PARNASIANISMO

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PARNASIANISMO – 1850
Valéria Lima
• O parnasianismo é uma escola
literária ou um movimento literário
essencialmente poético, contemporâneo
do Realismo-Naturalismo. Um estilo de
época que se desenvolveu na poesia a
partir de1850, na França.
• representou na poesia o espírito
positivista e científico da época, surgindo
no século XIX (19) em oposição ao
romantismo.
• Nasceu com a publicação de uma série
de poesias, precedendo de algumas décadas o
simbolismo.
• O seu nome vem do Monte Parnaso, a
montanha que, na mitologia grega era
consagrada a Apolo e às musas.
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Caracteriza-se pela:
sacralidade da forma,
pelo respeito às regras de versificação,
pelo preciosismo rítmico e vocabular,
pelas rimas raras,
pela preferência por estruturas fixas, como
os sonetos.
o emprego da linguagem figurada é reduzido,
com a valorização do exotismo e da mitologia.
os temas preferidos são os fatos históricos,
objetos e paisagens.
Preciosismo:
• focaliza-se o detalhe; cada objeto deve
singularizar-se, daí as palavras raras e rimas
ricas.
Objetividade e impessoalidade:
• O poeta apresenta o fato, a personagem, as
coisas como são e acontecem na realidade,
sem deformá-los pela sua maneira pessoal de
ver, sentir e pensar. Esta posição combate o
exagerado subjetivismo romântico.
Arte Pela Arte:
• A poesia vale por si mesma, não tem nenhum
tipo de compromisso, e se justifica por sua
beleza. Faz referências ao prosaico, e o texto
mostra interesse a coisas pertinentes a todos.
Estética/Culto à forma:
• Como os poemas não assumem nenhum tipo
de compromisso, a estética é muito
valorizada. O poeta parnasiano busca a
perfeição formal a todo custo, e por vezes, se
mostra incapaz para tal.
Aspectos importantes para essa estética
perfeita são:
• Rimas Ricas: São evitadas palavras da mesma
classe gramatical. Há uma ênfase das rimas do
tipo ABAB para estrofes de quatro versos,
porém também muito usada as rimas
interpoladas.
• Valorização dos Sonetos: É dada preferência
para os sonetos, composição dividida em duas
estrofes de quatro versos, e duas estrofes de
três versos. Revelando, no entanto, a "chave"
do texto no último verso.
• Metrificação Rigorosa: O número de sílabas
poéticas deve ser o mesmo em cada verso,
preferencialmente com dez (decassílabos) ou
doze sílabas(versos alexandrinos), os mais
utilizados no período. Ou apresentar uma
simetria constante, exemplo: primeiro verso
de dez sílabas, segundo de seis sílabas,
terceiro de dez sílabas, quarto com seis
sílabas, etc.
• Descritivismo: Grande parte da poesia
parnasiana é baseada em objetos inertes,
sempre optando pelos que exigem uma
descrição bem detalhada como "A Estátua",
"Vaso Chinês" e "Vaso Grego" de Alberto de
Oliveira.
• Temática Greco-Romana - A estética é muito
valorizada no Parnasianismo, mas mesmo
assim, o texto precisa de um conteúdo. A
temática abordada pelos parnasianos
recupera temas da antiguidade clássica,
características de sua história e sua mitologia.
É bem comum os textos desverem deuses, heróis, fatos lendários, personagens marcados
na história e até mesmo objetos
• Cavalgamento ou encadeamento sintático Ocorre quando o verso termina quanto à
métrica (pois chegou na décima sílaba), mas
não terminou quanto à ideia, quanto ao
conteúdo, que se encerra no verso de baixo.
• O verso depende do contexto para ser
entendido. Tática para priorizar a métrica e
o conjunto de rimas. Como exemplo, este
verso de Olavo Bilac:
Cheguei, chegaste.
Vinhas fatigada e triste.
E triste e fatigado eu vinha.
• Em Portugal, o movimento não foi muito
importante, tendo como autores Gonçalves
Crespo, João Penha, António Feijó e Cesário
Verde.
• No Brasil, o parnasianismo dominou a poesia
até a chegada do Modernismo brasileiro. A
importância deste movimento no país deve-se
não só ao elevado número de poetas, mas
também à extensão de sua influência, uma vez
que seus princípios estéticos dominaram por
muito tempo a vida literária do país,
praticamente até o advento do Modernismo
em 1922.
• Além de Alberto de Oliveira, Raimundo
Correia e Olavo Bilac, que configuraram a
chamada tríade parnasiana, o movimento
teve outros grandes poetas no Brasil,
como Vicente de Carvalho, Machado de
Assis,
Luís
Delfino,
Bernardino
Lopes,
Francisca
Júlia,
Guimarães
Passos, Carlos Magalhães de Azeredo, Goulart
de Andrade, Artur Azevedo, Adelino
Fontoura, Emílio de Meneses, Antônio
Augusto de Lima, Luís Murat e Mário de Lima.
• Na década de 1870, a poesia romântica deu
mostras de cansaço, e mesmo em Castro
Alves é possível apontar elementos
precursores de uma poesia realista. Assim,
entre 1870 e 1880 assistiu-se no Brasil à
liquidação do Romantismo.
• Na década de 1880 abriu-se para a poesia
científica, a socialista e a realista, primeiras
manifestações da reforma que acabou por se
canalizar para o Parnasianismo.
• A partir de 1890, o Simbolismo começou a
superar o Parnasianismo. O realismo
classicizante do Parnasianismo teve grande
aceitação no Brasil, graças certamente à
facilidade oferecida por sua poética, mais de
técnica e forma que de inspiração e essência.
• Assim, ele foi muito além de seus limites
cronológicos e se manteve paralelo ao
Simbolismo e mesmo ao Modernismo em sua
primeira fase.
Valéria Lima
FIM
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