Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, Pela terceira vez falo sobre este assunto nesta Casa para chamar a atenção das senhoras e senhores deputados do grave problema que enfrentamos com as últimas modificações estabelecidas pela ANAC, a partir do dia 1° de outubro, na malha aeroviária brasileira. Estas modificações que se concentram nas restrições em Congonhas, que consideramos importantes e necessárias, mas que porém, não levaram em conta a necessidade de flexibilização de alguns itens para que não se permita o forte impacto negativo que estamos a viver neste momento. A Bahia, Senhor Presidente, é talvez o estado mais prejudicado, com a retirada de 18 vôos. Cidades como Ilhéus, que vivem do turismo e do seu pólo de informática, serão profundamente atingidas com a retirada de todos os vôos que ligam aquela cidade a São Paulo, principall emissor de turistas para o Nordeste. Não menos grave é a situação de Porto Seguro, hoje funcionando apenas com trinta por cento de ocupação dos leitos existentes no município. Estamos no início da alta estação, Senhor Presidente, e somos o terceiro destino turístico do Brasil, resultado de grandes investimentos em infraestrutura, na promoção turística e na extraordinária força criativa do nosso povo. Não podemos ser castigados dessa forma por medidas que corroem os feitos alcançados pelos baianos. As medidas que atingem a Bahia provocam prejuízos à cultura, ao turismo e à economia em geral do nosso estado. A cultura afro, em cujo estado se expressa com mais vigor, através dos seus blocos de carnaval hoje com contratos e articulações internacionais, serão feridos de morte. Em reunião com o trade turístico do nosso estado, reivindicamos medidas que possibilitem maior segurança no aeroporto de Ilhéus e estas podem ser tomadas. É possível, por exemplo, fazer-se a implantação de cancelas com semáforos regulando o pouso dos aviões naquele aeroporto. Foi considerado importante para todos, modificar-se o tempo exigido hoje para stop nos aeroportos (tempo de taxiamento dos aviões) de quarenta e cinco minutos para, pelo menos, trinta minutos, diminuindo assim os engarrafamentos que estamos enfrentando e que causam atrasos nos vôos de todo o país. Discutir a retirada da restrição do limite de 130 passageiros saindo de Congonhas, ampliando as possibilidades de pouso naquele aeroporto, é outra opção. E também flexibilizando de mil para 1380 quilômetros a distância máxima dos vôos saindo de Congonhas, permitindo, dessa forma, que os vôos partam do aeroporto para Ilhéus e Porto Seguro. Por último, foi destacada a necessidade de garantirmos que os vôos charters possam continuar existindo na direção do Nordeste, aterrissando e decolando de Congonhas ou preparando Guarulhos para que isto possa ocorrer de forma imediata. O ministro Jobim já falou da possibilidade de Congonhas receber nos fins de semana os vôos “charters”. Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, a Bahia pede socorro e sensibilidade ao Ministro Nelson Jobim, assim como todo o Nordeste. Desejo registrar ainda que também o transporte de cargas ficará abalado com as restrições atuais aos vôos em nossa região. Volto a dizer, portanto, não é apenas o turismo que é atingido, mas toda a economia da Bahia e do Nordeste. Solicito divulgação na Voz do Brasil Muito Obrigada.