PATOLOGIAS EM OFTALMIA 1) Epicanto: Comum em crianças e se dá pelo não desenvolvimento do osso nasal. comumente confundida com estrabismo, porque a esclera não aparece. É uma patologia 2) Estrabismo: Até os 6 meses é fisiológica e ocorre em decorrência à não maturidade do sistema nervoso que inerva o olho. Depois dos 6 meses a patologia já exige tratamento. As tropias são estrabismos manifestos e as forias são não perceptíveis. Toda criança que tem estrabismo deve ser tratada para evitar a ambliopia. 3) Ambliopia: Quando tem-se uma endotropia temos apenas um olho funcionante na visão (olho fixador). O outro olho é estruturalmente normal, mas não vê pois o cérebro faz uma seleção. É causada por estrabismo, má implantação dos músculos, paresias musculares e graus diferentes de miopia nos olhos. Tratamento é a oclusão do olho bom. 4) Hemorragia Sub-conjuntival ou Hiposfagma: Causada por tosse, força de parto, hipertensão arterial. Não há tratamento. 5) Pterígio: Doença degenerativa da conjuntiva. Proliferação de tecido fibroso vascular sobre a córnea à partir da conjuntiva. Nota-se no pterígio a Linha de Stacker (é uma linha de invasão). Os raios U.V. tem papel no desenvolvimento da doença. Seus sintomas são sensação de corpo estranho e vermelhidão. O tratamento é clínico. Recomenda-se o uso de lubrificantes oculares (metilcelulose 0,3% + dextran 60) associados à vasoconstritores (tópico tipo nafazolina). O tratamento cirúrgico consiste na ressecção da área de pterígio, porém com 90% de recidiva. 6) Corpo estranho metálico na córnea: Deve-se retirar na hora para evitar oxidação. Deve-se anestesiar o olho com tetracaína e retirar o corpo estranho com uma agulha de insulina. Depois, lava-se o olho e coloca-se gotas de ciclopentolato (cicloplégico) ou atropina para relaxar o corpo ciliar. Cabe-se salientar que para qualquer lesão da córnea utiliza-se ciclopentolato ou atropina. Recomenda-se que o paciente utilize antibióticos como tobramicina ou ciprofloxacina de 3 / 3 horas. Encaminha-se à oftalmologia para retirar a área de oxidação. 7) Hifema: Sangue na câmara anterior (em consequência de um trauma). 8) Hipópio: Pús na câmara anterior. A sintomatologia desses quadros podem não existir ou haver dor (comprometimento de íris). O tratamento é hospitalização, repouso, decúbito à 30° e uso de atropina ou ciclopentolato. Caso o sangue vá para a córnea tem-se uma hematocórnea, e ele pode ser absorvido ou tem-se que lançar mão do transplante. 9) Esclerite: Comum em pacientes com doenças do colágeno. benigna e auto-limitada. Utiliza-se anti-inflamatórios. É uma doença que costuma ser 10) Injeção Conjuntival (Conjuntivite): Tem-se hiperemia. Pode ser de origem viral (secreção aquosa, aparecimento de gânglio pré-auricular, benigna e auto-limitada), bacteriana (aparecimento de secreção purulenta), química (lesão corneana) e alérgica (pruriginosa). Sintomatologia consiste em fotofobia e sensação de corpo estranho. Tratamento da infecção conjuntival viral é pelo uso de compressas frias, vasoconstritores e também corticóides. antibiótico. Na alérgica utiliza-se corticóides e anti-histamínicos. Na bacteriana é utilizado 11) Dacriocistite aguda: Obstrução do canal lacriamal pelo não-rompimento da membrana que fecha esse canal à nível de corneto. A ruptura ocorre no momento do parto, sendo freqüente que não ocorra em crianças nascidas de cesariana. Tratamento consiste em esvaziar o saco lacrimal para evitar a proliferação de estafilococos. Obtém-se isso através da massagem do saco lacrimal, uso de antibióticos sistêmicos e tópicos e anti-inflamatórios. Caso ocorra acúmulo de pús temos que fazer a sondagem lacrimal. Não havendo melhora da dacriocistite aguda faz-se a confecção de uma fístula no saco lacrimal. 12) Blefarite seborréica: Formação de “caspa” nos cílios. Trata-se com uso de shampoo neutro e pomada corticóide; caso o processo seja muito intenso associa-se a aplicação de compressas mornas. 13) Blefarite infecciosa: Presença de S. aureus. O tratamento é uso de shampoo neutro e pomada antibiótica. Quando as blefarites são mistas (seborréica + infecciosa), passam a crônicas e recidivantes. 14) Ordéolo externo: Inflamação aguda das glândulas da borda palpebral e cílios (Zeiss e Moll). 15) Ordéolo interno: Inflamação aguda das glândulas de Meibômio. 16) Chalásio: Inflamação granulomatosa das glândulas de Zeiss e Moll, não ligada ao folículo. Tratamento com compressas quentes e secas, pomada de corticóide + antibiótico ou antiinflamatório VO. 17) Catarata: Opacificação do cristalino. Isso ocorre por alterações no metabolismo do cristalino. Tem-se 2 tipos: a catarata congênita e a adquirida (por infecção, química, medicamentosa por corticóide, elétrica, senil, traumática por ruptura do cristalino). Tratamento: sempre cirúrgico. 18) Leucoria: Causas: descolamento da retina, catarata e retinoblastoma. 19) Edema de papila: Pode ocorrer por retinopatia endocraniana, uso de anticoncepcionais. hipertensiva, retinopatia diabética, hipertensão 20) Ptose palpebral: Congênita, senil e iatrogênica. A pálpebra é inervada pelo III par craniano. Fenda palpebral menor. Tratamento cirúrgico, encurtamento do músculo elevador da pálpebra superior. Em ptose senil pode-se fazer elevação do músculo frontal. Ptose iatrogência é póscirurgia ocular: músculo reto superior lesado (maioria recupera em 3 meses). 21) Entrópio: Borda palpebral virada para dentro. Tratamento cirúrgico. 22) Ectrópio: Bordo palpebral virado para fora. Etiologia: congênita, cicatricial ou senil. Lesões na córnea por exposição. 23) Infecções na Córnea: Infecções por vírus, bactérias e fungos. As lesões causadas por bactérias podem comprometer a região superficial (ceratites) ou as mais profundas (úlcera de córnea). Agente etiológico mais freqüente gram-positivo: Staphylococcus. Gram-negativo: úlcera de córnea por Pseudomonas aeruginosa. Tratamento: tópico com colírios, subconjuntival e sistêmico por VO ou IV. Normalmente lesões de córnea doem muito. Nunca usar anestésico tópico como terapêutica. Usar colírio que provoque cicloplegia (ciclopentolato). Vírus: Herpes zooster ou simplex. Quadro similar ao da úlcera bacteriana. Sintomas para as 2 infecções: dor, fotofobia, irritação no caso da bacteriana (descarga purulenta). Herpes zooster só ocorre em imunodeprimidos ou pacientes acima de 80 anos. Tratamento: evolução de até 7 dias cicloplégico 1 gota de 6 / 6 horas, aciclovir tópico, aiclovir VO 800 mg. 24) Infecções na Úvea: Uveíte anterior (íris e corpo ciliar), intermediária (pars plana) e posterior (corpo coróide). Etiologia: Toxoplasma gondii. Pode ser classificada também quanto à presença de lesão granulomatosa. Sintomas: “nuvem no olho”. - Uveíte posterior: é mais comum na toxoplasmose. Tem uma lesão principal e uma satélite com bordos mal-definidos, branco-amarelada, e presença de vitreíte. Tratamento: meticorten 60 mg VO 1 cp por dia; pirimetamina 25mg; sulfadiazina 500 mg 30 dias de 6 /6 horas. - Uveíte anterior: presença de precipitados ceráticos (presença de elementos inflamatórios da íris na camada córnea; aumenta a pressão intra-ocular). Tratamento: cicloplégico 1 gota de 6 /6 horas; dexametazona tópica; fluormetalona).