A SOLUÇÃO DA GUERRA CAMBIAL ATRAVÉS DA NEGOCIAÇÃO DIPLOMÁTICA Primeiro precisamos entender o que é, e o que está causando: Os EUA estão em crise há muitos anos, importam mais do que exportam, e o governo gasta mais do que arrecada. As guerras do Iraque e Afeganistão contribuem em muito para agravar esse problema. A situação degringolou mesmo com a crise econômica global de 2008, que afetou a severas “pancadas” a economia americana que até então era considerada umas das mais sólidas do planeta. O governo americano na tentativa de animar o mercado econômico na pós crise, baixou as taxas de juros e imprimiu mais papel moeda corrente e injetou a cifra de US $ 600 bilhões na economia mundial. Com juros baixos, as pessoas consomem mais e as empresas contratam mais trabalhadores e há um aumento considerado de investimentos, mas os juros baixos afastaram os investidores internacionais, que preferem aplicar em países emergentes, que por sua vez, possuem taxas de juros mais altas, como o Brasil, por exemplo. Isso tem feito, com que a moeda dos países emergentes, como o real, valorizassem, porque com a grande oferta de dólares, a cotação da moeda americana cai, como os EUA querem exportar mais, para eles a desvalorização é positiva – seus produtos ficam mais baratos e o país consegue vender mais no exterior (aumento significativo na taxa de exportação). Essa situação cria a chamada “guerra cambial”. Os países emergentes não querem que as suas moedas valorizem muito se comparadas com o dólar, porque isso afeta diretamente a indústria nacional, tanto na exportação quanto no mercado interno. Um real valorizado e um dólar em baixa são bons para quem vai em viagem ao exterior ou comprar produtos importados, mas prejudica as empresas, o emprego e a economia do país em geral. No consumo interno, o prejuízo acontece, por exemplo, quando alguém compra um tênis de origem chinesa porque está mais barato que um similar brasileiro. Com as exportações, o problema ocorre porque, com o real valorizado, um tênis de fabricação brasileira passa a custar mais em dólar (o custo dele em reais não varia: se custa R$ 100,00 (cem reais), com o dólar baixo, serão necessários mais dólares para se comprar os mesmos R$ 100,00 (cem reais) e adquirir o tênis.) A China, é apontada pelos EUA como um dos grandes vilões do desequilíbrio global na balança comercial de importação e exportação. O governo chinês mantém o yuan artificialmente baixo, seus produtos ficam baratos e o país exporta muito. Para se diminuir a entrada de dólar no Brasil, nosso governo adotou medidas protecionistas, como por exemplo, o aumento do imposto para investimentos estrangeiros em algumas aplicações financeiras. Esse cenário mundial tem afetado diretamente a economia interna dos demais países, vez que as transações comerciais internacionais feitas, utilizam-se do dólar americano como referencial cambial. O Ministro Guido Mantega, diz ser a favor de que os países do chamado G20, que por seus líderes representantes reunidos hoje e amanhã (11 e 12 de novembro de 2010) na Coréia do Sul, adotem também outras moedas nas transações comerciais internacionais, com isso tiraria pouco da hegemonia da moeda americana no mercado internacional. As moedas desses países considerados emergentes, incluindo o Brasil, desvalorizam-se muito em relação ao dólar como uma medida protecionista, o que prejudica as exportações e gera inflação no mercado interno. Os líderes do G20, reunidos em Seul buscam fechar um acordo para controlar essa situação e, assim, evitar a "guerra cambial" e a adoção de mais medidas protecionistas. Por outro lado, os países latinos do grupo (Brasil, Argentina e México) insistiram que o G20 alcance acordos para evitar desvalorizações com fins competitivos que possam incentivar o protecionismo e alimentar uma guerra cambial no mundo. Como forma de solução de tal conflito (guerra cambial) vemos que a reunião de G20 uitilizando-se de meios diplomáticos, resolvem os desacordos e fazem os ajustes mediante negociação direta pelos líderes representantes do chamado G20, que são compostos pelas vinte maiores economias mundiais, incluindo a União Européia, sem o escopo de obrigar as partes ao seu parecer. Essa reunião entendo ser uma forma de negociação diplomática, que nada mais é do que um acordo multilateral entre os países litigantes, aonde é necessário que haja uma equivalência entre os países. Sendo todos acordos firmados pelos países membros em documentos oficiais (forma expressa), e pela oralidade (forma tácita) dos líderes representantes das economias mundiais envolvidas através dos discursos proferidos durante as reuniões. Que a nossa economia possa continuar a crescer diante dos olhares atentos dos investidores internacionais, mas de uma forma sólida, evitando-se a desvalorização de nossa moeda e taxas de juros competitivas com o mercado internacional, dentre outras medidas deveras importantes para o aquecimento da economia brasileira para que o país continue com a marca de 8ª. economia mundial e possa sonhar em galgar melhores posições no ranking mundial. Walter Ferro – Policial Militar e acadêmico do curso de direito pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul – Unidade de Paranaíba-MS.