Parnasianismo Limites cronológicos 1882 - Fanfarras de Teófilo Dias 1893 - Missal e Broquéis de Cruz e Souza poesia realista - combatiam o sentimentalismo e o subjetivismo dos versos românticos: poesia participante: apresenta elementos reais (justiça, progresso científico e material, a política); poesia parnasiana: afasta-se dos elementos sociais e preocupa-se com descrição do corpo e do desejo sem as idealizações românticas; descrição dos objetos de arte da Antiguidade Clássica e da natureza poesia da época do Realismo pontos comuns com o período realista - negação do subjetivismo (Meu amor - O amor) - anti-romantismo: contrário ao sentimentalismo pontos que o diferenciam do Realismo - isenta-se da temática do cotidiano - abandona os problemas sociais ou políticos - abandona as descrições dos costumes da época - distancia-se do cientificismo - apresenta descrição de elementos da Antiguidade Clássica (objetos) e a natureza (mimese). Parnasianismo: Monte de Parnaso - na Grécia poetas isolavam-se do mundo – preocupação com a arte (formalidade) Principais poetas brasileiros Trindade Parnasiana: Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Olavo Bilac Características arte pela arte (esteticismo): culto à forma, ao belo. A arte preocupa-se somente com a perfeição formal. impassibilidade: ausência de sentimento (“eu-lírico) poesia como trabalho, construção - poeta modela sua obra sem confundir-se com ela. poesia descritiva: - natureza da Antiguidade Clássica (mimese; mitologia) - objetos de arte da Antiguidade Clássica - quadros, vasos, taças; beleza física da mulher objetualidade: bom gosto burguês, com abandono da vulgaridade, organização lexical e semântica (criação dos novos significados das palavras) perfeição formal: poesia como fruto da elaboração. Conhecer regras gramaticais, selecionar palavras e se preocupar com a construção formal. formalidade parnasiana - rimas ricas e raras - versos alexandrinos (12 sílabas métricas) - versos dodecassílabos (12 sílabas métricas com acentos principais na 4ª, 8ª e 12ª sílabas) - formas fixas: soneto; quadras, tercetos entre outras - uso de uma linguagem perfeita - enjambements – continuidade semântica de um verso no outro – encadeamentos Quero que a estrofe cristalina, dobrada ao jeito do ourives, saia da oficina sem um defeito: classificação das rimas - Pobres: rimas com a mesma classe gramatical “Entre as ruínas de um convento (substantivo) De uma coluna quebrada (adjetivo) Sobre os destroços, o vento (substantivo) Vive uma flor isolada.” (adjetivo) - Ricas: rimas com classes gramaticais diferentes “O coração que bate neste peito (substantivo) E que bate por ti unicamente, O coração, outrora independente, Hoje humilde, cativo e satisfeito.” (adjetivo) - Raras: sons incomuns, palavras desconhecidas “Sinto-vos deslizar por estes ares... Pondes Um véu de seda azul no ombro nu da colina. Entre as moitas o rio, em silêncio, adormece E sobe, lento e lento, entre os cimos e as frondes.” disposição das rimas - paralelas (emparelhadas): AABB “Quem amo não existe A Vivo indeciso e triste A Quem quis ser já me esquece B Quem sou não me conhece.” B - opostas (interpoladas): ABBA “Vai alta a nuvem que passa, A Branca, desfaz-se a passar B Até que parece no ar B Sombra branca que esvoaça.” A - alternadas (encadeadas / cruzadas): ABAB “A novela inacabada, A Que o meu sonho completou, B Não era de rei ou fada A Mas era de quem não sou.” B Musa Impassível Francisca Júlia Musa! um gesto de dor ou de sincero Luto jamais te afeie o cândido semblante! Diante de Jó, conserva o mesmo orgulho: e diante De um morto, o mesmo olhar e sobrecenho austero. Em teus olhos não quero a lágrima: não quero Em tua boca o suave e idílico descante Celebra ora um fantasma angüiforme de Dante, Ora o vulto marcial de um guerreiro de Homero. Dá-me hemistíquo d'ouro, a imagem atrativa; A rima, cujo som, de uma harmonia crebra, Cante aos ouvidos d'alma, a estrofe limpa e viva; Versos que lembrem, como seus bárbaros ruídos, Ora o áspero rumor de um calhau que se quebra, Ora o surdo rumor de mármores partidos