INSTITUTO BRASILEIRO DE TERAPIA INTENSIVA MESTRADO EM

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INSTITUTO BRASILEIRO DE TERAPIA
INTENSIVA
MESTRADO EM TERAPIA INTENSIVA
VISÃO OBJETIVA DA EXPERIÊNCIA DE
PROFISSIONAIS DE SAÚDE SOB O PONTO DE VISTA
DA HUMANIZAÇÃO NO CONTEXTO FAMILIAR
Orientadora: Enfermeira Verônica Siqueira da Rocha Queiroz
Co-orientadores: Doutor Douglas Ferrari Carneiro e
Enfermeira Marlene Siqueira Rocha Queiroz
Mestrandas: Ellen Joyce Silva
Rio de Janeiro / 2014
Ellen Joyce Silva
VISÃO OBJETIVA DA EXPERIÊNCIA DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE
SOB O PONTO DE VISTA DA HUMANIZAÇÃO NO CONTEXTO
FAMILIAR
Artigo
apresentado
ao
Instituto
Brasileiro de Terapia Intensiva como
requisito para obtenção do título de
Mestre em Terapia Intensiva.
Aprovado em: ____/____/_____.
BANCA EXAMINADORA
________________________________________
Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva – IBRATI
_________________________________________
_________________________________________
RESUMO
Este estudo tem como objetivo primordial realizar uma reflexão a respeito da
existência da fragilidade em todo processo de um tratamento humanizado em prol do
enfermo na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e pronto socorro (PS) em relação ao
contexto familiar, ressaltando a participação e envolvimento do enfermeiro no decorrer
de todo o tratamento. Para o desenvolvimento do referido trabalho foi realizada uma
pesquisa bibliográfica, por meio de uma revisão de literatura para maior conhecimento
e entendimento do tema abordado. Discutiu-se o cuidado e a humanização, refletindo
algumas relações entre ambos para que os profissionais da saúde possam a adotar
estratégias para acolher também os familiares junto ao enfermo, criando maior vínculo
entre os envolvidos. Para que ocorra um tratamento humanizado é essencial a
presença da família como uma aliada com toda a equipe em prol de uma melhor
recuperação do paciente. Por isso é fundamental a participação da família para a
recuperação e cura da doença. O enfermeiro deve orientar a família sobre sua
relevância na recuperação segundo as suas possibilidades, entre outras sua estrutura
psicológica, esclarecendo sobre seu estado de saúde e tratamento como riscos,
benefícios, direitos, e intercorrência. Há, todavia, possibilidades para implantar um
processo de assistência humanizada nas unidades tanto de urgência quanto de
emergência hospitalar, ainda que ocorra a longo prazo, desde que o referido assunto
seja abordado na prática e não apenas na literatura.
Palavras-chave: Humanização da assistência. Unidades de Terapia Intensiva.
Família. Relações enfermeiro-paciente. Relações profissional-familia.
ABSTRACT
This study's primary objective is to stimulate debate about the existence of weakness
throughout a process towards humane treatment of the patient in the Intensive Care
Unit (ICU) and emergency department (PS) in relation to the family context ,
emphasizing participation and involvement of nurses in the course of the entire
treatment . For the development of such work a literature search, through a literature
review for greater knowledge and understanding of the subject was performed. Care
and humanization was discussed, reflecting some relations between them so that
health professionals can also adopt strategies to accommodate the family with the sick,
creating greater bond between those involved. For a humane treatment occurs is
essential the presence of the family as an ally with the entire team towards a better
patient recovery. For this to occur is that the participation of the family for the recovery
and cure. The nurse should inform the family that their relevance in recovery within its
means, among other their psychological structure, explaining about their health status
and treatment as risks, benefits, rights, and complications. There are, however,
possibilities to deploy a proceeding humanized the units so urgent as hospital
emergency, although the long-term occur, provided that the matter be addressed in
practice and not just in literature
Keywords: Humanization of assistance. Intensive Care Units. Family. Patient-nurse
relationship. Professional - family relations.
1.INTRODUÇÃO
De acordo com estudos, podemos mencionar que as Unidades de
Tratamento Intensivo (UTI) assumem atualmente grande valor dentro da área
hospitalar porque admitem pacientes em situação crítica e de ameaça à vida,
os quais necessitam de assistência permanente das equipes médica e de
enfermagem (Borges EL, Abreu MC, Soares SML 1997).
De acordo com Correa, (2000) a unidade de terapia intensiva (UTI) é um
conjunto de elementos destinados ao tratamento de pacientes críticos
requerendo cuidados complexos e controles estritos, com centralização de
esforços e coordenação de atividades.
Associado à gravidade dos pacientes, a existência de aparelhos
eletrônicos, tecnologias e sons ininterruptos totalmente desconhecidos pelos
visitantes também provocam sentimentos de medo, insegurança, ansiedade e
depressão. (Domingues CI, Santini L, Silva 1999).
Para Urizzi F, Carvalho LM, Zampa HB, et.al
2008, a internação
hospitalar de uma pessoa geralmente afeta e fragiliza a família, principalmente
quando o estado clínico é grave, precisando de internação em uma Unidade de
Terapia Intensiva. Outro aspecto envolve a aparência do paciente internado na
UTI, com ventilação mecânica, curativos diversos, fios e aparelhos, bem como
os ruídos dos equipamentos e da equipe, impactam os familiares. Este
ambiente é percebido como um espaço bastante agressivo e ameaçador, pois
demonstra risco de morte ao paciente. (Bettinelli LA, Erdmann AL 2009).
Portanto, acredita-se que a experiência da hospitalização provoca
sentimentos diversos nos familiares que podem levar ao adoecimento. A
equipe de saúde precisa compreender o que sentem os familiares frente à
internação na UTI para melhor direcionar suas ações.
De acordo com Althoff CR 1999, o processo do adoecer envolve não
somente o paciente que se encontra internado, mas também toda a família,
que vivencia a hospitalização diariamente. Referente a esta realidade, surge a
necessidade de dirigir também o nosso olhar à família que está sofrendo as
conseqüências da internação.
Diante do exposto, o presente trabalho busca refletir a existência e a
fragilidade de um processo de atendimento humanizado ao cliente internado na
Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e pronto socorro (PS) e no que tange seu
contexto familiar, dando ênfase à assistência da enfermagem vista pelo
trabalhador segundo a literatura.
2. REFERENCIAL TEORICO
2.1 Conceitos de Humanização
A humanização orienta a assistência pela articulação e integração da
equipe, pela atuação interdisciplinar junto aos clientes, cabendo ao enfermeiro
entender as múltiplas facetas envolvidas na dinâmica de vida dos clientes,
reconhecendo seus direitos e aspectos humanos - um ser que sente, vive,
pensa, possui história e sentimentos. Nas ações de cuidado deve considerarse, a complexidade do ser humano, pois o termo Humanização é concebido
como atendimento das necessidades integrais do indivíduo e necessidades
humanas básicas (DOMINGOS, 2007).
De acordo com Deslandes, (2004) os valores e condutas voltados à
humanização têm sido assim discutidos e incorporados nos diversos
segmentos da sociedade e a área de saúde tem se mobilizado por meio de
respostas governamentais no sentido de atender os pacientes de maneira mais
humana.
Neste contexto Oliveira, 2001, p.104 destaca que:
Humanizar caracteriza-se em colocar a cabeça e o coração na
tarefa a ser desenvolvida, entregar-se de maneira sincera e leal
ao outro e saber ouvir com ciência e paciência as palavras e os
silêncios. O relacionamento e o contato direto fazem crescer, e
é neste momento de troca, que humanizo, porque assim posso
me reconhecer e me identificar como gente, como ser humano.
No entanto, Vila & Rossi (2002, p.17) esclarecem:
Humanização deve fazer parte da filosofia de enfermagem. O
ambiente físico, os recursos materiais e tecnológicos não são
mais significativos do que a essência humana. Esta sim irá
conduzir o pensamento e as ações da equipe de enfermagem,
principalmente do enfermeiro, tornando-o capaz de criticar e
construir uma realidade mais humana (...).
Entretanto
a
mudança
do
espaço
físico
e
significativo,
mas
principalmente a mudança referente as ações e comportamento dos
profissionais frente ao paciente e seus familiares.
2.2 Importância do aporte familiar na recuperação do
paciente
Podemos ressaltar que a dinâmica entre família-serviço-cliente, foi
notada a partir da percepção carente de humanização da equipe com os
familiares, por vezes não perceberem que a família assume um instrumento
terapêutico do tratamento intensivo. Neste aspecto, a saúde da família,
necessita de cuidados especiais, de atenção e informação quando se depara
com o processo de adoecimento de seu familiar.
De acordo com Silva de Souza SRO, Chaves SRF, Silva CA. 2006, Os
visitantes sofrem porque se separam do paciente, pela ansiedade em relação a
doença e pelo que possa acontecer em virtude da pouca informação e contato.
Por outro lado, Guanaes A, Souza RP 2003, relatam que a palavra
visitante é entendida como a unidade social proximamente conectada ao
paciente, através do amor, podendo ter ou não laços legais ou de
consangüinidade.
Acredita-se, portanto, que o enfermo seja um segmento dos visitantes e
que estes são de vital importância para a recuperação da pessoa hospitalizada
na UTI. No entanto ressaltamos que Tais visitantes precisam de cuidados e
orientações por parte da equipe de enfermagem para melhor administrar a
hospitalização do ente querido que se encontre internado ( Silva de Souza
SRO,2006).
Portanto, neste contexto podemos complementar que a informação é
uma forma de humanizar e deve ser oferecida ao familiar, principalmente para
conhecer o que é uma unidade de terapia intensiva, o que se faz para os
clientes internados e como é o trabalho dos profissionais desse lugar.( Rêgo
KVM, Alves RGD, Douglas FC 2011).
Bettinelli LA, Erdmann AL. 2009, ter um ente querido hospitalizado,
também costuma gerar uma desestabilização emocional na família, pois
culturalmente a sociedade acredita que as UTI’s são ambientes destinados à
pessoas que irão morrer, o que associado com os rótulos de setor mecanicista
e desumano costuma potencializar sentimentos negativos na população em
geral.
É de notório saber que na maioria das vezes os familiares são impedidos
de permanecer por muito tempo nas UTI’s. É de conhecimento que o horário de
visitas permitido na maioria dessas unidades é insuficiente para atender as
expectativas e necessidades tanto dos familiares quanto dos pacientes, o que
por sua vez os fragilizam ainda mais. (Martins JJ, Nascimento ERP, Geremias
CK, Schneider DG, Schweitzer G, Mattioli Ferreira CCG, Estevam FEB,
Guimarães JC. et al..2013)
De acordo com Silva ND, Contrin LM. 2007, a restrição à permanência
dos familiares nas UTI’s pode agravar o quadro dos pacientes. Entretanto,
neste contexto, a fim de minimizar a angústia de se ter um familiar internado
nessas unidades, favorecer a manutenção dos laços afetivos e a recuperação
dos pacientes, a presença de membros da família deve ser valorizada nas
UTI’s, visto que os familiares influenciam no processo de recuperação dos
pacientes, por lhes transmitir força e segurança. (Martins JJ, Nascimento ERP,
Geremias CK, Schneider DG, Schweitzer G, Mattioli Ferreira CCG, Estevam
FEB, Guimarães JC. et AL 2008).
Mediante tal contexto apresentado, cabe aos profissionais de saúde
adotar estratégias de acolhimento aos familiares nas UTIs, que envolvem uma
comunicação clara e efetiva; a demonstração de compreensão com o
sofrimento do outro; atenção para com as reações por eles apresentadas, a fim
de promover um maior vínculo entre equipe, paciente e família. No entanto,
para um atendimento humanizado é imprescindível manter a família presente
no cuidado intra-hospitalar (Dezorzi LW, Camponogara S, Vieira DFVB. 2002).
De acordo com Santos CR, Toledo NN, Silva SC, 1999 relata que o
familiar deve ser visto como um aliado da equipe, podendo ser um recurso pelo
qual o paciente pode reafirmar e recuperar sua confiança no tratamento,
investindo nas suas possibilidades de recuperação.
Entretanto, Zinn GR, Silva MJP, Telles SCR 2003 afirma que é preciso
que haja interação entre quem cuida e quem é cuidado e que aconteçam trocas
de informações e sentimentos. A comunicação verbal e não-verbal está
intimamente ligada à humanização. A família deve assumir responsabilidades
pela saúde do paciente, por isso cabe ao enfermeiro ouvir suas necessidades e
sua opinião deve contribuir com o plano de cuidados (Dezorzi LW,
Camponogara S, Vieira DFVB. 2002).
Mediante a Resolução do COFEN – 311/2007 é dever do enfermeiro
prestar informações e esclarecimentos ao cliente e à família, podendo essa
obrigação ser observada no Art. 17 (p.24) “Prestar adequadas informações à
pessoa, família e coletividade a respeito dos direitos, riscos, benefícios e
intercorrências acercada assistência de enfermagem” e Art. 20 (p.24)
“Colaborar com a equipe de saúde no esclarecimento da pessoa, família e
coletividade a respeito dos direitos, riscos, benefícios e intercorrências de seu
estado de saúde e tratamento’’.
Dezorzi LW, Camponogara S, Vieira DFVB. 2002 salienta que a
experiência profissional tem demonstrado que muitos familiares temem entrar
na UTI, no entanto, é responsabilidade do enfermeiro orientar a família,
salientando sua importância na recuperação do cliente, até mesmo no
momento da alta, sendo importante identificar o familiar cuidador e, com ele,
decidir como participar e como orientar, de acordo com a possibilidade e
individualidade de cada um.
Referente à afirmativa anterior pode-se destacar que a maior
permanência e flexibilidade das visitas dos familiares aos enfermos na UTI ira
contribuir significativamente para a recuperação e cura da doença, neste
aspecto a equipe deverá ter um olhar criterioso ao identificar qual membro tem
maior afinidade com o paciente e que se enquadra no perfil para cuidado e com
estrutura psicológica para a maior permanência na UTI, facilitando também o
trabalho da equipe multidisciplinar.
Estudos de Marcon SS, Elsen I 1999, alertam para a necessidade
urgente de mudança de paradigma no objeto de trabalho da enfermagem: um
novo olhar, enxergando a família. Não se pode admitir a assistência ao
individuo (doente ou sadio) de forma completa sem considerar pelo menos o
seu contexto mais próximo, que é a família a qual ele pertence, ou seja, a
família deve ser objeto de cuidado dos profissionais da enfermagem.
2.3 Normatizações do Ministério da Saúde e aspectos legais a
visita hospitalar na Unidade de Terapia Intensiva
Na atualidade vem sendo enfatizada a discussão e propostas sobre a
humanização e os direitos dos pacientes e familiares com relação à assistência
prestada pelos profissionais de saúde no ambiente hospitalar. (Comasseto I,
Enders BC. 2009).
Entretanto, Comasseto I, Enders BC.2009, destaca os Programas como
o de Qualificação na Atenção à Saúde (QUALI-SUS) e o Programa Nacional de
Avaliação
dos Serviços
normatizações que
Hospitalares (PNASH),
que
exemplifica
as
favorecerem uma maior humanização no atendimento
prestado à população.
De acordo com o Ministério da Saúde /Departamento de Economia da
Saúde e Desenvolvimento – Unidade de Gestão do Projeto 2011. O programa
QUALI-SUS tem como objetivo proporcionar maior conforto para os usuários
deste sistema, uma melhor assistência de acordo com os graus de risco, maior
interação entre profissionais de saúde e pacientes como também a diminuição
do tempo de permanência no hospital.
Com referência ao Ministério da Saúde, Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas, Programa Nacional de Avaliação dos Serviços
Hospitalares 2003, O PNASH enfatiza a necessidade de melhorar a qualidade
dos serviços hospitalares e padronizar parâmetros de qualidade para os
hospitais do país.
Em complementação estatuto da criança e do adolescente, Lei nº8.
069/90 determina que pessoas compreendidas na faixa-etária de 0 a 18 anos,
têm direito ao acompanhamento contínuo de um familiar quando internadas em
uma UTI. Do mesmo modo, a Lei nº 8.842/94, em seu Art.4º, inciso VIII, e o
Art.17 do Decreto nº 1.948/96 que a regulamentou, autoriza um acompanhante
familiar em hospitais públicos e privados para os idosos.
É importante ressaltar também que no Programa Nacional de
Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH), enfatiza-se a importância da
“Visita aberta e o direito ao acompanhante”.
No cuidado à saúde, em nosso país, a humanização do cliente pode ser
percebida na Constituição Federal (Brasil, 1988) que garante a todos o acesso
à assistência à saúde de forma resolutiva, igualitária e integral.
A Carta dos Direitos do Paciente (Fórum Permanente das Patologias
Clínicas, 1995) e pela Comissão Conjunta para Acreditação de Hospitais para a
América Latina e o Caribe e mais recentemente, o Programa Nacional de
Humanização da Assistência Hospitalar - PNHAH - proposto pelo Ministério da
Saúde em 2001, são documentos que determinam o modo e o campo de
atuação das instituições e dos profissionais de saúde rumo à humanização dos
seus usuários.
O Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde - Núcleo Técnico
da Política Nacional de Humanização 2007; propõe a visita aberta que objetiva
a liberação ou ampliação do horário estipulado para visitas nas instituições de
saúde, para que o vínculo com a família e a interação social seja mantido,
visando o bem estar dos pacientes e seus familiares.
Ainda em comum concordância com o Núcleo Técnico da Política
Nacional de Humanização 2007, tanto o cuidado quanto a saúde vão além do
tratamento biológico. Eles envolvem também a criação de um ambiente
relacional que permita que a pessoa internada mantenha o sentido e valor de
sua vida para aqueles que a rodeiam e a si mesma.
Portanto e de suma importância que a equipe compreenda a importância
e a função do familiar na reabilitação do paciente, sendo necessário
ser
capacitada para prestar o acolhimento à família. Cabe ressaltar que os quanto
aos direitos dos familiares em acompanhar a assistência prestada ao paciente,
ser r informado pelos profissionais quanto ao quadro clínico em que seu ente
se encontra e sobre a unidade, assim como, o paciente tem o direito e a
necessidade de ter seus familiares presentes durante o tempo de internação.
Mediante as referencias do Ministério da Saúde e com base no
documento base para gestores e trabalhadores do SUS. 4 ed. Brasília, ( 2008)
ressalta que a Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do
Sistema Único de Saúde - Humaniza SUS preconiza a humanização como
política transversal da rede, valorizando os diferentes sujeitos envolvidos no
processo; portanto, a visita dos familiares é essencial para a humanização e
recuperação do paciente internado na UTI, e, mesmo quando o nível de
consciência deste paciente estiver alterado, a humanização deve ocorrer
através de comunicação verbal e não verbal (Padilha KG, Vattimo MFF, Silva
SC, Kimura M. (Org.).2010).
Entretanto a RDC nº 7 determina requisitos mínimos para o
funcionamento das UTIs, destacando em alguns de seus artigos a importância
do familiar no acompanhamento ao paciente internado na CTI. Embora esta
RDC garanta todos esses direitos aos familiares. Muitas UTIs têm normas e
rotinas rigorosas, dificultando a manutenção ou fortalecimento dos vínculos
afetivos entre o paciente e seus familiares.
Referente à afirmativa anterior, a humanização dentro do serviço de
Tratamento Intensivo (UTI) e de extrema importância, e que a equipe
multiprofissional esteja com foco na assistência humanizada ao paciente, em
especial ao acolhimento de familiares. Para tanto, a maior permanência e
flexibilidade das visitas dos familiares aos enfermos na UTI ira contribuir
significativamente para a melhoria do estado de adoecimento para a
recuperação e cura da doença.
3. METODOLOGIA
A pesquisa bibliográfica foi elaborada e fundamentada através da
análise de artigos científicos obtidos nas bases de dados do Scientific Eletronic
Library Online (SciELO) e livros-texto da área.
O presente trabalho buscou construir uma revisão de literatura acerca
das principais características da assistência em UTI no ponto de vista dos
profissionais, levando em consideração a humanização.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante da execução deste trabalho, vimos claramente que o cuidado
com a família dos pacientes das UTIs , já estão presentes na Política Nacional
de humanização, a qual foi instituída recentemente pelo Ministério da Saúde,
reconhecendo a relevância de um atendimento humanizado tanto aos
pacientes quanto aos familiares.
Foi possível ainda perceber a grande relevância e necessidade da
realização de uma reflexão a respeito da visita hospitalar e seus benefícios. Por
isso é também de grande relevância e até mesmo interessante que haja uma
continuidade desse estudo para que possamos pensar em algumas propostas
viáveis e coerentes a esse tipo de atendimento. No entanto, para que isso
ocorra é essencial o reconhecimento desse local onde se encontram os
enfermos como de grande relevância no tratamento dos pacientes por parte de
toda a instituição.
Evidenciamos, todavia, que estes locais de trabalho, bem como as
características dos mesmos são também causa de muito sofrimento, onde o
mesmo, segundo os estudos realizados, não é trabalhado de maneira
sistemática. Sendo assim, não podemos afirmar que é feito o uso de formas
favoráveis, adotadas pelos médicos, para os possíveis enfrentamentos no
momento que se depara com as reais dificuldades, uma vez que a reflexão a
respeito desse assunto passa a ser conflitante ou mesmo pouco presente
sobre a sua presença.
Entendemos, no entanto, que simultaneamente com a necessidade da
técnica encontra-se presente também a necessidade que se tem para conviver
com relevantes cargas emocionais em um num mesmo espaço de trabalho.
Sendo assim, as necessidades psicossociais dos pacientes e familiares
quase não são consideradas quando são internados e atendidos, passando a
se desestabilizarem tanto físico como emocionalmente, sofrendo por causa da
distância afetiva emocional de alguém querido e enfermo, sob a probabilidade
de vida constante, bem como de morte. O espaço de cuidado em uma unidade
de emergência é entendido com a configuração de uma oportunidade para
exercer a solidariedade e ao mesmo tempo de construir a civilidade humana e
resgatar a cidadania.
Acreditamos,
finalmente,
que
essa
pesquisa
trouxe
relevantes
contribuições tanto quanto maior reflexão em relação ao tema abordado no
acréscimo do conhecimento dos profissionais da saúde, os quais serviram de
como fonte para regatar a prática de melhor cuidado, isto é, mais acolhedor e
humano dos aos pacientes e familiares no decorrer de toda a sua
hospitalização e, aqui em especial unidades de emergência.
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