Para que o trabalho não se torne mecanizado e desumano

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INSTITUTO BRASILEIRO DE TERAPIA INTENSIVA – IBRATI
SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA – SOBRATI
MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM TERAPIA INTENSIVA
SIMONE REGINA CABREIRA SOARES ALVES
HUMANIZAÇAO DO CUIDADO NA UTI NEONATAL
FORTALEZA – CE
2017
SIMONE REGINA CABREIRA SOARES ALVES
HUMANIZAÇAO DO CUIDADO NA UTI NEONATAL
Dissertação
apresentada
ao
Programa de Pós-Graduação em
Terapia Intensiva, do Instituto
Brasileiro de Terapia Intensiva, como
requisito parcial para obtenção do
título de Mestre em Terapia Intensiva.
Orientador: Enf. Rosimeire Monte
de Santana
FICHA CATALOGRÁFICA
Alves, Simone Regina Cabreira Soares
Humanização do Cuidado na UTI Neonatal – Simone Regina Cabreira Soares
REGINA CABREIRA SOARES ALVES
Alves – FortalezaSIMONE
– CE 2017.
Orientador: Enf. Rosimeire Monte de Santana
Tese apresentada IBRATI Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva,
1.Humanização;
2. Cuidado; DO
3.Unidade
de Terapia
4.Neonatal.
HUMANIZAÇAO
CUIDADO
NA UTIIntensiva;
NEONATAL
SIMONE REGINA CABREIRA SOARES ALVES
HUMANIZAÇÃO DO CUIDADO NA UTI NEONATAL
Dissertação apresentada ao Programa
de mestrado em Terapia Intensiva, do
Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva,
como requisito parcial para obtenção do
título de Mestre em Terapia Intensiva.
Aprovada em: ___/___/___
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________
Prof. Dr. Douglas Ferrari Carneiro
Instituto Brasileiro em Terapia Intensiva – IBRATI
Presidente
_______________________________________
Rosimeire Monte de Santana
Enf. Intensivista do Hospital Geral de Fortaleza: HGF
Orientador
_________________________________________
Examinador
___________________________________________
Examinador
AGRADECIMENTOS
Dedico esta tese a meus pais, Ilda Cabreira Soares e João José Duarte
Loreto in memoriam, pelo encorajamento, amor e pelos ensinamentos que
formaram os alicerces da minha história. Ao meu filho Thiago Soares Alves,
razão do meu viver, ao meu Ex. marido e amigo Weber da Cunha Alves, que
sempre me ajudou. Agradeço muito ao nosso senhor Jesus Cristo que nunca
me abandonou em nenhum dos momentos pelos quais passei para chegar até
aqui. Agradeço também, a minha querida orientadora, Enf. Rosimeire Monte de
Santana e ao meu grande e querido mestre Dr. Douglas Ferrari, que me
ajudaram a realizar este grande sonho em minha vida.
SUMÁRIO
1-Introdução..................................................................................................................9
2-Objeivo......................................................................................................................15
3-Metodologia...............................................................................................................15
4-Resultado discussão.................................................................................................16
5-Conclusão.................................................................................................................17
6-Referencias...............................................................................................................19
Resumo
A humanização do cuidado na UTI neonatal é um tema que merece
atenção dos profissionais de enfermagem por ser algo que trabalha a vivencia
do recém-nascido em um ambiente diferente daquele ambiente uterino.
Humanizar a UTI neonatal significa cuidar do neonato como um todo, onde o ato
de humanizar engloba o contexto familiar e social, pois o ambiente dentro de
uma unidade de terapia intensiva traz experiências desagradáveis, pois é
totalmente diferente do contexto vivenciado dentro do ambiente uterino que
possui características distintas como temperatura agradável e constante,
aconchego, maciez e sons extrauterinos filtrados e diminuídos. Em um país
como o Brasil, com profundas desigualdades socioeconômicas, permanecem
vários desafios na saúde, como a ampliação do acesso com qualidade aos
serviços e aos bens de saúde e ampliação do processo de co-responsabilização
entre trabalhadores, gestores e usuários nos processos de gerir e de cuidar.
Desta maneira, o presente trabalho tem como objetivo realizar um estudo
bibliográfico a respeito da importância da humanização nos cuidados do
tratamento intensivo do neonato. Buscou-se realizar uma discussão a respeito
da humanização em tratamentos intensivos, onde para tal utilizou-se como base
de dados artigos, periódicos e outros referenciais que continham o assunto
abordado. Durante o estudo preocupou-se em realizar uma discussão que
melhor explicasse o assunto, onde se optou por começar falando a respeito da
hospitalização do recém-nascido em unidade de terapia intensiva. Concluiu-se
para se chegar a uma humanização eficaz e eficiente é imprescindível que se
ponha m prática algo ao qual chamamos de comunicação, pois é através dela
que se pode afirmar que a importância da humanização dentro da unidade de
terapia intensiva neonatal está pautada no acolhimento e na segurança que é
repassada aos familiares e demais pessoas envolvidas no processo de
internação neonatal.
Descritores: Humanização, Enfermagem em Terapia Intensiva Neonatal,
Ambiente.
ABSTRACT
The humanization of care in the neonatal ICU is a topic that deserves attention
of nursing professionals because it is something that works the experience of the
newborn in an environment different from that uterine environment. Humanizing
the neonatal ICU means caring for the newborn as a whole, where the act of
humanizing encompasses the family and social context, since the environment
inside an intensive care unit brings unpleasant experiences, as it is totally
different from the context experienced within the uterine environment that Has
distinct characteristics such as pleasant and constant temperature, warmth,
tenderness and extra-uterine sounds filtered and diminished. In a country like
Brazil, with deep socioeconomic inequalities, several health challenges remain,
such as expanding quality access to health services and goods and expanding
the process of co-responsibility among workers, managers and users in the
processes of managing And caring. In this way, the present work has the
objective of carrying out a bibliographical study about the importance of
humanization in the intensive care of the neonate. We attempted to discuss
humanization in intensive treatments, where articles, periodicals and other
references containing the subject matter were used as a database. During the
study, it was concerned to hold a discussion that best explained the subject,
where it was decided to start talking about the hospitalization of the newborn in
intensive care unit. It was concluded in order to reach an effective and efficient
humanization, it is essential to put something into practice that we call
communication, because it is through it that it can be affirmed that the importance
of humanization within the neonatal intensive care unit is based on the reception
And the safety that is passed on to family members and others involved in the
process
of
neonatal
hospitalization.
Keywords:
Environm
Humanization,
Neonatal
Intensive
Care
Nursing,
9
INTRODUÇÃO
A humanização do cuidado na UTI neonatal é um tema que merece
atenção dos profissionais de enfermagem por ser algo que trabalha a vivencia
do recém-nascido em um ambiente diferente daquele ambiente uterino.
Humanizar a UTI neonatal significa cuidar do neonato como um todo, onde
o ato de humanizar engloba o contexto familiar e social, pois o ambiente dentro
de uma unidade de terapia intensiva traz experiências desagradáveis, pois é
totalmente diferente do contexto vivenciado dentro do ambiente uterino que
possui características distintas como temperatura agradável e constante,
aconchego, maciez e sons extrauterinos filtrados e diminuídos.
A necessidade em proporcionar condições de sobrevivência a bebês
prematuros foi algo que impulsionou o surgimento das UTIs, onde trouxe um
universo mais amplo de assistência aos recém-nascidos.
Trabalhar em um ambiente tão complexo exige que o sistema de saúde
seja organizado direcionado às necessidades de assistência excedendo os
recursos financeiros passando a envolver o paciente, sua família e os
profissionais de saúde.
A unidade de terapia intensiva desenvolve uma rotina diária e complexa,
o que leva, em sua grande maioria, os profissionais de saúde a desenvolverem
uma prática assistencial distante do toque e do carinho, do conversar e do ouvir
o ser humano que está em sua frente.
Sabe-se que os profissionais de saúde, que atuam dentro das unidades
de terapia intensiva, esforçam-se para desenvolverem ações no sentido de
proporcionar uma ação humanizada, mas esta não é uma tarefa fácil, pois a UTI
é um lugar que demanda atitudes às vezes individuais contra todo um sistema
tecnológico dominante. Boemer (2009) afirma que a própria dinâmica de uma
UTI não possibilita momentos de reflexão para que seu pessoal possa se orientar
melhor.
Percebe-se que vários efeitos negativos do ambiente da UTI sobre o
paciente a família e a equipe multiprofissional exigem um tratamento
humanizado nos serviços desenvolvidos no ambiente de UTI.
10
Pode-se dizer que a humanização é algo recente, pois é um modelo que
tomou dimensões no Sistema Único de Saúde a partir de 2004. Foi nesta época
que o Ministério da Saúde disseminou em todo o Brasil a Política Nacional de
Humanização, também conhecida como PNH (BRASIL, 2004).
A humanização é algo que deve ser colocado em prática em todos os
momentos de atenção ao ser humano e em especial quando se trata de pessoas
que estão completamente dependentes e carentes, onde seu estado emocional
fica abalado e vulnerável.
Por humanização entende-se a valorização dos diferentes sujeitos
implicados no processo de produção de saúde. Os valores dos sujeitos, a coresponsabilidade entre eles, o estabelecimento de vínculos solidários, a
construção de redes de cooperação e a participação coletiva no processo de
gestão.
Em
um
país
como
o
Brasil,
com
profundas
desigualdades
socioeconômicas, permanecem vários desafios na saúde, como a ampliação do
acesso com qualidade aos serviços e aos bens de saúde e ampliação do
processo de co-responsabilização entre trabalhadores, gestores e usuários nos
processos de gerir e de cuidar.
Este cenário indica a necessidade de mudanças. Mudanças no modelo de
atenção que não se farão sem mudanças no modelo de atuação profissional.
Com as exigências da rotina de trabalho dentro das unidades de terapia
intensiva, surge uma grande problemática: como desenvolver um cuidado
humanizado dentro de uma unidade de terapia intensiva neonatal?
Sabe-se que a humanização representa um conjunto de iniciativas que
visa à produção de cuidados em saúde capaz de conciliar a melhor tecnologia
disponível com promoção de acolhimento e respeito ético e cultural ao paciente,
de espaços de trabalhos favoráveis ao bom exercício técnico e à satisfação dos
profissionais de saúde e usuários.
Como profissionais comprometidos com o bem estar do paciente e por
sua consequência com os neonatos, verificou-se a necessidade de desenvolver
11
algo que pudesse contribuir para o bom desenvolvimento das ações
humanizadas dentro da unidade de terapia intensiva neonatal.
Desta maneira, o presente trabalho tem como objetivo realizar um estudo
bibliográfico a respeito da importância da humanização nos cuidados do
tratamento intensivo do neonato.
CONCEITO E HISTÓRICO DA HUMANIZAÇÃO
A pedra fundamental do processo de humanização é a comunicação
efetiva entre pacientes, familiares e equipe no sentido de identificar dificuldades
e promover o melhor plano para a solução dos impasses.
É importante conhecermos o conceito de humanização, segundo AMIB
(2004) é:
(...) é um processo vivencial que permeia toda a atividade do local e
das pessoas que ali trabalham, dando ao paciente o tratamento que
merece como pessoa humana, dentro das circunstancias peculiares
em que cada um se encontra (AMIB, 2004, p. 01).
Humanizar é tornar humano, é dar condições humanas ao indivíduo, onde
a atenção, o carinho e a comunicação são colocadas em prática de uma maneira
carinhosa e permanente.
Frente às necessidades dos indivíduos deve-se individualizar a
humanização, ou seja, deve-se dar a atenção necessária a cada indivíduo, a
cada família. A humanização representa uma mudança de comportamento e
atitudes frente ao paciente e seus familiares.
A humanização foi regulamentada em maio de 2000 pelo Ministério da
Saúde, onde criou-se o PNHAH – Programa Nacional de Humanização da
Assistência Nacional de Saúde. O PNHAH constitui uma política ministerial
bastante singular se comparada a outras do setor, pois se destina a promover
uma nova cultura de atendimento à saúde (BRASIL, 2000).
Mas a humanização já vem sendo discutida há muito tempo atrás e um
exemplo disso é uma reportagem publicada na Revista Veja, da Editora Abril, em
12
10 de maio de 1995. Esta reportagem falava do sofrimento dos pacientes e tinha
como título “UTI Corredor da Vida ou da Morte”. Esta reportagem abalou o meio
da saúde. Lideranças da Medicina Intensiva se manifestaram nos quatro cantos
do país e todos intencionavam minimizar os exageros ou distorções de
interpretações que reportagens como esta costumam causar (AMIB, 2004).
Certamente esta reportagem foi primordial para todos os intensivistas
repensarem a forma de processo das ações, estudos e reflexões voltados para
tornar as UTIs menos estressante e mais aconchegante, voltadas para as
necessidades individualizadas da essência dos valores humanos.
Após esta publicação várias ações se puseram em prol da melhoria do
atendimento humanizado dentro das Unidades de Terapia Intensiva, sendo que
em 2001ª diretoria da AMIB (Associação de Medicina Intensiva Brasileira),
solicitou ao comitê de humanização a realização de um curso de imersão em
humanização, onde desde então o curso vem sendo ministrado em várias partes
do país por lideranças intensivistas comprometidas com as experiências em
humanização, qualidade e ética, no sentido de oferecer um curso de imersão de
um dia, com os fundamentos básicos da humanização (AMIB, 2004).
Mesmo com toda essa preocupação por parte das lideranças
intensivistas, na atualidade vê-se uma panorama nas UTIs que nos conduz para
a urgência da preocupação com o resgate da humanização. Não existe uma
sistematização e preocupação com o modo-de-ser-cuidado do pacientes, mas,
sim, com o aperfeiçoamento da técnica, valorizando o modo-de-ser do trabalho.
Muito precisar ser feito, pois a humanização é um processo que envolve
todos os membros da equipe na UTI e todos precisam participar deste processo
de acolhimento e atenção que chamamos de “Humanização”.
COMUNICAÇÃO E HUMANIZAÇÃO
A comunicação verbal e não-verbal está intimamente ligada à
humanização. É pela comunicação estabelecida com o paciente, que podemos
compreendê-lo em seu todo, sua visão de mundo, isto é, seu modo de pensar,
13
sentir e agir. A comunicação é também uma necessidade humana básica, sem
a qual a existência do ser humano seria impossível (STEFANELLI, 2000).
Conversar, tocar e ouvir são poderosos instrumentos de cura; muitas
vezes são o próprio remédio (SILVA, 2000).
Silva (2000) em seu artigo coloca que estudos com pacientes em unidade
de terapia intensiva (UTI) mostram que o toque de familiares e membros da
equipe de saúde pode alterar os ritmos cardíacos do cliente, que diminui quando
seguram sua mão.
A comunicação em uma UTI deve envolver a equipe, os pacientes
internados, seus familiares e responsáveis, médicos, assistentes, as fontes
pagadoras e a mídia.
Constitui a comunicação um importante instrumento, muitas vezes
negligenciando, para a construção de uma UTI mais humana, descontraída,
harmoniosa e eficiente. Cuidando das relações a partir da equipe que assiste,
estará cuidando de cada indivíduo envolvido, beneficiando o conjunto e, em
especial, o paciente.
A comunicação deve ser encarada muito mais como um projeto, e não
como um simples dado no processo de atendimento humanizado. Uma
comunicação verdadeira é o projeto que permite um verdadeiro cuidar do
paciente, e não um simples tratar (AMIB, 2004).
Segundo a AMIB (2004) o termo comunicação pode se referir a qualquer
meio de transmissão de informações, a qualquer mensagem produzida por esse
meio, ou ainda a um objetivo específico ao se utilizar esse meio. Quando, no
entanto, fala-se em comunicação no processo de Humanização, estamos nos
referindo a uma situação de profunda relação entre dois ou mais agentes que
estejam dialogando. Comunicar com emoção transforma o ato de tratar no
verdadeiro cuidar.
IMPORTÂNCIA DA HUMANIZAÇÃO NA UTI NEONATAL
A equipe de saúde que trabalha na UTI neonatal é confrontada
diariamente com questões relacionadas à morte, utilizando muitas vezes de
14
mecanismos de defesa para evitar o confronto com a angústia, gerada pela
participação do sofrimento do paciente, podendo causar, se não trabalhado
adequadamente, o estresse, o sofrimento psíquico (KNOBEL, 2008).
Nesse processo, o sofrimento pode ser potencializado pela forma como
está organizado o trabalho, a saber, jornadas prolongadas, ritmo acelerado, falta
de descanso ao longo do dia, ou até mesmo a jornada dupla de serviço, intensa
responsabilidade na realização de tarefas para um paciente que não expressa
suas angústias, irritações e medos. A vivência cotidiana com essa realidade
pode levar a sentimentos de frustração, raiva, falta de confiança em si próprio,
diminuição da satisfação com o trabalho, podendo, inclusive, desencadear
sintomas de depressão.
Para que o trabalho não se torne mecanizado e desumano, é necessário
que os profissionais estejam instrumentalizados para lidar as situações do
cotidiano, recebendo auxílio psicológico e aprendendo a administrar sentimentos
vivenciados na prática assistencial. Vale salientar que, para o desenvolvimento
de ações humanizadoras na assistência em saúde, faz-se necessário que a
humanização seja a filosofia da instituição (KNOBEL, 2008).
Portanto, esta deve estar comprometida com um projeto terapêutico que
contemple a humanização das relações de trabalho, da assistência e do
ambiente de trabalho. Nesse contexto, é fundamental o incentivo à equipe,
valorizando os profissionais enquanto seres biopsicossociais, pois, quando se
sentem mais respeitados, valorizados e motivados como pessoas e
profissionais, podem estabelecer relações interpessoais mais saudáveis com os
pacientes, familiares e equipe multiprofissional (CINTRA, NISHIDE, NUNES,
2003).
Percebe-se que o processo de humanização dentro da UTI neonatal
inicia-se com a equipe multidisciplinar de saúde que se faz presente no cotidiano
do universo de internação do neonato, pois somente assim será possível a
inclusão da humanização.
A importância da manutenção da qualidade de vida do prematuro
determinou a busca de um atendimento individualizado e direcionado ao
desenvolvimento integral do bebê e de sua família. Assim, o pai e a mãe devem
15
ser inseridos no processo de trabalho, tendo em vista o fornecimento de
estímulos sensoriais ao neonato, ao estabelecimento do vínculo e apego, além
do preparo para o cuidado domiciliar melhorando a qualidade de vida do bebê e
da família (SILVA, 2006).
Com a inclusão da família no processo assistencial nas UTIs neonatal,
emerge a necessidade de instrumentalizar os profissionais com conhecimentos
em psicologia familiar, apego entre mãe e filho, relacionamento interpessoal e
direitos humanos, para que a atuação seja pautada no modelo de atenção à
saúde humanizada.
Segundo Oliveira; Collet e Viera (2006):
Isso significa considerar a valorização dos diferentes sujeitos
implicados no processo de produção de saúde: usuários,
trabalhadores e gestores; fomento da autonomia e do
protagonismo desses sujeitos; aumento do grau de coresponsabilidade na produção de saúde; estabelecimento de
vínculos solidários e de participação coletiva no processo de
gestão; identificação das necessidades sociais de saúde;
mudança nos modelos de atenção e gestão dos processos de
trabalho, tendo como foco as necessidades dos cidadãos e a
produção de saúde (OLIVEIRA, COLLET, VIERA, 2006, p. 277).
A família, quando inserida no processo de trabalho da unidade, é
considerada pelos profissionais como um agente e deve ser envolvida na
implementação de intervenções que os profissionais julguem ser importantes
para suprir as necessidades da criança e da família (LEOPARDI, 2009).
Contudo, nem sempre a família tem sido ouvida nesse processo e,
portanto, não conhece a expectativa da equipe em relação a sua participação na
assistência. Ao adentrar ao hospital, a família traz consigo a necessidade de
vivenciar o nascimento do seu filho, provando sensações novas, enfrentando
risco de sequelas e da morte, tendo medo e insegurança de realizar o cuidado
domiciliar. Portanto, a equipe precisa ser instrumentalizada para acolher a
família no ambiente da terapia intensiva, incluindo-a na perspectiva do cuidado
(GAÍVA, SCOCHE, 2004).
2 OBJETIVO
16
O presente visa prestar os cuidados humanizados e uma assistência de melhor
qualidade aos recém nascidos internados na UTI Neonatal.
3 METODOLOGIA
Tipo de estudo
Para a realização deste trabalho utilizou-se de uma pesquisa bibliográfica,
descritiva, com abordagem qualitativa.
Realizou-se uma revisão da literatura em livros, artigos e periódicos
publicados onde o assunto principal abordado foi “Humanização em UTI
neonatal”. Buscou-se referências bibliográficas onde a humanização fosse
colocada como o principal assunto.
Utilizou-se a pesquisa bibliográfica por ela ser aquela elaborada a partir
de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de
periódicos e atualmente com material disponibilizado na Internet (GIL, 1991).
Universo e amostra
Para realizar a amostra deste trabalho, buscou-se utilizar bibliografias
publicadas.
Para a realização da busca utilizou-se como critério as palavras chave:
humanização, UTI neonatal.
Processamento, apresentação e análise dos dados
Após a coleta das informações, que foi feita através do estudo dos artigos
e das literaturas publicadas, realizou-se a análise das mesmas, onde realizouse uma transformação das informações em relatório onde o mesmo está
apresentado neste trabalho no capitulo que faz referências aos resultados e
discussão da pesquisa.
17
Acrescenta-se aqui, que todos os autores consultados na revisão
bibliográfica e na discussão dos resultados foram descritos nas referências
bibliográficas do presente trabalho.
4 RESULTADO E DISCUSSÃO
Após a realização da leitura sobre a humanização em UTI foi possível
descrever os resultados obtidos desta leitura, onde os dados levantados estão
descritos neste capítulo do trabalho.
Buscou-se realizar uma discussão a respeito da humanização em
tratamentos intensivos, onde para tal utilizou-se como base de dados artigos,
periódicos e outros referenciais que continham o assunto abordado.
Durante o estudo preocupou-se em realizar uma discussão que melhor
explicasse o assunto, onde optou-se por começar falando a respeito da
hospitalização do recém-nascido em unidade de terapia intensiva.
Durante a pesquisa verificou-se que A UTI Neonatal é um ambiente
hospitalar onde são utilizados técnicas e procedimentos sofisticados, que podem
propiciar condições para a reversão dos distúrbios que colocam em risco a vida
dos bebês de alto risco.
A hospitalização em UTI Neonatal introduz o bebê em um ambiente
inóspito, onde há exposição intensa a estímulos como o estresse e a dor que
são frequentes. Ruídos, luz intensa e contínua, bem como procedimentos
clínicos invasivos e dolorosos são constantes nessa rotina.
Para os pais, a UTI Neonatal é um ambiente de esperança e de medo.
Esperança por saber que este é um local preparado para atender melhor o seu
filho e aumentar as chances de sobrevida. Medo, por saber dos riscos inerentes
aos pacientes que vão para tal ambiente, e ainda, sentimento de frustração, por
não estarem, em geral, preparados para esta separação.
Assim, é oportuno repensar as ações em saúde neste âmbito, visando a
humanização da assistência em UTIs Neonatal pautada no atendimento das
necessidades de todos os agentes envolvidos nesse processo.
18
5 CONCLUSÃO
Durante a realização da revisão bibliográfica desenvolvida neste artigo,
observou-se que a humanização da assistência na UTI Neonatal deve se pautar
no cuidado singular, na integralidade e no respeito à vida. É dependente do
encontro envolvendo cuidador e ser cuidado. A construção da integralidade não
deve ser transformada em um conceito, mas sim numa prática do cuidado que
trata da valorização da vida, do respeito ao outro e das diferenças entre os seres
humanos.
Portanto, momentos de reflexão acerca do processo de trabalho no
cotidiano são fundamentais a fim de se rever as práticas.
Trabalhos multidisciplinares com toda a equipe envolvida dentro da
humanização na UTI podem favorecer a sensibilização para iniciar um processo
de humanização interna que tenha consequências benéficas no atendimento.
Desta forma, o presente estudo ressalta a importância de mudanças nos
profissionais, por levantar questionamentos a respeito da necessidade de
inovação dos conceitos sobre assistência do paciente/cliente e implantar uma
assistência humanizada, deixando de buscar as características relacionadas a
problemas burocráticos, estruturais e técnicos, mas sim a uma questão que
envolva atitudes, comportamentos, valores, ética moral e profissional.
Com a humanização é possível chegar a um relacionamento mais
agradável, onde paciente, família e equipe de saúde possam exercer seus
papeis de uma maneira mais afável, levando a uma satisfação. Com a
humanização o medo e a insegurança são amenizados. A família sente-se mais
satisfeita, o paciente sente-se mais seguro e a equipe trabalha melhor.
Para se chegar a uma humanização eficaz e eficiente é imprescindível
que se ponha m prática algo ao qual chamamos de comunicação, pois é através
dela que se pode afirmar que a importância da humanização dentro da unidade
de terapia intensiva neonatal está pautada no acolhimento e na segurança que
é repassada aos familiares e demais pessoas envolvidas no processo de
internação neonatal.
19
REFERÊNCIAS
AMIB – Associação de medicina Intensiva Brasileira. Humanização em
cuidados intensivos. Livraria e Editora Revinter Ltda., 2004
BOEMER, Mario Rosal;ROSSI, Luiz Roberto; NASTARI, Roberto Rodrigues. A
ideia de morte em unidade de terapia intensiva - análise de depoimentos.
Rev. Gaúcha Enfermagem, 2009
BRASIL. Ministério da Saúde. Programa Nacional de Humanização da
Assistência Hospitalar. Brasília: Mimeo, 2000.
BRASIL. Ministério da Saúde. Humaniza SUS. Política Nacional de
Humanização. Documento para gestores e trabalhadores do SUS. Serie B:
textos básicos de saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2004
20
CINTRA, Ernane Augusto; NISHIDE, Vinicius Moraes; NUNES, Wagner.
Assistência de enfermagem ao paciente gravemente enfermo. 2a ed. São
Paulo (SP): Atheneu; 2003
GAÍVA, Marcos Augusto; SCOCHI, Carlos Gomes. Processo de trabalho em
saúde e enfermagem em UTI neonatal. Rev. Latino- American. Enferm. 2004
KNOBEL, Eduardo. Condutas no paciente grave. 2a ed. São Paulo (SP):
Atheneu; 2008
LEOPARDI, Marina Tavares. O processo de trabalho em saúde: organização
e subjetividade. Florianópolis (SC): Papalivros; 2009
OLIVEIRA, Breno; COLLET, Nilson; VIERA, Carlos. A humanização na
assistência à saúde. Rev. Latino-American. Enferm. 2006
SILVA, Verônica. O desgaste do trabalhador de enfermagem: relação
trabalho de enfermagem e saúde do trabalhador [tese]. São Paulo (SP):
USP/Escola de Enfermagem; 2006
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