1 LIMITES (Unidade II) O estudo dos Limites objetiva conceituar intuitivamente limite, definir limites laterais, aplicar as propriedades, calcular limites de funções e verificar a continuidade de uma função. Introdução Antes de iniciar os estudos sobre Limites, vamos observar um exemplo prático do nosso cotidiano. - Seja S(t) = 3t 2 + 5t + 2 a função que representa a posição (em km) de um certo tipo de veículo em um determinado instante t (0 t 10). Suponha que desejamos determinar a velocidade do veículo no intervalo de tempo t = 3 horas. Para encontrar essa solução devemos calcular a velocidade média do móvel no intervalo de tempo [3, t]. S var iação do espaço t var iação do tempo S (t ) S (3) Vm (t 3) t 3 S (t ) 3t 2 5t 2 S (3) 3.3 2 5.3 2 44 (3t 2 5t 2) 44 Vm t 3 2 3t 5t 42 Vm t 3 Vm Verificando que t = 3 não está definido no domínio da função velocidade média (Vm), podemos calcular as velocidades médias do veículo quando o valor de t aproxima-se cada vez mais de 3 (Tabela). Note que, quando mais próximo de 3 o intervalo de tempo se encontrar, a Velocidade Média do veículo aproxima-se do valor 23, logo, 2 podemos sugerir que a velocidade instantânea do móvel em t = 3 horas é de 23 km/h. Após esse exemplo vamos começar os estudos de Limites de uma Função através da Definição Intuitiva. 1.0- DEFINIÇÃO INTUITIVA DE LIMITE Inicialmente, analisemos os gráficos das funções abaixo:a) Verificamos que, quando os valores de x se aproximam tanto pela esquerda, como pela direita do valor 3, os resultados correspondentes a f(x) (imagem) estão se aproximando do valor 4. Então, podemos dizer que o limite da função y = f(x), quando x tende a 3, é igual a 4, e indicamos: f ( x) 4 Lim x3 Analisando o quadro, verificamos que, quando os valores de x se aproximam tanto pela esquerda, como pela direita do valor 1, os resultados correspondentes a y(imagem) estão se aproximando do valor 3. Então, podemos dizer que o limite da função y, quando x tende a 1, é igual a 3, e indicamos: Lim g ( x) 3 x 1 Em regra geral, dizemos que: - Limite de uma função, quando x tende a k, é igual a q (k e q constantes). Lim xk f ( x) q 3 Após esses exemplos sobre a noção intuitiva de limite, podemos voltar ao exemplo prático citado inicialmente, no qual mostramos que quanto mais próximo de 3 horas for o valor do tempo, a velocidade média se aproxima de 23 km/h, então, podemos dizer que a velocidade instantânea do veículo em t = 3 horas é igual a 23 km/h, em outras palavras, podemos dizer que o limite da velocidade média quando o tempo t se aproxima de 3 é igual a 23. Observemos. 3t 2 5t 42 3.3 2 5.3 42 0 Lim (in det er min ação) t 3 33 0 t 3 Levantando a indeterminação, temos: 14 3 ( t )(t 3) 3 Lim Lim (3t 14) 23 ( t 3) t 3 t 3 2.0- LIMITES LATERAIS 2 x 1, x 1 Observe a função f : R R definida por f(x) = . x 3, x 1 Determinemos, com auxílio das tabelas e do gráfico abaixo, o limite de f(x) quando x tender a 1 tanto pela esquerda (1-), como pela direita (1+). 4 Observando as tabelas e o gráfico acima, verificamos que o limite de f(x), quando x tende a 1, não existe, pois, o limite de f(x), quando x tende a 1 pela esquerda vale –2 e o limite de f(x), quando x tende a um, pela direita, vale 2, Limf ( x) 2 Limf ( x) 2 logo, e são chamados limites laterais. x 1 x 1 Notamos que a existência dos limites está relacionada diretamente com os limites laterais, pois, se os mesmos apresentam resultados iguais quando estão se aproximando de um determinado ponto, dizemos que o limite, nesse ponto, tem solução, caso contrário, não. Agora, observamos os exemplos abaixo para fixarmos melhor, como devemos determinar limite lateral. 5 1- Dadas as funções f(x) e g(x), representadas pelos gráficos. y y f(x) 4 g(x) 1 0 2 x 0 2 3 2 2 x Determine: a) d) Lim f ( x) b) Lim f ( x) c) Lim f ( x) x 2 x 2 x2 Lim g ( x ) Lim g ( x) Lim g ( x) x e) x 2 g) Lim g ( x) x f) 2 h) Lim g ( x) x x 2 i) Lim g ( x ) x Solução: a) Lim f ( x) x 2 Analisando o gráfico de f(x), verificamos que quando x tende a dois, pela esquerda, y se aproxima de 4, logo, Lim f ( x) 4 x 2 b) Limf ( x) x 2 Analisando o gráfico de f(x), verificamos que quanto x tende a dois, pela direita, y se aproxima de 1, logo, Lim f ( x) 1 x 2 Lim f ( x) Lim f ( x) , podemos c) Como, os limites laterais são diferentes x2 x 2 lim f ( x) afirmar que não existe. x2 6 Lim g ( x) d) x 2 Lim g ( x ) e) x 2 f) Como os limites laterais são diferentes, podemos afirmar que Lim g ( x ) x não 2 existe. g) Lim g ( x) 0 x h) Lim g ( x) 0 x i) Como os limites laterais são iguais, podemos afirmar que Lim g ( x ) existe e x vale 0 (zero). 3.0- PROPRIEDADES OPERATÓRIAS A partir de agora, vamos estudar as Propriedades Operatórias dos Limites. - Sejam f(x) e g(x) duas funções definidas pelo domínio D, tais que Lim f ( x ) L1 e Lim g ( x) L2 com L1, L2 . xa xa 1ª) Limite de uma constante (k) é a própria constante. kk Lim xa 2ª) Limite da soma (ou diferença) de funções é a soma (ou diferença) dos limites dessas funções. Lim f ( x) g ( x) = xa Lim f ( x) Lim g ( x) = L L 1 2 xa xa 3ª) Limite do produto de funções é o produto dos limites dessas funções. Lim f ( x) g ( x) = xa Lim f ( x) Lim g ( x) L1 L2 xa xa 7 4ª) Limite do quociente de duas funções é o quociente dos limites dessas funções. Lim f ( x) Lim g ( x) 0, x x a f ( x) x a L Lim 1 g ( x ) L Lim g ( x) 2 xa 5ª) Limite da potência de uma função é a potência do limite dessa função. n Lim f ( x) = Lim f ( x) L n 1 x a xa 6ª) Limite da raiz de uma função é a raiz do limite dessa função. n Lim n f ( x) Lim n xa f ( x) n L1 xa 7ª) Limite do logaritmo de uma função é o logaritmo do limite dessa função. Lim [ Logb f ( x)] Logb Lim f ( x) Logb L1 x a xa 4.0- LIMITE DE FUNÇÕES 4.1- Limite de uma Função Polinominal Polinômio: É uma expressão algébrica racional e inteira representada pela seguinte forma: a n x n a n 1 x n 1 a n 2 x n 2 ... a1 x a0 em que x é a var iável do polinômio n N a n , a n 1 , ..., a 0 são os coeficientes do polinômio a0 coeficiente independente Exemplos: a) 3x b) 5x + 3 c) 4x2 – 3x + 4 d) 4 2 x – 3xy +y 5 8 5x 2 4 não representam polinômios, x5 pois, na 1ª expressão, a incógnita x encontra-se no radicando, logo, temos uma expressão irracional e na 2ª, a variável encontra-se no denominador, então, temos uma expressão racional. Nota: As expressões 2x 3 4x 3 e Função Polinomial: É toda função de grau n (n N) do tipo P: dado por P(x) = a n x n a n 1 x n 1 a n 2 x n 2 ... a1 x a0 , em que an, an-1, an-2, ..., a1, a0 são números reais (). Após as definições de polinômio e de função polinomial, vamos resolver o seguinte exemplo: - Determine os limites das funções polinomiais: a) Lim (3 x 2) x5 11 8 2 b) Lim 3 x 7 x 4 x 5 x x 1 Solução: Lim (3 x 2) = 3.5 – 2 = 15 – 2 = 13 x5 Isto significa que, quando x está se aproximando tanto pela esquerda, como pela direita de 5, o limite da função f(x) = 3x – 2, está se aproximando de 13. a) 11 8 2 b) Lim 3 x 7 x 4 x 5 x = 3.(-1)11 – 7.(-1)8 + 4.(-1)2 – 5.(-1) = 3.(-1) – x 1 7.(+1) +4.(+1) – 5.(-1) = -3 –7 + 4 +5 = -1 4.2- Limite de uma Função Racional Função Racional: É toda função que apresenta a incógnita no denominador. Exemplos 3x 5 a) f ( x) 2 5x b) f ( x) x 2 4x 1 x 2 2x Observamos que as funções acima apresentam elementos que não pertencem ao domínio da função. No caso do item a, o número 2/5 torna nulo o denominador e no item b, os elementos que anulam o denominador são 0 e 2. Em decorrência dessa observação, encontremos o limite de cada função racional abaixo: 9 2x 1 Lim 2 a) x 5 x3 x 2 4x 4 Lim 2 b) x 4 x2 x 2 4x 3 Lim 2 c) x 4 x 2 x2 9 Lim 2 d) x 4x 6 x3 3x 2 4 Lim e) 5x 2 x 2 x 2 5x 6 Lim g) x 3 x 2 ( x 4) 2 Lim f) x 1 x 1 x 2 5x 6 Lim 2 h) x 4 x2 x2 9 Lim i) x3 x3 Solução: 2x 1 Lim 2 2.3 1 5 a) x 5 = 2 3 5 4 x3 x 2 4x 4 2 2 4.2 4 4 8 4 0 Lim 0 2 b) 44 8 22 4 x 4 = x2 x 2 4x 3 Lim (2) 2 4.(2) 3 4 8 3 1 2 (não existe) c) = x 4 44 0 (2) 2 4 x 2 Demonstração Vamos, inicialmente, estudar o sinal da função f ( x) x 2 4x 3 . x2 4 f1 ( x) x 2 4 x 3 x 2 4x 3 f ( x) x2 4 f 2 ( x) x 2 4 f 1 ( x) x 2 4 x 3 x2 + 4x + 3 = 0 f 2 ( x) x 2 4 x2 4 0 x' 2 x" 2 10 x' 1 x" 3 f1(x) f2(x) f1/f2) +++++++++++++++ -3 ------- ------------‘ -1+++++++++++++ + x +++++++++++++++++++++++ -2 ------------------ 2+++++++++ ’ x +++++++++++++++ -3 ------ -2 +++++ -1------ 2 +++++++++ x Observando o gráfico, temos: x 2 4x 3 f1 0, log o, Lim para x 2, 2 f2 x 4 x 2 2 para x 2, f1 0, log o, Lim x 4 x 3 x2 4 f2 x 2 Como os limites laterais são diferentes, podemos afirmar que x 2 4x 3 Lim 2 x 4 não existe. x 2 x2 9 32 9 0 2 Lim 2 0 d) x 4 x 6 3 4.3 6 27 x3 x 2 9 32 9 0 Lim (in det er min ação) e) x 3 3 9 0 x3 Este limite será resolvido durante o estudo sobre limites Indeterminados. 4.3- Limite de uma Função Exponencial Função Exponencial: É toda função do tipo f(x) = bx, sendo b a base (1 b > 0) e x o expoente (x ). Observe os gráficos de f(x) = bx, quando: 1) (b > 1) f(x) = bx função crescente decrescente. 2) (0 < b < 1) f(x) = bx função 11 Após identificarmos uma função exponencial, vamos calcular o limite de cada função abaixo: x x 2 x x Lim 81 Lim a) Lim 3 b) Lim 2 c) d) 3 x 1 x4 x 3 4 x 2 Solução x a) Lim 3 = 34 = 81 x4 x 1 1 b) Lim 2 = 2-3 = 3 2 8 x 3 Lim 81x c) x 1 4 1 4 = 81 = x 4 81 3 2 2 2 9 2 3 Lim d) 3 = 3 2 4 x 2 n 1 a n a bc c b a a a n b n b a 4.4- Limite de uma Função Logaritmica Função Logarítmica: É toda função do tipo f(x) = Log b x , sendo b a base do logaritmo (1 b > 0) e x o logaritmando ou antilogaritmo (b > 0) Observe os gráficos de f(x) = Log b x, quando: 1) f(x) = Log b x (b > 1) função crescente 2) f(x) = Log b x (0 < b < 1) função decrescente. 12 xb Lim Log a x Log a b f ( x) Lim Lim xb Log b x Log b c f ( x) Lim xc xc Após identificarmos a maneira de determinar limite de uma função logarítmica, vamos calcular o limite de cada função abaixo: a) Lim Log (5 x) x2 4 x 6 Lim Log b) x x 2 c) Lim Log 3 x x 0 Lim Log 1 x d) 3 x0 Solução Lim Log (5 x) Log Lim 5 x Log 10 1 a) x 2 x2 4 x 6 4 x 6 Lim 4.(2) 6 Lim Log b) Log 1 0 x Log x = Log (2) x 2 x 2 c) Lim ( Log 3 x) = , observe no gráfico ao lado x 0 que quando x tende a zero pela direita, o limite tende a menos infinito. 13 d) Lim ( Log 1 3 x) = , observe no gráfico ao lado x0 que quando x tende a zero pela direita, o limite tende a mais infinito. 5.0- LIMITES TENDENDO PARA O INFINITO O nosso estudo sobre limite de uma função, até esse momento, baseou-se quando a variável se aproxima de um único número. Porém, há situações em que necessitamos saber o valor do limite de uma função quando a variável cresce (ou decresce) infinitamente, ou seja, quando a variável se aproxima de um valor infinitamente grande (ou pequeno). Em decorrência desse fato, vamos estudar limites de funções quando a tendência da variável está direcionada ao infinito. Antes de começarmos a resolver limites no infinito, vamos verificar algumas operações que envolvam . , n 0 1ª) (+)n = 0, n 0 , n ímpar 2ª) (-)n = , n par 0, n 0 , n 0 , n 0 3ª) ou n n , n 0 , n 0 n n 0 ou 0, n 0 4ª) , n 0 , n 0 5ª) n ou n , n 0 , n 0 , n 1 6ª) n 0, 0 n 1 0, n 1 ou n , 0 n 1 14 Após essa verificação, vamos resolver limites de funções quando a variável independente, nesse caso x, tende para o infinito. 5.1) Limite de uma Função Polinomial quando x O limite de uma função polinomial em x, para x tendendo a , é igual ao limite do termo de maior grau do polinômio. Lim p ( x) Lim a0 x n a1 x n 1 a2 x n 2 ... an = x x a a a a a a Lim a 0 x n 1 1 2 2 ... n n Lim a 0 x n .Lim1 1 2 2 ... n n a0 x a0 x a0 x a0 x a0 x a0 x x Lim x a 0 x n .1 Lim x x a0 x n x Exemplo: 1) determine os limites abaixo: a) Lim 3x 6 2 x 5 3x 4 2 x 3 1 b) x Lim 4 x 2 3x 1 x Solução: a) 3x Lim 6 2 x 5 3x 4 2 x 3 1 x Lim 3x x b) Lim 6 4 x x = 2 x 5 3x 4 2 x 3 1 Lim 3x 3 6 6 3. x 2 = Lim 4 x 4.() 3x 1 2 2 4.() x 5.2) Limite de uma Função Racional quando x O limite de uma função racional, para x tendendo a , é igual ao limite do quociente entre os termos de maior grau do numerador e do denominador dessa função. a0 x n a0 x n a1 x n 1 ... an ou Lim a0 x n m Lim Lim Lim Q( x) m m m 1 b x b x ... b = b b0 x 1 m 0 0 x x x x Exemplo: 15 1- Determine os limites abaixo: 3x 5 4 x 3 7 Lim 2 a) 2 x 3x 5 x 4 x 2 3x 4 Lim 7 5 c) x 4 x 6 15 x 3 4 x 2 6 x 8 b) 5x 3 6 x 3 x Lim x Solução: 3x 5 4 x 3 7 3x 5 2 Lim 2 a) 2 x 3x 5 = 2x = x x 3 3 3 x 3() 3() Lim 2 2 2 2 Lim x 15 x 3 15 x 3 4 x 2 6 x 8 Lim 3 Lim 3 3 Lim 3 5x b) 5 x 6 x 3 = x x x 4 x 2 3x 4 4x3 4 4 Lim 7 Lim Lim 4 5 4 x7 = c) x x 4x 6 = x x x 4 0 5.3) Limite de uma Função Exponencial quando x O limite de uma função exponencial, para x tendendo a , é igual a + ou a zero, dependendo do tipo de função: 1) Se a função é crescente (a > 1), temos: 1.1) Lim a x x 16 1.2) ax 0 Lim x 2) Se a função é decrescente (0 < a< 1), temos: 2.1) ax 0 Lim x 2.2) a x Lim x Exemplo 1) Resolva os limites abaixo: a) Lim 7 x x 1 Lim b) 2 x x c) Lim 2 x x 3 Lim d) 4 x x 17 Solução: x a) 7x Lim = 7+ = + x c) 2x Lim = 2- = x 1 1 0 2 1 1 b) 2 = 2 0 x x 3 3 4 Lim d) 4 = 4 3 x Lim 5.4) Limite de uma função logarítmica quando x O limite de uma função logarítmica, para x tendendo a +, é igual a + ou a -, dependendo do tipo de função: 1) Se a função logarítmica é crescente (b > 1), temos: Lim Log b x x 2) Se a função logarítmica é decrescente (0 < b < 1), temos: Lim Log b x x * A variável tende apenas para +, em virtude do domínio da função logaritma ser * . Exemplo: 1) Resolver os limites abaixo: 18 a) Lim Log 1 x b) 3 x Log 3 x Lim x Solução: a) Lim Log 3 x x * Observe os gráficos acima. Log 1 x b) 3 x Lim Aplicação: 1- Um empresário da área de informática estima que o custo (reais/ano) na produção de uma quantidade q de determinado produto é representado por C(q) = 250 + 320q. Sendo o custo médio calculado pelo quociente do custo da produção pela quantidade produzida, determine: a) O custo na produção de 30 e 70 unidades. b) A função custo médio. c) O custo médio na produção de 25 unidades. d) Lim Cm q e interprete graficamente. Solução: a) C(q) = 250 + 320q C(40) = 250 + 320x30 = 9.850,00 C(70) = 250 + 320x70 = 22.650,00 C (q ) 250 320q b ) Cm ( q ) q q 250 Cm ( q ) 320 q 250 c) Cm(q) 320 q 250 Cm(25) 320 330,00 25 250 250 d ) Lim Cm(q) Lim 320 320 0 320 320,00 q q q 19 250 por Observe que, a medida que cresce o nível de produção, o custo fixo q unidade produzida tende a zero, logo, o custo médio se aproxima de 320,00 por unidade produzida. 6.0- LIMITES INDETERMINADOS Ao tentarmos resolver alguns limites, verificamos que os mesmos não apresentam soluções de imediato, pois recaem em uma indeterminação. Para resolvermos esses limites, devemos utilizar os nossos conhecimentos básicos de matemática. A fim de entendermos melhor as palavras acima, observemos a resolução do limite abaixo. x2 9 Lim x 3 . x3 x 2 9 32 9 9 9 0 Lim x 3 33 33 0 x3 0 é uma indeterminação (não é definido), logo, devemos 0 utilizar conhecimentos básicos de matemática, no caso, fatoração, para levantarmos essa indeterminação, ou seja, encontrarmos o resultado do limite. x 2 9* x 3 x 3 Lim Lim ( x 3) 3 3 6 Lim x 3 x3 O resultado x3 x3 x3 * x2 – 9 = x2 – 32 = (x + 3).(x – 3) diferença de dois quadrados. x2 9 e g(x) = x + 3 são idênticos Nota: os gráficos das funções f(x) = x3 exceto quando x assumir valor 3. Esse fato indica que podemos calcular o limite da função f(x) calculando o limite da função g(x) quando x tende a 3. 20 Agora, observemos os símbolos de indeterminação indeterminadas que irão surgir durante os nossos estudos. ou formas 0 , , , 0., 0 0 , 1 , 0 0 Por que esses símbolos são denominados de símbolos de indeterminação? Para responder essa pergunta, observemos as igualdades abaixo: 0 1) n 0 0 . n (n ) 0 n . n 2) (n ) 3) n n n n ou 0 4) 0 . n 0 5) 00 n (n ) (n ) (aplicando log aritmo) Log 0 0 Log n ( propriedad e da potência) 0.Log 0 Log n 0.() Log n 0 6) 1 n Log n n 0 (aplicando log aritmo) Log 1 Log n ( propriedad e da potência ) . Log 1 Log n . 0 Log n 0 Log n n 0 21 7) 0 n (aplicando log aritmo) Log 0 Log n ( propriedad e da potência) 0 . Log Log n Log n n 0 Para que cada igualdade acima seja verdadeira, n pode assumir vários valores reais. Em decorrência disso, denominamos esses símbolos de indeterminação. 0 . Log n 0 A partir desse momento, utilizando nossos conhecimentos básicos de matemática, vamos calcular limites que apresentam símbolos de indeterminação. 1- Resolva os limites abaixo: x 2 4x 4 Lim 2 a) x 4 x2 3 x Lim 2 c) x 3x 1 x Lim e) x2 3 2 b) Lim 2 x x x 3 x Lim d) 3 x x3 x 3 2 x 2 Solução: x 2 4x 4 Lim 2 a) x 4 x2 x 2 4 x 4 2 2 4.2 4 0 Lim 2 2 x 4 2 4 0 (in det er min ação) x2 Vamos levantar a indeterminação utilizando fatoração: 1) f(x) = x2 – 4x + 4 a 1 x2 – 4x + 4 = 0 b 4 c 4 Aplicando a fórmula de Bháskara, temos: x' 2 x" 2 22 Utilizando a fórmula y = a(x - x’).(x – x”) y = 1(x – 2)(x - 2) 2) g(x) = x2 - 4 x2 – 4 = 0 x' 2 x" 2 Aplicando a fórmula y = a(x - x’).(x – x”) y = 1(x – 2)(x + 2) Substituindo no limite f ( x) ( x 2).( x 2) x2 0 Lim Lim Lim 0 x 2 4 g ( x) = ( x 2).( x 2) = x2 x2 x2 2 b) Lim 2 x x x Lim 2 x 2 x = - (indeterminação) x Para levantarmos essa indeterminação, devemos o termo de maior grau. 2 Lim 2 x 2 x = Lim 2 x 2. x x 2 3 x Lim 2 x 3x 1 x 3 x Lim 2 x 3x 1 = (indeterminação) x c) Levantando a indeterminação - Separa-se o termo de maior grau tanto do numerador, como do denominador. 3 x x 1 1 Lim 2 Lim 2 Lim x 3x 1 = x = x 0 x x x 3 x Lim d) 3 x x3 23 3 x 33 0 Lim 3 3 0 3 x x3 (in det er min ação) Para levantarmos essa indeterminação, multiplica-se tanto o numerador, como o denominador por 3 x . 3 x 3 x 3 x 3 x 3 x Lim Lim Lim 3 x 3 x 3 x 3 x 3 x x3 x3 x3 3 x 3 x 3 x 3 x Lim Lim 2 2 3 x 3 x x3 x3 Lim 3 x 3 32 3 x3 3 x 3 2 0 Lim = e) x 2 0 x2 Levantando a indeterminação 1 13 3 x 3 2 x 23 Lim Lim x2 x2 = x2 x2 Substituindo 1/3 por n, temos: x n 2n Lim x2 x2 Lim x n 1 x 2 x n 1 x n 2 .2 ... 2n 1 Lim x 2 x2 x n 2 .2 ... 2n 1 = 2n 1 2n 2.2 ... 2n 1 2n 1 2n 1 ... 2n 1 x2 2 1 1 1 1 1 1 n.2n 1 .2 3 .2 3 3 2 3 3 3. 4 3.2 3 * a n b n = a b a n1 a n2 .b a n3 .b 2 ... b n1 24 - Aplicação - Calcule os limites abaixo: 1) 5 3x 7 Lim 2) x 2 4) 3 3x 2 5 x 1 Lim 5) 4 x Lim 6 r 2 Lim 3) r2 x2 2 x Lim 2 x 2 3x 2x 1 Lim 5 x 2 3x 3 6) x0 3x 2 2x 1 x 2 1 7) Lim 2 x4 8) Lim x5 10) Lim Lim 5 x 9153 11) x 2 4x x4 14) x 2 2x 3 3 16) x 1 x 1 x4 2 2 22) Lim 3x 5 3x 4x 4 4 x 28) Lim x3 2x 2 x 5 3 3x 2 x x 1 12) x2 1 x 1 15) 2x 8 2 x 4x 18) x4 r 3 3 x x3 1 x 1 Lim Lim x 2 3x 2 2 x 4 x2 x2 4 Lim 21) 3 4 23) 2x x 3x 5 6 x 2 3x Lim 26) x3 2x Lim Log 1 x 2 2 x 29) 2 x x3 x 3 Lim x3 Lim 4r 3 4x 2 24) 3 x Lim 27) x 3 4 x 17) Lim Lim x 1 x 2 x 25) Lim 20) x 2 Lim x4 x 1 Lim 19) Lim Log 3 x 5 Lim 9) x0 x4 Lim x x 1 x 2 13) 9 2 4 30) Lim Log x Lim 4 x x 6 x 2 x 2 2 x 3 25 7.0- CONTINUIDADE DE UMA FUNÇÃO EM UM PONTO x 3 4 x 2 3x (x 3). Ela está definida para Observemos a função f ( x) x 3 qualquer valor de x, excetuando o valor 3. Isso indica que o seu gráfico dá um salto no ponto (3, 6), confirmando que ela não está definida nesse ponto. Em decorrência disso, denominamos Função Contínua a toda função f(x) em que, o resultado de seu limite, quando x tende a k, for igual ao valor numérico da função f(x) para x = k. Lim f ( x) f (k ) xk Exemplo: x 2 2 x 15 com x 5 e 01- Construir o gráfico da função f ( x) x 5 verifique se ela é contínua no ponto x = 5. Solução 26 Cálculo do lim f ( x) quando x 5 x 2 2 x 15 ( x 3)( x 5) Lim Lim 8 x5 x5 x5 x 5 Cálculo de f (5) x 2 2 x 15 0 f (5) f ( x ) x5 0 Como Limf ( x) f (5) x 5 , concluímos que a função é descontínua no ponto x=5. Existe casos que é mais cômodo determinar a continuidade de uma função num ponto através dos limites laterais. Nesses eventos utilizamos as seguintes condições: 1ª) existe o valor numérico da função f(x) para x = k. Limf ( x ) Limf ( x ) 2ª) os limites laterais e existem e são iguais. x k x k Limf ( x) f (k ) 3ª) xk Nota:Se alguma condição acima falhar, a função passa a ser descontínua no ponto x = k. 02- Verifique se as funções abaixo são contínuas nos pontos indicados. x 1, para x 2 a) f ( x) (x = 2) 3, para x 2 x2 4 , para x 2 b) f ( x) x 2 5, para x 2 (x = 2) x 2 5x 6 , para x 3 c) f ( x) x 3 1, para x 3 (x = 3) 27 Solução: x 1, para x 2 a) f ( x) 3, para x 2 Lim f x Lim 3 3 x 2 x 2 Lim f ( x) Lim ( x 1) 1 x 2 x 2 Lim f ( x) não existe x 2 Lim f ( x ) Como não existe , concluímos que a função é descontínua em x = 2. x2 x2 4 , para x 2 b) f ( x) x 2 5, para x 2 x 2 . x 2 Lim f x Lim 4 x 2 x 2 x2 f (2) 5 Lim f x f (5) x 2 28 Como Lim f x f (5) x2 , concluímos que a função é descontínua em x = 2. x 2 5x 6 , para x 3 c) f ( x) x 3 1, para x 3 Lim f x Lim 1 1 x 3 x 3 x2 5x 6 x 3 x 2 Lim 1 Lim f ( x) Lim x 3 x3 x 3 x 3 x 3 Lim f ( x) 1 x 3 f (3) 1 Lim f ( x) f ( x) Como , concluímos que a função é contínua em x = 3. x3 Exercícios: 2 1 x , para x 1 01- Seja a função f, definida por f ( x) x 1, para 2 x 1 : 2, , para x 2 a) construir o gráfico, b) verificar se f(x) é contínua em x = -1 e x = -2. 29 x2 2 , para x 2 02- Seja a função f ( x) x 2 , determine p para que 2 p.x , para x 2 exista Lim f ( x) . x 2 03) Determine o valor de p nas funções abaixo para que elas sejam contínuas nos pontos indicados. x2 4x , para x 4 a) f ( x) x 4 em x 4 p, para x 4 4 x2 8x 3 1 , para x 1 2 1 x b) f ( x) em x 2 2 1 4 p, para x 2 04-Dadas as funções f e g, definidas por x2 1 , para x 1 f ( x) x 1 em x 4 e p, para x 1 x3 8 , para x 2 g ( x) x 2 3 p 6, para x 2 em x 2. Determine: a) lim f ( x), lim x 1 f ( x) x 1 e lim f ( x) . x 1 b) O valor de p para que f(x) seja contínua no ponto x = -1. lim g ( x), lim g ( x) lim g ( x) c) e . x 2 x2 x2 d) O valor de p para que g(x) seja contínua no ponto x = 2. e) Construa os gráficos das funções f(x) e g(x). 05- Verifique algebricamente e graficamente se as funções são contínuas nos pontos indicados. 30 3x 9, para x 4 a) f ( x) 3, para x 4 em x4 x 2 7 x 10 , para x 2 x2 b) f ( x) 2 x 4, para x 2 x 1, para x 1 c) f ( x) 2, para x 1 x 3 3x 4, para x 1 em em 2 x 2 x 2, para x 2 d) f ( x) 2 x 4, para 3 x 2 2 para x 3 em x2 x 1 x 2 e x 3 SINTESE DA UNIDADE Nesta unidade, você definiu limite; aprendeu a resolver limites laterais, estudou as propriedades dos limites e verificou a continuidade de uma função. Logo, você está apto a começar o estudo das Derivadas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: BARANENKOV, G E DEMITOVITH, B. Problemas e Exercícios de Análise Matemática. Moscou: Mir, 1978. GRANVILLE, W. A. Elementos de Cálculo Diferencial e Integral. Rio de Janeiro: Científica, 1954. GUIDORIZZI, Hamilton Luiz. Um curso de cálculo. V.2. Rio de Janeiro: LTC, 2008. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COMPLEMENTARES: IEZZI, Gelson ET AL. Fundamento da matemática elemntar. São Paulo: Atual, 1993, 10v. LEITHOLD, Loui. O Cálculo com Geometria Analítica. São Paulo: Harbra, 2000.