A inventividade de Etienne Lécroart Henrique Magalhães Anualmente o grupo de pesquisa Imaginário!, do Mestrado em Comunicação da UFPB, organiza o evento Quadrinhos: reflexão e paixão, para dar visibilidade aos trabalhos do grupo e despertar o interesse na pesquisa voltada aos quadrinhos, humor, fanzines e games. Com o patrocínio da Aliança Francesa de João Pessoa e do Consulado Francês no Rio de Janeiro, um quadrinista francês é convidado a apresentar seu trabalho, debater os meandros da criação, além de lançar um álbum de sua autoria, editado pelas editoras l’Association e Marca de Fantasia. Entre 6 e 8 de novembro estará na cidade Etienne Lécroart para uma maratona de atividades ligadas à nona arte, que inclui palestra no auditório 111 do Mestrado em Comunicação, no dia 6, às 15h; exposição de pranchas de quadrinhos no dia 7, às 17h, na biblioteca da Aliança Francesa; e sessão de autógrafos do álbum Contos & descontos, no dia 8, às 19h, na livraria especializada Comic House, em Tambaú. O trabalho de Etienne Lécroart se encaixa no que podemos chamar de quadrinhos poéticofilosóficos, sendo ao mesmo tempo reflexivos e engraçados. Suas histórias apóiam-se em fórmulas matemáticas da repetição, do ensaio, ou do exercício, como prefere chamar. No quadro da editora independente francesa l’Association, a obra de Lécroart integra o núcleo chamado Oubapo, algo como oficina de histórias em quadrinhos potenciais, cujo experimentalismo chega ao limite da narrativa e do grafismo, transformando a mera leitura numa experiência lúdica que encanta. Esse trabalho virtuoso de Lécroart consiste em proporcionar ao leitor diversas formas de leitura de seus quadrinhos, seja no sentido horizontal, no vertical ou no oblíquo, como a história Cercle vicieux (Círculo vicioso), que, como um palíndromo, pode ser lida do primeiro ao último quadro, ou ao inverso. Etienne Lécroart nasceu na França em 1960, diplomou-se em Artes decorativas e logo começou a publicar desenhos na imprensa. Em 1993 publica em várias revistas de história em quadrinhos e outras, a exemplo das famosas Spirou, Fluide Glacial, Psikopat, Lapin e Le Point. Tem álbuns editados pelas principais editoras do mercado, como Glénat, Le Seuil, Fluide Glacial e, notadamente, l’Association, num reconhecimento inequívoco da importância de seu trabalho.