1 2 ANÁLISE AMBIENTAL DO LOTEAMENETO BEM-TE-VÍ DA CIDADE DE PORTÃO /RS 3 4 INTRODUÇÃO 5 6 Assim como um dos principais e mais graves problemas no Brasil tornam-se a 7 carência de moradias (OLIVEIRA, 2001). Dessa forma, a demanda por infraestrutura é 8 favorecida pela expansão urbana (ANDRADE, 2005). De acordo comdados do censo 9 brasileiro realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, do total de 10 domicílios particulares permanentes e existentes, 91,9% são servidos por abastecimento 11 de água e 75,3% por coleta de esgoto (IBGE, 20010). 12 As residências instalam-se primeiro em áreas periféricas pouco adensadas, 13 mesmo com uma infraestrutura urbana precária. A concentração populacional nestas 14 áreas urbanas aumenta a demanda habitacional e a expansão. Isso faz com que as áreas 15 de reservas naturais sejam prejudicadas (ROMERO, 2003). 16 Desse modo, quais as estratégias de projeto para a infraestrutura, sob 17 parâmetros de sustentabilidade urbana a serem adotadas para a minimização de 18 problemas territoriais de expansão urbana?As preocupações voltadas as questões 19 socioambientais delimitam uma nova forma de adoção de técnicas projetuais para 20 loteamentos de interesse social. 21 O tema desse trabalho científico partiu de questões, como: assentamento 22 humano, infraestrutura e impacto ambiental. Romero e Vianna (2002) e Azevedo (1982) 23 destacam que a falta de critérios de projeto na implementação da infraestrutura urbana é 24 resultante da diminuição da qualidade de vida dos centros urbanos, criando em espaços 25 deficientes, através da desordenada ocupação e a alteração na paisagem natural. 26 A preocupação urbano-ambiental já era demonstrada pelo Governo Federal, 27 através da Lei n°6.766 (BRASIL, 1979), na alteração do quadro das cidades, 28 estabelecendo padrões mínimos de qualidade ambiental e de vida das cidades, 29 necessários para a implantação dos loteamentos urbanos, visando o crescimento da 30 população brasileira. 31 32 33 OBJETIVO 1 A pesquisa tem como objetivo geral analisar a infraestrutura urbana sob 2 parâmetros de sustentabilidade em um loteamento popular de malha tradicional (grelha), 3 no município de Portão/RS. 4 5 METODOLOGIA 6 7 A pesquisa mostra de forma teórica, os conceitos e os procedimentos metodológicos 8 de avaliação pós-ocupação, sendo aplicados, complementando assim, o levantamento 9 técnico da infraestrutura do loteamento e seu funcionamento e a satisfação dos usuários. 10 Essa pesquisa se trata de forma descritiva, com caráter exploratório e qualitativo. 11 O processo da pesquisa foi definido através de Revisão bibliográfica e estudo 12 de caso. No estudo de caso, foi analisado um projeto de loteamento popular de malha 13 tradicional (grelha), no município de Portão RS. Os dados obtidos através de 14 documentos do loteamento foram coletados através de pesquisa dos elementos gráficos 15 (mapas, projeto urbano e arquitetônico) junto à Prefeitura Municipal de Portão/RS. 16 Foram coletados dados referentes, ao loteamento Bem-te-vi da cidade de 17 Portão/RS. Portanto, a amostragem é de 297 lotes ocupados por residências 18 unifamiliares do loteamento. 19 Tornou-se fundamental, o conhecimento antecipado da realidade do usuário 20 com suas expectativas e realidade cultural em relação ao projeto. Indicou em uma 21 avaliação geográfica algumas características da pós-ocupação. 22 O município de Portão/RS possui área de 159,94 km² e população de 29.012 23 habitantes. Localiza-se na Região Metropolitana de Porto Alegre/RS, sendo limitado 24 pelos seguintes municípios: ao sul com Nova Santa Rita; a leste com Estância Velha e 25 São Leopoldo; ao norte e nordeste com Lindolfo Collor e São José do Hortêncio; ao 26 sudeste com Sapucaia do Sul; e a oeste com São Sebastião do Caí e Capela de Santana. 27 28 RESULTADOS E DISCUSSÕES 29 30 O projeto foi implementado de forma a separar a interação dos moradores. Esse 31 modelo de ocupação não valoriza o espaço de uso coletivo, pois se encontra na borda do 32 loteamento. A única via coletora do loteamento denominada Rua Cabriúva, que fica 33 perpendicular as vias locais. Ela se liga ao grande eixo de deslocamento, Rua 34 Morretinhos, que serve como um elo de ligação com muitos bairros da cidade e também 35 com a rodovia RS 240. 1 A morfologia adotada de traçado regular é frequentemente utilizada nesse tipo 2 de empreendimento e tem como objetivo facilitar a execução da infraestrutura e reduzir 3 os custos de implantação. O relevo onde localiza-se o loteamento é praticamente todo 4 alterando em termos de cobertura vegetal nativa, e levemente ondulado. Analisando a 5 implantação do loteamento com curvas de nível, a cota de nível mais alta no loteamento 6 é 42 de altitude, e a mais baixa é 32 m, proporcionando pontos de alagamento nesse 7 nível. 8 As vias que são revestidas com pedras irregulares, somando um total de 9 1.211,51m lineares do material. Nessas ruas, o passeio público possui revestimento de 10 cobertura vegetal rasteira, dessa forma, a cobertura de grama é o revestimento mais 11 utilizado, econômico, facilita a permeabilidade das águas da chuva, mas, por não 12 permitir uma homogeneidade de percurso, dificulta a mobilidade, também em função da 13 irregularidade dos níveis e pouca largura do passeio nas vias locais, a cobertura com 14 grama nos passeios é padronizada no loteamento. 15 16 CONCLUSÃO 17 18 A falta de critérios de projeto na implementação da infraestrutura urbana, é 19 significativa no Loteamento de Interesse Social Bem-Te-Ví da cidade de Portão/RS. 20 Esse aspecto se fez presente quando a análise e a revisão teórica de sistemas 21 alternativos, voltados a rede de infraestrutura foi desenvolvida. Essa falta de critérios de 22 projeto afeta a qualidade de vida dos moradores do município. 23 Espera-se que as informações obtidas possam contribuir para um maior 24 embasamento no processo projetual de loteamentos urbanos e auxiliar nas pesquisas de 25 infraestrutura, permitindo traçar cenários de urbanização de qualidade voltados à busca 26 de melhores condições econômicas, sociais e ambientais. 27 28 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 29 30 ANDRADE, Liza Maria Souza. Agenda Verde X Agenda Marrom: Inexistência de 31 princípios ecológicos para o desenho de assentamentos urbanos. Dissertação de 32 Mestrado. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. Brasília: Universidade de Brasília, 33 2005.