RELATÓRIO VER-SUS 2016 Ana Paula Bonfim Salviano – Vivente NB2 (Zefa da Guía), região 1 - Renata e quarto 9 Acadêmica de Medicina da Universidad Cristiana de Bolívia Hoje, posso dizer que o VER-SUS 2016 mudou a minha vida. Não só minha vida profissional mas várias partes que se completam e me constroem. Na vivência eu pude construir e desconstruir, pude me assustar, amar, odiar, sorrir, chorar, ouvir, falar, observar, calar e abraçar. Eu, como estudante brasileira mas que curso medicina na Bolívia, fora do país, pude viver uma realidade totalmente fora do que meus olhos poderiam enxergar mesmo eu que nasci e me criei até os 19 anos em Fortaleza. Foi no VERSUS que tive o primeiro contato com os movimentos socais, isso de cara me assustou e me deixou confusa, mas eu pude entender a necessidade e o amor por esses movimentos sabendo que eles fazem a diferença para que nosso país possa crescer e atender com excelência a população do país. No dia 16 de Janeiro, primeiro dia, chegamos a Escola Nacional Florestan Fernandes, símbolo de resistência do MST e nosso alojamento pelos dias que iam seguir. No auditório da escola fomos apresentados aos outros viventes e seus variados cursos de graduação, à comissão organizadora e a pessoas que apoiam e acreditam no projeto VER-SUS como a Dra. Vera Dantas e o Jair. Nesse primeiro momento do dia podemos entender melhor o que é o VER-SUS e o objetivo do projeto. Construímos junto a “Verinha” uma linha do tempo que leva a historia dos movimentos sociais e das lutas em prol da saúde no Brasil. Logo após isso o Jair juntamente com a Verinha nos guiaram a construir um trenzinho musical, dividido por vagões de cada curso ou de movimento social em geral, e assim se seguiu a apresentação e primeira interação de cada vivente e comissão. Os cursos e movimentos sociais representados: - Medicina - Enfermagem - Fisioterapia - Educação Física - Terapia Ocupacional - Psicologia - Administração - Nutrição - Serviço Social - MST - Levante Popular - Luta anti-manicomial “... o nosso trem vai seguir viagem e vai passar em todo lugar, e quem estiver no meio do caminho ô de sinal pra poder entrar...” (Musica do trenzinho) Esse primeiro momento foi finalizado com um lindo poema sobre utopia que o Joel recitou. No segundo momento do dia a comissão organizadora do VER-SUS apresentou aos viventes as regras de convivência e a divisão das regiões (3 regiões aonde fomos separados para que cada uma possa vivenciar espaços diferentes e todos os dias estarão na mesma van). Após isso, fomos apresentados ao Dr. João, que nos disponibilizou alguns textos para discutíssemos temas como: A necessidade da saúde nos movimentos sociais, a saúde no campo, conferência nacional de saúde de 1986, privatização e terceirização nos governos de Collor e de FHC, os diferentes desafios entre a saúde no campo e na cidade (população x território), as grandes empresas de agrotóxicos que também acabam sendo empresas farmacêuticas ou ligadas a industria farmacêutica, o fato de que a cura está sendo mais valorizada do que promoção e prevenção de saúde que acaba contradizendo toda a idealização principal de SUS, o fato de que a palavra saúde engloba vários aspectos da vida de uma pessoa e não é somente ausência de enfermidade, a luta contra as grandes empresas farmacêuticas(a quebra das patentes, investimento em alimentação e exercícios físicos), a atuação do SUS no campo (informação, promoção e prevenção de saúde), os desafios do SUS no campo (organicidade, distribuição de renda e de profissionais), a humanização dos profissionais de saúde, a conferencia de saúde de 2015, a crise no Brasil e no mundo e o neoliberalismo. O terceiro momento do dia começou no assentamento Maceió do MST em ItapipocaCE, saímos da ENFF em Fortaleza e fomos passar 3 dias no assentamento Maceió. Esse período foi crucial para que nós viventes pudéssemos compreender a grandiosidade do projeto VER-SUS, foi o momento que estreitamos os laços, conhecemos uns aos outros, conhecemos a visão principal do projeto e pudemos tirar preconceitos formados sobre o movimento dos sem terra (MST). Divisão dos Núcleos de Base (NB) e a importância da igualdade e do trabalho em equipe, foram destinados a nós 5 tarefas divididas entre cada NB e modificadas todos os dias até o fim da vivência: 1 – Lavar panelas 2 - Varrer e arrumar o refeitório 3 – Lavar os banheiros 4 – Alvorada e disciplina 5 – Mística e animação No Segundo dia, dia 17 de Janeiro, primeiro momento dia, acolhida, apresentação dos NB e as palavras de ordem. NB 1 – Vera Dantas NB2 – Zefa da Guía NB3 – Revoluciones NB4 – Antonio Conselheiro NB5 – Patativa do Assaré Após isso fomos apresentados ao Bebeto militante do MST, que nos apresentou: - O nascimento do MST no Rio Grande do Sul, no final da década de 80, a partir da ocupação da Fazenda Macada Brilhante. - No ano de 1985 a colocação das linhas gerais e dos princípios. - Busca pela justiça social. - Chegada do MST no nordeste em 1989. - Ocupação da fazenda Unidos de São Joaquim (Quixeramobim, Boa Viagem e Madalena). - Assentamento 25 de Maio. - 1984, as primeiras ocupações do assentamento Maceió, organização da comissão pastoral da terra e comunidades eclesiásticas de base. - Enfrentamentos das lutas de classe trabalhadora e camponesa. - Mobilização das comunidades em defesa da terra. - Resistências, lutas e mortes. No estado do Ceará, o MST se encontra em 68 municípios, mais de 200 assentamentos, 40 acampamentos e 18 brigadas. - Brigada Manoel Veríssimo com 8 militantes. - 3 grandes processos: Du coco (Mono cultivo), camarão em cativeiro (especulação imobiliária e desequilíbrio da natureza), usinas e parques eólicos. - Luta pela defesa do território contra parques eólicos. - PLMD - Pilares centrais: Agroecologia, educação e saúde no campo, floresta e águas. “ Quando o campo e a cidade se unir, a burguesia não vai resistir”. Segundo momento do dia foi com a Dona Graça nos contando sobre a história do assentamento Maceió, e dificuldades enfrentados pelos moradores em relação a saúde. Terceiro momento do dia com Sara Ortins: - Sociedade capitalista e discussões. - Vídeo sobre a lógica do capitalismo nos EUA. Quarto momento do dia foi a noite, na praia, numa roda de pessoas com um pescador do MST, do assentamento Maceió nos contando sobre sua vida como pescador do movimento e sobre a vida no assentamento. Dia 3, 18 de Janeiro, primeiro momento com a Karol e Fernando (CO): - Gênero - Características HOMEM X MULHER (a importância de saber que podemos ser o que nossa cabeça nos diz para ser) Essa discussão foi de extrema importância pra mim, pois eu nunca tinha participado de uma discussão de gênero antes e lá eu pude compreender as diferenças, os tipos, foi nessa discussão que preconceitos foram retirados da minha cabeça. Segundo momento, Karol e Fernando - Discussão de textos - Lei e feminismo Terceiro momento - Despedida do MST - Canção “Mãe terra” - Agradecimentos Quarto momento, de volta a ENFF em Fortaleza, plenária e discussão sobre os 3 primeiros dias em que estivemos no assentamento Maceió. Qualidades e desafios enfrentados no assentamento do MST. Dia 4, 19 de janeiro, primeiro momento do dia, Hospital de Saúde Mental de Messejana. - Fomos apresentados ao hospital, a história do hospital, sua visão e missão, à evolução histórica da instituição e suas modificações ao longo do tempo. - São 4 unidades de internação, cada uma com capacidade para 40 pacientes. - O hospital possui emergência 24hrs. - Equipe multiprofissional. O Hospital Mental de Messejana, particularmente é um dos equipamentos mais difíceis de falar, após a apresentação do hospital no audiotorio com a assistente social, começamos a visitar as instalações do hospital, aparentemente é um hospital bem equipado, bem cuidado, e que realmente funciona. A área de emergência, consultórios, triagem e classificação de riscos enxerguei como uma parte do hospital muito boa. O que de fato me deixou intrigada foi quando fomos as alas de internação de pacientes masculinos e femininos, aonde eles realmente ficam trancados em suas alas, mesmo que a assistente social quisesse deixar bem claro que os cadeados não ficam nos portões, pudemos observar que os pacientes não podem circular pelo hospital e existem dezenas de seguranças em cada ponta do hospital para controlar os pacientes. “ Eu abraço a luta anti manicomial” Segundo momento do dia, CAPS da Regional II, tipo 3. O centro de atenção psicossocial é um projeto incrível para os pacientes da saúde mental, lá eles podem ter assistência médica, psicológica, medicamentosa, fisioterapeutica, terapêutica ocupacional, podem ter acesso a oficinas de artes, dança, massagens, costura, filmes, aromaterapia, entre outros. É um centro que visa inserir aquele paciente na sociedade, mostrando a ele que pode fazer tudo que deseja fazer, ser tudo que deseja ser, acabando com preconceitos de discriminações. É um projeto com equipe multiprofissional, humanizado, possui 10 leitos e uma residência terapêutica com 15 moradores que abraça o paciente em todas as vertentes que ele necessita e esse projeto precisa de ainda mais incentivos e voluntariado para que cada vez mais possa crescer e atender a todos que necessitam dele. Lar Torres de Melo, foi uma visita inesperada e maravilhosa, o Lar é um local incrível com pessoas mais incríveis ainda, e quando eu falo pessoas, digo os profissionais que trabalham lá, os pacientes e os moradores. No Lar Torres de Melo nos sentimos como na casa dos nossos avós, é impossível não se colocar no lugar daqueles idosos ou não imaginar que poderiam ser nossos parentes. Foi um lugar que emocionou o grupo em geral, e nós não saímos dali do mesmo jeito que entramos. Como profissionais de saúde temos que nos lembrar dos nossos idosos, de quem construiu a história antes de nós e de quem pode nos passa tanto aprendizado e experiências. Terceiro momento do dia, plenária e discussão sobre saúde mental, redução de danos e medicalização com o Psiquiatra Rafael Baquit e o Psicólogo Bruno Garcia. Foi incrível a tamanha sensibilidade que eles possuem para tratar sobre a saúde mental em Fortaleza e no Brasil. A luta antimanicomial, os hospitais mentais, os caps, ainda precisam de muitas mudanças nos equipamentos e também dos profissionais. Falta humanização, falta medicamentos, falta profissionais capacitados, falta amor ao próximo! O paciente da saúde mental é muito esquecido! 20 de Janeiro, estivemos durante a manhã e a tarde na UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE LUIS ALBUQUERQUE MENDES. No primeiro momento do dia fomos apresentados a unidade de saúde, a algums ACS e fomos acompanhar o trabalho de territorialização na comunidade em pequenos grupos. Visitamos até aeras de risco 1 na serrinha em Fortaleza, lugares sem saneamento básico, sem segurança, moradias com péssimas condições de vida e de saúde, foi muito triste ver essa realidade da cidade que é tão esquecida pelo governo municipal. À tarde voltamos a UBS, e nos reunimos em uma roda com conselheiros, agentes de saúde, membros da comunidade e residentes multiprofissionais que nos a realidade do abandono da prefeitura para com as unidades de saúde. Foi muito impactante e triste ouvir que falta medicamentos básicos para hipertensos, diabéticos, asmáticos, falta ácido fólico para grávidas e que não da nem para pedir a paciente gestante para se alimentar melhor porque sabem as condições precárias em que a comunidade vive. Foi revoltante saber que o carro para visitas também é utilizado para questões burocráticas e que muitas das visitas médicas à pacientes que não podem ir ao posto são atrasadas ou canceladas. É absurdo que não tenha substitutos temporários para os profissionais que tiram férias e os pacientes ficam desassistidos por todo o período de férias do médico. A realidade é que o novo modelo de Unidade Básica de Saúde acabou regredindo a saúde das famílias de Fortaleza. A noite do dia 20.01, plenária e discussão com Pedro Santos e Paizinha sobre saúde da família. - Diferença entre atenção primária e atenção básica Atenção primária às necessidades da população-Organização Atenção básica é aquela que evita a mortalidade. Saúde da família – Longitudinidade do cuidado e ética da responsabilidade. Privatização: Sistema privado, prioritário e SUS complementar. Lucro com a doença da população. “ Nenhuma mobilização é aprendida sem afeto” Dia 6, 21 de Janeiro, primeiro momento, Terreiro de Candomblé. Foi uma das maiores quebras de preconceitos no VER-SUS. Podemos compreender a religião e os costumes como um todo. A visão da religião em relação à saúde, a sociedade, a luta contra os preconceitos e a favor de serem respeitados. Grande parte da população que pratica a religião vai atrás da Mãe de santo para obter cura das enfermidades, e existem rituais e trabalhos para isso, porém eles acreditam nas doenças do espírito e nas doenças que são realmente do corpo. A religião não aceita o aborto. Lá tambem tivemos a oportunidade de visitar o museu para conhecer um pouco mais da religião. Segundo momento do dia foi no EKOBÉ, um espaço dentro da Universidade Estadual do Ceará que foi criado com o intuito de levar saúde de uma maneira mais natural. Lá Edivan nos apresentou à algumas plantas e ervas, e participamos do corredor do cuidado que foi um momento de interação com o grupo, relaxamento e boas energias. Terceiro momento do dia, construção da colcha de retalhos, cada vivente construiu um pedaço da colcha que representou nossos pensamentos no VER-SUS. Dia 7, 22 de Janeiro, Aldeia Indígena Pitaguary Perguntas e respostas: - Idioma Tupi (que esta se perdendo pois não existe mais na aldeia ninguém que seja fluente no idioma) - COPICE - APOEME - PEC 2015 - Os problemas sociais enfrentados pela aldeia como alcoolismo, vicio em drogas e suicídios. Passamos todo o dia na aldeia e conhecemos a população, as casas, as condições de moradias e os problemas enfrentados pelos moradores de lá. Noite do dia 22.01, Saúde integral das populações específicas com Ana Claudia da FIOCRUZ e com Neusa Goya. Sábado, 23 de janeiro,dia 8, primeiro momento: Sabiaguaba, banho dos 4 elementos. Um momento único para o grupo, conhecer o mangue, vivenciar a natureza, limpar a praia e o mangue, fazer exercícios para melhor respiração,passar argila em todo o corpo e tomar banho de rio. Tambem fomos apresentados aos quatro elementos e nos identificamos com cada um deles (água, ar, terra e fogo). Domingo, dia 24 de Janeiro, BIODANÇA com Olga. A biodança foi incrível, no auditório da escola, trabalhamos com a dança sendo uma forma de nos unir. Teve altos e baixos, momento de agitação, de animação, momento de relaxar e de cuidar um do outro, massageando o rosto um do outro. A biodança foi em um momento crucial da vivência, todos nós viventes já estávamos muito ligados e estava caindo a ficha que íamos nos separar em breve, então fazer uma roda e abraçar cada um ali já tinha um sentido totalmente diferente para o grupo. Ali eu pude me sentir parte daquele grupo, parte daquelas pessoas, senti que nós podemos fazer a diferença no país, seja na saúde, na política, ou até mesmo em casa, naquele momento eu sabia que VER-SUS já tinha me modificado. Dia 25 de Janeiro Hospital infantil Albert Sabin, um dos melhores equipamentos visitados em questão de estrutura. Muitas crianças são atendidas pelo hospital em diversas áreas: Neonatal, cardiologia, neurologia, nefrologia, pneumologia, diversas cirurgias, oncologia, entre outras. Dentro do hospital também funciona uma “sede” da associação Peter pan, que juntamente com a equipe hospitalar da um suporte as crianças e as famílias das crianças. Dentro do hospital existem salas de jogos, de leitura, de alfabetização, todas as salas enfeitadas e equipadas para melhor atender as crianças. Existem centenas de projetos como “ Cirurgia sem medo”, “Alfabetização”, realização de alguns sonhos para aquelas crianças em estado terminal, entre outros que visam informar melhor as crianças e os pais de seus tratamentos e ajuda-los em diversas questões. Noite, privatização do SUS – Lucia Conde Dia 10, 26 de Janeiro, primeiro momento CUCA Juventude, saúde e direitos humanos com Babau. Nesse momento no CUCA foi ainda mais reafirmado para todos nós a importância dos movimentos sociais e dos jovens estarem informados e unidos contra o autoritarismo do governo, a mídia controladora e a visão preconceituosa da população. Saúde não é apenas a ausência de patologias, saúde é qualidade de vida, bem estar geral de um ser humano e tudo esta ligado a isso. Segurança, educação, lazer, saneamento básico, moradia, promoção e prevenção de saúde entre outros são elementos básicos para uma saúde de qualidade. E os jovens e os movimentos sóciais estão ai para lutar pelo direito de todos. Segundo momento do dia, Centro POP Benfica, que é um centro de apoio aos moradores de rua, lá acompanhamos o trabalho de um pedagogo (Bruno) que sempre leva a eles um tema a ser discutido, o tema que foi passado naquele dia foi Carnaval, nas diferentes culturas que se seguem pelo Brasil. No momento a seguir conversamos com profissionais que trabalham no centro sobre a atuação desse equipamento. Lá eles realizam a abordagem nas ruas, oferecem banho e alimentação, informação, doação de roupas, facilitam para que possam encontrar emprego, e tambem são encaminhados a abrigos pronto para recebe-los (abrigos de família, abrigo de homens, e casas de passagem). Dia 27 de Janeiro, penúltimo dia da vivência. Gestão, Secretaria Municipal de saúde. Dia 28 de Janeiro, ultimo dia. Primeiro momento: Devolutiva para o Lar Torres de Melo. Nossa região resolveu homenagear o Lar Torres de Melo pois foi um lugar que muito nos emocionou, então desenhamos uma linha do tempo representando o VERSUS para nossa região, é um trenzinho mostrando cada equipamento que visitamos e o que mais nos marcou em cada um. Foi uma forma de carinho, homenagem e agrecimento. Cada um de nós foi marcado naquele lugar, e de lá saímos diferentes e mais dispostos a encarar as lutas que forem preciso para dar ao nosso país uma saúde de qualidade. “Escuta, me acolhe, cuidar do outro faz bem...” O VER-SUS mudou minha cabeça e minhas perspectivas sobre diversas áeras da minha vida como cidadã e como profissional. Eu pude ver o quanto nossas cabeças estão sendo manipuladas pela mídia televisiva e por uma sociedade acomodada ao que é oferecido. O sistema de saúde pública brasileiro tem tudo para dar certo, tem tudo para alcançar a população, é ai que entram os problemas que o SUS enfrenta: os desvios de verba, a falta de investimento em promoção e prevenção de saúde, a desvalorização dos profissionais da saúde, as privatizações, as visões ultrapassadas, profissionais sem capacitação, falta de humanização, estruturas sucateadas, entre outros problemas que muitos de nós estudantes já sabemos, porém o VER-SUS nos proporcionou vivenciar esses problemas, ver de perto, sofrer junto com os profissionais e usuários e esse choque de realidade foi mais do que necessário para formar esses jovens versusianos sedentos por justiça, respeito, igualdade, direitos, humanização e SAÚDE com todos os aspectos que ela engloba. Finalizo dizendo que amei e amo o VER-SUS, que fui vivente, quero ajudar a organizar, quero facilitar, aonde quer que eu esteja, como universitária ou como profissional, quero que outros jovens universitários tenham a oportunidade que eu tive de enxergar a realidade e abraçar a luta pelo SUS, porque “juventude que ousa lutar constrói SIM um SUS popular”. Atenciosamente, Ana Paula Bonfim Salviano