ANEXO .......................... PIBID / PUC-CAMPINAS CRONOGRAMA – SUBPROJETO FILOSOFIA ATIVIDADES ESPECÍFICA Nome da atividade: Tipos de conhecimento Objetivos: Explicar para os alunos que existem vários tipos de conhecimento, entre eles o filosófico, e realizar uma atividade que desperte a autonomia dos alunos, fazendo com que os próprios construam as noções de conhecimento. Descrição da atividade: Em um primeiro momento, seguindo o texto base, haverá explicação geral sobre o sujeito e objeto do conhecimento, depois dos seguintes conceitos: conhecimento empírico, conhecimento científico, conhecimento teológico e conhecimento filosófico. Em um segundo momento haverá a divisão dos alunos em quatro grupos, seguido por um sorteio dos quatro tipos de conhecimento: empírico, científico, teológico e filosófico, onde cada grupo ficará com um dos tipos correspondentes. Após a divisão, cada grupo receberá o mesmo objeto (escolhido pelo bolsista) e o grupo deverá construir o conceito daquele objeto de acordo com o tipo de conhecimento a ele designado. Por exemplo: O grupo 1 (conhecimento teológico) recebeu um pequeno globo terrestre, ele deverá então construir o conceito daquilo de acordo com o tipo de conhecimento a ele designado, neste caso teológico. Possíveis respostas: O globo representa uma figura do nosso planeta que é constituído de água e faixas terrestres (...), este existe graças à criação de Deus, que no início dos tempos criou a Terra, depois Adão e Eva etc. Feito isso, cada grupo apresentará sua versão sobre o objeto. Para finalizar, o bolsista fará uma breve explanação sobre o surgimento da teoria do conhecimento dentro da filosofia e a importância dessa discussão, muito presente até os dias de hoje. Conteúdos trabalhados: Conceitos gerais sobre conhecimento e teoria do conhecimento. Materiais Necessários: Texto base, objeto, folha e caneta. OBS: escolas/datas/observações nas quais a atividade foi desenvolvida (pontos positivos/negativos; bolsistas presentes: Referência:(bibliografias, materiais acessados da internet (com links, datas): O Conhecimento “Todos os homens têm, por natureza, o desejo de conhecer.” Aristóteles, Metafísica Sujeito e objeto do conhecimento O conhecimento é uma compreensão inteligível da realidade, que o sujeito humano adquire através de sua confrontação com essa realidade. O seja, a realidade exterior adquire, no interior do Sr humano, uma forma abstrata pensada, que lhe permite saber e dizer o que essa realidade é. A realidade exterior se faz presente no interior do sujeito do pensamento. A realidade, através do conhecimento deixa ser uma incógnita, uma coisa opaca, para se tornar algo compreendido, translúcido. (LUCKESI, 1990) Todo conhecimento pressupõe a relação entre dois elementos: o sujeito que quer conhecer e o objeto a ser conhecido. O conhecimento é o ato, o processo pelo qual o sujeito se coloca no mundo e, com ele, estabelece uma ligação. O mundo é o que torna possível o conhecimento ao se oferecer a um sujeito apto a conhecê-lo. Só há saber para o sujeito cognoscente se houver se houver um mundo a conhecer, mundo este do qual ele é parte, uma vez que o próprio sujeito pode ser objeto de conhecimento. Dá-se o nome de conhecimento ao saber acumulado pelo homem através das gerações. Nessa concepção o conhecimento é visto como produto da relação sujeito-objeto, produto que pode ser transmitido. A relação de conhecimento implica uma transformação tanto do sujeito quanto do objeto. O sujeito se transforma mediante o novo saber, e o objeto se transforma, pois o conhecimento lhe dá sentido. Tipos de Conhecimento Humano No processo de apreensão da realidade do objeto, o sujeito cognoscente pode penetrar em todas as esferas do conhecimento: ao estudar o homem, por exemplo, pode-se tirar uma série de conclusões sobre a sua atuação na sociedade, baseada no senso comum ou na experiência cotidiana; pode-se analisá-lo como um ser biológico, verificando através de investigação experimental, as relações existentes entre determinados órgãos e suas funções; pode-se questioná-lo quanto à sua origem e destino, assim como quanto à sua liberdade; finalmente, pode-se observá-lo como ser criado pela divindade, à sua imagem e semelhança, e meditar sobre o que dele dizem os textos sagrados. Conhecer é uma relação que se estabelece entre o sujeito que conhece e o objeto a ser conhecido. No processo de conhecimento o sujeito cognoscente se apropria, de certo modo, do objeto conhecido. Se a apropriação é física, sensível, como por exemplo, a representação de uma onda luminosa, o que acarreta uma modificação de um órgão corporal do sujeito cognoscente, tem-se um conhecimento sensível. Se a representação não é sensível, o que ocorre com realidades, tais como conceitos, verdades, princípios e leis, tem-se um conhecimento intelectual. Conhecimento Empírico: Também chamado de vulgar ou de senso comum, é o conhecimento do povo, obtido ao acaso, após ensaios e tentativas que resultam em erros e em acertos. É ametódico e assistemático. Cada qual se serve da experiência do outro ora ensinado, ora aprendendo, em um intenso processo de interação humana e social. Pela vivência coletiva os conhecimentos são transmitidos de uma pessoa à outra, de uma geração à outra. 2 Conhecimento Científico: O conhecimento científico vai além do empírico, procurando conhecer, além do fenômeno, suas causas e leis. A ciência, até a Renascença, era como um sistema de proposições rigorosamente demonstradas, constantes e gerais que expressavam as relações existentes entre seres, fatos e fenômenos da experiência. Nesta época o conhecimento científico tinha como características ser: certo, geral, metódico e sistemático, objetividade, interesse intelectual e espírito crítico. A ciência era o resultado da demonstração e da experimentação, só aceitando o que fosse provado. Hoje a concepção de ciência é outra. A ciência não é considerada como algo pronto e acabado ou definitivo. Não é a posse de verdades imutáveis. É entendida como uma busca constante de explicações e de soluções, de revisão e de reavaliação de seus processos, apesar de sua falibilidade e de seus limites. Nessa busca sempre mais rigorosa, a ciência pretende aproximar-se cada vez mais da verdade através de métodos que propiciem controle, sistematização, revisão e segurança maior do que possuem outras formas de saber não-científicas. A Ciência é um processo em constante construção. Conhecimento Filosófico: O conhecimento filosófico distingue-se do conhecimento científico pelo objeto de investigação e pelo método. O objeto das ciências são os dados próximos, imediatos, perceptíveis pelos sentidos ou por instrumentos, pois sendo de ordem material e física, são por isso, suscetíveis de experimentação. O objeto da filosofia é constituído de realidades mediatas, imperceptíveis aos sentidos e que, por serem de ordem suprassensível, ultrapassam a experiência. O filosofar é um interrogar é um contínuo questionar a si mesmo e à realidade. A filosofia não é algo feito, acabado, é uma busca constante do sentido, de justificação, de possibilidades, de interpretações a respeito de tudo aquilo que envolve o ser humano e sobre o próprio ser em sua existência concreta. A tarefa fundamental da filosofia resume-se na REFLEXÃO. Conhecimento Teológico: Duas são as atitudes que se podem tomar diante do mistério. Penetrar nele com o esforço pessoal da inteligência, mediante a reflexão e o auxílio de instrumento, procura-ser obter um procedimento que seja científico ou filosófico. Ou aceitar explicações de alguém que já tenha desvendado o mistério e implica sempre uma atitude de fé diante de um conhecimento revelado. Esse conhecimento revelado ocorre quando há algo oculto ou um mistério, alguém que o manifesta e alguém que pretende conhecê-lo. Aquele que manifesta o oculto é o revelador, pode ser o próprio homem ou Deus. Principais Teorias do Conhecimento “Cogito, ergo sum.” (Penso, logo existo.) René Decartes A necessidade de entendimento do processo de conhecimento humano não é recente. Os filósofos gregos tinham como objeto de suas especulações o significado e as condições necessárias para a efetivação do ato de conhecer. No entanto, essas reflexões revestiram-se de um caráter puramente ontológico: buscava-se a essência do ser. A teoria do conhecimento propriamente dita teve início na Idade Moderna, no século XVII, com a revolução científica empreendida por Galileu e outros cientistas que, ao criarem um novo modelo de investigação do mundo fenomenal e ao redefinirem o papel das ciências particulares, despertaram nos filósofos uma preocupação com os fundamentos, as possibilidades, os limites e 3 o alcance do conhecimento humano e uma certa reserva contra os argumentos de autoridade, que prevaleceram durante a Idade Medieval. Filósofos como Decartes, Bacon, Leibniz, Espinoza, Locke, Berkeley e Hume são autores da revolução epistemológica, que tem origem na Idade Moderna, e responsáveis pelo surgimento de duas grandes correntes que traduzem o sentido dos novos tempos: o racionalismo e o empirismo. Para o racionalismo (do latim ratio, “razão”) a origem do conhecimento se encontra na razão, instrumento único e exclusivo capaz de conhecer a verdade. Para o empirismo (do grego empeiria, “experiência”) a mente humana é uma folha de papel em branco preenchida exclusivamente com dados provindos da experiência sensível, externa ou interna. O racionalismo fundamenta a teoria do conhecimento na supervalorização da razão como o único instrumento capaz de atingir a verdades universais, sobre as quais se assentam as bases de uma ciência pretensamente infalível. Já o empirismo fundamenta a teoria do conhecimento na experiência, supervalorizando os sentidos e relativizando as operações subsequentes da razão, na busca da verdade, cujo caráter universal e absoluto é questionado. Os empiristas tem na realidade concreta e visível os subsídios para construção do verdadeiro conhecimento. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARANHA, M. L. A e MARTINS, M.H. P. Filosofando. Introdução à Filosofia. São Paulo: Ed. Moderna. 1993. GAARDEN, Jostein. O Mundo de Sofia. São Paulo, Cia. das Letras, 4 ed., 1995. CHAUI, M. Convite ao Filosofar. São Paulo: Ed. Ática, 1997. GAARDER, Jostein. O que é Filosofia. In: O Mundo de Sofia. Companhia das Letras. GILES, THOMAS. Introdução à filosofia. São Paulo: EPU/Edusp, 1979. Anexos (materiais produzidos, links dos vídeos etc): Imagens – fotos com legenda incluindo o nome da atividade