Ambientes Virtuais de Aprendizagem e seus Gêneros Digitais Quais são as limitações e promessas dos ambientes virtuais construtivistas ou AVAs? De acordo com o autor este ambiente de aprendizagem é novo e por isso necessita passar por transformações e adaptações. O que, a meu ver, é um processo normal. Uma das características da internet é a constante mudança e aperfeiçoamento dos sites, independente dos objetivos de cada um. Concordo com Azevedo citado por SOUZA que tanto professor quanto alunos têm que inserir-se neste mundo virtual. Fullan (1996) acredita na “reculturação, reestruturação, e retemporização”, ou seja, é preciso desenvolver novas crenças, valores e normas de valorizar a educação e amenizar esse processo no cotidiano escolar. Segundo Dillenbourg e synteta (2002) os AVAs caracterizam-se por integrar tecnologias heterogêneas e múltiplas abordagens pedagógicas, informações e interações que reorganização e recriam o espaço de sala de aula, ou até mesmo, o substituem. As universidades têm desenvolvido plataformas mais amigáveis para o usuário com o objetivo de facilitar e estimular a aprendizagem dos alunos. Segundo Mcitosh (2008) as plataformas eletrônicas podem ser utilizadas para implementar e acompanhar cursos de aprendizagem na Internet e na instrução presencial. Já Ferreira et al (2004) é mais positiva em relação à utilização de plataformas “online”, segundo ele “um curso acessível pela Internet pode ser uma ferramenta eficaz aliada a uma abordagem pedagógica que incentive e valorize processos cognitivos, conhecimentos prévios, auto-avaliação, aprendizagem autônoma e contínua” (p. 241). A questão recai, então, em qual a plataforma é mais adequada e quais as características tecnológicas ideias para que o processo de aprendizagem tenha o mínimo de perda de conhecimento para o aluno? Doughty e Long sugerem que o “design” da plataforma é que torna a aprendizagem do aluno a mais proveitosa em nível de conhecimento e criatividade. Os dez princípios apontados por pesquisadores são interessantes porque valorizam a ação, o input, a indução, o desenvolvimento individual e a colaboração. Swales (1990) propõe seis conceitos que definem uma comunidade discursiva que são: objetivos em comum, mecanismos de participação, troca de informação, gêneros específicos da comunidade e finalmente a terminologia especializada e o alto nível geral de especialização dos componentes do grupo. As marcas linguísticas compõem-se de: abreviações, aglutinações, alongamentos vocálicos ou consonantais e onomatopeias. Apesar das particularidades de cada integrante, eles integram-se a um grupo com características específicas de área de conhecimento e de interesse. Os gêneros digitais, segundo Marcushi (2005), classificam-se em: e-mail, chat aberto, reservado, agendado e privado, entrevista com convidado, e-mail educacional, aula chat, vídeo conferência interativa, lista de discussão, endereço eletrônico e weblog. Segundo Crystal (2001) o e-mail tem uma sequência fixa, já PAIVA (2004) afirma que o e-mail é um gênero eletrônico escrito, com características de memorando, bilhete, carta, conversa face a face e telefônica com monólogo ou diálogo. Assis (2005) afirma que esse gênero digital apresenta uma grande diversidade no que diz respeito à estrutura e das estratégias textuais. Os fóruns caracterizam-se pela relação dialógica entre os participantes. Segundo Xavier e Santos (2005) esse gênero utiliza mais um nível informal de linguagem e estas características devem-se ao fato da incensurabilidade da Internet e o anonimato. É importante ressaltar que em um AVA todos os participantes se conhecem o que retira as características de incensurabilidade e anonimato. Segundo Araújo e Biasi-Rodrigues (2005), o chat aberto permite a interação em tempo real (síncrona) e uma das características são as mensagens curtas e com utilização de “emoticons” que mostram as emoções dos participantes no momento de interação. Santos (2005) acredita que esta é uma forma de interação cuja preferência é de adolescentes e jovens com adequação de linguagem característica desse grupo. Maçada, Sato e Maraschin (2001) referem-se à diário de bordo como anotações e reflexões de professores-alunos acerca de sua aprendizagem e da convivência decorrente desse relacionamento. Os diários promovem uma reflexão contínua e a enquete permite que sejam feitas pesquisas de opinião rápidas. SOUZA, V. V. S. Dinamicidade e adaptabilidade em comunidades virtuais de aprendizagem: uma textografia à luz do paradigma da complexidade. 2011. 256 f. Tese (Doutorado em Linguística Aplicada) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2011.