TRABALHO DE ORTOPEDIA – FRATURA DE COLLES E SMITH FRATURA DE COLLES O paciente é, geralmente, uma mulher idosa, freqüentemente com osteoporose. Ela cai sobre a mão dorsofletida, quebra o rádio transversalmente, logo acima do punho. Provavelmente o impulso do corpo impõe uma força de supinação e a porção inferior do rádio, com a mão, é torcida e inclinada para trás radialmente. Características Especiais Podemos reconhecer essa fratura pela deformidade “em garfo”, com saliência posterior ao punho e uma depressão anterior. Em pacientes com menos deformidades pode haver somente sensibilidade local e dor nos movimentos do punho. Deformidade causada por uma fratura de pulso A fratura de Colles é a fratura da extremidade do rádio, um pouco antes do braço juntar-se ao pulso. Esta fratura é muito freqüente em idosos com osteoporose. Os ossos geralmente se deslocam, fazendo com que apareça no pulso um deformidade parecida com o formato de um garfo. a) b) Deformidade típica c) falanges d) carpo e) ulna da fratura (ossos (músculos de Colles, da do "em rádio garfo" mão) pulso) Incidências póstero-anterior (A) e lateral (B) do antebraço distal demonstram os aspectos da fratura de Colles. Na incidência póstero-anterior é evidente uma diminuição do ângulo radial e uma fratura associada da ulna distal. A incidência lateral revela a angulação dorsal do rádio distal, bem como uma inversão da inclinação palmar. Em ambas as incidências o rádio está encurtando em virtude do deslocamento tipo baioneta. A linha de fratura não se estende até a articulação (Frykman tipo II). Raio x Há uma fratura transversa do rádio menor que 2,5 cm do punho e, freqüentemente, o processo estilóide ulnar é cortado para fora. O fragmento radial é: (1) deslocado e inclinado para trás, (2) deslocado radialmente e (3) impactado. FRATURA DE SMITH É uma fratura semelhante à de Colles porém, apresenta um fragmento distal angulado paralelamente. Os três tipos de fratura de Smith são distinguidos pela obliqüidade da linha de fratura. O deslocamento palmar do fragmento distal é característico dos três tipos. (A) No tipo I de Smith, a linha de fratura é transversal, estendendo-se da cortical dorsal palmar do rádio. (B) A linha de fratura oblíqua no tipo II estende-se da face dorsal do rádio distal até a cortical palmar. (C) O tipo III, que é quase idêntica à fratura de Barton invertida, é uma fratura intra-articular com extensão até o cortical palmar do rádio distal. Incidências póstero-anterior (A) e lateral (B) do antebraço distal mostram o aspecto típico da fratura de Smith. O deslocamento palmar do fragmento é claramente evidente na incidência lateral. REDUÇÃO DAS FRATURAS Colles A fratura de Colles é reduzida em três estágios sob anestesia: Desimpactação: A desimpactação pode ser atingida puxando-o com a mão. Se isso falhar, a inclinação para trás deverá ser temporariamente aumentada e então a tração é reiniciada. Pronação: O punho do paciente é flexionado em sentido palmar e o antebraço firmemente pronado. Pressão: Para assegurar que a redução seja completa, o cirurgião pressiona a porção inferior do rádio firmemente para frente e em direção à ulna. SUSTENTAÇÃO: Enquanto o antebraço é ainda fixado pronado, e o punho levemente flexionado no sentido palmar e afastado da ulna, uma faixa de gesso é aplicada. Ela estende-se logo abaixo do cotovelo, ao colo dos metacarpos, e a dois terços ao redor da circunferência do punho. Ele é fixado na posição por uma bandagem de crepe. Enquanto a tala de gesso é colocada, o cirurgião fixa a redução por pressão firme com suas eminências tênares. Após a redução, deve ser batida chapa de raio X. No dia seguinte, se os dedos estiverem inchados, cianóticos ou dolorosos, não deve haver hesitação em romper a bandagem. Em sete a dez dias, novas chapas de raio X devem ser tiradas; o redeslocamento não é incomum e requer re-redução. A fratura une-se em seis semanas e, mesmo na ausência de prova de união, o gesso pode ser seguramente descartado e substituído por uma bandagem de crepe temporário. Smith Ela é reduzida pela desimpactação e fixada dorsofletida preferencialmente em supinação e em gesso acima do cotovelo por seis semanas. TRATAMENTO: ATRAVÉS DE REALIZAÇÕES CIRÚRGICAS Essa condição tem tratamento difícil, em especial em jovens esportistas que usam raquetes. Nos estágios iniciais, o punho deve ser imobilizado com gesso por vários meses, para permitir que a dor cesse e ocorra a restauração. Pode-se proteger o punho com uma tala reforçada usada quando o paciente tenta voltar ao esporte. Nos estágios adiantados são comuns as alterações degenerativas. Foram feitas tentativas de substituir o osso por implantes de Silastic, mas sem sucesso. Se a dor persistir, pode ser necessária a artrodese do punho. Como nesta doença o processo patológico é irreversível, o objetivo do tratamento é o alívio da dor. Nas fases precoces, a imobilização pode dar alívio temporário, porém o tratamento mais razoável é excisão do semilunar com ou sem inserção de uma prótese de plástico, “espaçadora” antes que as alterações degenerativas se desenvolvam na articulação do carpo. Na presença de doença articular degenerativa avançada, a única forma de tratamento que proporciona alívio permanente é a artrodese do punho. COMPLICAÇÕES Embora a maior parte das pessoas que sofrem uma fratura do rádio eventualmente volte ao normal, alguns problemas podem ocorrer durante a recuperação. As complicações podem incluir a pseudoartrose, subluxação da articulação radioulnar distal, rigidez articular em qualquer lugar superior e ruptura do tendão do extensor longo do polegar, onde entra em contato com o foco áspero da fratura. Após a fratura, cerca de um terço dos pacientes têm uma condição chamada algodistrofia que causa dor e sensibilidade, inchaço e rigidez da mão podendo ainda afetar a circulação no local. Neste caso, os pacientes têm muitas vezes uma dor persistente e rigidez que podem durar por muitos anos. Cada complicação é tratada de acordo com suas necessidades. TRATAMENTO FISIOTERÁPICO Fratura de Colles e Smith Depois de 6 a 8 semanas, após a retirada do gesso ou fixador pelo médico, inicia-se o tratamento fisioterápico dando ênfase à movimentação ativa e passiva do antebraço, punho e polegar. Outras modalidades podem ser introduzidas com a finalidade de diminuir a dor e aumentar a mobilidade. Fase inicial (Pós-operatório ou pós-imobilização): Analgesia e diminuição do edema Tens; Gelo; Mobilização passiva leve; Inibição; Corrente Diadinâmica Farádica; Ultra-som para reparo ósseo Massagem Turbilhão Mobilização Diminuição da rigidez e ganho de ADM Mobilização moderada em toda musculatura de braço, antebraço, punho e mão; Exercícios passivos de punho (flexo-extensão, prono-supino, desvio radial e ulnar); Teraband com pouca resistência; Ultra-som; Relaxamento cervical Fortalecimento Ganho de ADM e fortalecimento muscular Mobilizações forçadas; Aumento do trabalho muscular-evolução, resistência à gravidade, resistência e peso; Exercícios ativos-assistidos de punho (flexo-extensão, prono-supino, desvio radial e ulnar); Propriocepção. Exercícios ativos contra-resistência Trabalho de força muscular Fase de resolução Melhora da função Volta às atividades de vida diária normais Evoluir exercícios proprioceptivos e de coordenação REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MALONE, T.R.; McPOIL, T.G.; NITZ, A.J. Fisioterapia em Ortopedia e Medicina no esporte. 3º ed. Santos, 2002. GOULD III, J.A. Fisioterapia na Ortopedia e Medicina do esporte. 2º ed. Manole, 1993. APLEY, A.G.; SOLAMON, L. Ortopedia e Fraturas em Medicina e Reabilitação. 6º ed. Atheneu. SHESTACH, R. Fisioterapia Prática. 3º ed. Manole, 1987. KISNER, C.; COLBY. L.A. Exercícios Terapêuticos: Fundamentos e Técnicas. 3º ed. Manole, 1998. W.W.W. CEPPAR.COM.BR http://www.lincx.com.br/lincx/orientacao/prevencao/sintomas_sinais_osteopor ose.html