SAÚDE DO TRABALHADOR NA UNIDADE DE TERAPIA

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SAÚDE DO TRABALHADOR NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Alan Cristian Rodrigues Jorge¹
Ana Claudia Soares de Lima²
Bruna Skrebsky³
Romaldo Bomfim Medina Junior¹
Thiana Sebben Pasa²
O presente trabalho, trata-se de uma pesquisa bibliográfica, que tem por
objetivo principal, identificar os fatores que prejudicam a saúde dos
enfermeiros que atuam nas Unidades de Terapia Intensiva, especialmente
os fatores que geram o estresse.
Desde suas origens, a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) se destina ao
tratamento e cuidado de pacientes gravemente doentes, ficando vista como
um local estressante, onde o profissional da saúde pode, a qualquer
momento, lidar com o agravamento do quadro do paciente e até a morte.
Outras fontes geradoras de estresse são os fatos de o enfermeiro ter que
conviver com limitações técnicas, pessoais e materiais em contraponto ao
alto grau de expectativas e cobranças lançadas sobre este profissional
pelos pacientes, familiares, equipe, instituição hospitalar e até mesmo dele
próprio, além do fato de ter que tomar decisões rápidas em caso de
emergência, o que causa-lhe medo e angústia. Outro fator de extrema
relevância para o estresse, é o de que o enfermeiro enfrenta jornadas de
trabalho cada vez mais extensas e, não raro múltiplas, onde se assumem
plantões, enfermarias, ambulatórios, consultórios, clínicas, postos de saúde
quase que simultaneamente, e onde, principalmente nos grandes centros
urbanos, este profissional se vê obrigado a se deslocar rapidamente de um
extremo a outro da cidade em tempo inviável para isso, comumente
sacrificando a refeição, horas de sono, tempo de estudo e talvez, o mais
importante, tempo para sua vida pessoal.
A enfermagem compõe a maior força de trabalho dentro de uma unidade de
terapia intensiva, nas suas diversas categorias profissionais, como
enfermeiras, técnicas e auxiliares de enfermagem.
A UTI se caracteriza como um dos ambientes mais tensos e traumatizantes
do hospital. Os fatores de tensão atingem os pacientes e toda equipe que ali
trabalha, afetando principalmente a enfermagem, que convive diariamente
com cenas de pronto atendimento, internação de pacientes graves,
isolamento, morte.
Rotina repetitiva, o prolongamento das jornadas de trabalho, tarefas de
extrema responsabilidade, insuficiência de material e conflitos no ambiente
de trabalho levam o profissional de enfermagem a permanente estresse os
principais causadores de estresse são o barulho, tumulto e agitação do
paciente .
Também problemas relacionados com colega de trabalho, má alimentação
são vários os fatores que acabam levando a um problema que gera mais
outros grandes problemas o estresse que depois dele vem os reflexos dele
que acabam se manifestando nesses profissionais que é em forma de
fadiga, irritabilidade, depressão, nervosismo e ansiedade. É um trabalho
desgastante, que exige horários rígidos e extensa jornada de trabalho.
O problema se torna mais amplo quando nos deparamos com a realidade
da saúde vivenciada hoje no país, onde a problemática envolvendo a
qualificação dos recursos humanos tem sido postergada, o que tem
ocasionado a deterioração da qualidade da assistência.
A responsabilidade da equipe se estende para além das intervenções
tecnológicas e farmacológicas focalizadas no paciente. Inclui a avaliação
das necessidades dos familiares, grau de satisfação destes sobre os
cuidados realizados e a preservação da integridade do paciente como ser
humano. Com a internação do ente querido em uma Unidade de Terapia
Intensiva, os familiares ficam desesperançados, deprimidos, o que colabora
para a desestruturação sob o ponto de vista emocional.
A UTI (Unidade de Terapia Intensiva) é a unidade que mais suscita o
surgimento de problemas emocionais em seus profissionais. Por ser um
ambiente onde se tem maior contato com a morte, carga horária de trabalho
mais pesada, alta movimentação de pessoas, um ambiente que exige maior
rapidez no atendimento à pacientes graves, sons constantes de
equipamentos que acabam afetando o estado psicológico tanto dos
profissionais como dos pacientes, causando perturbação do sono,
desorientação e ansiedade, também há a realização de procedimentos
complexos, ritmo de trabalho intenso e constante e constante possibilidade
de agravos e morte, emprego de alta tecnologia, sendo que esta, na maioria
das
vezes,
vem
desacompanhada
de
treinamento
adequado
dos
profissionais. Devido a esses e outros fatores que serão citados ao longo do
trabalho, a UTI acaba sendo um ambiente altamente desgastante e,
principalmente estressante para os profissionais que nela atuam, em
especial, o enfermeiro, que é o que está em contato maior com este
ambiente para a realização dos procedimentos.
Segundo Lipp (1996, p. 20) o estresse pode ser definido como “uma reação
do organismo, causada por alterações psicofisiológicas que ocorrem
quando a pessoa se defronta com uma situação que, de um modo ou de
outro, a irrite, a amedronte, excite ou confunda”.
Todo esse estresse gerado nos enfermeiros e outros profissionais da UTI,
independentemente da sua origem, acaba sendo repassado aos pacientes à
medida que sua concentração, capacidade de decisão, irritabilidade,
reflexos, raciocínio, sensibilidade, encontram-se comprometidos, podendo
comprometer o processo de cura do paciente. É necessário humanizar a
UTI, onde o trabalhador, por mais difícil que seja, consiga ter ao menos um
pouco de tranqüilidade.
Assim, enquanto não houver uma mudança na rotina do enfermeiro da UTI,
não haverá prazer em se trabalhar no local. Muitos enfermeiros acabam
tendo sérios danos psicológicos, que são conseqüências do trabalho
desgastante e do convívio diário com pessoas que oscilam entre a vida e a
morte.
O foco das instituições hospitalares é o doente, o trabalhador então muitas
vezes não tem os recursos necessários para seu trabalho, e assim pode
diminuir também a produtividade. O foco das instituições é sempre o cliente,
assim deixa-se de lado o trabalhador, que sofre com a escassez de
recursos, com os baixos salários e com os estresses que a profissão o
expõem.
Os enfermeiros tentam humanizar o trabalho na UTI, porém esse se torna
cada vez mais desgastante. É um dos locais mais críticos do hospital, onde
o enfermeiro tem que se doar de corpo e alma, além de ter que ver o
paciente como um todo, é necessário entender e visualizar da mesma forma
seus familiares ali presentes que muitas vezes estão sensibilizados e são
grosseiros com os funcionários, e como o enfermeiro é quem tem o papel
de passar as informações aos familiares acaba recebendo toda a frustração
desses.
Podemos dizer então, que às condições de trabalho do enfermeiro de UTI
influi direta e indiretamente sobre o cuidado, conforto moral e material dos
pacientes, bem como a adaptação do material hospitalar de acordo com as
necessidades do mesmo (Vélez Benito, 1994).
Palavras-chave: Enfermagem; estresse; UTI
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Autor, Acadêmico do 8º semestre do Curso de Enfermagem da Universidade
Federal de Santa Maria (UFSM)
² Autor(a), Acadêmica do 2º semestre do Curso de Enfermagem da UFSM
³ Autora/Relatora, Acadêmica do 2° semestre do Curso de Enfermagem da
UFSM. Endereço: Avenida Evandro Behr 8111,Santa Maria-RS;
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