Material de apoio em História 7° Ano III Bimestre 2012. Administração do Brasil colonial Quando os por tugueses chegaram ao continente americano necessariamente ao território que hoje compreende o Brasil, não esboçaram nenhum plano de ocupação do território brasileiro, pois não havia nele evidências de metais preciosos. Mas a percepção de uma vasta cobertura de paubrasil na mata atlantica chamou a atenção dos portugueses, tal madeira já era conhecida na europa, e dela eles sabiam que poderiam extrair uma tinta que ajudava a tingir os tecidos, por certo um produto rentável no mercado europeu. Acontece que por volta de 1530 as reservas de pau-brasil já haviam se esgotado obrigando os portugueses a acabar com a conceção de exploração dessa madeira. Um grande desafio encontrado pelos aventureiros portugueses ao chegar no brasil foi a diversidade de língua que os nativos falavam e a busca de compreensão da cultura indígena era uma preocupação do colonizador, pois estes apresentavam habitos e costumes extremamente opostos aos europeus, alguns indigenas praticavam a poligamia e no geral todos eram politeistas e andavam semi-nús, ou nús. Alguns historiadores observavam que a vida no campo não apresentava-se de forma tão suja quando nas cidades pois estes observaram a ojeriza que a vida nas cidades causava. Uma outra importante fonte de economia altamente explorada durante o período que correnponde ao Brasil colonial foi a cana-de-açúcar. Se observarmos atentamente veremos que a economia brasileira até 1530 viva do pau-brasil, posteriormente o açúcar, mineração e café. Porém precisamos observar que na atividade açucareira, prevaleciam o latifúndio e a ruralização, a mineração favorecia a urbanização e a expansão do mercado interno, já a economia cafeeira sustentou o Brasil imperio até meados da República. Para melhor organizar a colônia, o rei resolveu dividir o Brasil em Capitanias Hereditárias. O território foi dividido em faixas de terras que foram doadas aos donatários. Estes podiam explorar os recursos da terra, porém ficavam encarregados de povoar, proteger e estabelecer o cultivo da cana-de-açúcar. No geral, o sistema de Capitanias Hereditárias fracassou, em função da grande distância da Metrópole, da falta de recursos e dos ataques de indígenas e piratas. As capitanias de São Vicente e Pernambuco foram as únicas que apresentaram resultados satisfatórios, graças aos investimentos do rei e de empresários. Após a tentativa fracassada de estabelecer as Capitanias Hereditárias, a coroa portuguesa estabeleceu no Brasil o Governo-Geral. Era uma forma de centralizar e ter mais controle da colônia. O primeiro governador-geral foi Tomé de Souza, que recebeu do rei a missão de combater os indígenas rebeldes, aumentar a produção agrícola no Brasil, defender o território e procurar jazidas de ouro e prata, Distribuir sesmarias, particularmente para os beneficiários que comprovassem rendas e meios de valorizar economicamente as terras recebidas. Também existiam as Câmaras Municipais que eram órgãos políticos compostos pelos "homens-bons". Estes eram os ricos proprietários que definiam os rumos políticos das vilas e cidades. O povo não podia participar da vida pública nesta fase. A capital do Brasil neste período foi Salvador, pois a região Nordeste era a mais desenvolvida e rica do país. Ciclo do ouro Após a descoberta das primeiras minas de ouro, o rei de Portugal tratou de organizar sua extração. Interessado nesta nova fonte de lucros, já que o comércio de açúcar passava por uma fase de declínio, ele começou a cobrar o quinto. O quinto nada mais era do que um imposto cobrado pela coroa portuguesa e correspondia a 20% de todo ouro encontrado na colônia. Este imposto era cobrado nas Casas de Fundição. A descoberta de ouro e o início da exploração da minas nas regiões auríferas (Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás) provocou uma verdadeira "corrida do ouro" para estas regiões. Procurando trabalho na região, desempregados de várias regiões do país partiram em busca do sonho de ficar rico da noite para o dia. O trabalho dos tropeiros foi de fundamental importância neste período, pois eram eles os responsáveis pelo abastecimento de animais de carga, alimentos (carne seca, principalmente) e outros mantimentos que não eram produzidos nas regiões mineradoras. Herança social brasileira A sociedade colonial brasileira "herdou concepções clássicas e medievais de organização e hierarquia, mas acrescentou-lhe sistemas de graduação que se originaram da diferenciação das ocupações, raça, cor e condição social. (...) as distinções essenciais entre fidalgos e plebeus tenderam a nivelar-se, pois o mar de indígenas que cercava os colonizadores portugueses tornava todo europeu, de fato, um gentil-homem em potencial. A disponibilidade de índios como escravos ou trabalhadores possibilitava aos imigrantes concretizar seus sonhos de nobreza. (...) Com índios, podia desfrutar de uma vida verdadeiramente nobre. O gentio transformou-se em um substituto do campesinato, um novo estado, que permitiu uma reorganização de categorias tradicionais. Contudo, o fato de serem aborígines e, mais tarde, os africanos, diferentes étnica, religiosa e fenotipicamente dos europeus, criou oportunidades para novas distinções e hierarquias baseadas na cultura e na cor." Stuart B. Schwartz, Segredos internos