funcionamento do sistema de distribuição
física, de maneira que ao especificar a situação brasileira, deve-se enfatizar o
transporte rodoviário que se mostra predominante. Além disso é importante atentar
aos aspectos da distribuição considerado-a como a atividade mais crítica do
processo logístico, devido seu expansivo custo.
5. TRANSPORTE RODOVIÁRIO E O CICLO CRÍTICO LOGÍSTICO
O ciclo crítico logístico é formado pelas atividades responsáveis pelo fluxo
de produtos e informações entre o consumidor e o fornecedor. Esse processo se
inicia quando o cliente solicita ao fornecedor seus produtos ou serviços, de acordo
com suas necessidades. Para dar continuidade a esta interação, o fornecedor
confere a disponibilidade em seus estoques, processa o pedido e, em seguida,
realiza a entrega da mercadoria por meio de uma transportadora que irá movimentála até o cliente.
Nesse sentido, pode-se concluir que o ciclo crítico logístico está
diretamente relacionado ao processamento dos pedidos dos clientes, sendo ainda o
transporte e o estoque alguns dos principais componentes que contribuem para a
disponibilidade dos bens e serviços que estão sendo comercializados, uma vez que
podem ser considerados como alguns dos aspectos que mais oneram o processo
logístico.
Sobre essa questão, Carvalho define como logística
a parte do Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento que planeja,
implementa e controla o fluxo e armazenamento eficiente e
econômico de matérias-primas, materiais semi-acabados e produtos
acabados, bem como as informações a eles relativas, desde o ponto
de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender às
exigências dos clientes (2002, p. 31).
A concepção geral da Logística Empresarial admite como principais
características as atividades relacionadas ao fluxo de produtos e serviços que, por
sua vez, recebem a prescrição de serem administradas de forma coletiva. Dentro da
logística integrada podemos encontrar os seguintes subsistemas: a logística de
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suprimentos, a logística interna, logística de armazenagem, logística de distribuição
e logística reversa.
Figura 1 - CICLO CRÍTICO LOGÍSTICO
Fonte: Blog do Curso de Tecnologia em logística da Faculdade INESUL – O Transporte na Logística.
Baseado no ciclo acima é possível observar que, quando a logística está
sendo tratada no contexto brasileiro, o transporte rodoviário é fundamental para o
desenvolvimento da economia, por se tratar das vias de transporte mais utilizadas
nacionalmente. Entre as vantagens dessa forma de transporte pode-se mencionar
que o mesmo possui grande flexibilidade, permitindo acompanhamento do
desempenho das atividades e seu constante monitoramento, gerando uma visão que
permite atentar para os aspectos nos quais a cadeia pode melhorar e colaborar com
a obtenção de vantagens competitivas, através da avaliação do desempenho das
atividades fornecidas e os resultados obtidos, além de tornar o processo da tomada
de decisões. Segundo Taboada (2002; apud ALVES, 2011), o transporte é o mais
importante dos processos logísticos, tanto no que diz respeito à quantidade e ao
valor dos recursos que consome, como pela movimentação de material e produtos
que necessitam serem deslocados geograficamente.
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A gestão do transporte tem como objetivo principal, a diminuição dos
custos operacionais para a organização e a satisfação do cliente em relação ao
Nível de Serviço Logístico prestado. Dessa forma, a modalidade rodoviária deve ser
mencionada como a mais importante para o transporte de cargas no Brasil.
É importante atentar para algumas questões que se relacionam com o
transporte, como por exemplo, aspectos de embarque e de desembarque, e também
os seus custos, relações de logística que exijam cuidados especiais, o manuseio
adequado da carga, ou mesmo a urgência na entrega. As informações relacionadas
a estes aspectos são essenciais para que o serviço logístico oferecido seja
gerenciado e executado de forma eficiente.
Sendo a Logística entendida da maneira anteriormente indicada e,
principalmente aplicada no sentido de colaborar com o processo de ganho para as
organizações, além da satisfação e fidelização de seus clientes, permite o
desenvolvimento de estratégias com foco de redução de custos e o aumento do
nível de serviço que passa a ser ofertado aos clientes.
De acordo com a compreensão de Ballou,
nas últimas décadas as empresas vêm focando suas estratégias, na
redução de custos operacionais e processuais, para manterem-se
competitivas no mercado como os custos de transporte variam
tipicamente entre um e dois terços do total dos custos logísticos,
melhorarem a eficiência com a utilização máxima do equipamento e
do pessoal do transporte é de grande interesse ( 2001. P. 39).
Segundo Bowersox e Closs (2001), a Logística Empresarial tem como
intenção agrupar conjuntamente as atividades relacionadas ao fluxo de produtos e
serviços, e administrá-las de forma coletiva. Dentro da logística integrada podemos
encontrar os seguintes subsistemas: a logística de suprimentos, a logística interna,
logística de armazenagem, logística de distribuição e logística reversa. Isso quer
dizer que, dentro de uma organização, todas as áreas deverão estar em perfeita
sintonia, visando sempre o aumento de vantagens que permitam que empresa atinja
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um patamar elevado em relação à competitividade por meio de uma boa
manutenção da eficiência e eficácia em seus processos.
Logo, dentro da logística de distribuição na configuração brasileira, o
transporte rodoviário demonstra maior flexibilidade e efetividade quando comparado
com outras modalidades de transporte. Esta condição deriva de uma rede de vias
que permite o transporte ponto-a-ponto ou porta a porta. A versatilidade do
transporte rodoviário se baseia na capacidade de transportar produtos com peso e
tamanhos variados à qualquer distância. Assim, o transporte rodoviário pode ser
tomado uma parte essencial da cadeia logística da maior parte das empresas
brasileiras, devido às suas características que se mostram mais compatíveis com as
expectativas do consumidor (BALLOU,1993).
Sobre esta questão, Bertaglia afirma que
o processo de distribuição tem sido foco permanente das
organizações, uma vez que os custos nele existentes são elevados e
as oportunidades são muitas. Modelos de distribuição são discutidos
a fim de obter-se a vantagem competitiva e colocar os produtos,
principalmente bens de consumo, ao alcance dos consumidores
(2009, p.33).
6. MEDIÇÃO DE DESEMPENHO DO NÍVEL DE SERVIÇO
Na medida em que são discutidos os aspectos relacionados à qualificação
do Nível de Serviço, pode-se enfocar a compreensão daquilo que deve ser avaliado
nos sistemas logísticos, como prioridade: o Nível de Serviço oferecido aos clientes,
uma vez que este elemento será responsável, em última instância, pela obtenção e
desenvolvimento de diferenciais competitivos significativos para as organizações.
Além das vantagens básicas de custos e qualidade de serviços, os
operadores logísticos têm o potencial de gerar vantagens
competitivas para seus contratantes em pelo menos três dimensões
adicionais: redução de investimentos em ativos, foco na atividade
central do negócio e maior flexibilidade operacional (FLEURY, 2009,
p. 138).
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Nesse sentido, pode-se reforçar o papel do serviço ao cliente nas
estratégias competitivas das empresas e, consequentemente, a necessidade das
medições do desempenho do sistema logístico, uma vez que serviço ao cliente pode
ser definido como um fornecimento consistente das utilidades temporais e espaciais
que
envolvem
questões
operacionais.
As
relações
logísticas
devem
ser
administradas satisfatoriamente pelas empresas, visando sempre a satisfação e
fidelização do cliente, ainda que os benefícios desenvolvidos incidam indiretamente
sobre os medidores de qualidade de acordo com a percepção do consumidor.
Segundo Fleury (2009), para se compreender o que são medidas de
desempenho, é necessário considerar que os gestores responsáveis pela direção de
um negócio necessitam de um controle acerca das informações que permitam
acompanhar como o negócio está sendo conduzido e de que maneira isso afeta a
relação com o cliente. Assim, o estabelecimento de uma análise que compreenda o
desempenho real de um sistema administrativo, os gestores precisam obter
informações sobre ele que possibilitem manter o andamento satisfatório do negócio,
corrigir eventuais distorções ou, ainda, alterar as bases do planejamento que se
mostrou insuficiente para a boa gestão do negócio.
De maneira geral, essas informações são muito importantes ao processo
decisório e podem ser chamadas de medidas de desempenho ou indicadores de
desempenho. As fontes de informação mais utilizadas para medir desempenho são
a observação pessoal, relatórios estatísticos, informes verbais, relatórios escritos e
bases de dados acessadas por computador. O desempenho de um produto, ou de
um serviço, pode ser definido como o conjunto específico de propriedades que o
tornam adequado para um objetivo específico.
A utilização consistente de medidas de desempenho é algo
relativamente novo e, assim, as novas abordagens relativas à
medição de desempenho estão procurando determinar o que
realmente deve ser medido, para que se entenda e melhore os
processos logísticos (RAZZOLINI, 2012, p. 112).
O desempenho pode ser analisado como o conjunto de características ou
de possibilidades de atuação de um determinado contexto. Além disso, uma medida
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de desempenho é uma forma de medir o desempenho em uma determinada área, e
de agir sobre os desvios verificados em relação aos objetivos estabelecidos. É
interessante atentar ao fato de que as possibilidades de estruturação de medidores
relacionados aos processos logísticos é indicado por Razzolini (2012) como algo
recente, o que demonstra um grande potencial para que suas especificidades sejam
desenvolvidas enquanto diferenciais competitivos.
As medidas de desempenho são sinais vitais da organização e elas
qualificam e quantificam o modo como as atividades ou ’saídas’ de
um processo atingem suas metas. Assim, as medidas de
desempenho podem ser utilizadas tanto para o sistema logístico
como para um todo, e também para cada um dos seus subsistemas,
pois, as medidas podem ser estabelecidas para as principais áreas
de uma organização e mesmo para seus principais processos ou
atividades, constituindo-se numa maneira capaz de acompanhar o
efeito de planos específicos de melhoria de desempenho (HRONEC,
1997, p. 47).
A função dos sistemas de medição de desempenho, nas organizações,
visa estabelecer maneiras de acompanhar os processos ou atividades para verificar
se os mesmos estão atendendo às necessidades e expectativas dos clientes e
fornecendo informações adequadas a fim de que sejam tomadas decisões relativas
à prevenção, manutenção ou correção de tais processos e atividades de forma que
sejam atingidos os objetivos organizacionais.
O valor de um serviço depende muito, da percepção do cliente. Com a
medida de desempenho dos sistemas logísticos é possível identificar sinais
importantes sobre problemas potenciais a partir das expressões ou comentários
casuais do cliente, que poderiam não ser evidentes através da análise de um
relatório estatístico, por exemplo. Porém os relatórios estatísticos não devem ser
desprezados, pois, geralmente, contêm dados bastante abrangentes e objetivos que
podem colaborar com a avaliação do desempenho geral e, principalmente,
relacionado aos ganhos da empresa.
Através dos sistemas de medição de desempenho é possível observar os
pontos que exigem melhorias em seu desempenho, onde termina o desempenho
satisfatório e, eventualmente, onde exista excesso de desempenho que implique em
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possíveis perdas em outros setores, pois a partir dessa análise a organização
poderá estabelecer potenciais melhorias em seus processos gerais (FLEURY,
2009).
Um sistema de medição de desempenho é a avaliação do conjunto de
medidores relativos à organização como um todo, até em suas menores unidades,
condizente a todos os seus processos, de maneira que seu funcionamento possa
ser examinado de acordo com suas atividades, por sua vez, estejam organizadas
em conjuntos de classificação bem definida, de maneira a refletir características e
possibilidades de aperfeiçoamento no desempenho para cada nível da gestão
organizacional.
Reafirmando estas colocações, Bowersox e Closs entendem que as
medidas de desempenho devem ser usadas na
comparação de atividades e processos com metas. Onde o serviço
ao cliente deve ser comparado ao desempenho real no último
período. Essas medidas devem ser utilizadas frequentemente pela
gerência, compreendendo a origem das informações, sendo
relativamente mais fácil coletá-las e gerenciá-las (2001, p. 564).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No mercado globalizado e incerto no qual a realidade empresarial se
insere hoje, a flexibilidade operacional e a capacidade de se adaptar rapidamente a
alterações de preços e demandas além das diversas exigências do mercado, são
verdadeiros requisitos para a sobrevivência de qualquer empresa. As organizações
que desejam adquirir sucesso no mercado competitivo devem manter um
relacionamento agradável e eficiente com todos seus colaboradores que compõem
seu quadro funcional, visando atingir com eficiência os objetivos almejados pelos
clientes.
É necessário que a empresa disponha de flexibilidade e agilidade para
responder prontamente as mudanças exigidas pelo mercado. Nesse sentido, manter
estes aspectos, que estão relacionados com a organização logística da empresa
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reafirma-se como de fundamental importância para se atingir os resultados
esperados, principalmente a satisfação e fidelização do cliente.
Embora, nem sempre, os clientes tenham condições para avaliar os
serviços que lhes são oferecidos em sua total complexidade, eles estarão aptos e
sempre realizarão avaliações acerca dos custos e os benefícios acarretado em suas
decisões de compra.
É de fundamental importância que os gestores mantenham um
histórico do funcionamento dos setores logísticos, pois através da análise e
avaliação de desempenho dos seus sistemas as empresas poderão reconhecer
pontos que devem ser aperfeiçoados e, assim, atingir seus objetivos mercadológicos
e até mesmo se sobressaírem competitivamente no mercado, pela criação de
vantagens competitivas.
Para conseguir atingir um Nível de Serviço Logístico de qualidade, as
empresas podem e devem contar com o apoio do marketing definindo seu
posicionamento logístico divulgando características relacionadas às condições de
transporte e armazenamento, como por exemplo, flexibilidade nos prazos de entrega
e a disponibilidade imediata de produtos. As empresas deverão apresentar políticas
definidas de serviço ao cliente e uma estrutura flexível para gerenciá-la e controlá-la,
possibilitando a obtenção de vantagens competitivas em relação aos concorrentes.
Sendo um dos maiores geradores de problemas para o sistema
logístico, o gerenciamento dos fluxos, sobretudo o fluxo de informações e o fluxo
físico devem ser eficazes para evitar que a cadeia de suprimentos emperre,
alongando o ciclo. É importante atentar também ao funcionamento do sistema de
distribuição física, considerado como um dos mais expansivos do processo.
A mensuração e análise constantes do desempenho do Nível de
Serviço Logístico possibilitam que o gestor se antecipe em muitos casos e solucione
questões ainda em seu princípio e isso pode ser desenvolvido enquanto vantagem
competitiva para a empresa, pois se relaciona com percepção do cliente final e
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contribui positivamente para a manutenção não apenas da produtividade, mas
também da imagem que a organização dispõe perante o consumidor.
Dessa forma, através da análise realizada, o nível de serviço logístico
demonstrou exercer uma relação direta com as potenciais vantagens competitivas,
uma vez que sua boa gestão seria capaz de conferir um atendimento ao cliente que
se mostrasse capaz de atingir ou superar as médias esperadas para o nível de
serviço.
ABSTRACT
This article aims to provide a holistic view about the logistics processes. The central
objective is discuss the ultimate client satisfaction and increased organizational
competitiveness. In this sense, the bases are highlighted the Logistics Service Level
Policy and your ideal measures to ensure the possibilities that it is linked to the
logistical process. In addition, the critical logistics activities and the measures to
process the results that they carry positive impacts by the final consumer are also
reported.
Key words: Logistics; Service Level; Customer satisfaction;
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Nível de serviço logístico como diferencial competitivo
Artigo apresentado como requisito parcial obrigatório
para obtenção do título de graduação no curso de
Administração pela Faculdade Padrão.
Goiânia, ___ de ____________de 2014.
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________
Prof. Me. Erick Rôso Huber
Orientador
______________________________________________________
Profª. Esp. Cleumirtes Fernandes Marques
Faculdade Padrão
Goiânia/2014
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