Visualizar - RExLab

Propaganda
ATIVIDADES ANTINOCICEPTIVA E ANTIINFLAMMATÓRIA PARA O
EXTRATO HIDROALCOÓLICO DE Rumex crispus.
Ana P. Batisti1,2; Micheline N. Albano3; Bruna Lenfers4; Joana S. Freitas5; Anajara T. Fortes5;
Maria Luiza A.C.S. Benevides5; Simony D. Müller6; Luiz A. Kaniz7; Anna P. Piovezan7
INTRODUÇÃO
O gênero Rumex possui propriedades antidiarréica no trato gastrintestinal (Rouf et
al., 2003; Novais et al., 2004), além da atividade antimicrobiana e antiviral de Rumex
abyssinicus contra Streptococcus pyogenes, Staphylococcus aureus e influenza A (Getie et al.,
2003).
A espécie Rumex crispus foi relacionada, a partir de estudos etnobotânicos (Pieroni et
al., 2004) ao tratamento tópico de feridas infectadas, bem como de outros problemas
relacionados a pele e feridas com secreção (Viegi et al., 2003; Winston et al., 1999). Em
animais, Süleyman e colaboradores (2004) demonstraram atividade antiinflamatória para o
extrato das raízes de Rumex patientia em ratos; enquanto Gürbüz e seus colegas (2005)
também observaram a capacidade desta planta em promover proteção gástrica em modelo de
úlcera também nesta espécie. Além disso, outros estudos registraram a capacidade de plantas
do gênero Rumex em inibir a síntese de prostaglandina E, um mediador inflamatório (Getie et
al., 2003).
OBJETIVOS
O presente estudo investigou as propriedades antinociceptiva e antiinflamatória para o
extrato bruto hidroalcoólico (EBHA) da planta em diferentes modelos animais.
Palavras-chave: Extratos. Fitoterapia. Plantas Medicinais. Inflamação. Nocicepção.
___________________________
1
Acadêmica do Curso de Naturologia, 2Laboratório de Neurociência Experimental. 3Acadêmica do
Curso de Farmácia - UNISUL. 4Acadêmica do Programa de Pós-graduação em Neurociências, UFSC.
5
Acadêmicos Curso de Medicina, Campus Tubarão. Professores Curso de 6Farmácia e 7Programa de
Pós-Graduação em Ciências da Saúde-UNISUL. E-mail: [email protected]
MÉTODO:
Foram utilizados camundongos Swiss machos, 25 a 35 g, mantidos no laboratório em
condições controladas de temperatura (22±2 oC) e luminosidade (ciclo 12h-claro/12h-escuro)
com livre acesso à ração e água. Os protocolos foram aprovados pelo CEUA-UNISUL
number 09.497.2.10 IV.
O EBHA da planta foi preparado a partir das partes aéreas da mesma, após sua
identificação botânica (exsicata SRS-2055 depositada no Herbarium Laelia Purpurata da
UNISUL). Os animais foram avaliados em diferentes modelos de nocicepção e inflamação
para investigação de atividade tópica (edema de orelha induzido por óleo de cróton) e
sistêmica (Ácido Acético, Síndrome da Dor Complexa Reional Tipo-I e Crushing do Nervo
Isquiático) do EBHA da planta.
Para avaliação da atividade do EBHA da Rumex crispus nos modelos estudados,
diferentes grupos de animais receberam tratamento, por via oral, com veículo (controle
negativo) ou diferentes doses do EBHA (30 a 300 mg/Kg), antes de serem avaliados nos
mesmos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O EBHA da planta não promoveu ação antiinflammatória tópica significativa nos
modelo de aplicação única do óleo de Cróton ou de fenol; enquanto no primeiro caso
nenhuma das doses testadas reverteu o edema causado pelo agente irritante, no modelo do
fenol a máxima inibição observada para o tratamento com EBHA foi de (32,1%) em relação
ao (52,8%) promovido pela dexametasona. Por sua vez, o tratamento sistêmico prévio dos
camundongos com o EBHA de R. crispus (30 ou 100 mg/kg, oral) 1 h antes do ácido acético
reduziu o comportamento nociceptivo dos animais quase completamente (100 mg/kg: 82,8%
de inibição) em relação ao grupo controle neste modelo de dor inflamatória.
Por outro lado, no modelo de dor neuropática induzida por crushing do isquiático o
tratamento dos animais com EBHA não reverteu a alodinia mecânica com a dose de 30
mg/kg, selecionada a partir dos outros protocolos. Este mesmo perfil foi observado no modelo
de SDCR-I, no qual o tratamento dos animais nas mesmas condições anteriores, no 7o. dia
após a indução da síndrome, não alterou a resposta dos animais em relação ao animais
tratados com veículo (EBHA: 71,1 ± 8,2 % e veículo: 80,0 ± 0,0 %).
CONCLUSÕES:
O presente estudo reforça dados anteriores sobre a atividade anti-inflamatória para o EBHA
de Rumex crispus, bem como a ausência de atividade sobre a dor neuropática em diferentes
modelos animais.
REFERÊNCIAS
NOVAIS M.H.; SANTOS, I.; MENDES, S.; PINTO-GOMES, C.Studies on pharmaceutical
ethnobotany in Arrabida Natural Park (Portugal). J Ethnopharmacol 93:183-195, 2004.
GETIE, M.; GEBRE-MARIAM, T.; RIETZ, R.; HÖHNE, C.; HUSCHKA, C.;
SCHMIDTKE, M.; ABATE, A.; NEUBERT, R. H. Evaluation of the anti-microbial and antiinflammaory activities of the medicinal plants Dodonaea viscosa, Rumex nervosus and
Rumex abyssinicus. Fitoterapia 74:139-143, 2003.
PIERONI, A.; REXHEPI, B.; NEDELCHEVA, A.; HAJDARI, A.; MUSTAFA, B.;
KOLOSOVA, V.; CIANFAGLIONE, K.; QUAVE, C.L. One century later: the folk botanical
knowledge of the last remaining Albanians of the upper Reka Valley, Mount Korab, Western
Macedonia. J Ethnobiol Ethnomed 11:9-22, 2013.
VIEGI, L.; PIERONI, A.; GUARRERA, P.M.; VANGELISTI, R. A review of plants used in
folk veterinary medicine in Italy as basis for a databank.J Ethnopharmacol 89:221-244, 2003.
SÜLEYMAN, H.; DEMIREZER, L.O.; KURUÜZÜM-UZ, A. Effects of Rumex patientia
root extract on indomethacine and ethanol induced gastric damage in rats. Pharmazie, 59:147149, 2004.
GÜRBÜZ, I.; OZKAN, A.M.; YESILADA, E.; KUTSAL, O.J. Anti-ulcerogenic activity of
some plants used in folk medicine of Pinarbasi (Kayseri, Turkey). Ethnopharmacol 3:313318, 2005.
APOIO FINANCEIRO: FAPESC, CNPq, UNISUL.
Download