COMISSÃO DE SAÚDE ACTA Nº 43 X LEGISLATURA - 1.ª Sessão Legislativa Aos vinte dias do mês de Junho do ano dois mil e seis reuniu, pelas 16 horas, na sala 9, a Comissão de Saúde, com a seguinte ordem de trabalhos: 1. Análise de Expediente; 2. Apreciação e votação da Acta n.º 42; 3. Apreciação e votação do Relatório da visita ao Estabelecimento Prisional de Lisboa; 4. Apreciação e votação do Relatório referente à Petição n.º 102/X/1ª; 5. Distribuição/Apreciação do relatório referente às GOP’s 2007; 6. Outros assuntos. Audiência com a Fundação Renal Portuguesa. Estiveram presentes na reunião, que foi presidida pela Vice-Presidente da Comissão deputada Ana Manso, os Senhores Deputados constantes do respectivo livro de presenças. Após análise do expediente, foi colocada à votação a Acta n.º 42, que foi aprovada por unanimidade. Foi também aprovado por unanimidade o Relatório da visita ao Estabelecimento Prisional de Lisboa, após apreciação e introdução de algumas alterações. A Presidente deu de seguida a palavra ao Senhor Deputado Vasco Franco (PS) para que apresentasse o Relatório referente à Petição n.º 102/X/1ª, que diz respeito à reclassificação e integração da peticionária em vaga de técnico superior existente no serviço de Aprovisionamento do Hospital de Alcobaça. O Deputado Vasco Franco (PS) deu conta à Comissão de que, em resposta à solicitação de informação sobre este caso ao Ministério da Saúde, o Gabinete da Secretária de Estado Adjunta e da Saúde informou ter sido emitida, por aquela Secretaria de Estado, em 16 de Fevereiro de 2006, uma Circular Normativa que fixou o procedimento administrativo para cumprimento das disposições legais que regulam o mecanismo da reclassificação profissional do pessoal da Administração Pública. Assim, para que a reclassificação possa ter lugar, impõese que a requerente cumpra os requisitos legalmente previstos, tendo já a Secretaria de Estado solicitado ao Hospital de Alcobaça o envio dos elementos necessários para análise do processo. Propõe assim a transmissão à peticionária da informação dada pelo Ministério da Saúde e, de seguida, o arquivamento do processo. 1 Após esta apresentação o Relatório referente à Petição n.º 102/X/1ª foi aprovado por unanimidade. Seguidamente a Presidente deu a palavra ao Deputado Hélder do Amaral (CDS-PP) para apresentar o Relatório relativo às GOP’s 2007. O Deputado Hélder Amaral referiu que no Relatório aborda a área sectorial que se integra na competência da Comissão Parlamentar de Saúde, com relevo para a temática “Saúde, um bem para as pessoas” e o investimento público em 2007 para a área da saúde. Propõe que o parecer da Comissão seja no sentido de entender que a Proposta de Lei preenche os requisitos constitucionais, legais e regimentais aplicáveis para poder ser discutida e votada em plenário, reservando os grupos parlamentares as suas posições de voto para essa sede. Os Grupos Parlamentares do PS e PSD apreciaram a forma objectiva como o Relatório foi elaborado, tendo depois sido aprovado por unanimidade. Audiência com a Fundação Renal Portuguesa A audiência foi gravada e decorreu com a presença de três elementos da Direcção da Fundação. O Presidente da Fundação Renal Portuguesa referiu que desde há muito tem vindo a chamar a atenção para o grave problema que constitui o domínio do mercado, no âmbito da hemodiálise, por parte de empresas multinacionais. Existem 8000 doentes em tratamento renal crónico por hemodiálise, sendo que cerca de 90% deles são tratados em unidades privadas. A hemodiálise está concentrada praticamente em duas empresas, sendo os pequenos operadores residuais. Entende que esta concentração cria um problema de saúde pública e prejudica o desenvolvimento da indústria nacional do dispositivo médico, sendo estas as razões que estão na origem da criação da Fundação, que visa criar uma alternativa para o tratamento do doente renal. O Dr. Figueiredo, também da Direcção da Fundação, reforçou que o mercado não está a funcionar pois existe uma verticalização total nesta actividade, com prejuízo da indústria nacional. A Fundação pretende criar centros de tratamento por hemodiálise e ainda promover investigação e formação nesta área, podendo fazer com que o Estado reduza 8 a 10% dos custos que tem actualmente com a hemodiálise, através de uma gestão global integrada por doente, para o que será necessário que seja tomada uma decisão política. A Presidente manifestou a opinião de que é de facto um problema de saúde pública a detenção de 70% do mercado por parte de uma só empresa, designadamente para efeito de negociação de preços, podendo o papel da Fundação ser muito relevante para que haja uma mudança. 2 A Deputada Regina Bastos (PSD) referiu conhecer bem esta problemática e questionou a Fundação sobre se já existe alguma decisão da Autoridade da Concorrência, relativamente a uma queixa há muito apresentada sobre esta situação e se foi apresentada entretanto alguma queixa à Entidade Reguladora da Saúde. A Deputada Antónia Almeida Santos (PS) manifestou que o GP do PS está preocupado com esta matéria e que, embora os deputados não detenham o poder executivo, poderão exercer alguma influência no sentido de se vir a resolver este problema. O Deputado Manuel Pizarro (PS) deu conta de que a hemodiálise começou a ser feita fora do Estado por razões de contenção orçamental, e que esta situação, a prazo, sempre traria inconvenientes. Felizmente que o nível de qualidade dos tratamentos de hemodiálise se tem mantido. Pretende saber como poderá a Fundação reduzir os custos para o Estado, pois que tem sido possível reduzir custos noutras áreas mas não neste sector. O Presidente da Fundação informou que a Autoridade da Concorrência teve sobre esta matéria uma posição ambígua e que foi já interposto um recurso. Foi feita também uma queixa à Entidade Reguladora da Saúde, que ficou sensibilizada para este problema. A actividade da Fundação é recente, pois existe desde Dezembro de 2004 e surgiu com o objectivo de criar condições para que, caso o Ministério da Saúde queira, possa a Fundação ser utilizada para mudar a actual situação, e para isso pede apoio politico à Comissão. A proposta feita pela Fundação ao Ministério manifesta a disponibilidade de criação de até 15 centros de tratamento, como tentativa de repor a legalidade no mercado. Nada mais havendo a tratar, foi a reunião encerrada pelas dezoito horas, dela se lavrando a presente acta, a qual, depois de lida e aprovada, será assinada. A Vice-Presidente, (Ana Manso) 3