Science, vol. 275, 1997, 14 February, Takayuki Asahara et al. http://www.sciencemag.org Isolation of putative progenitor cells for angiogenesis (1997) Introdução - Células progenitoras endoteliais (CPE) ou angioblastos foram isoladas do sangue periférico humano através de seleção com “contas” magnéticas, tomando como base a expressão de antígenos na superfície celular. - In vitro, essas células se diferenciaram em células endoteliais. - As CPE homólogas, heterólogas e autólogas foram incorporadas em modelos animais com isquemia, nos sítios ativos de angiogênese. - Os resultados sugerem que CPE podem ser úteis para aumentar o crescimento de vasos sanguíneos colaterais em tecidos isquêmicos (como terapia angiogência) e para distribuir agentes anti- ou pro-angiogênicos, respectivamente, para regiões de angiogêne patológica ou funcional. - Há dois processoas diferentes de neovascularização: a angiogêse propriamente dita e a vasculogêse. - Segundo o que se acreditava, a vasculogênese, que consiste na formação de vasos a partir de células progenitoras endoteliais ou angioblastos, ocorreria apenas durante a embriogênse (as células tronco só existiram nas fases iniciais do desenvolvimento). - Além disso, pensava-se que a angiogênse, formação de vasos sanguínoes que persiste no indivíduo adulto, se daria apenas através da proliferação, migração e remodelação de células endoteliais (CE) já diferenciadas e derivadas de vasos preexistentes. - OBS: vasculogêse => inicia-se com formação de um grupo de células, ou “ilha de sangue”, contendo angioblastos na periferia e células-tronco hematopoéticas (CTH) no centro, sendo que todas essas células compartilham certos antígenos, incluindo Flk-1 (também conhecido como VEGFR-2 em camundongos, cujo homólogo humano é o KDR), Tie-2 e CD34, o que torna concebível o fato dessas células terem um precursor comum. Hipótese - O sangue periférico contém células que podem se diferenciar em CE. Metodologia e resultados - Foram explorados dois antígenos compartilhados por CTH e angioblastos (CD34 e Flk-1) para isolar supostas CPE de uma fração de leucócitos do sangue periférico. - A amostra de sangue foi submetida a uma reação com anticorpo para CD34, contendo “contas” magnéticas para posterior isolamento. - A FACS – análise por fluorescência- foi usada para completar a seleção específica de células mononucleares CD34-positivas (MBCD34+). Já as células sem o marcador CD34 (MBCD34 -) foram utilizadas como controles. (OBS: mesmo foi feito para o outro antígeno) - As células MBCD34+ e MBCD34 – foram fixadas em culturas diferentes. - Em ambos os casos, embora em proporção diferente, um pequeno número de células adquiriu um novo formato, de bastão ou fuso ( células denominadas no artigo como ATCD34 +) - Para confirmar se as células ATCD34 + derivaram de outras CD34-positivas, as MBCD34+ foram marcadas com fluorescência, enquanto as MBCD34 - , não. Posteriormente, elas foram coincubadas. - Como resultado, percebeu-se que a coincubação com as MB CD34 – aumentava a proliferação de MB CD34 + em mais de 10 vezes, em relação à cultura isolada da mesma; que estimulava a sua diferenciação (inclusive a formação de redes celulares e estruturas tubulares); e que dentro de 12 horas de cocultura, formavam-se múltiplos agrupamentos de células derivadas sobretudo das MB CD34 +, contendo células esféricas centrais e outras com foma de bastão ou fuso na periferia => semelhante àquela “ilha de sangue” que se forma na vasculogêse => foi o que eu entendi, pelo menos) - Para analisar se células MB CD34 + progrediam para um fenótipo semelhante ao de CE (células endoteliais), foram incubadas com anticorpos fluorescentes * células MB CD34 + recém-isoladas, células AT CD34 + após cultivo por 7 dias e células endoteliais de veia umbilical humana. *para marcadores de leucócitos e de células endoteliais - Resutado: as células que apresentavam todos os maracdores de CE, e em maior quantidade, mas raros marcadores de leucócitos: as AT CD34 +. - Para confirmar a semelhança de fenótipos, foram documentadas a expressão de ecNOS , Flk-1/KDR e mRNA de CD31, sendo a evidência demonstrada em um teste fucional => em resposta à acetilcolina e ao mitógeno específico de CE, o VEGF, as células AT CD34 + produziram óxido nítrico (o que é feito por CE típicas). - Para determinar se as células MB CD34 + contribuíam para a angiogênese in vivo, foram usados modelos animais de camundongos e coelhos com isquemia num dos membros inferiores – induzida pela excisão de uma artéria femoral. - Nesse experimento, células MB CD34 + foram retiradas do animal antes da injúria, cultivadas e marcadas in vitro e reintrojetadas posteriormente no mesmo animal. - Aproximadamente todas as células marcadas apareceram, após 6 semanas, nas paredes de capilares sanguíneos que expressavam CD31 e reagiam com lectina BS-1, na região neovascularizada do membro isquêmico. - Foi feito experimento semelhante, mas com o uso de células sanguíneas MBFlk-1. (OBS: os procedimentos são um tanto complexos) Conclusão - O estudo sugere que células isoladas com anti-CD34 ou anti-Flk-1 podem se diferenciar em CE in vitro. - As células MB CD34 + e MB Flk-1 + circulantes podem contribuir para a neoangiogênese em espécies adultas, sendo consistente com a vasculogêse (que, portanto, não se restringe à embriogêse). - As CPE podem ser usadas na terapia celular tendo em vista a angiogêses ou neovascularização.