emprego do ácido indol 3-acético na cultura de

Propaganda
INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO
EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI
FACULDADES IDEAU
EMPREGO DO ÁCIDO INDOL 3-ACÉTICO NA CULTURA DE
ALFACE AMERICANA ROXA
ECCO, Norton¹
[email protected]
BRANCO, Maristela Cristiane de Souza¹
[email protected]
FORTUNA, Messias¹
[email protected]
ROGALSKI, Willian¹
[email protected]
ZAIONS, Bruno Aurélio Dalla Costa¹
[email protected]
ALMEIDA, Mauro Antonio de²
[email protected]
FRESCHI, Elisandra Mottin²
[email protected]
MEIRELES, Ronaldo Bernardon²
[email protected]
MIOTTO, Álvaro²
[email protected]
PIEROZAN, Morgana Karin²
[email protected]
SEXTO, Paloma Alves da Silva²
[email protected]
TREVIZAN, Kátia²
[email protected]
¹ Discentes do Curso (Agronomia), Nível IV 2016/2 - Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.
² Docentes do Curso (Agronomia), Nível IV 2016/2 - Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.
RESUMO: Os estudos na área de crescimento vegetativo estão cada vez mais avançados, baseados em
reguladores hormonais. Esses reguladores promovem efeitos positivos para determinadas culturas, alguns deles
funcionam como inibidores de alguma função e outros estimulantes. Os fitohormônios são produzidos
naturalmente pelo vegetal para auxiliar nas nescessidades biológicas. Este estudo teve como objetivo avaliar
médias de folhas por planta, comprimento radicular, na variedade da alface americana roxa, sob diferentes
__________________________________________________________________________________________
Projeto de Aperfeiçoamento Teórico e Prático – Getúlio Vargas – RS – Brasil
1
INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO
EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI
FACULDADES IDEAU
aplicações do ácido indol 3-acético, em comparação ao grupo controle. No experimento, foram aplicados o
delineamento inteiramente casualizado (DIC) usando um fator de 5 tratamentos e 4 repetições. As plantas foram
submetidas a um espaçamento de 30/30 cm, com sistema de irrigação por gotejamento e foram efetuadas no
decorrer do ciclo 3 avaliações, 2 de contagem de plantas e 1 de avaliação física. O ácido indol 3-acético é
considerado uma auxina, e tem por finalidade o estímulo do crescimento dos meristemas apicais do vegetal,
porém, os dados coletados em campo, demonstraram-se ineficientes apresentando perda econômica por
senescência total em algumas concentrações.
Palavras-chave: fitohormônio, acido indol 3-acético, alface.
ABSTRACT: Studies in the field of vegetative growth are increasingly advanced, based on hormonal regulators.
These regulators promote positive effects for certain cultures, some of them function as inhibitors of some
function and other stimulants. Phytohormones are produced naturally by the plant to aid in the biological needs.
The objective of this study was to evaluate leaf mean per plant, root length, in the purple American lettuce
variety, under different applications of indole 3-acetic acid, as compared to the control group. In the experiment,
the completely randomized design (DIC) was applied using a factor of five treatments and four replicates. The
plants were submitted to a spacing of 30 / 30cm with a drip irrigation system and three evaluations were carried
out during the cycle, two plant counts and one physical evaluation. Indole 3-acetic acid is considered an auxin
and has the purpose of stimulating the growth of the apical meristems of the plant. However, the data collected in
the field have been shown to be inefficient, presenting economic loss due to total senescence in some
concentrations.
Keywords: phytohormone, indole 3-acetic acid, lettuce.
1 INTRODUÇÃO
O crescente aumento da população mundial e a maior demanda por alimentos de
qualidade, aliados à avanços tecnológicos nas áreas agrícolas e de processamentos
alimentícios, vem exigindo maior produtividade em menores áreas de terras, com um menor
impacto ambiental. As novas necessidades mundiais estimularam a busca por novas formas de
cultivo, e dentre elas destaca-se o consórcio entre plantas, visando uma maior variedade de
cultivares em um mesmo espaço, diminuindo a erosão e outros impactos físicos no solo
(ASSIS, 2006).
Alternativas sustentáveis estão voltadas ao mercado econômico, e estão sofrendo
mudanças com o uso de novas tecnologias, visando uma busca por maior qualidade e
produção. Essas tecnologias, estão sendo gradativamente incorporadas e comercializadas,
porém, há uma necessidade de matérias primas de qualidade, a fim de, o produto final
apresentar aspectos visuais e nutricionais positivos, acrescentando uma maior conservação e
durabilidade, porém, não é comum observar grandes cidades e metrópoles que tenham
adotado todos os novos processos de segurança alimentar (OLIVEIRA & SANTOS, 2015).
As plantas em geral, para alcançar um bom desempenho quanto a produção,
__________________________________________________________________________________________
Projeto de Aperfeiçoamento Teórico e Prático – Getúlio Vargas – RS – Brasil
2
INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO
EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI
FACULDADES IDEAU
necessitam de estimulantes, que normalmente elas produzem naturalmente, e principalmente
um mecanismo de defesa bem evoluído para as devidas finalidades. O cultivo da alface
(Lactuta sativa L.), que é uma cultura de ciclo muito rápido, isto é, entre 30-45 dias, muitas
vezes não se alcança a produtividade esperada, e para alcançar resultados significativos, em
alguns casos, são utilizados reguladores de crescimento sintéticos (STEINER & PAVAN,
2015).
A cultura da alface, desempenha um papel importante na agricultura familiar, sendo
uma das hortaliças mais consumidas mundialmente, segundo a Associação Brasileira do
Comércio de Sementes e Mudas (ABCSEM). De acordo com os dados fornecidos, a cultura
da alface atinge uma produção de mais de 1,5 milhão de toneladas ao ano (ESALQ/USP,
2015).
Uma planta passa por processos de estresse constantes, como mudanças drásticas de
temperatura, estresse hídrico, umidade, ataque de pragas entre outros, e conseguem formular
uma defesa em seu organismo para preservação da espécie e voltar ao seu metabolismo
normal, porém, não em tempo suficientemente rápido para alcançar uma alta produtividade
(ZHANG et al., 2004).
Sabe-se que os hormônios, em relação a animais em geral, agem em diferentes
funções, principalmente com a diferenciação sexual e alterações de comportamentos, nas
plantas esses hormônios são classificados como fitohormônios, pois influenciam em todas as
suas fases, desde a germinação até os estágios finais de produção e senescência, funcionando
como indutores ou inibidores de funções biológicas, dependendo do estado de conservação do
vegetal (FERREIRA & TROJAN, 2015).
Os hormônios vegetais do grupo das auxinas e citocininas são considerados
promotores de crescimento, sendo classificados como metabolismos secundários, produzidos
a partir da síntese de metabolismos primários, esses “fitohormônios” não são essenciais para a
sobrevivência da espécie, são produzidos para auxiliar o desenvolvimento vegetal,
potencializando a capacidade produtiva e se direcionando parcialmente na qualidade dos
produtos finais (SOUZA, 2001).
O ácido indol 3-acético (AIA), é um fitohormônio vegetal do grupo auxinas, que induz
crescimento vegetativo à determinadas culturas. A produção dessa substância é realizada
pelos meristemas (apical, radicular) de crescimento da planta, podendo ser sintetizado em
__________________________________________________________________________________________
Projeto de Aperfeiçoamento Teórico e Prático – Getúlio Vargas – RS – Brasil
3
INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO
EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI
FACULDADES IDEAU
diferentes vias, sendo a mais comum, a via do aminoácido L-Triptofano (FIGUEREDO et al.,
2016).
Este estudo teve como objetivo avaliar as médias de folhas por planta e comprimento
radicular, na variedade da alface americana roxa, sob diferentes aplicações do ácido indol 3acético, em comparação ao grupo controle.
2 MATERIAL E MÉTODOS
O estudo, foi desenvolvido na cidade de Sananduva, situado ao norte do estado do Rio
Grande do Sul, Brasil, Latitude: 27º 56' 59" e Longitude: 51º 48' 24", a uma altitude de 636 m.
Anteriormente o local era utilizado para cultivo de aveia preta (Avena strigosa), e para
fazer a implantação do experimento, primeiramente foi fundamental a preparação do solo,
deixando-o em condições favoráveis à cultura da alface (Lactuta sativa L.). No dia 13/08 foi
aplicado
Gramoxone
200,
com
formulação
de
1,1'-dimetil-4,4'-bipiridina-dicloreto
(PARAQUAT®), para realizar a dessecação do local e iniciar os procedimentos de limpeza
(Figura 1).
O local apresentava um solo bastante compactado devido ao tráfego intenso de
máquinas pesadas, o que dificultou bastante a preparação. Para o revolvimento do solo, foram
usados enxadas e picão, dividindo a área em dois canteiros paralelos de 9 metros de
comprimento por 3,5 metros de largura, sendo subdivididos em 10 parcelas cada canteiro com
um espaço de 50 cm entre os canteiros.
Para a adubação do local, optou-se pela adubação química, realizada 15 dias antes da
implantação das bordaduras do experimento, para evitar uma possível oxidação do adubo e
morte das mudas. Nos 63 m2 do experimento foram usados 2,2 kg de adubo de formulação
NPK 5-30-15, o equivalente a 350 kg/ha-1.
As bordaduras do experimento, e separação das repetições foram feitas com a
variedade de alface crespa, transplantadas no dia 03/09, com espaçamento e adubação igual as
mudas do experimento, com intuito de impedir contaminação entre os tratamentos, e
possibilitar uma melhor visualização dos exemplares do experimento no decorrer do cilo das
mesmas (Figura 1-A).
A implantação do experimento foi realizada no dia 17/09/16, em um local definido
para a implantação da horta, utilizando um fator de 5 tratamentos e 4 repetições, escolhidas ao
__________________________________________________________________________________________
Projeto de Aperfeiçoamento Teórico e Prático – Getúlio Vargas – RS – Brasil
4
INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO
EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI
FACULDADES IDEAU
acaso, colocando em prática o princípio do delineamento inteiramente casualizado (DIC), que
responde a dois dos princípios da experimentação agrícola, os princípios da repetição e
casualização. As mudas foram transplantadas com um espaçamento de 30 cm entre planta e
30 cm entre linhas (Figura 1-B).
Figura 1: Descrição do local da implantação do experimento. Características do local antes da
preparação do solo, e após transplante das bordaduras (A). Transplante do experimento após
15 dias do transplante das bordaduras (B). Fonte: FORTUNA, M. Sananduva-RS, 2016.
As mudas utilizadas para efetuar o estudo, foram fornecidas pelo viveiro de mudas
D’Agostini, Erechim-RS. As mesmas estavam cultivadas em bandejas com capacidade de 200
células, e com aproximadamente 20 dias da semeadura, as mudas das laterais da bandeja
foram descartadas, e utilizando apenas as mudas centrais. No total da implantação foram
transplantadas 400 mudas, sendo 20 mudas por repetição e um total de 80 mudas por
tratamento (Figura 2).
Figura 2: Bandejas contendo as mudas à serem transplantadas. Fonte: ECCO, N. Sananduva-RS,
2016.
__________________________________________________________________________________________
Projeto de Aperfeiçoamento Teórico e Prático – Getúlio Vargas – RS – Brasil
5
INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO
EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI
FACULDADES IDEAU
Os tratamentos foram sequenciados com 0g/L (grupo controle), 1g/L, 2g/L, 4g/L, 8g/L
de AIA. Para a pesagem das frações do fitohormônio sintético, foi utilizada uma balança de
precisão (Figura 3-A). Todas as frações do produto foram diluídas em quantidades gradativas
em 1 L de água, utilizando um dosador com capacidade de 1 L. (Figura 3-B).
Figura 3: Procedimentos de pesagem e diluição do ácido indol 3-acético. Pesagem do
fitohormônio (A), diluição do fitohormônio (B). Fonte: FORTUNA, M. Sananduva-RS, 2016.
Após preparadas as soluções, as raízes das mudas foram mergulhadas em seus
respectivos recipientes de solução, e implantadas à campo em seus locais previamente
definidos de forma aleatória. O procedimento para a implantação foi realizado todo
manualmente, utilizando 20 mudas de alface americana roxa em cada repetição, totalizando
80 exemplares em cada tratamento, e as repetições separadas por uma bordadura de alface
crespa.
Para suplementação hídrica optou-se pelo método de irrigação por gotejamento,
utilizando mangueiras próprias com espaçamento de vazão de 30 cm, sendo justapostas 2
mangueiras cada canteiro com espaçamento de 60 cm entre elas (Figura 4-A) e como
reservatório foi utilizado uma caixa de água com capacidade de 300 litros, para manter a
irrigação ativa em casos de estiagem. A água era proveniente de água de fonte com pH 6,8
(Figura 4-B).
Na primeira e segunda avaliação realizada, nos 8 e 15 dias após ao transplante,
somente foram feitas a contagem das mudas de todos os tratamentos, repetição por repetição e
removido manualmente as plantas daninhas que surgiram no local, para evitar uma
competição entre plantas.
__________________________________________________________________________________________
Projeto de Aperfeiçoamento Teórico e Prático – Getúlio Vargas – RS – Brasil
6
INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO
EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI
FACULDADES IDEAU
Figura 4: Sistema de irrigação do experimento. Instalação do sistema por gotejamento na área
(A), avaliação do pH do reservatório de água (B). Fonte: FORTUNA, M. Sananduva-RS, 2016.
A terceira avaliação foi realizada no dia 31/10, contabilizando dados como números de
plantas por repetição, quantidade de folhas/planta, compimento de raiz. Para as avaliações
foram extraídas aleatoriamente 3 exemplares de cada repetição, as mesmas foram arrancadas
cuidadosamente com o auxílio de uma enxada e posteriormente lavadas, separando a parte
aérea para a contagem das folhas. Para medir as raízes foi utilizado uma régua milimétrica
simples (Figura 5).
Figura 5: Avaliação das amostras colhidas a campo. Contagem das folhas (A), comparativo de
desenvolvimento estrutural entre o grupo controle e o tratamento 2 utilizando 1g/L de AIA.
Fonte: ROGALSKI, W. Sananduva-RS, 2016.
Os dados coletados a campo foram submetidos ao teste de Tukey a 5%, por ser de fato
mais rigoroso e de fácil aplicação.
3 RESULTADOS E ANÁLISE
A primeira e segunda avaliação da contagem das mudas no campo já demonstrou
resultados concretos, com a senescência (morte) de grande parte das amostras, que receberam
__________________________________________________________________________________________
Projeto de Aperfeiçoamento Teórico e Prático – Getúlio Vargas – RS – Brasil
7
INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO
EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI
FACULDADES IDEAU
aplicações de fitohormônio. Conforme resultados coletados foi possível identificar um padrão
decrescente, de acordo com as concentrações da solução, onde havia maior concentração,
ocorreu maior perda das amostras em relação as demais concentrações e ao grupo controle,
onde todas se desenvolviam normalmente.
Os resultados levam à algumas hipóteses que podem explicar o fato, e uma delas é de
que o fitohormônio ácido indol 3-acético aplicado em baixas concentrações funciona como
um estimulante de crescimento radicular, enquanto altas concentrações atuam como um
inibidor de crescimento radicular, e desconsiderando os possíveis erros de dosagens de
aplicação, o ácido indol 3-acético, pode induzir a produção natural de etileno (fitohormônio),
que em excesso é um inibidor do crescimento radicular (TAIZ & ZEIGER, 2009). Resultados
coletados em campo aos 15 dias do transplante, Tabela 1.
Tabela 1: Variações nas dosagens aplicadas, em relação as plantas sobreviventes, às
aplicações de ácido indol 3- acético aos 15 dias do transplante.
Fonte: ECCO, N., Sananduva-RS, 2016.
De acordo com Kerbauy, (2012), os hormônios sintetizados em laboratório são
conhecidos como reguladores de crescimento, podendo inibir ou estimular partes vegetativas,
sendo as auxinas utilizadas normalmente como herbicidas no controle de dicotiledôneas, isto
em concentrações adequadas, porém em baixas concentrações funciona de forma similar ao
AIA (do grupo das auxinas), produzido naturalmente pelos vegetais. Os hormônios sintéticos
à base de auxinas funcionam como estimulantes, à produção natural de etileno, o qual causa o
engrossamento dos caules, e a curvatura das folhas para baixo, estacionando o crescimento
aéreo e radicular do vegetal, e o hormônio etileno induz a produção do ABA (ácido
abscísico), que tem por consequência a redução dos processos fotossintéticos afetando a
assimilação do carbono, por meio do fechamento estomático, impedindo a produção de
biomassa.
__________________________________________________________________________________________
Projeto de Aperfeiçoamento Teórico e Prático – Getúlio Vargas – RS – Brasil
8
INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO
EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI
FACULDADES IDEAU
Outra hipótese que pode explicar a senescência da maioria das amostras, se caracteriza
pela ordem da morte das mesmas, onde uma semana após o transplante todas as amostras
submetidas a dosagem de 8g/L já haviam morrido, e o tratamento com 4g/L já apresentava
apenas metade das amostras, nos demais tratamentos com uma variação menos impactante e a
testemunha todas continuavam se desenvolvendo normal (Figura 6).
Figura 6: Gráfico demonstrando as variações de números de plantas em cada tratamento aos 8
dias do transplante. Fonte: ZAIONS, B. A. D. C. Sananduva- RS, 2016.
A última avaliação realizada aos 45 dias após o transplante, onde foi avaliado número
de plantas, número de folhas, e tamanho radicular. As amostras da testemunha demonstraram
condições adequadas à colheita, apresentando em média 35 folhas/planta, normal para a
cultura de alface, e comprimento de raíz uma média de 18 cm, enquanto o único tratamento
(1g/L) que ainda possuía plantas vivas a média não ultrapassava 15 folhas por planta e média
de raíz com 9 cm (Figura 7). As altas taxas de senescência do experimento, podem ser
consequências de uma inibição do crescimento radicular em função do excesso de ácido indol
3-acético (AIA), onde as raízes não se desenvolveram e não supriram necessidades vitais da
cultura.
De acordo com Salisbury & Ross (2013), para suprir necessidades vitais, as plantas
desenvolvem um sistema radicular complexo, geralmente profundo e ramificado, visando uma
maior captação de nutrientes minerais e água. As raízes penetram camadas profundas de solo,
__________________________________________________________________________________________
Projeto de Aperfeiçoamento Teórico e Prático – Getúlio Vargas – RS – Brasil
9
INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO
EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI
FACULDADES IDEAU
em busca de nutrientes e água, e quanto maior o desenvolvimento radicular, maior será a
superfície de absorção, e quanto menor seu tamanho, menor a capacidade de desenvolvimento
da planta, e em caso de inibição radicular a cultura não desenvolverá sua parte aérea,
impedindo a atividade fotossintetizante (PRIMAVESI, 2002).
Figura 7: Demonstração dos resultados finais do experimento, avaliando parâmetros como
tamanho radicular, quantidade de folhas e número de plantas restantes por tratamento. Fonte:
ECCO, N. Sananduva-RS, 2016.
Na avaliação final aos 45 dias, 3 tratamentos haviam perdido 100% das amostras, a
testemunha possuía 98,75% das mudas transplantadas e o tratamento com 1g/L apresentava
um total de 25% das amostras em desenvolvimento atrasado. Estes valores foram submetidos
ao teste de Tukey à 5% de probalidade de erro, para comparação do qual tratamento foi o
mais efetivo (Tabela 2).
Tabela 2: Análise de variância do numero de plantas sobreviventes aos 45 dias do transplante
das mudas, usando o teste estatístico de Tukey, com probabilidade de 5%.
Fonte: Ecco, N. Sananduva-RS, 2016.
__________________________________________________________________________________________
Projeto de Aperfeiçoamento Teórico e Prático – Getúlio Vargas – RS – Brasil
10
INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO
EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI
FACULDADES IDEAU
Na avaliação estatística foi possível verificar que o melhor resultado obtido no
experimento para número de plantas foi a testemunha, e o segundo sucessivamente refere-se
ao tratamento utilizando a menor dose (1g/L) de solução.
4 CONCLUSÃO
Pode-se concluir que a aplicação do fitohormônio sintético AIA via radicular, à cultura
de alface americana roxa, nas concentrações utilizadas (1g/L, 2g/L, 4g/L, 8g/L) não oferece
vantagens, apenas grandes danos econômicos devido às altas taxas e senescência do
experimento. Estudos realizados por outros autores afirmam que em baixas concentrações
este produto pode funcionar como enraizador, então deve-se reimplantar o experimento com
dosagens inferiores, encontrando então a dose adequada a esta cultura.
REFERÊNCIAS
ASSIS, R.L. Desenvolvimento rural sustentável no Brasil: perspectivas a partir da
integração de ações públicas e privadas com base na agroecologia. Econ.
Apl. v.10 n.1 Ribeirão Preto Jan./mar. 2006. Acesso em: agosto de 16. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-80502006000100005
ESALQ/USP. Alface é a folhosa mais consumida do Brasil. São Paulo, 2015. Acesso em:
outubro de 16. Disponível em: http://www.esalq.usp.br/cprural/noticias/mostra/2207/alface-ea-folhosa-mais-consumida-no-brasil.html
FERREIRA, B. Z.; TROJAN, D. G. Hormônios de plantas: uma prospecção sobre suas
descobertas e aplicações. Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais – CESCAGE.
Rev. Techno Eng. Ponta Grossa-PR. 2015. Acesso em: agosto 16. Disponível em:
http://www.faculdadespontagrossa.com.br/revistas/index.php/technoeng/article/view/150/1
23
FIGUEREDO, E. F., OLIVEIRA, J. T. C., SANTOS, I. B., FREIRE, F. J., SOBRAL, J. K.
Biossíntese de ácido indol acético por bactérias diazotróficas associadas à brachiaria
humidicola por diferentes vias metabólicas. Ciência & Tecnologia, v. 8, n. esp., 2016.
Acesso:
outubro
de
16.
Disponível
em:
http://citec.fatecjab.edu.br/index.php/files/article/view/717
KERBAUY, G. B. Fisiologia Vegetal. Guanabara Koogan, v.2 pg 207-208, Rio de JaneiroRJ, 2012.
__________________________________________________________________________________________
Projeto de Aperfeiçoamento Teórico e Prático – Getúlio Vargas – RS – Brasil
11
INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO
EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI
FACULDADES IDEAU
OLIVEIRA, E. N. A.; SANTOS, D. C. Tecnologias e processamentos de frutos e
hortaliças. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte. Ed.
IFRN.
Natal,
2015.
Acesso
em:
outubro
de
16.
Disponível
em:
http://portal.ifrn.edu.br/campus/paudosferros/arquivos/livro-tecnologia-e-processamento-defrutos-e-hortalicas.
PRIMAVESI, A. Manejo ecológico do solo: a agricultura em regiões tropicais. Ed
NOBEL, p. 51-58, São Paulo-SP, 2002. Acesso em: outrubro de 16. Disponível em:
https://books.google.com.br/books?hl=en&lr=&id=DHo2zLdESkEC&oi=fnd&pg=PA7&ots=
-Mgzy1jWqk&sig=SK5PMGBv1m5vYVRzgeYvJLwPvE&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false
SALISBURY, F. B. & ROSS, C. W. Fisiologia das plantas. Ed. Cengage learning. V.4 P.
144-146. São Paulo-SP, 2013.
SOUZA, M. L. de. Utilização de microrganismos na agricultura. Biotecnologia Ciência &
Desenvolvimento, Brasília, n. 21, p. 28-31, 2001. Acesso em: outubro de 16. Disponível em:
www.biotecnologia.com.br/revista/bio21/21_6.pdf
STEINER, F.; PAVAN, F. O. B. Benefícios dos bioestimulantes na produção de mudas de
alface. Revista campo e negócio. Ourinhos- SP, 2015. Acesso em: outubro de 16. Disponível
em: http://www.revistacampoenegocios.com.br/beneficios-dos-bioestimulantes-na-producaode-mudas-de-alface/
TAIZ, L. & ZEIGER, E. Fisiologia Vegetal. ed.Artmed. v.4 p.545, Porto Alegre- RS, 2009.
ZHANG, H.Y.; XIE, X.Z.; XU, Y.Z. E WU, N.H. (2004) - Isolation and functional
assessment of a tomato proteinase inhibitor II gene. Plant Physiology and Biochemistry,
vol. 42, n. 5, p. 437-444. Acesso em: agosto de 16. Disponível em:
http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0981942804000440
__________________________________________________________________________________________
Projeto de Aperfeiçoamento Teórico e Prático – Getúlio Vargas – RS – Brasil
12
Download