Data: De: Para: Assun to: 13 Mar 2011 15:27:24 -0500 [13-03-2011 17:27:24 BRT] [email protected] [email protected] mpti-teses Below is the result of your feedback form. It was submitted by ([email protected]) on Sunday, March 13, 2011 at 15:27:22 --------------------------------------------------------------------------- nome: ALVARO SANTOS SILVA Tese:: Complicações Resultantes da Instalação do Cateter Central de Inserção Periférica (PICC) Orientador:: 12/03/2011, Dolores Figueredo Instituição:: SOBRATI S1: SOBRATI Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva Brazilian Society of Critical Care Mestrado Profissionalizante em Terapia Intensiva Complicações Resultantes da Instalação do Cateter Central de Inserção Periférica (PICC) Alvaro Santos Silva Brasília-DF Dezembro/2010 SOBRATI Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva Brazilian Society of Critical Care Mestrado Profissionalizante em Terapia Intensiva Complicações Resultantes da Instalação do Cateter Central de Inserção Periférica (PICC) Alvaro Santos Silva Tese de Mestrado do discente Alvaro Santos Silva do Curso de Mestrado Profissionalizante em Terapia Intensiva da Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva – SOBRATI, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Terapia Intensiva. Orientadora: Profª Msc. Dolores Figueredo Brasília-DF Dezembro/2010 RESUMO O uso do cateter central de inserção periférica (PICC) tem se tornado muito útil no tratamento de pacientes que exigem punções venosas freqüentes, bem como, usado em neonatologia, pediatria, terapia intensiva, oncologia e cuidados domiciliares. O PICC é um é um dispositivo intravenoso inserido através de uma veia superficial da extremidade e progride, por meio de uma agulha introdutora e com a ajuda do fluxo sangüíneo, até o terço médio distal da veia cava superior ou da veia cava inferior, quando inserido pela veia safena, adquirindo características de um cateter central. Trata-se de um estudo do tipo bibliográfico, exploratório e retrospectivo, com análise qualitativa, atendendo ao Objetivo Geral: Descrever, sob a ótica de autores, quais são as complicações inerentes à instalação do Cateter Central de Inserção Periférica (PICC). E como objetivos secundáios: Identificar as complicações inerentes ao processo de instalação do PICC; Relacionar as complicações precoces e tardias do PICC; e, Averiguar as complicações inerentes à retirada do cateter. Como fontes para coleta de dados foram utilizados os periódicos publicados na Biblioteca Virtual de Saúde – Bireme, Publicações apresentadas no Sistema Latino-Americano e do Caribe de informação em Ciências da Saúde – LILACS, National Library of Medicine – MEDLINE, Livros, revistas, publicações na língua vernácula e outros idiomas e demais trabalhos científicos a que tenhamos acesso compreendendo o período de 2001 a dezembro de 2010, trazendo a característica do estudo retrospectivo. No entanto os resultados mostraram que as complicações relacionadas ao PICC se configuram em: Complicações durante a Inserção do cateter como secção do cateter por agulha, punção arterial e nervos braquiais, dificuldade de progressão do cateter no vaso sanguíneo, hematoma e arritmias cardíacas; Complicações nas primeiras 24 horas de inserção do cateter: Sangramento, hematoma, edema, oclusão parcial do cateter por dobra, posição inadequada da ponta do cateter ou impermeabilização insuficiente do mesmo; Complicações tardias: Infecção no sítio de inserção, flebite, tromboflebite, celulite, abscesso, sepse e endocardite; e, Complicações durante a retirada do cateter: resistência à retirada, ruptura do cateter durante a retirada levando a embolia, trombose e arritmia cardíaca. Conclui-se que o uso do PICC apesar de vantajoso, requer da equipe grande emprenho na inserção, manutenção e retirada. Palavras-chave: inserção, complicações, cateter SUMÁRIO 1. Introdução 2. Materiais e métodos 5 5 3. Revisão de literatura 4. Apresentação e discussão dos resultados 5. Considerações finais 6. Referências 1. INTRODUÇÃO 6 9 11 12 O Cateter Central de Inserção Periférica (PICC) tem sido amplamente utilizado em instituições americanas em diversas áreas médicas. Tem aplicação na administração de nutrição parenteral, na área de neonatologia e em unidades oncológicas, onde é garantido acesso confiável, de longa permanência e também com possibilidade de uso ambulatorial para estes pacientes 17. A inserção do Cateter Central de Inserção Periférica (CCIP) pelo enfermeiro é assegurada pela RESOLUÇÃO COFEN-258/2001, onde, no Art. 1º- É lícito ao Enfermeiro, a Inserção de Cateter Periférico Central. Não sendo discriminado faixa etária para o paciente que está sendo submetido ao procedimento 16. O uso de cateter venoso central é de extrema importância no ambiente de terapia intensiva. A sua escolha é determinada pela necessidade de tratamento do paciente. Esse tipo de cateter apresenta baixos índices de infecção e de complicações tanto no ato da inserção, como durante a sua manutenção e retirada. Pode ser uma opção terapêutica eficaz quando há contra-indicação absoluta ou relativa na utilização de cateteres centrais de punção torácica. É utilizado para administração de fármacos por via venosa, especialmente medicações irritantes ou vesicantes, infusão de soluções hiperosmolares e hemoderivados, coleta de amostras sangüíneas e medida de pressão venosa central17. Trata-se de estudo bibliográfico de grande relevância, pois, ao estar submetendo o paciente ao cateterismo central, tanto o enfermeiro ou médico deverá conhecer as possíveis complicações advindas do procedimento, bem como, fundamenta conhecimentos necessários para a melhoria da qualidade da assistência em unidade de terapia intensiva, uma vez que, de posse das literaturas consultadas poderão ter “em mãos” uma relação dos problemas mais comuns, evitando assim a iatrogenia e conseqüente sofrimento do paciente grave. A realização de procedimentos invasivos, tanto por enfermeiros, quanto por médicos, podem acarretar diversos tipos de complicações, sejam elas a longo, médio ou curto prazo, em nosso caso, tratando-se de cateterismo central, temos como questão norteadora para o estudo: Quais as complicações relacionadas à instalação do Cateter Central de Inserção Periférica (PICC) na ótica de autores? Para atender ao questionamento anterior, temos como Objetivo Geral: Descrever, sob a ótica de autores, quais são as complicações inerentes à instalação do Cateter Central de Inserção Periférica (PICC). E como objetivos secundáios: Identificar as complicações inerentes ao processo de instalação do PICC; Relacionar as complicações precoces e tardias do PICC; e, Averiguar as complicações inerentes à retirada do cateter. Se por um lado cateteres venosos centrais (CVCs) são cada vez mais utilizados em hospitais para administrar pacientes que estão criticamente doentes, por oferecerem uma forma segura de acesso à circulação central para infusão, terapia, suporte nutricional, monitoração hemodinâmica, plasmaferese e aférese, e hemodiálise, por outro lado as complicações infecciosas decorrentes de seu uso podem resultar em significativas taxas de morbidade e mortalidade. No caso do PICC, a taxa de casos fatais para infecções da corrente sanguínea relacionadas ao cateter é relativamente baixa, sendo aproximadamente 20%. 2. MATERIAIS E MÉTODO Trata-se de um estudo do tipo bibliográfico, exploratório e retrospectivo, com análise qualitativa. O estudo bibliográfico se baseia em literaturas estruturadas, obtidas de livros e artigos científicos provenientes de bibliotecas convencionais e virtuais. O estudo descritivoexploratório visa à aproximação e familiaridade com o fenômeno-objeto da pesquisa, descrição de suas características, criação de hipóteses e apontamentos, e estabelecimento de relações entre as variáveis estudadas no fenômeno11. Como fontes para coleta de dados foram utilizados os periódicos publicados na Biblioteca Virtual de Saúde – Bireme, Publicações apresentadas no Sistema LatinoAmericano e do Caribe de informação em Ciências da Saúde – LILACS, National Library of Medicine – MEDLINE, Livros, revistas, publicações na língua vernácula e outros idiomas e demais trabalhos científicos a que tenhamos acesso compreendendo o período de 2001 a dezembro de 2010, trazendo a característica do estudo retrospectivo. Para a análise dos dados pesquisados, foi realizado uma leitura analítica e posteriormente uma leitura interpretativa, sendo feito uma interlocução dos conhecimentos prévios com os mais atuais, de forma que todos os dados coletados foram catalogados e fichados para então serem expostos no trabalho dissertativo de forma que atendam aos objetivos propostos. 3. REVISÃO DE LITERATURA A história da terapia intravenosa tem seu início com a descoberta da circulação sanguínea feita por Sir William Harvey em 1616. Até o último período do Renascimento, sabia-se que artérias e veias continham sangue, mas acreditava-se que o sangue fluía e refluía em movimento similar ao da respiração humana. As partes essenciais do sistema circulatório e de rede de capilares eram desconhecidas e por séculos esse fundamento, equivocado, foi aceito como verdade 23 . O Cateter Central de Inserção Periférica (PICC) foi descrito na literatura pela primeira vez em 1929, como uma alternativa de acesso venoso central por via periférica, quando um médico alemão chamado Forssman se autocateterizou com uma sonda uretral através de uma veia da fossa cubital. Pela precariedade dos materiais, o procedimento não foi implementado na época. Na década de 1970 foi desenvolvido o cateter de silicone, utilizado inicialmente nas unidades de terapia intensiva neonatal; mas foi a partir de 1980 que se observou a expansão de seu uso, pela facilidade de inserção à beira do leito por enfermeiros e pelo surgimento de programas de capacitação profissional. No Brasil, o PICC começou a ser utilizado na década de 1990 e tem sido usado em neonatologia, pediatria, terapia intensiva, oncologia e cuidados domiciliares 19. O PICC é um dispositivo intravenoso inserido através de uma veia superficial da extremidade e progride, por meio de uma agulha introdutora e com a ajuda do fluxo sangüíneo, até o terço médio distal da veia cava superior ou da veia cava inferior, quando inserido pela veia safena, adquirindo características de um cateter central. Este dispositivo possui um ou dois lumens, é longo (20 a 65 cm de comprimento), quanto ao calibre varia de 14 a 24 Gauge ou 1 a 5 French (Fr), é flexível, radiopaco, de paredes lisas e homogêneas, feito com material bioestável e biocompatível - como silicone, polietileno ou poliuretano 4,22. A necessidade da realização de um acesso venoso eficaz tem suscitado grandes estudos, pois, pacientes em tratamento domiciliar que necessitam de terapia parenteral de longo prazo muitas vezes tem a carência de cateteres centrais inseridos perifericamente (CCIP) ou cateteres inseridos na linha média (CLM). Esses cateteres são usados para os pacientes que não possuem qualquer acesso periférico, mas necessitam de antibióticos intravenosos, sangue e nutrição parenteral. Para utilizar esses cateteres as veias mediana cefálica, basílica e cefálica obrigatoriamente deve estar esclerosadas ou foram puncionadas por várias vezes21. Contudo, apesar de ser um dispositivo seguro e eficaz, o PICC deve ser inserido por enfermeiros ou médicos. Na questão da enfermagem, deve-se observar o que para a passagem do cateter é necessária a habilitação do enfermeiro, exigida pelo Conselho Federal de Enfermagem. Nas instituições onde o uso de PICC é implantado, deve ser elaborada uma estratégia de educação continuada que permitem capacitar os profissionais quanto à sua manipulação e manutenção, evitando complicações. Considerando a competência técnica do Enfermeiro, estatuída na Lei nº 7.498/86 em seu artigo 11, inciso I, alíneas "i" e "m", e inciso II, alíneas "e" e "f"; ainda considerando a Resolução COFEN nº 240/2000, que aprova o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, em seu Capítulo III, artigos 16, 17 e 18; e em consonância com o Parecer da Câmara Técnica Assistencial nº 011/2001, aprovado na Reunião Ordinária do Plenário nº 296; Resolve-se que é lícito ao Enfermeiro, a Inserção de Cateter Periférico Central, no entanto o mesmo, para o desempenho de tal atividade, deverá ter-se submetido à qualificação e/ou capacitação profissional 16. Para a inserção do PICC, o profissional deve conhecer o sistema cardiovascular, onde, os vasos sanguíneos são constituídos por três túnicas, que são de fora para dentro: 3 1Túnica externa (túnica adventícia) – Formada basicamente por tecido conjuntivo. Nesta túnica encontramos pequenos filetes nervosos e vasculares que se destinam à inserção e irrigação da própria artéria e que são denominados respectivamente nervi vasorum e vasa vasorum. 2Túnica média – É a camada intermediária e constituída por fibras musculares lisas e fibras elásticas. 3Túnica íntima – Constitui a camada que forra internamente e sem interrupção os vasos sanguíneos. Na escolha da veia para a punção e posterior inserção do PICC, sempre temos como preferência as dos membros superiores: Veias basílica, cefálica e cubital por serem de fácil acesso. Contudo, a veia basílica é a de primeira escolha por ser larga e tem de 4 a 8 válvulas; a veia cefálica é menor que a basílica, possui um curso variável, tem de 6 a 10 válvulas e traz um potencial risco para flebite e mal posicionamento do cateter, que pode descer através da veia basílica e causar perfuração hepática; a veia axilar é a união da veia basílica com a braquial, indicada para grandes volumes, ocorrendo o risco de punção da artéria braquial. Ainda podem ser usadas as veias temporais que possuem tamanhos variáveis, adjacente à artéria temporal, contudo de inserção não muito segura e a veia posterior auricular de tamanho variável mais frágil. A veia jugular externa é proeminente e mais visível, pode aceitar um cateter mais largo, pouca distância para o sistema venoso central, inserção pelo lado direito, porém causa desconforto para o paciente, embora possa ser mais fácil para o profissional. Nos membros inferiores pode-se usar a veia grande safena localizada na região mediana da perna, longa veia, possui de 7 a 15 válvulas, podendo desenvolver edema em membros inferiores. A veia pequena safena está localizada na região lateral da perna, possui pequeno diâmetro e é tortuosa 3,18. Na inserção do PICC, o enfermeiro deverá observar as seguintes recomendações: 13 Medidas prévias à inserção do PICC • Comunicar ao setor de radiologia a necessidade de se realizar a radiografia imediatamente ao término do procedimento; • Lavar as mãos; • Avaliar as condições clínicas do paciente; • Reunir/conferir os materiais necessários para a execução do procedimento (atentar para o calibre do cateter escolhido); • Posicionar o paciente em decúbito dorsal e colocar o membro selecionado para punção (preferencialmente MSD) em ângulo de 90º em relação ao tórax; • Garrotear o membro escolhido para a punção; • Realizar o exame físico dos vasos sangüíneos através da técnica de inspeção e palpação; • Retirar o garrote após exame físico; • Mensurar com a fita métrica: (perímetro braquial, distância entre o possível ponto de punção e a articulação escápuloumeral, deste ponto até a fúrcula esternal e em seguida até o 3º espaço intercostal, acrescentar ao valor mensurado, aproximadamente 3 cm.) Procedimento de inserção do PICC • Colocar gorro, máscara e óculos (todos os profissionais envolvidos no procedimento); • Lavar as mãos com sabonete líquido comum; • Abrir o material reunido previamente com técnica asséptica; • Lavar as mãos com solução degermante; • Calçar luvas estéreis; • Com o paciente já posicionado em decúbito dorsal, e membro em ângulo de 90º, realizar anti-sepsia do sítio de inserção com solução degermante por no mínimo 3 minutos, retirar o excesso com solução salina a 0,9%; • Retirar as luvas; • Fazer anti-sepsia das mãos com solução degermante; • Vestir o capote e calçar luvas estéreis; • Posicionar os campos simples e fenestrados; • Lubrificar o cateter com solução salina a 0,9%, preenchendo o lúmen através do injetor lateral. Para os cateteres que não possuam injetor lateral, sugere-se que sejam imersos em recipiente estéril, contendo solução salina a 0,9%. • Medir o cateter com a fita métrica estéril, e cortá-lo de acordo com a medida; • Posicionar o bisel da agulha para cima; • Executar a punção introduzindo apenas o bisel da agulha; • Introduzir aproximadamente 5 cm do cateter lentamente na luz do vaso através da agulha ou cateter introdutor, com auxílio da pinça anatômica; • Nunca retroceder o cateter estando à agulha ainda inserida, devido o risco de secção do cateter pelo bisel da agulha. • Retirar a agulha ou o cateter introdutor da luz do vaso, pressionando a pele; • Partir a agulha ou o cateter introdutor conforme orientação do fabricante; • Retirar o fio guia (se houver); • Avançar por completo o cateter utilizando a pinça auxiliar até alcançar a medida aferida previamente; • Testar a permeabilidade do cateter, com solução salina a 0,9%; • Manter infusão contínua de solução salina 0,9%, devido ao risco de obstrução do cateter; • Retirar os campos; • Realizar a limpeza do sítio de inserção com solução salina a 0,9%; • Preparar gaze e fita adesiva (se não dispuser de curativo transparente) para fixação do cateter; • Retirar a paramentação; • Lavar as mãos com sabonete líquido comum; • Encaminhar o paciente para realizar a radiografia, para confirmar a posição do cateter. Para a manutenção do cateter, 1 sabe-se que o sucesso da terapia intravenosa através do PICC depende não só da observação de padrões rigorosos na sua implantação, mas também de cuidados essenciais à sua manutenção. Um cateter bem cuidado representa segurança e conforto para o paciente, maior durabilidade e baixos índices de complicações. A manutenção do PICC começa com o curativo, que deve ser observado e feito no prazo de 24 horas, seguindo uma rotina posterior de 7 dias ou conforme determinação da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) ou em caso de necessidades conhecidas pela enfermagem. É interessante utilizar técnica rigorosamente asséptica. Nunca se deve infundir hemoderivados ou coletar sangue através do cateter. Fazer medicações como fenobarbital e diazepan que podem obstruílo, assim como o seu uso para mensuração de PVC está contraindicado, devido à possibilidade de colonização do cateter por conta do Soro Fisiológico. É lícito à enfermagem sempre anotar em formulário próprio, todas as ações direcionadas ao PICC. Nas instituições onde o uso de CCIP é implantado, deve ser elaborada uma estratégia de educação continuada que permite capacitar os profissionais quanto à sua manipulação e manutenção, evitando complicações 8. Esse tipo de cateter apresenta baixos índices de infecção e de complicações tanto no ato da inserção, como durante a sua manutenção e retirada. Pode ser uma opção terapêutica eficaz quando há contraindicação absoluta ou relativa na utilização de cateteres centrais de punção torácica. É utilizado para administração de fármacos por via venosa, especialmente medicações irritantes ou vesicantes, infusão de soluções hiperosmolares e hemoderivados, coleta de amostras sangüíneas e medida de pressão venosa central 11. Não obstante, os inúmeros benefícios atribuídos ao uso do cateter PICC, os profissionais devem estar atentos aos riscos envolvidos no uso deste dispositivo, que está associado a algumas complicações que podem ocorrer na inserção, enquanto o cateter percorre o trajeto venoso, durante a manutenção e sua remoção. Tais complicações ocorrem por problemas mecânicos, como: obstrução, ruptura do cateter, perfuração de vaso, extravasamento, trombose, hidrotórax, entre outros, e problemas infecciosos, sobretudo, a sepse sistêmica relacionada ao cateter PICC1. 4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Analisando as publicações, é notório observar que as complicações inerentes à inserção, Manutenção e retirada do PICC é pouco abordada, de forma que os dados encontrados durante os anos de 2001 à 2010 são poucos, conforme descrito na tabela 01 abaixo. Analisando a tabela 01 obtemos uma maior expressão da temática em questão em sites Específicos, seguido de revistas eletrônicas. Fato este que nos dá a idéia de que as complicações inerentes ao PICC é pouco tratado na literatura. Através da tabela 02, temos contato com os anos de publicações, bem como a quantidade de trabalhos que dedicam parte ou todo às complicações do PICC. Contemplando a tabela 02, observamos que durante os anos de 2007 à 2010, a quantidade de trabalhos que tratam das complicações inerentes ao PICC vem aumentando, fato este que demonstra a preocupação de pesquisadores em relação ao procedimento, manutenção e retirada do cateter. A tabela 03 abaixo nos mostra que a maior preocupação dos autores consultados se dá com as complicações tardias. Tabela 03: Resultados em comum dos artigos publicados entre 2001 a 2010 relacionando as complicações inerentes ao PICC Itens Nº de trabalhos Freqüência % Complicações durante a Inserção do cateter como secção do cateter por agulha, punção arterial e nervos braquiais, dificuldade de progressão do cateter no vaso sanguíneo, hematoma e arritmias cardíacas. Complicações nas primeiras 24 horas de inserção do cateter: Sangramento, hematoma, edema, oclusão parcial do cateter por dobra, posição inadequada da ponta do cateter ou impermeabilização insuficiente do mesmo. Complicações tardias: Infecção no sítio de inserção, flebite, tromboflebite, celulite, abscesso, sepse e endocardite. Complicações durante a retirada do cateter: resistência à retirada, ruptura do cateter durante a retirada levando a embolia, trombose e arritmia cardíaca. Fonte: Pesquisa Bibliográfica As complicações referentes à inserção do PICC faz alusão à quebra do cateter, que deve ser reparado ou ocorre vazamento durante o seu emprego5. A ocorrência de taquicardia e tamponamento ventricular pode também ocorrer durante a passagem do cateter8. Nas primeiras 24 horas de inserção do PICC, pode ocorrer migração do cateter pela abdução e adução do membro superior, bem como, riscos de oclusão decorrentes de técnica de permeabilização inadequada, que pode ocorrer por trobos sanguinolentos ou pela formação de fibrina decorrente da presença de sangue no cateter, após processo inadequado de vagem do cateter ou fluxo retrógrado 6,8. Em outros estudos2, encontramos complicações como migração da ponta do cateter PICC que é um problema comum e conhecido entre os neonatologistas, podendo levar a um quadro letal de efusão pericárdica e tamponamento secundário à perfuração miocárdica. Pontas de cateteres posicionadas em átrio direito ou sua migração para dentro do átrio direito são apontadas como prováveis causas destas complicações. As complicações tardias incluem sepse definida por sinais clínicos (febre, drenagem purulenta pelo sítio de inserção, flebite que não responde ao tratamento conservador) associados à cultura positiva do acesso ou da ponta do cateter (acima de 15 UFC por técnica da rolagem em placa) 5,9. Outros autores8 citam a presença de riscos relacionados à trombose e à flebite, e afirmam que a ocorrência de infecção é o risco mais comum relacionado a essa terapia. No entanto é necessário treinamento para a equipe médica e de enfermagem, a fim de evitar complicações por manipulações inadequada, sendo mais uma opção terapêutica disponível para os pacientes críticos, pois estudos indicam que a incidência de tromboflebite e colonização bacteriana por cateteres se elevam quando os cateteres permanecem no local por mais de 72 horas 12,14. Na retirada do cateter podemos encontrar complicações como ruptura e dificuldade de remoção 9. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS O trabalho da equipe de saúde em terapia intensiva vem sendo a cada dia mais valorizado, pois, é notório que os pacientes graves necessitam de maiores cuidados e essa necessidade tem trazido avidez aos profissionais no que se refere à busca incessante de conhecimentos suficientes para um melhor cuidar. No caso do Cateter Central de Inserção Periférica (PICC) temos uma real necessidade da observância das complicações causadas por “quebras” na junção entre teoria-prática. Tanto os médicos quanto a equipe de enfermagem, deverão ter em mente a problemática em questão pois os problemas decorrentes de erros na inserção do PICC poderão agravar o quadro clínico do paciente, de forma que aumente a morbidade, dificultando a reabilitação do paciente, sem contar no aumento da mortalidade em terapia intensiva, o que poderá levar ao fracasso de toda equipe. Acreditamos que nossos objetivos foram alcançados, e observamos que o número de publicações referentes à temática é pequeno, de forma que consiste em trabalhos necessários e inéditos, uma vez que a inserção do PICC não é prática comum em todas as unidades, sejam UTIs adulto, neonatal ou unidades diversas do hospital e home care. 6. REFERÊNCIAS 1. Beghetto M. et al. Fatores de risco para infecção relacionada a cateter venoso central. Rev. Bras. Ter Intensiva [internet] 2002 [acesso em: 15 abr. 2010]; 113 (14). Disponível em: http://biblioteca.universia.net/html_bura/ficha/params/title/fatoresrisco-infec%C3%A7%C3%A3o-relacionada-cateter-venoso-central-curtapermanencia-em/id/37256436.html 2. Camargo PP, Kimura AF, Toma E, Tsunechiro MA. Localização inicial da ponta de cateter central de inserção periférica (PICC) em recém-nascidos. São Paulo. Rev Esc Enferm USP [periódico online]. 2007. [capturado em: 02 jul. 2010]; 42 (4): Disponível em: www.scielo.br/reeusp 3. Castro SV. 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