banco de vinhetas

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BANCO DE VINHETAS
Vinheta 1
Maria, João e Clara são preceptores médicos do Serviço de Emergência e
conversam sobre o trabalho com os internos durante seus plantões.
Maria diz:
- “Trabalhar com internos na emergência é muito difícil, eles tumultuam o meu
serviço, fazem mil questionamentos...”
João, mais enfático, afirma:
- “Eu odeio internos na emergência! Prefiro que não tenha internos no meu
plantão.”
Clara comenta:
- “Gosto de trabalhar com eles no início do turno, quando o movimento é ainda
pequeno e eu consigo dar-lhes atenção e orientá-los de forma adequada”.
Vinheta 2
- “No plantão de segunda-feira não temos problemas com os internos porque
Joana os coordena tão bem e com tanta satisfação que nós até a apelidamos
de ‘a Dra encantadora de internos’”.
Vinheta 3
- “Deveríamos ter professores no setor para acompanhar os alunos durante os
atendimentos. Eles conhecem as técnicas de ensino e estão na Universidade
para isto. Eu não sou professor!”
Vinheta 4
Um interno diz ao seu preceptor na emergência: - “Não vou ficar comendo fila
de atendimento. Não sou mão-de-obra barata! E estou aqui para aprender.”
Vinheta 5
- “Não me importa o número de internos”, diz um chefe de enfermaria, “não
sei nem o nome deles! A enfermaria funciona mesmo é com os residentes.”
Vinheta 6
- “Esses internos ficarão aqui nesta enfermaria. Fica de olho neles porque a
maioria não quer nada!”
Vinheta 7
Durante o round, o preceptor solicita que um interno descreva a evolução das
últimas 24h do paciente que acompanha.
O interno inicia seu relato sem muita objetividade, de maneira lenta e
insegura. O preceptor faz, então, algumas perguntas visando orientar o
raciocínio clínico, quando é interrompido por um residente que faz,
apressadamente, um relato sucinto e objetivo do caso.
Vinheta 8
Uma interna, ao receber o paciente para internação com diagnóstico de
histiocitose intestinal pergunta ao preceptor: - “Que doença é essa?”
E o preceptor responde: - “Eis uma boa pergunta... Pegue o prontuário, leia a
história e a condução do caso até o diagnóstico e, depois, vamos aos livros.”
Vinheta 9
Um interno chega pela manhã na enfermaria e dirige-se ao paciente que
acompanha para realizar a evolução diária. Após a conversa e o exame clínico,
digita a evolução no computador e, sem se comunicar com o restante da
equipe, senta-se num canto do posto e fica estudando em apostila de curso
preparatório para a prova de residência. Ao ser questionado por seu preceptor
sobre a situação do referido paciente, descreve o quadro clínico de maneira
sucinta, demonstrando desconhecer dados importantes, como os resultados de
exames laboratoriais e radiológicos executados na tarde anterior.
Vinheta 10
Um interno comenta com outro colega: “Agora vou ter que comprovar que dou
plantão em algum lugar na minha folga semanal para poder ter direito a ela!
Que absurdo! Eu não dou plantão fora! Apenas estudo para a prova de
Residência!”
Vinheta 11
Conversa entre internos:
- Você acredita que ontem, conversando com um médico conhecido sobre
Sarcoma de Mama, ele não sabia me responder quais eram os medicamentos
de primeira linha para o tratamento e seus efeitos colaterais!?”
- É mesmo? Que absurdo! Saiu um artigo sobre isso anteontem na New
England!! Será que ele não se informa?
Vinheta 12
João e Mariana, estudantes do 7º período de medicina são namorados. Estão
no mesmo serviço e sua atividade inclui examinar os pacientes, redigir o
relatório de evolução e discutir os casos com o preceptor.
Observa-se que João protege Mariana, assumindo para si as suas próprias
tarefas e as dela. Nas discussões, Mariana não tem iniciativa e não parece ter
grande conhecimento do caso de que é encarregada, mas é gentil e educada.
Vinheta 13
Faz parte da rotina do serviço que em certo dia da semana o preceptor discuta
com os internos um texto científico previamente divulgado e considerado de
interesse e complexidade adequados àquele grupo.
Na hora da discussão, uma única aluna abre o caderno e começa a ler um
resumo do texto, ante o silêncio dos demais. Os outros alunos, interrogados,
dizem que não leram o texto ou deixaram o resumo em casa.
Vinheta 14
Na segunda feira pela manhã uma interna pouco aplicada e com faltas
freqüentes comparece à enfermaria com sinais de embriaguez.
Vinheta 15
Um interno, ao fim da graduação, solicita a ajuda de um antigo preceptor na
seguinte questão: sua prova prática obrigatória havia sido marcada por duas
vezes com um determinado professor que não havia comparecido em ambas as
datas. O aluno já havia tentado contato por e-mail e telefone com o referido
professor, sem êxito nas tentativas.
Ao procurar auxílio da coordenação do curso, foi sugerido que ele procurasse a
ajuda de alguém que se propusesse a lhe ajudar, algum antigo preceptor,
talvez... O interno argumenta que o professor havia oferecido a seguinte
orientação: escolher qualquer paciente, fazer a história e o exame, e deixar
tudo pronto para o dia da prova. E, seguindo esta orientação, o interno
afirmava acreditar que o preceptor nem precisaria se preocupar com isso
naquele momento.
Vinheta 16
Paciente se queixa de dor nas costas. O preceptor ajuda a paciente a se colocar
em uma posição melhor. Logo após, o interno questiona se isso não é papel da
enfermagem.
Vinheta 17
Preceptor comunica a seus alunos a decisão tomada em relação à evolução
clínica da paciente: será necessário amputar sua perna. O interno fala: “não
quero estar presente. E se ela chorar, gritar ... como vamos agir, o que vamos
dizer?”
Vinheta 18
No round, o M10 têm dúvidas quanto aos procedimentos adotados frente ao
quadro clínico do paciente Z. Logo em seguida o residente se dirige à ele: “ se
vc não tivesse faltado não estaria com dúvidas”.
Aspectos considerados
- Preceptor: sua postura pode permitir que os alunos tenham uma outra
compreensão de seu papel como profissional da saúde.
- Complexidade do trabalho na saúde: dificuldades pessoais têm reflexo no
atendimento a ser oferecido.
- Diferenças nas trajetórias de seus alunos e a necessidade de integrá-los interação e comunicação mediatizada.
Vinheta 19
Enfermaria lotada e chegam 3 novos internos por volta das 08:15h de uma
segunda-feira. O chefe da enfermaria recepciona os alunos e explica a rotina do
serviço e a importância da pontualidade, enquanto os residentes passam visita
e fazem a prescrição. Os internos são distribuídos e iniciam suas atividades
práticas. Às 10:30h eles se despedem, uma vez que têm atividades teóricas
curriculares. O chefe da enfermaria então combina discutir os casos no round
do dia seguinte. No outro dia, um aluno chega às 8:00, mas é folga dos outros
dois alunos; chegam mais 3 alunos novos.
Vinheta 20
2. O resultado de um exame complementar importante realizado há alguns dias
ainda não está disponível no prontuário/sistema e o chefe da enfermaria solicita
ao interno do leito que se dirija ao laboratório/RX/SME para verificar o ocorrido
e trazer o resultado. O interno desconhece o local e, mesmo após a explicação,
demonstra má-vontade, uma vez que o problema “é a bagunça do hospital e
esta não é função do aluno”
Vinheta 21
Enfermaria lotada de pacientes, novos residentes na sala. Os internos e
residentes saíram às 11h, já atrasados para outras atividades curriculares. O
chefe da enfermaria está revendo os prontuários quando chegam os
especialistas que foram chamados para dar parecer em um paciente; estes
chegam com seus residentes e pós-graduandos. Fazem uma discussão
interessante a respeito do caso em questão e indicam a realização de
procedimento invasivo, de baixo risco; o chefe da enfermaria conversa com o
paciente e com o familiar presente, explica detalhadamente o problema, tira as
dúvidas e estabelece relação empática. Obtém o consentimento informado e
realiza o procedimento. Os alunos não estavam na enfermaria enquanto tudo
isso acontecia.
Vinheta 22
Depois de oito semanas na enfermaria, os alunos são avaliados pelos
preceptores por meio de uma escala de competências aplicada pelo chefe de
enfermaria e fazem uma prova teórica de múltipla escolha. Os chefes de
enfermaria receberam o programa da disciplina, mas este é vago demais e as
escalas não dão conta de discriminar a performance dos alunos; sentem-se
meio perdidos e frustrados. Os alunos reclamam que o que eles aprendem não
é o que cai na prova.
Vinheta 23
Depois de oito semanas na enfermaria, os alunos são avaliados por meio de
uma escala de competências aplicada pelo chefe de enfermaria e fazem uma
prova prática com outro avaliador. Os chefes de enfermaria receberam o
programa da disciplina, mas este é vago demais e as escalas não dão conta de
discriminar a performance dos alunos; sentem-se meio perdidos e frustrados. O
preceptor gostaria de poder ter a oportunidade e condições adequadas para
avaliar o aluno como um todo.
Vinheta 24 (situação-problema)
Durante o round, o preceptor percebe situações que o deixam preocupado:
a. Os internos expressam suas opiniões acerca do caso de modo informal,
sem foco na resolução das questões pertinentes ao caso e sem arriscar a
proposição de condutas diagnósticas e terapêuticas que lhe pareçam
apropriadas. Apresentam o resumo do caso de forma fragmentada, não
fazem a revisão detalhada do prontuário, não trabalham em parceria
com o residente do leito e fica evidente que o que sabem da história é o
que leram no resumo de admissão, feito pelo plantonista do andar na
véspera ou pelo plantonista da emergência, isto é, ele próprio não
tentou diretamente coletar uma história com a paciente.
b. Em todo momento, outros internos e, principalmente, os residentes,
fazem perguntas e emitem comentários entre si, tornando o round tão
desorganizado quanto uma conversa de bar. O tempo passa, o round
prossegue lentamente, às custas de várias interrupções do staff para
pedir atenção e, a um certo momento, alguns internos e residentes
avisam que será necessário que se retirem pois está na hora dos
compromissos da tarde.
c. Após o round, que se estendeu muito além do horário previsto,
adentrando na hora do almoço, internos e residentes comentam entre si
que gostariam que fossem marcados temas para discussão.
d. Os residentes R2 ficam sabendo superficialmente dos casos, pois não
chegaram à beira do leito em nenhum momento durante a manhã, mas
as prescrições foram feitas por eles, e o staff percebe uma série de
inconformidades.
Chega ao final da rodada de 6 semanas do interno Sandro e o staff se vê na
situação de ter que dar uma nota. Ele não quer prejudicá-lo, mas também
não quer ser injusto atribuindo conceitos semelhantes para ele e seus
colegas, que tiveram desempenho e aproveitamento diferentes. Na verdade,
ele se sente incapaz de fazer esta diferenciação adequadamente. Seu
contato com os internos é principalmente o round, mas neste o foco maior
da atenção do staff é o paciente, isto é, tomar as decisões que possam levar
o paciente a evoluir seu quadro da melhor maneira possível.
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