O TRANSTORNO DA DISGRAFIA NO AMBIENTE ESCOLAR Nome: Patrícia de Vargas do Amaral Teutônia, 17 de Janeiro de 2017. INTRODUÇÃO A disgrafia é uma dificuldade de aprendizagem do aluno relacionado à escrita que interfere na realização de tarefas básicas no ato de escrever ligada a um problema perceptivo-motor, conhecida também como letra feia. Dentro desse contexto, existem várias problemáticas que nos cercam há tanto tempo como, por exemplo, a metodologia que está sendo aplicada, se é eficaz para o aprendizado dessas crianças ou se essas crianças estão psicologicamente ou fisicamente bem. Com base nesse estudo, a disgrafia tornase um caso preocupante, pois se sabe que alguns professores não se importam com o desempenho escolar de seus alunos tão pouco se propõem em ajudar. Logo, um trabalho desse tipo relacionado ao problema de crianças que apresentam disgrafia pode ser muito eficaz, na medida em que objetiva identificar os fatores que levam a dificuldade de aprendizagem por disgrafia para não comprometer o rendimento escolar de alunos digráficos, a partir de propostas, representados por três objetivos: conscientizar educadores e futuros educadores sobre a disgrafia; enfatizar a importância da identificação das crianças com disgrafia na escola e abordar técnicas metodológicas precisas a serem usadas por professores para um bom desempenho e eficácia no ensinoaprendizagem dos alunos disgráficos, o que pode auxiliar na busca de soluções para esse transtorno de aprendizagem tão frequente. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A disgrafia é também conhecida como letra feia, pois a criança tenta recorda-se da escrita, não obtendo sucesso, uni inadequadamente as letras tornando-as ilegíveis. Isso pode ser evidenciado por Garcia (2008): Alguns disgráficos possuem uma disortografia, que são emaranhados de letras, que acontece quando os disortográficos apresentam falha na memorização no que acarreta em erros ortográficos. Isso pode levar a vários fatores que iniba a criança na hora de escrever, pois o que era para ser prazeroso torna-se uma tortura. Com toda essa situação a criança sente-se inibida comprometendo seu progresso na sala de aula Um exemplo dessa inibição é relatado por Brito (2004), onde em uma situação a professora pede que os estudantes redijam um texto, e o disgráfico, envergonhado pela a letra feia, conclui que nem vale à pena escrever, o que abala a auto-estima da criança. Relaciona-se, portanto, a dificuldades motoras e espaciais. Logo, crianças disgráficas são aquelas que apresentam dificuldades no ato motor da escrita, tornando a grafia praticamente indecifrável. Em alguns casos, a disgrafia associa-se com a disortografia, que são erros ortográficos, cuja criança, amontoa letras para esconder seus erros de escrita. A mesma e caracterizada por trocas de letras, devido suas semelhanças fonética e fonológica. Todavia devem-se levar em conta alguns fatores que levam a esse condicionamento da escrita. Hoje com os meios de comunicação em alta, crianças e jovens tendem a treinar menos a letra cursiva, exemplo disso são os computadores, que disseminam um novo padrão de vida, tirando da pedagogia os cadernos de caligrafia. Entretanto, sem esses cadernos, a atenção de pais e educadores deve ser redobrada. Se o treinamento da letra cursiva existe desde cedo, seria possível identificar os disgráficos. Porém, com a prática em desuso, professores e pais podem confundir digrafia com preguiça (GUSMÃO, 2001). Portanto, se os pais colocassem seus filhos para treinarem a letra cursiva em casa desde cedo, saberiam que se trataria de uma disgrafia ou não. O Papel da escola na identificação dos disgráficos: A escola e todo corpo docente, em especifico educador, exercem um papel primordial no ensino- aprendizagem. Quando a criança apresenta dificuldades de aprendizagem é muito comum conflitos entre pais e professores. Todavia, é necessário que pais e professores devam estar juntos para trabalhar no auxílio do desenvolvimento da criança. Pois, pais e professores tem uma tarefa muito importante na identificação desse problema nas crianças disgráficas, assim como afirma Campanudo (2009) em seu argumento: Ainda assim é lamentável, pois alunos que não apresentam rendimento escolar são ignorados por outras crianças e até mesmo por seus professores. Nesse caso, é muito importante o papel do professor, pois ele deve ministrar bem essa situação, de maneira que não haja descriminação, propondo brincadeiras que ajude na socialização e atividades em grupo para que todas as crianças percebam seu papel social. Deve também evitar que essas crianças que apresentam essas dificuldades, não se sintam menosprezadas e retraídas, pelo contrário, mostrar a elas seus aspectos positivos e do que elas são capazes. Promover a socialização destas crianças disgráficas requer paciência e compromisso, de maneira que não haja discriminação tanto pelos colegas quanto pelos próprios educadores. Tipos de disgrafia: Segundo Caraciki (2006) existem dois tipos de disgrafia: a motora (discaligrafia) e a perceptiva. A disgrafia motora é a dificuldade motora que a criança encontra na hora de escrever as letras, ainda que ela saiba ler e falar, ou seja, a criança vê a figura gráfica, porém não consegue realizar seus movimentos. Por outro lado, na disgrafia perceptiva a criança não consegue fazer relação entre o sistema simbólico e as grafias que representam os sons, as palavras e frases. Após a análise dos tipos, Caraciki (2008) verifica-se ainda dentro desses tipos as seguintes características: lentidão na escrita; letra ilegível; escrita desorganizada; traços irregulares ou muito fortes que chegam a marcar o papel ou muito leves; desorganização geral na folha por não possuir orientação espacial; desorganização do texto, pois não observam a margem parando muito antes ou ultrapassando; desorganização das letras: letras retocadas, hastes mal feitas, atrofiadas, omissão de letras, palavras, números, formas distorcidas, movimentos contrários à escrita (um S ao invés do 5 por exemplo); desorganização das formas: tamanho muito pequeno ou muito grande, escrita alongada ou comprida; o espaço que dá entre as linhas, palavras e letras é irregular; ligar as letras de forma inadequada e com espaçamento irregular Essas crianças podem ser extremamente brilhantes, capazes de excelentes idéias, porém completamente incapazes de passar para o papel o potencial de suas cabeças (WAJNSZTEJN, 2009). Identificação e tratamento: Há sempre dúvida na hora de identificar quando se trata de um transtorno, pressa ou preguiça, por isso é preciso estar atento para as características da disgrafia. Dessa forma Caruso (2008) afirma que: Deve-se sempre procurar investigar, saber como a criança está se sobressaindo na escola. Um teste bastante relevante é pedir que a criança escreva em uma folha sem linhas, se o resultado for uma escrita lenta, com letras irregulares e fora das margens, é hora de preocupar-se. Também é preciso fazer exames mais específicos como: oftalmológico, audiológico e eletroencefalográfico. Pois quanto mais cedo, mais chances de reverte o quadro do disgráfico. Além disso, devem-se levar em conta outros fatores que ajudam os pais a identificar a disgrafia antes da alfabetização do filho, pois se você leva a criança a uma festa junina, por exemplo, observe se ela tem ritmo para acompanhar as músicas, memória para fixar os passos e atenção os movimentos. O tratamento envolve um grupo de especialistas como: neurologistas, psicopedagogos, fonoaudiólogos e terapeutas. Pois e muito importante o acompanhamento desses profissionais para a resolução desses problemas (WAJNSZTEJN, 2009). Porém, para Caruso, 2008, o tratamento é muito relativo, pois depende de cada caso. O objetivo maior é alcançar uma letra legível. O ponto principal é trabalhar com o corpo, com exercícios como manusear a argila e massagens, e depois partir para o específico, que é a escrita e outros problemas, como o de memória. CONCLUSÃO Ao analisar os resultados da pesquisa constatou-se que a conscientização é um ponto primordial para a difusão de informações no ambiente escolar, objetivando auxiliar na identificação de disgráficos e na elaboração de metodologia para serem trabalhadas; assim como a identificação também é fundamental para dar início a processos metodológicos e pedagógicos que venham a auxiliar no ensinoaprendizagem dos disgráficos; além disso, percebeu-se também que os educadores em sua maioria não têm técnicas metodológicas ou essas são ineficiente e insuficientes paras serem aplicadas no âmbito escolar de crianças que apresentam o transtorno em estudo. Nesse sentido, percebe-se que os professores hoje, não apresentam metodologias específicas elaboradas para trabalhar em sala de aula com alunos digráficos, pois geralmente, as dificuldades que os alunos apresentam na escrita se devem a falhas no processo de ensino, nas estratégias inadequadas escolhidas pelos docentes ou por desconhecimento do problema ou por despreparo. Portanto, para que tal situação mude é necessário que esse profissional adquira metodologias eficientes para que a sala de aula venha a ser um ambiente favorável à construção do conhecimento e de igualdade das dificuldades de aprendizagem que por acaso se apresentarem. Além disso, é necessário que o educador seja comprometido, criativo, dinâmico e que respeite as individualidades de cada educando, valorizando a realidade e as vivências dos mesmos, para que, numa ação conjunta e integrada, possa favorecer e estimular a cooperação, o diálogo, a democracia e a autonomia do indivíduo e do grupo, onde o prazer de estar na sala de aula seja comum a todos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: BRITO, D. R. Distúrbios, transtornos, dificuldades e problemas de aprendizagem. Artigo sobre distúrbios de aprendizagem. Disponível em: <http://www.drb-assessoria.com.br/da.pdf>. Acesso em: 12/11/2010 CAMPANUDO, M. J. O. Representações dos professores sobre dificuldades de aprendizagens específicas: leitura, escrita e cálculo. Dissertação apresentada paraa obtenção de título de mestre, 2009. Disponivel em: <https://bdigital.ufp.pt/dspace/bitstream/10284/1424/1/dm_mariajos%C3 %A9campanudo.pdf>. Acesso em: 14/11/2010 CARACIKI, A. Letra feia é desleixo? Curso de oratória: voz e fala, 2006. Disponível em: http://www.opoderenergeticodavoz.fnd.br/disgrafia.htm. Acesso em 20/11/2010. CARUSO, R. Disgrafia e disortografia – exercícios. Educa Já, 2008. Disponível em: <http://educaja.com.br/2010/05/disgrafia-edisortografia-exercicios.html> Acesso em 10/11/2010 GARCIA , J. N. Manual de dificuldade de prendizagem: linguagem, leitura, escrita e matemática. Tradução de Jussara Houbert Rodrigues. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. GUSMÃO, B. B. Dificuldade de aprendizagem: um olhar crítico sobre os alunos de 5ª série.Trabalho de conclusão de curso, apresentado ao Curso de Pedagogia do Centro de Ciências Humanas e Educação da UNAMA, 2001. Disponívelem:<http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Dificuldade-DeAprendizagem-Um-Olhar-Cr%C3%ADtico/100851.html >. Acesso em: 02/11//2011. WAJNSZTEJN, R. Disgrafia é uma dificuldade ou ausência na aquisição da escrita. Neurologia Einstein Excelência no Diagnóstico e Tratamento, 2009. Disponível em: <www.dislexiadeleitura.com.br> A cesso em: 04/11/2010.