Perfil de Resultados – Proficiência Clínica

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Perfil de Resultados – Proficiência Clínica
Área: Citometria de Fluxo
Rodada: Agosto/2014
Tema
ASSEGURAMENTO DO CONTROLE DE QUALIDADE EM CITOMETRIA DE FLUXO
Elaboradores
Nydia Strachman Bacal. Médica Hematologista e Patologista Clínica do Laboratório Clínico do
Departamento de Patologia Clínica – Medicina Diagnóstica, do Hospital Albert Einstein e do Centro de
Hematologia de São Paulo.
Ana Carolina Apelle Bortolucci. Biomédica. Analista de Laboratório Setor de Citometria de Fluxo do
Laboratório Clínico do Departamento de Patologia Clínica – Medicina Diagnóstica Hospital Albert Einstein.
Rodolfo Patussi Correia. Farmacêutico. Analista de Laboratório Setor de Citometria de Fluxo do
Laboratório Clínico do Departamento de Patologia Clínica – Medicina Diagnóstica Hospital Albert Einstein.
Análise das respostas e comentários aos participantes
Questão 2: Amostras como sangue periférico e medula óssea devem ser mantidas, isso inclui o transporte, a uma temperatura de 18
a 25ºC até que sejam processadas. A oscilação da temperatura pode causar alterações significativas na expressão antigênica de
membrana de algumas moléculas e, portanto, o efeito da refrigeração e reaquecimento deve ser validado para cada processo e cada
material, se necessário. O transporte e armazenamento das amostras fora deste range estabelecido de 18º a 25ºC, é recomendo para
locais com temperaturas extremas no verão e/ou no inverno. Vale ressaltar que a validação e documentação do processo são
necessárias.
Questão 3: A correta inicialização dos citômetros de fluxo, que envolve a checagem dos sistemas fluídicos, ópticos e eletrônicos, é
essencial para garantir a qualidade das medições e resultados realizados durante o dia de trabalho. Geralmente, essa verificação é
realizada por beads de calibração fornecidas pelos fabricantes, que, resumidamente, avaliam o desempenho do equipamento,
aprovando ou reprovando sua utilização de acordo com os parâmetros avaliados. Alguns desses parâmetros podem ser verificados
automaticamente pelos equipamentos mais modernos, mas mesmo manual ou automático, é importante, documentar e monitorar o
desempenho dessa aplicação. É mandatório que todos esses parâmetros sejam avaliados diariamente ou nos dias de utilização do
equipamento, com a finalidade de garantir a qualidade das medições e dos resultados realizados durante o dia de trabalho.
Questão 4: Para laboratórios que possuam mais de um citômetro de fluxo que realizem os mesmos testes quantitativos, é necessário
a realização de um comparativo dos resultados para garantir a reprodutibilidade da medição nos equipamentos diferentes. Para tal
finalidade recomenda-se utilizar programas estatísticos, e/ou utilizar o coeficiente de variação histórico do ensaio como critério de
aceitabilidade interequipamento.
Questões 5/6: A titulação de anticorpos é recomendada para definição da melhor concentração de saturação da ligação antígenoanticorpo, e com isso, garantir que população positiva seja o mais brilhante possível desde que a população negativa se comporte
como amostra não marcada. A titulação deve seguir o mesmo procedimento técnico padronizado para preparação de amostras, como
concentração de células marcadas, reagentes, tampões de hemólise e fixação.
Questão 7: Os ensaios qualitativos e quantitativos realizados em diferentes equipamentos devem sem comparados para garantir a
reprodutibilidade da medição/resultados interequipamentos. Para tal finalidade recomenda-se utilizar programas estatísticos, e/ou
utilizar o coeficiente de variação histórico do ensaio como critério de aceitabilidade para ensaios quantitativos. Já para ensaios
qualitativos, recomenda-se que a comparação seja feita utilizando concordância categórica na população de interesse, como por
exemplo, a expressão antigênica positiva ou negativa, e a intensidade de fluorescência (fraco, moderado ou forte).
Questão 8: Na indisponibilidade de controles comerciais internos para avaliar o desempenho dos testes de quantificação de células
CD34+ e linfócitos CD4+, cada laboratório deve implementar um procedimento equivalente como controle alternativo, seja com outro
controle comercial, seja com amostras normais com valores conhecidos validados anteriormente com controles comerciais. É
importante que esses procedimentos alternativos sejam definidos e aprovados em forma de documentação institucional pelos
gestores e responsáveis do laboratório.
Questão 9: A utilização de CD14 na imunofenotipagem de subpopulações linfocitárias é importante para que o gate (janela) na região
de linfócitos, determinado na análise de CD45 x SSC ou FSC x SSC, tenha pureza maior que 95,0%. A contaminação da região de
linfócitos se dá, geralmente, por células monocíticas que podem se posicionar próximo a região de linfócitos devido às suas
características de dispersão de luz e expressão antigênica de CD45. Essa situação é mais crítica quando se tem amostras com
contagem baixa de linfócitos e/ou contagem alta de monócitos, o que compromete a resolução e definição do gate de linfócitos. Para
tanto, recomenda-se a utilização de CD14 para definir a região de linfócitos com no mínimo, 95,0% de células CD45+CD14-.
Questão 10: A quantificação de células CD34+ deve seguir as recomendações de gates sequenciais e critérios de aquisição de
número de eventos, para que as populações analisadas e identificadas sejam estatisticamente significativas. Essas recomendações,
que estão descritas no protocolo ISHAGE e Estatísticas de Poisson, devem ser sempre aplicadas neste teste, pois células CD34+ são
consideradas populações/eventos raros. Para tanto, considerando um coeficiente de variação de 10%, 100 eventos CD34+ devem ser
adquiridos para ter valor significativo do ponto de vista estatístico.
Questão 11: Precisão é o grau de variação de uma medição/valores tendo como base um desvio-padrão de uma série de repetição
da mesma análise/amostra. Já exatidão, se refere a medição de um parâmetro em relação a uma referência padrão. Portanto, o
programa externo de proficiência laboratorial, tem o objetivo de verificar a exatidão dos resultados.
Questão 13: Dentre as alternativas, a mais correta é a opção de número 3, pois o sistema de gestão da qualidade do laboratório deve
contemplar não somente o registro de ações corretivas/preventivas e indicadores de qualidade, mas sim, contemplar todos os
sistemas e processos que visem à melhoria contínua da qualidade dos serviços prestados.
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Questão 14: A análise dos controles externos da qualidade é fundamental para identificar erros no processo analítico (etapas préanalítica, analítica e pós-analítica) e, quando necessário, monitorar e aplicar ações corretivas e preventivas. Para isso, é importante
seguir uma sequência para facilitar e orientar a tomada da correta ação: identificar o erro; classificar o erro; observar possíveis
tendências em relação aos testes anteriores; analisar CQ interno; analisar os resultados liberados antes, após e no dia de execução
do CQ externo; descrever a ação corretiva; discutir achados com o grupo de colaboradores; análise e assinatura do Diretor do
Laboratório.
Questão 15: No âmbito da gestão da qualidade, ação preventiva é aquela implementada para eliminar a causa raiz de uma não
conformidade em potencial antes da sua ocorrência. O histórico das atividades e processos, o desempenho dos equipamentos, e a
qualificação de profissionais devem ser contemplados nas ações preventivas. Como processo de prevenção é necessário definir as
não conformidades potenciais, bem como suas causas, implementar ações necessárias, registrar e analisar criticamente as ações
executadas.
Referências bibliográficas adicionais:
Davis, B. H. et al. Validation of cell-based fluorescence assays: practice guidelines from the ICSH and ICCS – Part II – preanalytical
issues. Cytometry B Clin Cytom, V.84, n. 5, p. 286-90, Sep-Oct 2013.
Ulrich Sack, Attila Tárnok, Gregor Rothe. Cellular Diagnostics – Basic Principles, Methods and Clinical Applications of Cytometry,
2009.
Referências
Bibliográficas
•
Enumeration of Immunologically Defined Cell Populations by Flow Cytometry; Approved Guideline –
Second Edition; H42-A2 Vol. 27 No.16; Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI); 2007.
•
Citometria de Fluxo – Aplicações no Laboratório Clínico e de Pesquisa; Sales, M.M.; Vasconcelos,
D.M.; Atheneu; 2013.
•
Aplicação Prática em Citometria de Fluxo; Bacal, N.S.; Faulhaber, M.H.W.; Atheneu; 2003.
•
Resolução – RDC/ANVISA Nº. 302; de 13 de Outubro de 2005.
•
Cytometry Part B (Clinical Cytometry), 84B:291-308; 2013
•
Cytometry Part B (Clinical Cytometry), 84B:286-290; 2013
Respostas dos Participantes
Opções (%)
Opção 1
Opção 2
Opção 3
Opção 4
Questão 1
1.4%
94.7%
1.4%
2.5%
2
Questão 2
32.7%
42.3%
16.9%
7.0%
3
Questão 3
4.6%
64.8%
21.1%
9.2%
2
Questão 4
3.9%
33.1%
3.9%
58.1%
2
Questão 5
9.5%
2.8%
44.0%
42.3%
3
Questão 6
21.1%
33.8%
30.3%
12.7%
3
Questão 7
19.4%
4.2%
67.3%
7.0%
3
Questão 8
51.1%
5.3%
15.1%
27.5%
1
Questão 9
13.4%
23.2%
19.7%
40.8%
4
Questão 10
14.1%
27.8%
18.0%
35.9%
4
Questão 11
12.7%
46.8%
32.4%
6.3%
3
Questão 12
6.3%
86.6%
2.1%
3.9%
2
Questão 13
2.5%
0.7%
44.7%
50.7%
3
Questão 14
6.0%
5.3%
10.6%
76.8%
4
Questão 15
35.2%
2.8%
25.0%
36.3%
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