cap-14-A Exploração do pau Brasil e a administração colonial

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A EXPLORAÇÃO DO PAU-BRASIL E A ADMINISTRAÇÃO COLONIAL
A extração de pau-brasil
O pau-brasil, assim chamado pelos europeus, crescia naturalmente em quase todo o litoral brasileiro, na mata
Atlântica. Os europeus usavam essa madeira para extrair dela uma tinta vermelha empregada para tingir tecidos,
pintar manuscritos e ainda para trabalhos de marcenaria.
Sua exploração foi realizada com base no trabalho dos indígenas, que cuidavam do corte e do transporte para os
navios, e constituiu a primeira atividade econômica da nova colônia portuguesa na América.
A extração de pau-brasil foi realizada em diversas partes do território. Quando o pau-brasil acabava num lugar, os
comerciantes procuravam-no em outro e, assim, iam destruindo as florestas de mata Atlântica.
Por causa dessa atividade foram criadas feitorias em alguns pontos do litoral para defesa e armazenamento do
pau-brasil ou de outras mercadorias retiradas da terra.
Os franceses também tinham interesse no pau-brasil e não concordavam que a posse do território ficasse somente
com Portugal e Espanha. Com a ajuda de alguns grupos indígenas, os franceses continuavam a explorar a madeira.
Diante disso, o rei de Portugal mandou vários navios com soldados para proteger a nossa costa contra os ataques dos
franceses.
A exploração de pau-brasil durante esse período foi tão intensa que, atualmente, ele é uma espécie vegetal em
extinção. A mata Atlântica, que se estendia por boa parte do território, foi sendo derrubada para a implantação de
outras atividades econômicas. Hoje existe menos de 10% dessa vegetação.
A administração colonial
Nos primeiros trinta anos, Portugal pouco se interessou pelas terras americanas. Limitou-se a manter o monopólio
da extração de pau-brasil e enviou expedições para proteger o território da ação de piratas, sobretudo franceses.
A partir de 1530, essa situação mudou. Interessado em buscar novas fontes de riquezas, o governo de Portugal
resolveu ocupar as terras americanas com lavouras de cana, mas para isso era necessário transferir para a colônia
uma grande estrutura, inclusive administrativa.
Assim, o rei de Portugal resolveu dividir o território colonial em grandes faixas de terras, que foram chamadas de
capitanias hereditárias. Essas áreas foram entregues a doze pessoas que deveriam tomar conta delas e fazê-Ias
prosperar. Veja o mapa na página ao lado.
Quem recebia a capitania era chamado de capitão donatário; em caso de morte, a posse da capitania passava para
seu filho mais velho, como herança.
O rei de Portugal oferecia algumas vantagens para aqueles que viessem se aventurar nas terras desconhecidas da
América: o capitão-donatário podia distribuir porções de terras (sesmarias), nomear autoridades, recolher impostos,
escravizar e comercializar indígenas, fundar vilas, controlar a navegação pelos rios.
A tarefa do colonizador era arriscada. Muitos povos indígenas lutavam para defender suas terras, e era necessário
muito dinheiro para montar as
lavouras e organizar a produção
do açúcar; não havia colonos
nem soldados suficientes.
Diante
das
muitas
dificuldades o sistema de capitanias fracassou. Apenas duas
progrediram: Pernambuco e São
Vicente.
O governo-geral
Com o fracasso do sistema
de capitanias, o rei de Portugal
decidiu nomear um governadorgeral para toda a colônia. O
governador-geral tinha ordens
de defender o território e
administrar
as
atividades
coloniais.
O primeiro governador-geral
foi Tomé de Sousa (1549-1553),
que trouxe consigo padres
jesuítas,
comandados por
Manuel de Nóbrega. Os jesuítas
deveriam construir escolas e
ensinar a religião católica aos
indígenas.
Tomé de Sousa fundou
Salvador, o primeiro centro
administrativo colonial, onde
instalou seu governo. Os outros governadores-gerais foram Duarte da Costa (1553-1558) e Mem de Sá (1558-1572).
Após a morte de Mem de Sá, o rei de Portugal decidiu dividir a colônia em dois governos: um com sede em
Salvador e outro com sede no Rio de Janeiro, região cobiçada pelos franceses. Com isso achava-se que seria mais
fácil controlar o imenso território colonial. No entanto, a divisão não surtiu efeito e, em 1578, restaurou-se o sistema de
um governo para a colônia toda.
Comércio exterior, monopólio português
Durante o período colonial, a relação econômica entre colônia e metrópole era a seguinte: a colônia devia produzir
gêneros tropicais (açúcar, tabaco, algodão), extrair metais preciosos a preços baixos e era obrigada a comprar da
metrópole escravos e objetos manufaturados (ferramentas, roupas e até alimentos) a preços elevados. Assim a colônia
só podia comercializar com a metrópole. Portanto, Portugal detinha o monopólio do comércio com sua colônia
americana.
ATIVIDADES
1. Qual o interesse dos europeus pelo pau-brasil?
2. Por que o rei de Portugal resolveu implantar o sistema de capitanias hereditárias na colônia portuguesa?
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