1 DERRAME PLEURAL 1) DIAGNÓSTICO DA PRESENÇA DE DP: História clínica Exame físico Raio-X Ecografia TAC 2) DIAGNÓSTICO DA CAUSA DO DP: Se houver dados clínicos radiológicos laboratoriais suficientes para estabelecer o diagnóstico não haverá necessidade de investigação pleural. Do contrário, deverá ser feito toracocentese e biópsia pleural. 3) DP TUBERCULOSO 10% de todos os casos de TB. O DPT resulta da ruptura de um foco justa pleural. Ocorre entre o 3º e o 7º mês após contágio, ou tardiamente anos ou décadas após, por reativação. Pacientes jovens início agudo, com dor e febre. Dor pleurítica (93,8%). Febre (88,5%). Anorexia (47,1%). Astenia (46,6%). Emagrecimento (40,9%). Tosse (29,5%). Sudorese noturna (22,3%). Expectoração (12,8%). Dispnéia (12,3%). Epidemiologia positiva (21,0 %). 3.1) RAIO-X DE TÓRAX: Derrame pleural unilateral e de volume pequeno à moderado Espessamento pleural de pequenas proporções. Com menos freqüência aparece derrame pericárdico ou pleural bilateral, concomitância de lesão pulmonar e adenopatias. 2 3.2) EXAME DE ESCARRO: Útil para pacientes com doença pulmonar associada. 3.3) PPD: Costuma ser positivo. Se for negativo, inicialmente deverá ser repetido nas próximas 6 a 8 semanas. Persistindo a negatividade, o diagnóstico de tuberculose deverá ser questionado. Pode ocorrer falha da resposta imune celular por sequestração dos linfócitos para o líquido ou diminuição da atividade imune do linfócito T circulante 3.4) ELISA: A detecção sorológica de anticorpos micobacterianos foi introduzida recentemente para o diagnóstico de tuberculose, atingindo uma sensibilidade de 79% nos pacientes com tuberculose pleural e/ou pericárdica. São necessários mais estudos até que um resultado positivo seja considerado suficiente para o diagnóstico, não sendo preciso toracocentese. 3.5) TORACOCENTESE: Local: deve ser realizada na junção do plano horizontal que passa pelo apêndice xifóide com a linha axilar posterior. 10 à 50 ml de líquido para exame, misturados à heparina na proporção de 1/10 volumes de líquido. Deve ser processado o mais breve possível ou conservado sob refrigeração ( 4ºC). O líquido deve ser encaminhado para dosagens de proteína e glicose, exame citopatológico e citológico diferencial, pesquisa direta e cultura para BK e outras bactérias, também a atividade da adenosina deaminase. O líquido pleural tuberculoso é amarelo citrino raras vezes hemorrágico, com taxas de proteína mais que 3,5 g %, linfocitose superior a 75% com ausência ou poucas células mesoteliais. A pesquisa de BK direta comumente é negativa, mas na cultura a positividade é próxima de 30%. ADA: nível discriminatório de 60 U/l, varia de 40 a 70 U/l. A sensibilidade é de 100%, especificidade de 91,4%, valor preditivo positivo como método diagnóstico isolado de 69,6%, e valor preditivo negativo de 100%. Outra enzima estudada foi a lisozima, porém não mostrou valor diagnóstico. Uma relação entre a concentração pleural 3 e plasmática superior a 1,1 apresenta sensibilidade de 88,9% e especificidade de 98,7%, desde que sejam excluídos os casos de empiema. 3.6) BIÓPSIA PLEURAL: Punção biópsia com agulha de cope retirando-se 2 fragmentos de pleura parietal. O material é submetido à citopatologia, e pesquisa de BAAR e fungos sempre que se encontrar granuloma ou quando o paciente é imunocomprometido. Além disso deve ser feito cultura para BAAR do fragmento. Caso houver apenas uma inflamação inespecífica, faz-se uma segunda biópsia, pleuroscopia com biópsia e toracotomia mínima na seqüência. 4) DP NEOPLÁSICO: É a causa mais comum de exsudato pleural em pacientes acima de 50 anos. Costuma ser metastático de carcinoma brônquico (10% a 25%) e carcinoma de mama,ovário ou linfomas. Às vezes primário de pleura. Início insidioso sem febre ou dor. Grande volume. Recidiva com freqüência, após esvaziamento. Aspecto hemorrágico em 50% dos casos. Muitas células mesoteliais com ou sem linfocitose. Exame citopatológico do líquido 60% a 80% de diagnóstico. Exame histopatológico do fragmento pleural dá diagnóstico em 40% a 60% dos casos. 5) DERRAME NA PNEUMONIA BACTERIANA: PNM pneumocócica associa-se com DP em 60% dos casos, é asséptico, de pequeno volume, e que regride rapidamente, tratandose apenas a infecção. As característica s são de um exsudato. PNM estafilocócica é que mais atinge a pleura, principalmente na infância, podendo ser derrame asséptico, empiema, ou piopneumotórax. G- geralmente se associam a empiema pleural. Como regra deve ser puncionado o DP associado a pneumonia: se for purulento drenagem imediata, se não for purulento e tiver pH < 7,2 e glicose muito baixa exigirão a mesma atitude. Derrame de grande volume deve ser drenado. 4 3 fases: exsudativa, fibrinopurulenta e de organização (empiema de necessidade). 6) DERRAME POR IC: Transudato pleural. IC global. Pequeno volume e bilateral, se unilateral mais comum à direita. Pode ser localizado na cisura horizontal. Trata-se a causa e se não houver melhora deve se suspeitar outra causa. Punciona-se em: dor pleurítica, febre, grande volume, ausência de cardiomegalia e derrame unilateral. IC refratária e derrame sintomático deve-se pensar na indicação de pleurodese química. 7) DERRAME ASSOCIADO À CIRROSE: 6% dos pacientes com cirrose e ascite. Transudato, mais à direita, grande volume e às vezes hemorrágico. Recidiva com facilidade. 8) DP NA SÍNDROME NEFRÓTICA: 20% de crianças com síndrome nefrótica, pela hipoalbuminemia. Diferenciar de TEP, já que é freqüente a associação. Evita-se punções repetidas para não espoliar mais ainda. Geralmente é bilateral. 9) DP no LES. 50% dos pacientes é a colagenosa que mais acomete a pleura. Pequeno e bilateral, exsudato. Pode ser unilateral. Freqüentemente é acompanhado de derrame pericárdico. Em poucos casos pode ser a primeira manifestação de LES. Célula LE positiva no líquido, baixos níveis de complemento e FAN positivo em altos títulos. Paciente é mulher e em qualquer idade. 10) DP NA AR: Manifestação torácica mais freqüente da AR. Homem (9:1), 6º década, derrame pleural dentro dos primeiros 5 anos de evolução da doença, nódulos subcutâneos e altos títulos de FR sérico e pleural. Turvo, amarelo esverdeado e ás vezes lactescente. 5 Proteínas > que 7g%. Neutrofilia na fase aguda e linfocitose na fase crônica. Glicose muito baixa. PH baixo. LDH elevada. 11) DP NO TEP: Pode ser o único achado radiológico do TEP. O líquido costuma ser amarelo, mas pode ser hemorrágico. LDH alta. Aumento de eosinófilos. 12) SÍNDROME PÓS IAM: Síndrome de Dresler (3% a 4%), após dias ou semanas do quadro agudo. Pode ocorrer após ressucitação cardíaca ou cardiotonia. Febre, dor torácica, evidência de pericardite e DP à esquerda. Pode haver episódios recorrentes. Causa desconhecida (alto anticorpos ?). Responde bem a corticóide. É importante diferenciar de infarto pulmonar, pois os anticoagulantes estão contra indicados na síndrome de Dresler. 13) DP E DIÁLISE PERITONIAL: Pequeno e bilateral, ou maciço à direita. Exsudato. Hemodiálise regride. DP agudo. 14) URINOTÓRAX: Secundário à uropatia obstrutiva. Uma vez resolvida a obstrução urinária, há regressão do derrame. Creatinina elevada. 15) DP POR REAÇÃO DE HIPERSENSIBILIDADE À FÁRMACOS: Nitrofurantoína, metisergida, dantrolene, procarbazina, practolol, bromocriptina, metotrexato, amiodarona, sindrome lupus like causado por isoniazida, fenitoína, clorpormazina, procainamida, e hidralazina. O quadro regride com a suspensão do medicamento. Apresentação aguda com eosinofilia ou crônica com fibrose. 6 16) DP PANCREATITE: 20% dos pacientes, unilateral, pp à esquerda. Amilase > que a do sangue. Porém neo e perfuração do esôfago pode aumentá-la. Caso persista mais de 2 a 3 semanas, deve-se pensar em pseudocisto, ou abcesso pancreático. 17) ABCESSO SUBFRÊNICO: 80% têm derrame pleural. Rx tem derrrame, atelectasia de base e elevação do diafragma. Geralmente é um exsudato pequeno. 18) ABCESSO INTRAHEPÁTICO: 20% dos pacientes desenvolvem DP. 19) PERFURAÇÃO DE ESÔFAGO: Rara causa de DP, podendo acontecer como complicação de esofagoscopia na tentativa de retirar corpo estranho, colocação de balão, neo, trauma, pos op. ou até como complicação de vômitos. 60% têm derrame ao Rx e 25% têm pneumotórax. 20) MIXEDEMA: Geralmente tem derrame pericárdico associado. Transudato. 21) GRANULOMATOSE DE WENEGER: Exsudato ao que tudo indica. 38% dos casos é diagnosticada, porém estima-se que seja maior. Nódulos pulmonares únicos ou múltiplos. 22) OUTRAS CAUSAS DE DERRAMES PLEURAIS A SEREM LEMBRADAS: Infecções virais: Adenovírus cursa com pleurisia em 3 a 15% dos casos. 3% dos com mononucleose têm DP. Coxsackie quando ocorre também derrame pericárdico. Fúngicos: 1% dos DP em geral, mais comum em imunocomprometidos. Cândida, cripto ou histoplasma. Quilotórax: Não é irritante e é bacteriostático. É raro e pode se refazer após drenado. Não drenar muito por que espolia linfócitos T. Centrifuga-se para diferenciar de empiema. Triglicerídeos são > que 7 110, éter etílico clareia o quilo. Às vezes pode Ter o aspecto serohemorrágico. Pseudoquilotórax: O aspecto é semelhante, porém os quilomicrons não são presentes. Hemotórax: VG > que 50% do VG. O sg não coagula. Pode ser traumático, ou neo, coagulopatias, endometriose, hemopneumo catamenial ou rutura de aneurismas. Abcesso esplênico: 20% dos casos e é comum a elevação da cúpula à esquerda. Infarto esplênico naqueles com hemoglobinopatias. Hematoma esplênico: cursa com derrame hemático ou seroso. Pos op. de cirurgia abdominal: exsudato que regride espontaneamente. Histiocitose X: DP é raro e atinge mais as cças. Sarcoidose: raro, exsudato linfocitário. Meigs: Ascite mais tu ovário benigno, 70% é à direita. Pós irradiação. Sd da unha amarela: Unhas amarelo esverdeadas espessadas, sujeitas à infecções, linfedema de mama e mmii associado. Exsudato decorrente de atresia dos linfáticos. Sinusite e bronquiectasia associado. Encarceramento pulmonar: Pleura visceral espessada faz uma pressão negativa e favorece o aparecimento do derrame, que é um transudato. DP pós parto. Queimaduras diretas no tórax, amiloidose e síndrome da hiperestimulação ovariana. Ainda: Perihepatite gonocóccica, brucelose, tularemia, cisto renal, psitacose, febre Q, amebíase, paragonimíase, glomerulonefrites, Reiter, estrongilóides, beriberi e esclerodermia . 1. Tarantino. 2. Atualização terapêutica. 3. Compêndio de pneumologia. 4. Causas de...