A DISGRAFIA No âmbito escolar das séries iniciais do ensino fundamental Daiane Machado Ávila Christakis Paranaguá - PR Introdução Este trabalho tem como tema a disgrafia, que, mesmo existindo estudos e pesquisas nesta área, são poucos os trabalhos e investigações sistematizadas sobre o assunto. Além disso, mesmo vivendo na era da inclusão, há um grande desconhecimento dos profissionais da área sobre os problemas de aprendizagem, especialmente da Disgrafia. Infelizmente, este despreparo afeta, principalmente, as crianças que apresentam estes distúrbios. Com este estudo, objetiva-se esclarecer teoricamente sobre o assunto orientando o professor tanto na identificação da criança portadora deste distúrbio, assim como, sugerindo atividades específicas à sua correção ou minimização. Este trabalho pretende, ainda servir de estímulo à criatividade do professor de sala de aula, para que ele possa encontrar recursos que enriqueçam o seu trabalho, tornando-o significativo e produtivo. Fundamentação Teórica Há muitos tipos de distúrbios de aprendizagem, mas uma homogeneidade básica subjacente serve para unificar e caracterizar essa população. Essa homogeneidade decorre do fato de que é a neurologia da aprendizagem que está sendo perturbada, alterando e determinando, conseqüentemente, a psicologia, através da qual a criança aprende. As crianças têm potencial normal para aprendizagem; portanto, os objetivos educacionais diferem. “Muitas crianças apresentam dificuldades de aprendizagem. A dificuldade pode ser específica, como ocorre quando a criança apresenta dificuldades na leitura, ou pode ser geral, quando, por exemplo, ela apresenta um aprendizado mais lento que o normal em uma série de tarefas.” (DOCKRELL, 2000, p. 11) As crianças com distúrbios de aprendizagem têm níveis baixos de funcionamento somente em aspectos isolados. O padrão é de integridade generalizada de capacidade mental, pressupõe-se um potencial normal para a aprendizagem. Para a identificação de um distúrbio de aprendizagem é necessário à realização de uma avaliação elaborada e examinada por um profissional especializado na área. Além disso, é imprescindível a realização de testes de avaliação dos sistemas sensoriais, principalmente da audição que, às vezes, passam despercebidos e que podem levar a um diagnóstico errado. Disgrafia . "A disgrafia é uma desordem de um distúrbio de integração-motora. A criança não tem um defeito visual e tampouco motor, mas não consegue transmitir as informações visuais ao sistema motor". (JONHSON & MYKLEBUST, 1993, p. 235). Estudos clínicos comprovam que a disgrafia não consiste em um simples atraso da evolução geral, pois, na maioria das crianças trata-se apenas de um atraso gráfico. O programa escolar deve ser adaptado às condições necessárias ao desenvolvimento e ao desempenho dos alunos, atendendo à suas diferenças individuais. Isso implica afirmar a necessidade de atendimento pedagógico diferenciado. O professor precisa ter uma personalidade adequada ao tipo de trabalho que irá desenvolver, precisando, antes de tudo, ter equilíbrio emocional para que possa encarar os problemas com compreensão e tolerância. Sua tarefa é muito complexa: trabalhar com crianças que apresentam problemas sérios de aprendizagem e tentando tudo para solucionar suas dificuldades, a fim de realizar um trabalho eficiente. Sintomas distúrbios de orientação espacial - invertem e omitem letras, números e sílabas; transtornos de orientação temporal; dificuldade na organização perceptiva, no esquema corporal e na lateralidade; distúrbios de motricidade, sobretudo, da fina e da coordenação viso-motora; distúrbios de esquema corporal; distúrbios de linguagem oral e de ortografia; distúrbios afetivo-emocionais; dificuldade para pegar no lápis e para cópia de palavras, desenhos e números; Exercícios Exercícios de destreza manual; Execução de traçados; Realização de exercícios grafomotores; Problema de troca de letras e sinais; Identificação de posição de figuras; Exercícios para desenvolvimento de cópia de letras e números; Identificação de letras; Identificação de letras em palavras; Semelhanças e diferenças de figuras; Identificação de elementos em seqüência visual; Etc; Pesquisa de Campo A idade varia de 24 a 52 anos; 87,5 % têm filhos; 68,75% possuem 10 anos ou mais de profissão; 6,25% possuem apenas o Magistério; 6,25% possuem o magistério e está cursando uma graduação; 50% possuem uma graduação; 12,5% possuem uma graduação e está cursando especialização; 25 % possuem especialização; 37,5% não sabem ou não lembram o que é disgrafia; 37,5% disseram se tratar de um distúrbio na escrita; 12,5% disseram que é a troca de letras; 6,25% disseram que é quando o aluno não entende o que escreve; 6,25% disseram se tratar de um distúrbio na aprendizagem; 50 % não saberiam lidar com uma criança disgráfica; 31,25% afirmaram que o órgão mantenedor oferece cursos na área da Educação Especial, destes, 20% afirmou que este curso ainda irá acontecer. 56,25% já tiveram um aluno de inclusão em sala de aula; Foi perguntado se ao receber uma criança de inclusão, os professores encontraram alguma dificuldade e se encontraram quais foram elas. Com a resposta, foi feito uma relação das dificuldades encontradas e as mais citadas foram: Excesso de alunos em sala de aula; Falta de especialização; Falta de auxílio (secretaria de educação); Falta de apoio dos especialistas; Adaptar o currículo; Apenas 12,5% respondeu que não teve nenhuma dificuldade. Considerações Finais As crianças disgráficas precisam ser ensinadas a combinar os movimentos, a associar a seqüência de movimentos para executar tarefas. A maioria das crianças disgráficas consegue progresso satisfatório quando são ensinadas a fazer associações visual-motoras apropriadas. Pudemos verificar também que boa parte dos profissionais de educação não sabe nem o que é disgrafia e, fazendo o questionário, muitas pessoas que responderam corretamente alegaram ter visto em livros ou ter perguntado a uma colega. Isto mostra o despreparo de muitos professores e a despreocupação da entidade mantenedora de formar e instruir seus profissionais para um melhor ensino, já que o progresso no resultado do treinamento deve-se ao professor, de como desenvolver este trabalho e de que meios utiliza-se para consolidar este distúrbio de aprendizagem.