VER-SUS Verão 2014.1 - Rede

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Relatório Individual - VER-SUS Verão - 2014.1
Nome: Maria Lucimeire da Silva
Curso: Serviço Social
Instituição: Universidade Estadual do Ceará
Regional: I e III
Movimento Estudantil
No primeiro dia de vivencia tivemos a oportunidade de fazer parte de uma
discussão sobre
movimento estudantil. Onde muitos
estudantes puderam
conhecer sobre essa luta que e histórica e dar sua opinião sobre o movimento
estudantil atual. A facilitadora desse espaço foi a Inaê e Sarah, estudantes de
Serviço social e nutrição da Uece as duas são militantes.
É preciso fazer uma leitura critica sobre movimento estudantil, pois a luta
perpassa o que alguns chamam de baderna. Esse sentido é que a mídia e os
aparelhos repressores do Estado tentam impor para a sociedade. O movimento
estudantil defende mudanças, e isso só poderá acontecer através da luta, para isso
precisamos ideias já estabelecidas.
O movimento estudantil é uma das bandeiras dos movimentos sociais, que
trazem outras diversas. Porém o objetivo maior é construir uma sociedade onde a
igualdade e a liberdade de fato aconteça. Ao se efetivarem, veremos um bem estar,
biopsicossocial.
Instituição Lourdes Viana
No segundo dia fomos visitar a Instituição Lourdes Viana, localizada em
goiabeiras na barra do ceara. ao chegarmos lá vimos que os serviços eram
oferecidos a população da área. E desenvolvido um trabalho com as crianças de 07
a 11 e de 12 a 15 anos. Foi possível durante a visita interagir com as crianças que
estavam no local, por meio do dialogo e de brincadeiras que revelaram a realidade
destas.
Um dos desafios apresentados pela pessoa que nos apresentou a instituição,
foi as barreiras de se chegar a comunidade, por ser um local de vulnerabilidade
social,
na
maioria
das
vezes
a população resiste a esse tipo de trabalho social. E interessante salientar que essa
resistência pode se dever ao fato do não conhecimento ou interesse pelos serviços
do instituto. Porem, não podemos esquecer que as crianças são de fato
beneficiadas, pois elas encontram no projeto um lugar para desenvolverem
habilidades.
Na pratica, é notável a recuperação da auto estima das crianças, o bem estar
em participarem do projeto, as oportunidades que lhes são oferecidas, de maneira
não suficiente, mas que fazem a diferença.
PCB / Critica Radical / Conversa sobre Controle Social
Visitamos o PCB pela manhã, ao chegarmos na sede do partido fomos
recebidos pelo estudante Natan. Ele iniciou falando sobre a história do PCB e seus
principais movimentos. Segundo ele, o partido completou 92 anos de existência e
apoia o movimento das mulheres, movimento dos negros, movimento popular de
moradia entre outros.
Uma de suas bandeiras de luta é por uma sociedade que garanta a
alimentação para todos. Tendo em vista a contradição do sistema capitalista, onde
há alimentação suficiente para a demanda, no entanto ainda existem pessoas que
morrem de fome.
Ele também comentou sobre um movimento de grande
importância em que PCB e MST se juntaram para garantir a moradia de mais de 600
familias em uma ocupação que ocorreu em 2010.
Uma de suas falas destaca para o fato de que a vida humana não seja tratada
como mercadoria, indo contra a atual conjuntura capitalista. Foi possível perceber
que o Partido Comunista Brasileiro defende a luta por uma sociedade igualitária,
sem exploração. Essa transformação aconteceria de forma processual, pois a
implantação do socialismo teria que enfrentar os desafios e a realidade imposta pela
classe dominante.
O Critica Radical é um projeto que visa a emancipação humana. Tendo como
base uma sociedade alternativa, ou seja, sem dinheiro. Vai contra o atual sistema de
produção e reprodução da vida humana. É importante ressaltar que esse projeto
está sendo desenvolvido por sobreviventes da ditadura militar como a Rosa da
Fonseca.
Antes de chegarem a esse projeto, tiveram uma trajetória política engajada
nos movimentos e em partidos políticos.
A partir de patrocínios dos amigos e
apoiadores, está sendo comprado um terreno de 55 hectares no município de
Cascavel, com o intuito de ser construída essa sociedade alternativa.
Diante desses fatos fica a duvida, será que é realmente possível essa
sociedade sair da teoria, será que a justiça e a igualdade se concretizariam de fato?
Bem, o que tenho é que a promoção da saúde em um ambiente desses se efetivaria
de fato no cotidiano, sendo consequência da valorização do ser humano.
Depois de visitarmos os partidos e movimentos, tivemos uma roda de
conversa com a professora da UECE Lucia Conde. Onde foi importante para
compreendermos que o controle social faz parte da participação social. Esse
controle social significa o controle do Estado sobre a sociedade, por meio do seu
principal aparelho repressor – a polícia. Assim como por meio da mídia, da escola,
dos próprios partidos políticos, da igreja.
A participação social acontece quando a população reivindica, fiscaliza,
manifesta sua indignação e materializa na participação nos conselhos, nos projetos
sociais, nas universidades. Ela destacou a importância de valorizarmos aquilo que
temos, de impedir a apropriação do que é público como uma mercadoria. Isso nos
faz pensar na desvalorização do SUS, e que isso ocorre muitas vezes por falta de
conhecimento do usuário. Por isso, é importante levar essas informações ao usuário
do Sistema.
Direitos Humanos e Saúde / Religiosidade
Pela manhã houve uma roda de conversa sobre direitos humanos e saúde,
onde foram discutidos temas de grande importância como a privatização da saúde,
que gera um direito humano desvalorizado. Em meio a um sistema capitalista, o
SUS tenta manter seu principio universal.
No Brasil o governo dar um paliativo para conter as pressões sociais, que são
as políticas sociais e políticas públicas. É preciso mais do que apenas uma política
de saúde. Precisa-se do diálogo entre profissional e usuário. Dessa forma, há uma
disparidade do que está previsto na constituição para o que ocorre na realidade do
SUS.
No decorrer do dia visitamos um terreiro de Umbanda e um Centro Espírita.
Cada um com suas particularidades, e não menos importância. São práticas tidas
como medicina alternativa, onde a base é a fé do individuo. Foi momento de quebrar
preconceitos, pois geralmente conhecemos essas religiões como algo pejorativo e
esse contato com o outro, o diferente, nos faz pessoas melhores:
Atenção Primária: Postos de Saúde o Lineu Jucá – Posto Escola e o Casimiro
José de Lima
Visitamos dois Postos de Saúde o Lineu Jucá – Posto Escola e o Casimiro
José de Lima. Pudemos analisar dinâmica do funcionamento da instituição e seus
respectivos atendimentos. Deve-se ressaltar a grande demanda para o posto Lineu
Jucá, pois estava atendendo a população de mais dois postos que estavam em
reforma.
Encontramos uma participação popular fragmentada com relação aos
conselhos de saúde, apesar da reforma ainda tinha um numero de consultórios
insuficientes. Havia um trabalho nas escolas, envolvendo a odontologia, e os dois
postos eram acompanhados pela equipe do NASF – Núcleo de Atendimento a
Saúde da Família, onde se trabalha com diversos profissionais. No posto escola
Lineu Jucá tem-se diferença, pois há residência médica atuando, no entanto, a
realidade da atenção primária precisa ser melhorada em sua base, afinal os postos
de saúde são a porta de entrada para o SUS.
Roda de Conversa sobre Paulo Freire
Após a roda sobre Paulo Freire cheguei a conclusão de que é preciso sonhar,
esperançar, acreditar no amanhã e no próximo, é preciso amar e partilhar coisas
boas, bons sentimentos. O ato de sonhar nos torna seres livres e a liberdade permite
a justiça, pois não há uma sem a outra.
Através de sentimentos e conhecimentos aflorados no Ver-SUS, fizemos
algumas estrofes improvisadas:
Vamos contar nossa história
De vivência em Sabiaguaba
Na troca com a mãe terra
Nosso sentimento se embalam
Em um mergulho profundo
Atravessados nós ficamos
Os sentimentos foram fluindo
E a esperança esperançando
Com a prática do cuidado
Começamos a refletir
Nós iremos ao encontro
Do outro que vai surgir
Quem muito, muito espera
Muito tempo tem a perder
Como não somos desse jeito
Precisamos renascer
Saúde e Genero
Houve um debate sobre saúde e gênero, onde percebemos a dificuldade de
desconstruir os estereótipos estabelecidos pela sociedade. Em meio ao preconceito,
ao machismo, as “regras” impostas, há a produção de desigualdades. Como
promover portanto, saúde em um ambiente que desvaloriza o ser humano por suas
escolhas pessoais, por sua orientação e seus desejos?
Para mim, essa resposta é bem simples, não há promoção de saúde.
Principalmente para o homem, que geralmente sente mais dificuldades para
procurar os equipamentos de saúde do que a mulher. Ele não se sente a vontade,
pois é algo que perpassa a cultura machista de que homem não tem necessidade
disso. É necessário que os profissionais da saúde busquem compreender o
individuo no seu contexto, sem ter qualquer tipo de preconceito durante o
atendimento, para que este seja o mais humanizado possível.
Lembrando que ocorreu também uma roda de conversa sobre atualidade e
movimentos transversais, que contribuiu para as discussões sobre a luta política e a
mobilização nossa enquanto estudantes, futuros profissionais e enquanto sociedade
política construtiva.
CAPS A.D. / Projeto Quatro Varas/ Debate sobre Saúde Mental
Visitamos no dia 20/01 o CAPS A.D. da Barra do Ceará e o Projeto Quatro
Varas. No primeiro fomos recebido pelo enfermeiro Geovane que nos apresentou a
instituição, falou sobre a história do CAPS e seu funcionamento. Apenas esse
CAPS e o da regional II tem um programa de internação noturna, além das
atividades que acontecem durante o dia para os usuários.
Segundo o Geovane esses pacientes ficam por um período máximo de 30
dias, vai depender do caso, na maioria das vezes esse período é suficiente para a
desintoxicação. Porém, se o paciente receber alta e logo depois voltarar a usar
álcool ou drogas ele poderá retornar a qualquer momento. Exceto quando este
usuário desiste do tratamento ele terá que esperar um período.
A instituição atende homens e mulheres, porém a internação noturna é
somente para homens. Eles realizam um trabalho com a família do usuário todas as
quintas feiras, porém percebe-se que seria necessário um espaço maior, pois a
família é a base da recuperação desse individuo. Um espaço ampliado de
conhecimentos e discussões sobre diversos temas. O CAPS conta com uma equipe
diversificada, e sua estrutura tem jogos, biblioteca, oficinas de arte.
E o Projeto Quatro Varas existe há 25 anos, conta com serviços como terapia
comunitária, teatro, escolinha para as crianças, massagem, ioga, entre outros, tudo
aberto a comunidade. Foi possível perceber o quanto esse trabalho faz mudar a vida
das pessoas que participam do projeto. Essa prática é uma forma de medicina
alternativa que se torna essencial na realidade das pessoas daquela comunidade
que já é tão vulnerável. O espaço em si, traz energia positiva e revigoração para
enfrentar os desafios do cotidiano, sem duvidas é um lugar que proporciona saúde e
bem estar para quem participa das atividades.
Ainda continuando sobre saúde, tivemos uma roda de conversa voltada para
saúde mental. Onde foi discutido sobre a reforma sanitária, reforma psiquiátrica na
década de 70 e o contexto da época, pois o Brasil passava por um processo político
de transformação – redemocratização. Um dos problemas foi que somente em 2002
houve intervenção na política pública para dependentes químicos, o que demonstra
um atraso do Estado brasileiro em assumir essa responsabilidade como sendo seu
dever garantir o tratamento desses dependentes.
Deve-se ressaltar a importância de avaliar as drogas pelo contexto social,
familiar e cultural e não focar apenas na doença, com característica de segregação,
de não interação da pessoa com a sociedade como ocorria no modelo manicomial,
onde se ocupava da doença e esqueciam o individuo. É preciso conhecer a história
para pensar uma saúde mental diferente e efetiva.
SAMU Ceará / Cogtes/ Rede Unida e Educação Permanente
O SAMU Ceará tem 10 anos de atuação e realiza um trabalho de
conscientização nas escolas. Segundo dados de pesquisa cerca de 70% de ligações
para o SAMU são trotes, esse numero é bastante elevado, por isso é necessário a
divulgação e sensibilização da população usuária. Um ponto negativo levantado
durante a visita foi o número de ambulâncias, que são insuficientes para atender a
demanda.
As ambulâncias são divididas em suporte básico de vida – sem necessidade
de equipamentos técnicos. Suporte avançado – precisa de médicos, equipamentos,
para os casos mais complexos.
Visitamos também o Cogtes, que é o órgão responsável para regular o
processo de trabalho, gestão e educação em saúde do governo do estado. É o
Cogts que vai gerenciar os projetos relacionados a saúde do Estado do Ceará.
Desenvolve um trabalho com a política nacional de educação permanente em saúde
como o PET-Saúde, a residência multiprofissional e também desenvolve estratégias
de educação popular.
Durante a noite continuamos falando sobre educação permanente na roda de
conversa, e foram levantados pontos que permeiam essa educação, por exemplo, é
necessário que os profissionais estejam qualificados para o SUS, que a
interdisciplinaridade aconteça e principalmente que ocorra a inversão do modelo
cartesiano na saúde.
Outra característica da educação permanente, é o reconhecimento de que as
ONG’s também são lugares de produção da saúde e de sujeitos. Valorizar a
importância do dialogo nas nossas relações e buscar uma política de humanização
do profissional.
Visita ao Hospital Albert Sabin/ Atenção Terciária
Visitamos o Hospital Infantil Albert Sabin, que fez 62 anos de existência, o
hospital conta com o PAD – Programa de Assistência Domiciliar e o PAVD –
Programa de Assistencia de Ventilação Domiciliar. Este ultimi é um programa novo
no hospital, ele visa o aumento de leitos disponíveis, para atender melhor os
pacientes. O hospital tem foco na assistência, pesquisa, ensino e humanização.
Esta dentro da atenção terciária, porém tem uma parte secundária que é a
área ambulatorial. O Albert Sabin atende apenas as doenças, em casos d acidentes,
queimaduras, o paciente é encaminhado para os equipamentos específicos, como o
HGF, IJF, H. São José. Quando emergência é feito apenas os primeiros socorros.
Existe um projeto de construção de um novo hospital avaliado em 54 milhões
de reais, para ampliar o atendimento dos pacientes. Durante a visita a Assistente
Social fez uma critica a gerencia, pois segundo ela sem uma gestão eficiente não
haverá respostas para a população, essa gerencia precisa conhecer os princípios do
SUS para operacionalizar as políticas, os serviços de forma efetiva.
As políticas e as ações de humanização devem andar juntas na saúde, pois é
preciso que o profissional compreenda as particularidades de cada individuo, e
acima de tudo as respeite. Suas crenças, religiosidade, fé, enfim seus
conhecimentos específicos. Conhecemos sua estrutura física, e alguns setores
como da nutrição, a emergência, a cidade da criança, o NAVI – Nucleo de Apoio a
Vida Infantil.
Hospital Infantil Albert Sabin
Tivemos a oportunidade de conhecermos também a Associação Peter Pan,
que realiza um trabalho com crianças e adolescentes com câncer, de todo o Ceará.
Associação Peter Pan
A roda de conversa da noite foi sobre atenção terciária, porém o palestrante
Alex fez uma diferenciação para os tipos de atenção:
- Atenção Primária: é aquela em que o atendimento é feito por um clinico geral. Ex:
Postos de saúde.
- Atenção Secundária: é um atendimento mais especializado. Ex: UPA’s; Policlinicas.
- Atenção Terciária: tem mais equipamentos, alto custo e um período maior de
treinamento para os profissionais.
- Atenção Quaternária: são os Hospitais de referencia nacional e internacional.
Foi destacado a importância da integralidade entre as redes de atenção, para
que SUS funcione em todos os ambitos. É pertinente lembrar que não somente as
redes de atenção produzem saúde, pois há a medicina alternativa que tem um papel
de extrema importância no tratamento do paciente. Esse assunto é pertinente, pois
só é possível humanizar um serviço, se conseguirmos compreender o todo, desde
quem operacionaliza, até quem o recebe.
Visita aos Pitaguaris
Fomos visitar a reserva indígena dos Pitaguaris, localizada na cidade de
Maracanaú.
Pudemos conhecer o CRAS Indígena (Centro de Referencia da
Assistência Social), a Unidade Básica de Saúde, a escola indígena, a casa do
cacique e o local sagrado para os rituais. No primeiro momento conhecemos a
atuação da equipe multiprofissional do CRAS, onde nos foi apresentado o trabalho
desenvolvido por estes. Levando em consideração que o Centro de Referencia da
Assistência Social tem como foco a proteção social básica, no que diz respeito aos
casos de vulnerabilidade social.
O CRAS tem parceria com o CREAS (Centro Especializado de Referencia da
Assistência Social) do município, que é um equipamento especializado, onde
desenvolve-se um trabalho de fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
Os principais programas que foram apresentados são, o bolsa família, o bolsa
estiagem e o pronatec, estes juntamente com a agricultura local são as formas de
geração de renda para a comunidade indígena.
Em seguida conhecemos o funcionamento do posto de saúde que fica ao
lado do CRAS. Ele funciona como um posto voltado para o contexto da comunidade.
Tendo entre os profissionais o Agente Indígena de Saúde – AIS especifico para a
demanda. São atendidas mais de 200 famílias, lembrando que está dentro da
atenção primaria, portanto os serviços são de certa forma limitados, entre eles tem-
se o acompanhamento pré-natal, campanhas de vacinação, hipertensos entre
outros.
A saúde mental na reserva indígena foi abordada durante a visita e
esclarecido que geralmente advém do álcool, onde essas pessoas são
encaminhadas para os CAPS correspondentes. Nesse aspecto um dos desafios
apresentados pelos profissionais, foi a questão da diversidade religiosa, pois suas
crenças podem vir a atrapalhar no acompanhamento desse paciente pelo CAPS.
Tivemos a oportunidade de conhecer também a escola indígena, que enfrenta
sérios problemas com o abastecimento de água, mas tenta manter alguns costumes.
Da mesma forma ocorre em toda a comunidade, pois não há abastecimento pela
Cagece, o que prejudica a vida destes. Apesar da sociedade globalizada,
permanece o costume de se utilizar das coisas da natureza para consumo e como
forma de gerar renda. Além disso, tivemos a oportunidade de conhecer um dos
lugares mais sagrados e importantes para os Pitaguaris, que tem todo um contexto
histórico.
Portanto, percebe-se que há um acompanhamento de profissionais
qualificados, que consequentemente gera a promoção da saúde, porém há pontos
nesse trabalho que poderiam ser desenvolvidos de maneira mais efetiva, afinal a
cultura dessa saúde é diferente das praticas curativas dos índios, que tomam como
base a natureza e seus produtos. Inclusive o próprio cacique ressaltou o fato de que
a cultura indígena não está sendo reconhecida na sociedade.
Devolutiva
Ao pensar para quem devolver um pouco do que aprendemos, não foi fácil
escolher, então resolvemos convidar três projetos para participarem, porém no dia
só foi possível a participação de dois, que foram o Quatro Varas e o Critica Radical.
Ocorreu no espaço do Quatro Varas.
Quando chegamos ao local, fomos recebidos por uma integrante do Quatro
varas e pudemos participar da Terapia Comunitária que acontecia no momento.
Logo fomos relaxando e aproveitando o momento que trouxe muita paz de espírito e
renovação. Fizemos as atividades junto com o grupo e após a terapia começamos a
partilha da nossa vivência.
Foi um momento importante, pois estávamos acolhidos por aquelas pessoas
e elas acreditavam no que estávamos falando, cantando e recitando. Escolhemos
três musicas para cantar e algumas poesias para recitar. Vimos nos olhos deles o
carinho e naquele momento percebi que separados somos muito pequenos, mas
juntos conseguimos sempre mais. Levarei os sorrisos e lágrimas daquele dia com a
certeza de que a saúde é algo que não depende somente de medicamentos ou
médicos, mas sim do que você faz da sua vida. Estar bem e fazer o bem é o primeiro
passo para uma vida com mais saúde.
Partilha: Quatro Varas e Critica Radical
Conclusão
Sinceramente não sei se posso concluir o Ver-SUS, pois é um caminho que
escolhi seguir e só quero agregar, continuar e não concluir como se tivesse chegado
ao fim. Enfim, posso falar do que significou esses quinze dias, falar de maneira
superficial, afinal foram sentimentos e emoções que não cabem ou não se
expressam assim tão facilmente.
O Ver-SUS chegou, e trouxe com ele uma renovação de espírito, renovação
na luta cotidiana, de acreditar que com pequenos gestos podemos transformar a
realidade ao nosso redor. Perceber que o SUS está para além do que nos
impuseram. Foi momento de construir o SUS e ao mesmo tempo desconstruí-lo. De
repensar nossas ações, compartilhar, aprender com o outro e principalmente de
dialogar. No sentido de apenas falar, mas de saber ouvir.
Reconhecer no outro aquilo que ele traz de bom em sua bagagem e
acrescenta-la sempre que necessário. Percebi que no Ver-SUS, pudemos ser o que
queremos ser e que a simplicidade dos relacionamentos é mais importante do que
qualquer certificado. Diante disso, restam-me expectativas boas para o dia de
amanhã. E que prossigamos promovendo não apenas saúde, mas também sorrisos,
direitos e liberdade.
Pude compreender a realidade do SUS, seus desafios que não são poucos,
mas acima de tudo que a transformação é possível. Falamos muitas vezes que o
profissional deve ser humanizado, pois isso faz a diferença no atendimento, mas
temos que perceber que a humanização tem que chegar a esse profissional, pois
muitas vezes não ocorre por meio dos desafios encontrados dentro do Sistema
Único de Saúde. Que não julguemos sem antes conhecer de fato a prática cotidiana
do outro, essa é sem duvida a lição que levarei para minha atuação profissional,
independente da área que atuarei.
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