Aula 20 - Instituto de Economia

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Disciplina: Economia Internacional
Professor: Francisco Eduardo Pires de Souza
1º Semestre de 2017
Email: [email protected]
Previsões da abordagem monetária da taxa de
câmbio
E = (M/M*) x L*(r*,y*)/L(r,y)
x efeito de CP com
preços rígidos.
O efeito Fisher e a relação entre juros e câmbio
da abordagem monetária






Efeito Fisher => r = i - p; ou, alternativamente, i = r + p ,sendo r, o
retorno ou juro real, estável, determinado por fatores reais.
Logo, quanto maior maior p, maior i.
No CP, dada a rigidez de preços, uma contração monetária nominal
leva a uma contração monetária real e a um aumento da taxa de juros
que atrai capitais externos e faz apreciar a taxa de câmbio.
Mas no mundo do equilíbrio de longo prazo da abordagem monetária,
com preços flexíveis, uma contração monetária nominal é
imediatamente compensada por uma queda dos preços, de forma que
a taxa de juros não se altera.
No mundo de preços flexíveis da abordagem monetária, um aumento
da taxa de juros só ocorreria se a taxa de inflação subisse, na esteira
de um aumento no ritmo de expansão monetária.
E neste caso, a taxa de câmbio da moeda do país se depreciaria
(pela PPC relativa => Ê = p – p*)
Di =>L(i, y)
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Além da PPC: um modelo geral de
taxas de câmbio de LP
• Abordagem monetária => baseada na PPC (+TQM) e
considera apenas determinantes monetários da taxa de
câmbio.
• Para ir além, incorporando fatores reais, um caminho é
partir dos fatores que fazem com que a PPC não seja um
bom previsor da taxa de câmbio no LP.
• determinantes reais, mas ainda mantém as suposições (da
abordagem monetária) de perfeita flexibilidade de preços e
salários.
• Relembrando conceito de taxa de câmbio real (vs taxa de
câmbio nominal) => preço relativo de duas cestas de bens
=> para PPC relativa, “k” é estável. Uma abordagem mais
geral deve levar em conta as forças que causam mudanças
relevantes e permanentes na taxa de câmbio real.
Além da PPC: um modelo geral de
taxas de câmbio de LP
• Relembrando conceito de taxa de câmbio real (vs taxa de câmbio
nominal) => preço relativo de duas cestas de bens => para PPC relativa, “k”
é estável. Uma abordagem mais geral deve levar em conta as forças que
causam mudanças relevantes e permanentes na taxa de câmbio real.
• k = EP*/P
• Ex: se a taxa de câmbio é R$3,00 por dólar e as cestas de bens são as do
nosso primeiro ex, i.e, R$ 300,00 e US$ 100,00, respectivamente, então k =
(3 x 100)/300 = 1.
• Ou seja, a taxa de câmbio real ou o custo relativo das duas cestas é 1 =>
uma cesta americana custa uma cesta brasileira;
• Se a taxa de câmbio se depreciasse subindo para R$ 6,00, então k = (6
x100)/300=2 => seriam necessárias duas cestas brasileiras para comprar
uma americana. Houve também uma depreciação real (k subiu de 1 para
2). Isto significa também que os produtos brasileiros ficaram baratos em
relação aos americanos.
Demanda, oferta e taxa de câmbio real
de LP
• Num mundo onde PPC não se mantém, preços das
cestas de cada país são influenciados por outros
fatores que independem da PPC, específicos de cada
país. Há muitos, mas trataremos aqui de dois:
– Aumento na demanda relativa mundial por produtos do
país A (seja por uma mudança nas preferências em favor
dos produtos típicos do país A em detrimento dos
produtos típicos de B) => se A e B já estavam produzindo
com utilização plenas dos fatores, o ajuste se dará via
preços => preços dos produtos produzidos em A deverão
se elevar em relação aos produtos produzidos em B. Isto
significa uma mudança na taxa de câmbio real. (supõe-se
aqui um viés no consumo de A para produtos típicos de A,
e de B para produtos de B) => apreciação real da moeda
de A
Demanda, oferta e taxa de câmbio real
de LP
• Fatores reais que mudam de forma permanente a taxa de
câmbio real:
– Aumento na demanda relativa mundial por produtos do país A
=> apreciação real da moeda de A; redução na demanda relativa
=> depreciação real;
– Aumento na produção relativa (mundial) do país A => D
produtividade ou D estoque de capital relativos => aumento da
oferta relativa => queda do preço relativo da produção do país
A => depreciação da taxa de câmbio real. (Obs: este resultado discrepa
de Balassa-Samuelson, porque agora a suposição é que a produtividade sobe
proporcionalmente em comercializáveis e não comercializáveis produzidos em A)
– Intuição: suponha que o país A aumentou sua produção relativa
(sem que as demandas relativas tenham se alterado) =>
produtores domésticos deverão abaixar seus preços, por ex,
para exportar mais, i.e., para que o mercado mundial absorva
mais seus produtos (por exemplo substituindo parte dos
produtos de B na cesta de consumo, por produtos de A).
Um modelo geral de taxas de
câmbio de longo prazo

A taxa de câmbio real de equilíbrio de longo prazo iguala a
demanda relativa mundial ao nível da oferta relativa, em pleno
emprego.
Ex Krugman: queda
dos preços
internacionais da
gasolina faz
aumentar demanda
mundial por
automóveis do tipo
produzido nos EUA
(gastadores). RD
desloca-se para a
direita e k 
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Resolução da Prova (P1)
1.
Complete o balanço de pagamentos abaixo. Em seguida responda às seguintes questões:
a. Se a posição de investimento internacional (PII) do país era de - US$ 478 bilhões (menos quatrocentos
e setenta e oito bilhões de dólares) em 31/12/2015, qual foi a PII em 31/12/2016 explicada pelo
balanço de pagamentos (isto é, caso não tenham ocorrido outras variações, tipo preços dos ativos)?
RESPOSTA: Pela conta financeira - 494 bi; pelas TC -502 bi
b.
Se o Banco Central quisesse esterilizar os efeitos monetários do balanço de pagamentos, teria que
vender ou comprar títulos? Supondo uma taxa de câmbio igual a R$3,00/US$ 1, quanto teria que
vender para/comprar do mercado, em títulos públicos?
RESPOSTA: Vender ; R$ 27 bilhões
2.
Em determinado ano, os fluxos das contas nacionais foram os seguintes (em R$ bilhões): C = 350, I = 98, G =
100. Supondo que os fluxos do balanço de pagamentos tiveram os valores apresentados na questão 1 acima,
e que a taxa de câmbio foi de R$2,00/USS 1,00, pergunta-se: a) Qual o valor da poupança externa (em R$)? E
da Renda Nacional Disponível Bruta? E da poupança interna?
Resposta: Se = DTC = US$ 24 bi x 2 = R$ 48 bi; RDB = C + I + G + TC = 350+98+100 -48= 500; Sn = RDB-C-G= 500-350100=50 ou Sn = I – Se = 98-48 = 50.
3 Monte o balanço de pagamentos (quadro à esquerda), observando os seguintes passos:
31.
a.
b.
c.
Classifique cada uma das transações apresentadas no quadro da direita de acordo com a letra (ou
algarismo romano) correspondente nas contas do balanço de pagamento à esquerda.
Em seguida transfira os valores para o balanço de pagamentos, somando as transações de saldo
incluídas em cada conta (ou subtraindo quando não se trata de saldos, como é o caso da balança
comercial e do investimento direto).
Calcule, e lance no lugar adequado, o valor das transações correntes, da conta capital, da conta
financeira e dos Erros e Omissões. Para calcular este último, use a equação básica do balanço de
pagamentos.
Atenção aos lançamentos na Conta Financeira!
•
•
•
•
Créditos = recebimentos, fluxos de entrada de moeda estrangeira
Débitos = pagamentos, fluxos de saída de moeda estrangeira
Mas quais operações geram entrada e quais geram saída de divisas?
As aquisições de ativos (concessões) geram fluxos de saída de moeda
estrangeira (são operações de débito).
• Aquelas que reduzem os ativos (por exemplo, recebimento da amortização
de um empréstimo concedido no passado) geram entrada de divisas (são
lançadas como crédito).
• Novas obrigações contraídas (incurrence of liabilities em inglês ou
incidência em obrigação, na tradução do BACEN) produzem entrada de
moeda estrangeira ( são lançadas como crédito).
• Reduções de obrigações (por exemplo, o pagamento de um empréstimo)
são lançadas como débito (fluxo de saída de divisas).
• As operações individuais são lançadas com sinal positivo,
sejam elas de crédito ou débito, mas os saldos (contas
líquidas) podem ter sinal positivo ou negativo (já veremos
como)
obs: as contas de saldo (contas líquidas estão numeradas
Balanço de Pagamentos do Brasil em 2014: Conta Financeira
Discriminação
US$ milhões
Conta Financeira: Concessões líquidas (+) / Captações líquidas (-)
1. Investimento direto
Investimentos diretos no exterior
Participação no capital – total
Operações intercompanhia
Investimentos diretos no país
Participação no capital – total
Operações intercompanhia
2.
3.
4.
5.
concessão (na hora de somar, +)
captação (na hora de somar, -)
Investimentos em carteira
Derivativos
Outros investimentos
Ativos de reserva
Resultado do Balanço (Não há mais na nova apresentação)
Memo:
IDE/PIB (%)
Vamos entender o porquê desses lançamentos
-100
-71
26
25
1
97
58
39
-38
2
-3
11
4,1
3 Monte o balanço de pagamentos (quadro à esquerda), observando os seguintes passos:
31.
a.
b.
c.
Classifique cada uma das transações apresentadas no quadro da direita de acordo com a letra (ou
algarismo romano) correspondente nas contas do balanço de pagamento à esquerda.
Em seguida transfira os valores para o balanço de pagamentos, somando as transações de saldo
incluídas em cada conta (ou subtraindo quando não se trata de saldos, como é o caso da balança
comercial e do investimento direto).
Calcule, e lance no lugar adequado, o valor das transações correntes, da conta capital, da conta
financeira e dos Erros e Omissões. Para calcular este último, use a equação básica do balanço de
pagamentos.
Só havia 4 contas individuais (exportações, importações,
investimentos diretos no exterior, investimentos diretos no
país; todas as demais eram saldos
41.
Observando os dois gráficos a seguir, pergunta-se:
a. Quais o par de variáveis cuja relação se comporta da forma esperada pela teoria?
RESPOSTA: Transações Correntes e Riqueza Externa Líquida (PII)
b.
Qual o par de variáveis cuja relação se comporta de forma aparaentemente paradoxal? Por que (i.e.,
de que forma deveria se comportar)?
RESPOSTA: Riqueza Externa Líquida (PII) e Rendas Primárias, porque a redução da PII
para valores negativos deveria levar a uma conta de rendas do investimento
negativa.
c.
Qual a explicação para o aparente paradoxo?
RESPOSTA (tamanho máximo: as duas linhas abaixo):
A explicação é que a taxa de juros que os EUA recebem sobre seus ativos financeiros
externos é muito superior à que paga sobre seus passivos externos.
5 Assinale com um “x” a afirmação correta:
1.
( ) Somente bancos participam do merado interbancário, enquanto que apenas exportadores e importadores
participam do mercado primário de câmbio.
( ) As posições compradas em câmbio dos bancos aumentam quando o Banco Central faz intervenções à vista, com
o objetivo de elevar a taxa de câmbio.
( ) As posições compradas dos bancos no mercado de câmbio aumentam quando vendem dólares aos importadores
no mercado à vista e fazem hedge desta operação comprando dólares no mercado futuro.
( x ) Os bancos tem uma posição passiva no mercado primário de câmbio, porque tem o papel de market maker,
obrigando-se a comprar ou vender as quantidades de moeda estrangeira demandada pelos clientes.
( ) O Banco Central, através das suas intervenções no mercado primário de câmbio determina o valor da taxa de
câmbio mesmo num regime de câmbio flutuante.
6 Assinale com um “x” a afirmação errada:
2.
( ) Uma depreciação cambial é o mesmo que um aumento da taxa de câmbio porque significa que a moeda
estrangeira ficou mais cara em termos da nacional e portanto a nacional ficou mais barata (depreciada).
( ) Uma depreciação cambial de 25% do real frente ao dólar (“E” medida como o preço do dólar em termos de
reais) é equivalente a uma apreciação de 20% do dólar frente ao real (“E” medida como o preço do real em
termos de dólares).
( ) Se entre t0 e t1 a moeda nacional sofre uma depreciação de 25% e, em t2, ela experimenta uma apreciação de
20%, podemos dizer que a taxa de câmbio em t2 é igual à taxa de câmbio em t0.
( ) Um país cuja moeda está muito apreciada é um país cujos preços são muito elevados para os estrangeiros.
(x ) Se a taxa de câmbio sofre uma depreciação de 50%, o preço expresso em dólares de um produto nacional
vendido no mercado doméstico sobe 50%.
1.
7
Assinale com “V” as afirmativas verdadeiras e com “F” as falsas, no que se refere à abordagem do mercado de
ativos:
( F ) De acordo com a abordagem do mercado de ativos, a taxa de câmbio é determinada não apenas pela balança
comercial, mas também pelos demais contas das transações correntes.
( V ) Na abordagem do mercado de ativos, a taxa de câmbio é tratada como o preço de um ativo.
(V ) A taxa de câmbio de equilíbrio é aquela para a qual os retornos reais esperados de aplicações em duas moedas
são iguais, quando medidos na mesma moeda, desconsiderando-se o risco e os impostos.
( V ) A taxa de câmbio de equilíbrio é aquela para a qual os retornos nominais esperados de aplicações em duas
moedas são iguais, quando medidos na mesma moeda, desconsiderando-se o risco e os impostos.
( F ) A taxa de câmbio de equilíbrio é aquela para a qual os retornos reais esperados de aplicações em duas moedas
são iguais, quando medidos cada um na respectiva moeda, desconsiderando-se o risco e os impostos.
.
8 Assinale com “V” as afirmativas verdadeiras e com “F” as falsas, no que se refere à abordagem do mercado de
2.
ativos:
( V ) Um aumento da taxa de câmbio à vista reduz, coeteris paribus, os retornos esperados em moeda doméstica
de uma aplicação em moeda estrangeira.
( V ) Um aumento da taxa de câmbio no mercado futuro aumenta a taxa de câmbio no mercado à vista.
( V ) Um aumento da taxa de câmbio no mercado futuro aumenta, coeteris paribus, o retorno esperado em moeda
doméstica de uma aplicação em moeda estrangeira.
( F ) Um aumento da taxa de câmbio à vista leva a um aumento da taxa de câmbio futura.
( V ) Partindo-se de uma situação em que “ i > rR$dUS$ ” , o equilíbrio no mercado de câmbio é restabelecido através
de um influxo de de dólares, o que reduz a taxa de câmbio à vista e eleva rR$dUS$.
1.
9
Assinale com “V” as afirmativas verdadeiras e com “F” as falsas, no que se refere à abordagem do mercado de
ativos:
( V ) Desconsiderando-se riscos e impostos, quando a condição de paridade coberta de juros é satisfeita, o mercado
de câmbio está em equilíbrio.
( F ) A condição de paridade coberta de juros é satisfeita quando o retorno esperado em moeda doméstica de uma
aplicação na moeda estrangeira é igual à taxa de juros na moeda doméstica.
( V ) Se admitirmos a validade da condição de paridade descoberta de juros, então o mercado de câmbio estará em
equilíbrio quando: i = i*+Êe.
( F ) Uma operação de carry trade é aquela motivada por um retorno esperado em moeda doméstica de uma
aplicação em moeda estrangeira maior do que a taxa de juros doméstica.
( V ) Uma operação de carry trade se baseia no diferencial entre taxas de juros de diferentes moedas, embutindo
risco de perdas mesmo que esse diferencial é muito elevado.
1. O diagrama abaixo representa a interligação entre os mercados monetário e de câmbio no Brasil.
10
Represente nele o efeito de uma contração na oferta monetária nos EUA sobre o mercado de
câmbio brasileiro. Desenhe no gráfico e descreva suscintamente com palavras os processos de
ajustamento ocorridos até alcançar o novo equilíbrio.
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