A EXPLORAÇÃO DO PAU-BRASIL E A ADMINISTRAÇÃO COLONIAL A extração de pau-brasil O pau-brasil, assim chamado pelos europeus, crescia naturalmente em quase todo o litoral brasileiro, na mata Atlântica. Os europeus usavam essa madeira para extrair dela uma tinta vermelha empregada para tingir tecidos, pintar manuscritos e ainda para trabalhos de marcenaria. Sua exploração foi realizada com base no trabalho dos indígenas, que cuidavam do corte e do transporte para os navios, e constituiu a primeira atividade econômica da nova colônia portuguesa na América. A extração de pau-brasil foi realizada em diversas partes do território. Quando o pau-brasil acabava num lugar, os comerciantes procuravam-no em outro e, assim, iam destruindo as florestas de mata Atlântica. Por causa dessa atividade foram criadas feitorias em alguns pontos do litoral para defesa e armazenamento do pau-brasil ou de outras mercadorias retiradas da terra. Os franceses também tinham interesse no pau-brasil e não concordavam que a posse do território ficasse somente com Portugal e Espanha. Com a ajuda de alguns grupos indígenas, os franceses continuavam a explorar a madeira. Diante disso, o rei de Portugal mandou vários navios com soldados para proteger a nossa costa contra os ataques dos franceses. A exploração de pau-brasil durante esse período foi tão intensa que, atualmente, ele é uma espécie vegetal em extinção. A mata Atlântica, que se estendia por boa parte do território, foi sendo derrubada para a implantação de outras atividades econômicas. Hoje existe menos de 10% dessa vegetação. A administração colonial Nos primeiros trinta anos, Portugal pouco se interessou pelas terras americanas. Limitou-se a manter o monopólio da extração de pau-brasil e enviou expedições para proteger o território da ação de piratas, sobretudo franceses. A partir de 1530, essa situação mudou. Interessado em buscar novas fontes de riquezas, o governo de Portugal resolveu ocupar as terras americanas com lavouras de cana, mas para isso era necessário transferir para a colônia uma grande estrutura, inclusive administrativa. Assim, o rei de Portugal resolveu dividir o território colonial em grandes faixas de terras, que foram chamadas de capitanias hereditárias. Essas áreas foram entregues a doze pessoas que deveriam tomar conta delas e fazê-Ias prosperar. Veja o mapa na página ao lado. Quem recebia a capitania era chamado de capitão donatário; em caso de morte, a posse da capitania passava para seu filho mais velho, como herança. O rei de Portugal oferecia algumas vantagens para aqueles que viessem se aventurar nas terras desconhecidas da América: o capitão-donatário podia distribuir porções de terras (sesmarias), nomear autoridades, recolher impostos, escravizar e comercializar indígenas, fundar vilas, controlar a navegação pelos rios. A tarefa do colonizador era arriscada. Muitos povos indígenas lutavam para defender suas terras, e era necessário muito dinheiro para montar as lavouras e organizar a produção do açúcar; não havia colonos nem soldados suficientes. Diante das muitas dificuldades o sistema de capitanias fracassou. Apenas duas progrediram: Pernambuco e São Vicente. O governo-geral Com o fracasso do sistema de capitanias, o rei de Portugal decidiu nomear um governadorgeral para toda a colônia. O governador-geral tinha ordens de defender o território e administrar as atividades coloniais. O primeiro governador-geral foi Tomé de Sousa (1549-1553), que trouxe consigo padres jesuítas, comandados por Manuel de Nóbrega. Os jesuítas deveriam construir escolas e ensinar a religião católica aos indígenas. Tomé de Sousa fundou Salvador, o primeiro centro administrativo colonial, onde instalou seu governo. Os outros governadores-gerais foram Duarte da Costa (1553-1558) e Mem de Sá (1558-1572). Após a morte de Mem de Sá, o rei de Portugal decidiu dividir a colônia em dois governos: um com sede em Salvador e outro com sede no Rio de Janeiro, região cobiçada pelos franceses. Com isso achava-se que seria mais fácil controlar o imenso território colonial. No entanto, a divisão não surtiu efeito e, em 1578, restaurou-se o sistema de um governo para a colônia toda. Comércio exterior, monopólio português Durante o período colonial, a relação econômica entre colônia e metrópole era a seguinte: a colônia devia produzir gêneros tropicais (açúcar, tabaco, algodão), extrair metais preciosos a preços baixos e era obrigada a comprar da metrópole escravos e objetos manufaturados (ferramentas, roupas e até alimentos) a preços elevados. Assim a colônia só podia comercializar com a metrópole. Portanto, Portugal detinha o monopólio do comércio com sua colônia americana. ATIVIDADES 1. Qual o interesse dos europeus pelo pau-brasil? 2. Por que o rei de Portugal resolveu implantar o sistema de capitanias hereditárias na colônia portuguesa?