Célula-tronco - Células

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DESVENDANDO O ENIGMA DAS CÉLULAS TRONCO
Qual a Contribuição das Células Tronca na Medicna Regenerativa, e na
melhoria no processo de doação de órgãos?
Certezas Provisórias
1) Seria viável fazer o transplante de célula tronco em pessoas em estado
terminal para prolongar a vida.
2) Existe uma lei que regulamenta a doação de órgãos.
3) Além da célula embrionária, existem outras células tronco.
4) O tratamento do paciente através da célula tronco e realizado com
transplantes.
Dúvidas Temporárias
1) Qual a contribuição das células tronco na medicina regenerativa?
2) Quais órgãos que podem ser regenerados com a célula tronco?
3) De onde provém as células tronco?
4) O câncer é uma doença que pode ser curada com a utilização da célula
tronco?
5) Quais estados que fazem pesquisa com células tronco?
Equipe do Projeto
- Celia Maria Dirschnabel Cardoso
- Eliane Aparecida Netto Mohr
- Luciana Maria da Silva
- Sandra Regina Engelke
Célula-tronco
Em embriologia, chamam-se células estaminais ou células tronco às
células não-diferenciadas dos embriões dos animais que se podem
diferenciar, durante o processo de ontogénese em células de vários tecidos,
tem características pluripotentes, ou seja, podem se transformar em
qualquer um dos 216 tecidos que compõem nosso corpo.



células indiferenciadas
células totipotentes
células tronco

células embrionárias
Devido a essa característica única, as células-tronco são de grande
importância para a medicina, principalmente na aplicação terapêutica,
podendo ser usadas no combate de doenças crônicas (doenças
cardiovasculares e neurodegenerativas, nefropatias, diabetes tipo 1),
acidentes vasculares cerebrais, doenças hematológicas, imunodeficiências e
traumas da medula espinhal, sendo que, o principal objetivo seria recuperar
os tecidos danificados pelas doenças.
Tipos
As células-tronco podem ser de dois tipos: adultas e embrionárias.

As células-tronco adultas podem ser encontradas nos mais variados
tecidos do corpo, sendo as da medula óssea, placenta e cordão
umbilical as mais utilizadas. São de grande aplicação na medicina, já
estando em estágio de ampla utilização. Além disso, como as
células-tronco adultas são geralmente retiradas do próprio paciente,
o risco de rejeição em sua utilização é muito baixo.

As células-tronco embrionárias são extraídas dos embriões e
acredita-se que as CT embrionárias podem se transformar em
qualquer outra célula. As CT adultas são mais limitadas, podendo
apenas gerar tecidos específicos. Devido a essa limitação acredita-se
que as células-tronco embrionárias sejam mais eficientes. Contudo,
as pesquisas com esse tipo de células ainda é incipiente e elas têm
uma chance muito maior de causar rejeição ou até tumores em
relação às CT adultas. E outro motivo para não ir fundo em pesquisas
é por motivos principalmente religiosos. Praticamente todas as
religiões condenam o seu uso.

1. Totipotentes - podem produzir todas as células embrionárias e
extra embrionárias;
2. Pluripotentes - podem produzir todos os tipos celulares do
embrião;
3. Multipotentes - podem produzir células de várias linhagens;
4. Oligopotentes - podem produzir células dentro de uma única
linhagem;
5. Unipotentes - produzem somente um único tipo celular maduro.




Doenças e a clonagem terapêutica
As células-tronco representam uma das grandes esperanças dos cientistas
do século XXI e têm sido usada em países da Europa, nos E.U.A, Canadá e
Austrália. São considerados 'mestras' por terem a capacidade de se
transformar em outros tipos de tecido, incluindo os do cérebro, ossos,
músculos e pele. Uma pessoa vítima de enfarte, por exemplo, poderia
utilizar essas células para recompor a região do coração afetada.
Células-tronco no tratamento do Diabetes tipo 1
O que é Diabetes tipo 1: Diabetes mellitus tipo 1, normalmente se inicia
na infância ou adolescência, e se caracteriza por um déficit de insulina,
devido à destruição das células beta do pâncreas por processos auto-imunes
(em que os linfócitos são responsáveis pela destruição parcial ou total do
pâncreas). Só cerca de 1 em 20 pessoas diabéticas tem diabetes tipo 1, a
qual se apresenta mais freqüentemente entre em jovens e crianças.
Tratamento experimental: Uma equipe de pesquisadores do Hospital das
Clínicas na Universidade de São Paulo - O Tratamento consiste no
desligamento do sistema imunológico através de um processo
quimioterápico e imunossupressor, após a imunodeficiência total são
implantadas células-tronco do próprio paciente (colhidas e congeladas
previamente). A diferenciação das células-tronco ocorre na médula óssea
que produzirá um novo sistema imune, por sua vez esse novo sistema perde
sua "memória" cessando a inflamação no pâncreas que volta a funcionar
normalmente.
Revista da Associação Médica Brasileira
Print ISSN 0104-4230
Rev. Assoc. Med. Bras. vol.49 no.1 São
Paulo Jan./Mar. 2003
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doi: 10.1590/S0104-42302003000100001
EDITORIAL
Transplantes de órgãos no Brasil
O programa de transplantes no Brasil se destaca pelo
crescimento no número de transplantes realizados nos
últimos anos e pelo investimento público na
especialização das suas equipes com conseqüente
aumento do número de equipes habilitadas, hoje
superior a 200. O número de transplantes de órgãos
sólidos realizados em 1997 foi de 2.127 e cresceu para
3.916 em 2001, sendo a maioria realizados por equipes
lideradas por profissionais que tiveram sua pósgraduação médica complementada na Europa ou nos
Estados Unidos, financiados por agências
governamentais brasileiras.
A porcentagem de transplantes renais com doador vivo
ainda é alta, mas para transplantes com doador
cadáver é projetado um incremento de até cinco vezes
nos próximos anos, na dependência do aprimoramento
do programa de procura de órgãos.
O Sistema Público de Saúde financia mais de 95% dos
transplantes realizados no Brasil e também subsidia
todos os medicamentos imunossupressores para todos
os pacientes, incluindo azatioprina; ciclosporina;
tacrolimus; micofenolato-mofetil; rapamicina e
anticorpos contra receptores de linfócitos (OKT3, antiIL-2R). Esse sistema subsidiado de medicamentos é
similar ao programa de tratamento da Aids, que tem
colocado o Brasil entre os países com maior efetividade
no controle desta síndrome, como publicado por
Rosenberg em artigo do New York Times em 28 de
junho de 2001.
A lei para doação de órgãos (Lei n° 9.434 de fevereiro
de 1997) reflete nossos valores culturais, prevalecendo
a necessidade de consentimento baseado em
autorização da família por escrito. O diagnóstico de
morte encefálica é legalmente reconhecido como morte
sendo baseado no exame clínico e em um exame
complementar comprovando a ausência de atividades
elétricas, ou de fluxo sangüíneo cerebral. O transplante
entre doadores vivos é também regulado pelo Estado,
requerendo uma autorização judicial em caso de
doação entre pessoas sem parentesco. Todo este
sistema é centralizado nas Secretarias Estaduais de
Saúde com listas únicas regionais, supervisionada pelo
Ministério Público.
Graças a essa rede pública, os resultados alcançados
pelo programa de transplantes no Brasil têm superado
as expectativas, levando em consideração o escasso
recurso financeiro. O Brasil é o segundo em número
absoluto de transplantes renais no mundo, só perdendo
para os Estados Unidos. Quando esse número de
transplantes é apresentado em relação a uma fração do
PIB, o Brasil é aquele com melhor desempenho no
mundo. O número de transplantes de fígado e de
pâncreas vem crescendo entre 20% e 30% ao ano.
Uma exceção ocorre com relação aos transplantes
cardíacos. Segundo o presidente da Associação
Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), Prof. Dr.
José Osmar Medina Pestana, os transplantes cardíacos
não apresentam o desenvolvimento esperado,
possivelmente em decorrência da ausência de equipe
de cardiologistas e cirurgiões cardíacos prioritariamente
dedicados a este procedimento.
Não existem grandes obstáculos à doação de órgãos no
Brasil, visto que todo o processo está regulamentado. A
melhor forma de um indivíduo se tornar doador após a
morte é avisar os familiares, manifestando, em vida,
este desejo. Quando isto ocorre, a família sempre
concorda com a doação para satisfazer o "último
desejo" deste indivíduo. Embora 60% da população
concorde com a doação de órgãos, os profissionais de
saúde de terapia intensiva e setores de emergência
notificam apenas um em cada oito potenciais doadores.
Desta forma, a Associação Brasileira de Transplante de
Órgãos realiza uma campanha em que todos os
profissionais de saúde receberam, através do Jornal do
Conselho Federal de Medicina, a orientação logística e
legal sobre o processo de doação. Com esta medida, e
contando com a participação destes profissionais, o
número de transplantes deve ser acelerado, e o Brasil
poderá se manter como centro de destaque mundial na
área de transplantes de órgãos.
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TRANSPLANTES E DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E TECIDOS
1- O QUE É TRANSPLANTE?
Transplante é um procedimento cirúrgico que consiste na troca de
um órgão (coração, rim, pulmão e outros) de um paciente doente
(Receptor) por outro órgão normal de alguém que morreu (Doador). Os
transplantes inter-vivos são realizados com menos freqüência
Os transplantes são realizados, somente, quando outras terapias já
não dão mais resultados. Para alguns, portanto, é o único tratamento
possível que possibilite continuar vivendo.
2- O QUE É DOAÇÃO DE ORGÃOS E TECIDOS?
A doação de órgãos é um ato pelo qual você manifesta a vontade de
que, a partir do momento de sua morte, uma ou mais partes do seu corpo
(órgãos ou tecidos), em condições de serem aproveitadas para transplante,
possam ajudar outras pessoas.
3- QUEM PODE SER DOADOR DE ÓRGÃOS E TECIDOS?
Cerca de 1% de todas as pessoas que morrem são doadores em
potencial. Entretanto, a doação pressupõe certas circunstâncias especiais
que permitam a preservação do corpo para o adequado aproveitamento dos
órgãos para doação.
É possível também a doação entre vivos no caso de órgãos duplos. É
possível a doação entre parentes de órgãos como o Rim, por exemplo. No
caso do Fígado, também é possível o transplante intervivos. Neste caso
apenas uma parte do Fígado do doador é transplantado para o receptor. Este
tipo de transplante é possível por causa da particular qualidade do Fígado
de se regenerar, voltando ao tamanho normal em dois ou três meses. No
caso da doação inter-vivos, é necessária uma autorização especial e
diferente do caso de doador cadáver.
Não existe limite de idade para a doação de córneas. Para os demais
órgãos, a idade e história médica são consideradas.
4- QUEM NÃO PODE SER DOADOR DE ÓRGÃOS E
TECIDOS?
Não podem ser considerados doadores pessoas portadoras de doenças
infecciosas incuráveis, câncer ou doenças que pela sua evolução tenham
comprometido o estado do órgão. Os portadores de neoplasias primárias do
sistema nervoso central podem ser doadores de órgãos.
Também não podem ser doadores: pessoas sem documentos de identidade e
menores de 21 anos sem a expressa autorização dos responsáveis.
5- QUANDO PODEMOS DOAR?
A doação de órgãos como Rim e parte do Fígado pode ser feita em
vida.
Mas em geral nos tornamos doadores quando ocorre a MORTE
ENCEFÁLICA. Tipicamente são pessoas que sofreram um acidente que
provocou um dano na cabeça (acidente com carro, moto, quedas, etc).
6- QUERO SER DOADOR(A), A MINHA RELIGIÃO PERMITE?
Todas as religiões encorajam a doação de órgãos e tecidos como uma
atitude de preservação da vida e um ato caridoso de amor ao próximo. A
maioria das religiões, contudo, consideram este ato uma decisão individual
de seus seguidores. As Testemunhas de Jeová, para quem a transfusão de
sangue, por exemplo, não é admissível, a doação de órgãos e tecidos
"limpas" de sangue é permitida.
7- SOU DOADOR(A), MAS QUANDO CHEGUEI AO HOSPITAL
NÃO ENCONTRARAM MEUS DOCUMENTOS NEM OS MEUS
FAMILIARES. OS MEUS ÓRGÃOS SERÃO RETIRADOS PARA
TRANSPLANTES?
Não. Pessoas sem identidade, indigentes e menores de 21 anos sem
autorização dos responsáveis, não são consideradas doadoras.
8- O QUE É MORTE ENCEFÁLICA?
Morte encefálica significa a morte da pessoa.
É uma lesão irrecuperável do cérebro após traumatismo craniano
grave, tumor intracraniano ou derrame cerebral.
É a interrupção definitiva e irreversível de todas as atividades
cerebrais. Como o cérebro comanda todas as atividades do corpo, quando
morre, os demais órgãos e tecidos também morrem. Alguns resistem mais
tempo, como as córneas e a pele. Outros, como o coração, pulmão, rim e
fígado sobrevivem por muito pouco tempo.
A morte encefálica pode ser claramente diagnosticada e
documentada através do exame da circulação cerebral por técnicas
extremamente seguras, embora existam opiniões contrárias a esta
afirmativa.
Por algum tempo, as condições de circulação sangüínea e de
respiração da pessoa acidentada poderão ser mantidas por meios artificiais,
ou seja, atendimento intensivo (em UTI, com medicamentos que aumentam
a pressão arterial, respiradores artificiais, etc), até que seja viabilizada a
remoção dos órgãos para transplante.
É importante que não se confunda morte encefálica com COMA. O
estado de coma é um processo reversível. A morte encefálica não. Do
ponto de vista médico e legal, o paciente em coma está vivo. Para que a
morte encefálica seja confirmada é necessário o diagnóstico de, pelo
menos, dois médicos, sendo um deles neurologista. Estes médicos não
podem fazer parte da equipe que realizam o transplante. Os exames
complementares, ou seja, além do exame clínico, para confirmar a morte
encefálica, que inclui eletroencefalograma e arteriografia cerebral, são
realizados, pelo menos duas vezes, com intervalo de seis horas. Só então a
morte encefálica pode ser confirmada.
9- A MORTE ENCEFÁLICA PODE SER DIAGNOSTICADA EM
QUALQUER HOSPITAL?
Em princípio sim, desde que o hospital conte em seu quadro de
profissionais com um neurologista e os equipamentos necessários para a
realização dos exames. Contudo, no Brasil as coisas ainda não são assim.
Mas, excepcionalmente, ao suspeitar-se de ocorrência de morte encefálica,
uma equipe e equipamentos podem ser deslocados de um hospital para
outro.
10- QUANTO TEMPO APÓS A MORTE ENCEFÁLICA PODE-SE
ESPERAR PARA O TRANSPLANTE?
O Coração e pulmão são os órgão que menos tempo podem esperar.
O intervalo máximo entre a retirada e a doação não deve exceder quatro
horas. O ideal é que as duas cirurgias ocorram simultaneamente. O Fígado
resiste até 24 horas fora do organismo. O Rim é bastante resistente, se
comparado a outros. A espera pode ser de 24 a 48 horas. O Pâncreas, como
no caso do coração e do pulmão, as cirurgias de retirada e doação, tem de
ser feitas quase que simultaneamente. A Córnea pode permanecer até sete
dias fora do organismo, desde que mantida em condições apropriadas de
conservação.
11- QUEM RETIRA OS ÓRGÃOS DE UM DOADOR?
Desde que haja um receptor compatível, a retirada dos órgãos para
transplante é realizada em um centro cirúrgico, por uma equipe de
cirurgiões com treinamento específico para este tipo de ocorrência. Após o
procedimento o corpo é devidamente recomposto e liberado para os
familiares.
12- COMO FUNCIONA O SISTEMA DE CAPTAÇÃO DE
ÓRGÃOS?
Se existe um doador em potencial (vítima de acidente com
traumatismo craniano, derrame cerebral, etc..) a função vital dos órgãos
deve ser mantida pelo hospital. É realizado o diagnóstico de morte
encefálica e a Central de Transplantes é notificada. A Central localiza e
entra em entendimento com a família do doador e pede o seu
consentimento mesmo que a pessoa tenha manifestado em vida o desejo de
doar. Após isso, o doador é submetido a uma bateria de exames para
verificar se não possui doenças que possam comprometer o tranplante
(hepatite, AIDS, etc.,,) Com tudo OK, a Central de Transplantes faz um
cruzamento de compatibilidade com os pacientes em lista de espera,
identifica um receptor e aciona as equipes de captação e de transplante.
13- QUEM SÃO BENEFICIADOS COM OS TRANSPLANTES?
Atualmente milhares de pessoas, inclusive crianças, contraem
doenças cujo único tratamento é a implantação de um órgão novo. A espera
por um doador, que as vezes não aparece, é angustiante. A lista de
candidatos a um transplante de pulmão, por exemplo, é renovada a cada
ano porque, simplesmente, a maioria dos candidatos morre sem conseguir
um doador.
14- QUEM RECEBERÁ OS ÓRGÃOS DOADOS?
Os receptores são escolhidos com base em testes laboratoriais que
confirmam a compatibilidade entre o doador e o receptor. Quando existe
mais de um receptor compatível, a decisão de quem receberá, passa por
critérios tais como tempo de espera e urgência do procedimento. Em
princípio, a família do doador não escolhe o receptor. Na escolha do
receptor, os médicos, o candidato a transplante e sua família levam em
conta fundamentalmente os seguintes aspectos para considerar o
transplante: Todas as terapias foram consideradas ou excluídas? O paciente
não sobreviverá sem o transplante? O candidato a receptor não tem outros
problemas de saúde que inviabilizem o transplante? O candidato tem
condições para assumir um estilo de vida que inclui o uso contínuo de
medicamentos e freqüentes exames laboratoriais/hospitalares após o
transplante?
15- TENHO UM FAMILIAR EM LISTA DE ESPERA PARA UM
TRANSPLANTE DE CORAÇÃO. SOU TOTALMENTE
COMPATÍVEL COM ELE. SE EU MORRER O MEU CORAÇÃO
PODE SER DOADO PARA ELE?
Em princípio não. Nem o doador, nem seus familiares, podem escolher o
receptor. A não ser no caso de órgãos duplos e doação em vida. Caso
contrário, o receptor será sempre indicado pela Central de Transplantes
com base em uma série de critérios que incluem: 1) compatibilidade
sangüínea; 2) histocompatibilidade; 3) peso e tamanho do órgão.
Encontrado(s) o(s) paciente(s) que apresentam o perfil adequado para
receber o órgão, será escolhido aquele em estado mais grave. Este poderá
ser (ou não) o seu familiar. Em resumo: nós não podemos escolher quem
receberá os órgãos de um familiar com morte encefálica. Isso evita a
comercialização de órgãos.
16- TENHO UM FAMILIAR ESPERANDO UM TRANSPLANTE.
MATEMATICAMENTE FALANDO, QUAL A CHANCE DELE
ENCONTRAR UM DOADOR?
É muito difícil responder a esta questão do ponto de vista de probabilidade.
Mas considere inicialmente que ele seja do grupo sangüíneo A+. Na
população brasileira, a chance de encontrar outro indivíduo A+ é algo em
torno de 35%, ou seja, 35 em 100 ou 0,35. Mas o doador e o receptor
devem ser também compatíveis em termos de tecido. Para a
histocompatibilidade a chance de encontrar indivíduos semelhantes é
menor. A probalidade de que você tenha um irmão histocompatível é de
25% (0,25) mas entre não parentes esta chance diminui para um valor entre
1 em 10.000 e 1 em 100.000 (ou entre 0,0001 e 0,00001). Para os
matemáticos, neste caso, a probabilidade de se encontrar um indivíduo
compatível (considerando a maior chance) para o grupo sangüíneo e para
tecidos é o produto,
0,25 x 0,0001 x ? x ? = 0,00035
Ou de 3 a 4 em 100.000. Mas não é só isso. Considere, ainda, que o doador
dever ser uma pessoa cujo órgão a ser doador tenha peso e tamanho
semelhante ao do receptor e tenha sofrido um acidente cerebral e tenha
boas condições de saúde e tenha chegado vivo a um hospital e cuja equipe
médica tenha tido a boa vontade de entrar em contato com uma Central de
Transplante. Estas variáveis são de difícil mensuração. Elas são
representadas pelas interrogações acima e são números menores do que um.
Logo, matematicamente falando, a chance de alguém encontrar um doador
plenamente compatível é pequena. Contudo, existe e muitas pessoas
recebem um órgão por transplante, vive muito tempo para a sua felicidade e
a de seus familiares. Agora pense no seguinte: se você opta em ser NÃO
DOADOR DE ÓRGÃOS E TECIDOS, você realmente está contribuindo
para diminuir a chance de sobrevivência de outra pessoa e a felicidade de
muitos.
16- AS PESSOAS TÊM VIDA NORMAL APÓS UM
TRANSPLANTE?
Após o transplante, os receptores devem tomar diversos medicamentos. Os
mais importantes são para evitar a rejeição. Estes medicamentos, que
devem ser usados pelo resto da vida, podem causar uma série de efeitos não
desejáveis. Para combater estes paraefeitos outras drogas devem ser
administradas. As estatísticas mundiais mostram que a maioria (mais de
80%) das pessoas que receberam um coração por transplante, por exemplo,
retornam as suas atividades anteriores. Alguns praticam esportes, existindo
até federações de transplantados.
17- QUAL O RISCO DOS TRANSPLANTES?
Existe os riscos inerentes a uma cirurgia de grande porte em si. Superada
esta fase, os principais problemas após o transplante de órgão são infecção
e REJEIÇÃO. Para prevenir estes efeitos a pessoa usa medicamentos que
debilitam o sistema imunológico. Por esta razão, estão mais sujeitos a
infecções e a outras doenças "oportunistas".
18- O QUE SIGNIFICA REJEIÇÃO?
O nosso sistema imunológico nos protege de infecções em geral. As células
deste sistema percorrem cada parte de nosso corpo procurando e conferindo
se algo difere do que elas estão acostumadas a encontrar. Estas células
identificam um órgão transplantado como sendo algo diferente do resto do
corpo e ameaçam destruí-lo. Numa linguagem figurada, isto é REJEIÇÃO.
É, ao lado da DISPONIBILIDADE DE DOADORES, uma das grandes
barreiras ao sucesso dos programas de transplantes. Em 1983, a barreira da
REJEIÇÃO foi parcialmente superada com o advento de uma poderosa
droga - a Ciclosporina - que, combinada com outras, inibe as células do
sistema imunológico na sua tentativa de destruir o órgão transplantado.
Como a rejeição pode ocorrer em qualquer tempo após o transplante, a
maioria dos transplantados usa medicamentos imunossupressores pelo o
resto de suas vidas. Os principais medicamentos utilizados são aqueles do
grupo da Ciclosporina, Azatioprina e da Prednisona e são administrados de
forma balanceada pelos médicos para cada caso. A rejeição ocorre na
maioria dos casos de transplantes e pode ser mais facilmente controlada
quanto maior for a compatibilidade entre o doador e o receptor. Em
primeiro lugar, eles devem ter o mesmo tipo sangüíneo, ou seja, os mesmos
fatores do sistema ABO e Rh. Em segundo, devem ter, ainda, a maior
semelhança possível em relação ao sistema genético HLA. No momento do
transplante, o objetivo da Central de Transplante é compatibilizar os
doadores e receptores para o HLA, procurando os idênticos ou os mais
próximos possíveis, em especial quanto estes não tem qualquer grau de
parentesco. É uma questão de sorte: a chance de se encontrar um doador
compatível varia entre um para 10 mil e um para 100 mil entre pessoas não
aparentadas.
19- QUEM FAZ TRANSPLANTE NO BRASIL?
Segundo o Ministério da Saúde, existe no Brasil cerca de 117 instituições
cadastradas para realizar transplante de órgãos: Rim (111), Medula óssea
(13), Fígado (6), Coração (9) e Pulmão (3). Deste total, 40 estão
localizados na Região Sul (PR, SC, RS) dos quais, 20 são Hospitais do Rio
Grande do Sul.
20- QUEM PAGA A CONTA DOS TRANSPLANTES?
Em geral, os transplantes são pagos pelo Serviço Único de Saúde (SUS). A
maioria dos planos privados de saúde não cobre este tipo de atendimento. À
propósito, a grande maioria destes planos somente funcionam
adequadamente enquanto você não precisa deles. No ano de 1996, foram
realizados pelo SUS, segundo o Ministério da Saúde, 1954 transplantes de
órgãos: Rim (1501), Coração (65), Fígado (115), Pulmão (6), Medula óssea
(267), além de 1551 de Córnea. No primeiro quadrimestre de 1997 foram
realizados 569 transplantes de órgãos no Brasil, sendo 420 de Rim, 15 de
Coração, 40 de Fígado, 01 de Pulmão e 93 de Medula óssea.
ano 1
abr-jun
Os transplantes
no Brasil funcionam?
Francisco Bicudo
Seu nome de registro é José Osmar de
Abreu Pestana. No Complexo Unifesp/
SPDM, porém, se tentar encontrá-lo por
esse nome, poderá ter dificuldades. É
melhor procurar o professor Medina.
"Essa história começou como
brincadeira, ainda na época do cursinho.
Eu tinha um professor de português que
se chamava Medina. Os colegas me
achavam muito parecido com ele. A
associação foi inevitável, e o apelido
pegou. Ficou mais famoso do que o
próprio nome", conta.
Medina diz que, já na faculdade, até
tentou se desvincular do apelido, mas
sem sucesso. "Os pacientes vinham
José Medina Pestana,
presidente da ABTO: a entidade
deve incentivar as campanhas
de conscientização, tanto para
leigos quanto para médicos
procurar o doutor Medina e saíam com uma receita assinada por um médico
que, supostamente, tinha outro nome. Então eu tive que me render e passar a
assinar Medina!".
Formado em 1979 pela Unifesp, com doutorado também feito na universidade
e pós-doutorado desenvolvido na Inglaterra, José Medina Pestana é
professor da Nefrologia.
Com participação em mais de 2.600 transplantes, ele assumiu em junho a
presidência da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO),
entidade que se responsabiliza pela articulação das diversas atividades
relacionadas a transplantes no Brasil.
Sobre esse tema, que ainda parece assustar a população, ele é enfático: "O
Brasil tem um sistema organizado de maneira equacionada e transparente",
afirma.
***
O senhor acaba de tomar posse para um mandato de dois anos na
presidência da ABTO. Quais serão as prioridades de sua gestão?
Pretendo manter os programas de divulgação e campanhas que a ABTO já
desenvolve, tanto para o público leigo quanto para os médicos, reforçando a
importância da doação. Outra meta prioritária é inserir o transplante brasileiro
no contexto internacional, por meio do intercâmbio, troca de idéias e de
informações e da participação mais efetiva em seminários, cursos e debates.
Voltando um pouco ao começo de sua carreira: por que o senhor
escolheu a medicina?
Não houve uma razão muito definida. Eu nasci em Ipauçu, cidade de 10 mil
habitantes, no interior de São Paulo. Lá havia um médico que cuidava da
família e, de certa forma, a gente o admirava e queria imitá-lo. Numa cidade
como aquela, não tinha muito jeito: as referências eram o padre, o professor
e o médico. Eu acabei optando pelo último, mas não fazia a menor idéia do
que era ser médico.
E a área de transplantes, como o senhor chegou até ela?
Eu vinha de uma família humilde, tinha trabalhado como torneiro mecânico
para conseguir juntar dinheiro, fazer cursinho e prestar a faculdade. Quando
entrei na Escola Paulista (de Medicina), em 1974, tinha de continuar
trabalhando. E fui para a Nefrologia porque tinha um amigo da família que era
da disciplina e estava precisando de gente para trabalhar no laboratório.
Fiquei lá por seis anos. Quando terminei a residência, fui convidado a
organizar o programa de transplantes da Escola. Assumi essa
responsabilidade e foi assim, quase que por acaso, que eu também comecei
nessa área.
O senhor se lembra de quantos transplantes já participou ao longo de
sua carreira?
Eu já liderei a realização de cer ca de 2.600 transplantes, não
necessariamente dentro da sala de cirurgia.
Qual foi o mais marcante deles?
Foi o primeiro de que participei, em 1982, ainda como residente. Era uma
paciente que estava em coma. Ela fez um transplante de rim, teve dois filhos
e está viva até hoje. Foi o transplante mais marcante.
No Brasil, existem 30 mil pessoas na fila de espera por um transplante.
É falta de solidariedade ou falta de capacidade para realizar as
cirurgias?
É bom lembrar que, apesar dessa realidade, o Brasil é o segundo país do
mundo em número de transplantes realizados. Um programa desse tipo não
nasce pronto, o crescimento é gradativo e precisa de planejamento. O
transplante de órgãos no Brasil se consolidou como prática terapêutica
efetiva há 10 ou 15 anos.
O número de instituições capacitadas a realizar o procedimento já é
relativamente grande. O número de profissionais treinados e qualificados
também já atende à demanda. A população, em sua maioria, já sabe o que é
um transplante. Com isso, no Brasil, o número de transplantes cresce em
torno de 20 a 30% ao ano. Esse é o crescimento possível.
Apesar do crescimento, há pessoas que esperam anos por um
transplante. O que se pode fazer com essa fila de espera?
A pergunta que devemos fazer é: será que essa fila vai desaparecer algum
dia? Esse é um conceito errado. A fila sempre vai existir e, quanto melhor o
sistema de saúde e as condições socioeconômicas da população, maior ela
será. A relação é a seguinte: se você aumenta a perspectiva de vida, a
chance de uma pessoa ficar doente de um órgão só e precisar de um
transplante também é maior, pois ela está vivendo mais. Por outro lado,
nesse contexto de melhores condições de vida, o número de pessoas que
podem doar um órgão também vai diminuir, porque elas morrem mais tarde.
Isso é o que está acontecendo nos países desenvolvidos.
Não é mais necessário declarar-se doador nos documentos de
identidade?
Não é mais preciso escrever isso na identidade. Se a pessoa quer ser
doadora, ela precisa avisar a família. No momento da morte, vale o que a
família disser e algum familiar assina o documento. Esse é o aspecto
importante: manifestar em vida o desejo de doar e avisar a família.
O sistema de doação e transplante de órgãos no Brasil funciona?
Todas as etapas do processo estão muito bem regulamentadas e
equacionadas pelo Ministério da Saúde. Em cada Estado, existem as centrais
de captação de órgãos, vinculadas às secretarias estaduais de Saúde. Existe
também uma coordenação nacional, que é o Sistema Nacional de
Transplantes.
Quando a central de captação recebe a notícia da existência de um potencial
doador, com morte encefálica, ela aciona as equipes que fazem a retirada
dos órgãos. Eles serão transplantados seguindo a fila única.
A oportunidade é de fato igual para ricos e pobres? Ou quem pode
pagar passa na frente?
Como existe uma organização e estruturação adequada, é muito difícil
alguém fazer um transplante fora do sistema público. Por que ele não faz?
Porque não tem grande vantagem. Só seria vantajoso pagar se houvesse
benefícios para isso. O que acontece é que as pessoas de melhor nível
socioeconômico têm um tratamento clínico melhor, uma sustentação familiar
melhor, e freqüentemente já estão estruturadas com doadores dentro da
própria família. Agora, quando ele entra na fila única, vai seguir o caminho
legal.
Esse sistema é eficiente para impedir que ocorra tráfico de órgãos?
Sim, é eficiente. O tráfico de órgãos com doador cadáver não existe no Brasil.
Todo sistema de captação e distribuição dos órgãos é feito pela Secretaria de
Saúde. Eu não tenho autonomia para decidir quem vai ser transplantado.
Para qualquer irregularidade que cometa, a secretaria vai me acionar, o
Ministério Público vai se posicionar a respeito. Existe inclusive pena de prisão
para a comercialização ilegal de órgãos.
A ABTO já recebeu alguma denúncia de tráfico de órgãos?
Não, nós nunca recebemos nenhuma denúncia de irregularidade. Isso deve
ser feito para o Ministério Público e para a secretaria de Saúde. Toda vez que
acontece esse tipo de denúncia, eles investigam.
Quem paga o transplante no Brasil?
Cerca de 95% dos transplantes realizados no país são pagos pelo sistema
público de saúde e 5% são de convênios privados. Não existe transplante
particular, alguém que pague do próprio bolso. Isso é muito raro.
O brasileiro tem medo de doar?
Na verdade, eu acho que as pessoas não têm medo de doar. Até pouco
tempo, o que acontecia era que a família, naquele momento de dúvida e
angústia, ficava se perguntando "será que ele está vivo, pois o coração está
batendo?" Mas logo o conceito de morte encefálica foi aceito de maneira
muito rápida pela população. Ela confia nesse diagnóstico médico. Hoje, o
medo da família está em saber se o órgão vai mesmo beneficiar as pessoas
da fila.
Que tipos de transplantes são feitos no Complexo Unifesp/SPDM?
O Hospital São Paulo começou o programa de transplantes em 1976, e
desde então a capacidade de atendimento vem crescendo.
Começamos com rim, coração, depois fígado, e agora o duplo de rim e
pâncreas, feito no começo de dezembro de 2000. No ano passado, o Hospital
São Paulo e o Hospital do Rim e Hipertensão também receberam, pela
segunda vez consecutiva, o título informal de campeões mundiais de
transplantes de rins, com 507 procedimentos realizados, de acordo com
dados da ABTO.
Existe um levantamento do perfil do paciente que é atendido pelo
Complexo, na área de transplantes?
Nós fizemos um levantamento recente sobre os pacientes atendidos e
verificamos que 40% não completaram a oitava série e apenas 5%
concluíram o curso superior. Eles vêm de todas as regiões do Brasil e a maior
parte ganha menos de dois salários-mínimos. Isso confirma a vocação do
Hospital São Paulo e do Hospital do Rim e Hipertensão, que atendem a
população de baixa renda, que depende do sistema público de saúde.
O senhor acha que ainda falta informação? A ampliação dos doadores
no Brasil poderá ser conseguida com campanhas de conscientização?
Não tenho dúvidas sobre isso. É preciso orientar os profissionais de saúde a
respeito dos centros de transplante, como notificar a central de captação e
sobre os critérios utilizados para o diagnóstico de morte encefálica. Essa
será, repito, uma das prioridades da nova diretoria da ABTO.
E para a população de um modo geral?
A campanha deve tirar as dúvidas sobre a lei. Deve também orientar como a
pessoa pode manifestar o desejo de ser doadora. O foco é a relação com a
família. Estamos envolvidos em uma campanha que orienta o doador a avisar
a família a respeito dessa condição. Tem até um selinho que diz: "Sou
doador. Minha família já sabe e vai confirmar".
Atalhos sites da UFSC
Destaques do Governo Federal
Domingo, 01/10
27-09-2006 17:59:35 - Hospital Universitário
se prepara para realizar transplantes de
órgãos
Nesta Semana Nacional da Doação de Órgãos o
Hospital Universitário da UFSC tem um bom
motivo para comemorar: está se preparando para
realizar transplantes, por meio do projeto “Escola
de Transplante de Órgãos”. A partir dessa
iniciativa serão contratados profissionais
especializados na área para promover a
qualificação de funcionários do HU por um período
de três anos. Serão cerca de 20 novos
profissionais que vão capacitar aproximadamente
dez médicos do HU, além de enfermeiros e
fisioterapeutas, totalizando cerca de 60 pessoas
beneficiadas com a qualificação. A escola está
prevista para ser implantada no início de 2007.
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29/9/2006
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De acordo com o gerente da Central de
f.ufsc.br
Transplantes de Santa Catarina (SC Transplantes),
Joel de Andrade, existem 1500 pessoas
cadastradas na central, a espera de algum órgão.
“A doação de órgãos é crescente, mas ela não
acompanha a demanda, que também tem
aumentado”, afirma. Andrade, que é também
servidor do HU, ministra cursos de capacitação
para a doação de órgãos aos funcionários do
hospital. As aulas, que começaram no início de
agosto, se estenderão até que atendam a todos os
1400 funcionários.
O hospital da UFSC pretende fazer transplantes de
córnea, rins, pâncreas, rim e pâncreas
conjugados, fígado e pulmões. Atualmente
existem 12 instituições no estado, entre hospitais
e clínicas, que realizam algum tipo de transplante
de órgãos. Segundo Andrade, Santa Catarina é
líder, ao lado do Rio Grande do Sul, na captação
de órgãos no país, sendo 13 por milhão de
habitantes a cada ano no estado.
“Com a ‘Escola de Transplante de Órgãos’,
pretende-se transformar o HU em um núcleo de
educação para formação de transplantadores para
Santa Catarina. Além disso, integrar o HU a uma
rede de pesquisas de tecnologia relacionada ao
transplante”, afirma Andrade. Para realizar a
iniciativa, estão em elaboração convênios com
instituições como a Santa Casa, de Porto Alegre
(RS), e o hospital Santa Isabel, de Blumenau
(SC).
Para mais informações ligue: Seção de capacitação
do HU - 3331 91 19
Por Ingrid Cristina dos Santos / bolsista em
Jornalismo da Agecom
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POR QUE DOAR?
A carência de doadores de órgãos é ainda um grande
obstáculo para a efetivação de transplantes no Brasil.
Mesmo nos casos em que o órgão pode ser obtido de um
doador vivo, a quantidade de transplantes é pequena
diante da demanda de pacientes que esperam pela
cirurgia. A falta de informação e o preconceito também
acabam limitando o número de doações obtidas de
pacientes com morte cerebral. Com a conscientização
efetiva da população, o número de doações pode
aumentar de forma significativa. Para muitos pacientes, o
transplante de órgãos é a única forma de salvar suas
vidas.
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Dúvidas
COMO FUNCIONA O SISTEMA DE CAPTAÇÃO DE
ÓRGÃOS?
Passo a passo:
Passo 1: identificação do potencial doador
Um doador em potencial é um paciente com morte
encefálica, internado em hospital sob cuidados intensivos.
Por algum tempo, suas condições de circulação sangüínea
e de respiração poderão ser mantidas por meios
artificiais. Nesse período, é informada à família a
possibilidade de doação dos órgãos. Caso a família
concorde com a doação, viabiliza-se a remoção dos
órgãos depois que o diagnóstico de morte encefálica se
confirmar. A notificação deste diagnóstico é
OBRIGATÓRIA POR LEI.
O diagnóstico de morte encefálica passa por algumas
etapas: o primeiro passo é o diagnóstico clínico, que deve
ser repetido após seis horas de observação, sendo pelo
menos uma destas avaliações realizada por médico
neurologista. Em seguida, deve ser documentado através
de um exame complementar: eletroencefalograma,
angiografia cerebral, entre outros. Cabe ressaltar que
nenhum dos médicos responsáveis pelo diagnóstico de
morte encefálica pode fazer parte de equipe que realiza
transplante.
Passo 2: notificação
O hospital notifica a Central de Transplantes sobre um
paciente com suspeita de morte encefálica (potencial
doador). No Estado de São Paulo a captação se faz de
forma regionalizada - a Central de Transplantes repassa a
notificação para uma OPO (Organização de Procura de
Órgão) que cobre a região do hospital notificador.
Passo 3: avaliação
A OPO se dirige ao Hospital e avalia o doador com base
na sua história clínica, antecedentes médicos e exames
laboratoriais. Avalia-se a viabilidade dos órgãos, bem
como a sorologia para afastar doenças infecciosas e teste
de compatibilidade com prováveis receptores. A família é
abordada sobre a doação e também pode autorizar a
remoção do paciente para o hospital da OPO, que muitas
vezes tem mais condições para uma melhor manutenção.
Passo 4: informação do doador efetivo
A OPO informa a Central de Transplantes quando o
doador já tem toda a sua avaliação completada e o
mesmo é viável. São passadas todas as informações
colhidas, resultados de exames, peso, altura, medicações
em uso, condições hemodinâmicas atuais, bem como local
e hora marcada para a extração dos órgãos.
Passo 5: seleção dos receptores
Todo paciente que precisa de transplante é inscrito na
Lista Única de Receptores do Sistema Nacional de
Transplantes do Ministério da Saúde (cuja ordem é
seguida com rigor, sob supervisão do Ministério Público),
por uma equipe responsável pelo procedimento do
transplante. A partir desse cadastro, a Central de
Transplantes emite uma lista de receptores inscritos,
compatíveis para o doador; no caso dos rins deve-se
fazer ainda uma nova seleção por compatibilidade
imunológica ou histológica.
Passo 6: identificação das equipes transplantadoras
A Central de Transplantes informa a equipe de
transplante (aquela equipe específica que inscreveu o
paciente na Lista Única de Receptores do Sistema
Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde controlada pelo Ministério Publico) sobre a existência do
doador e qual paciente receptor foi nomeado. Cabe à
equipe decidir sobre a utilização ou não deste órgão, uma
vez que é o médico o conhecedor do estado atual e
condições clínicas de seu paciente.
Passo 7: os órgãos
As equipes fazem a extração no hospital (OPO) onde se
encontra o doador, em centro cirúrgico, respeitando todas
as técnicas de assepsia e preservação dos órgãos.
Terminado o procedimento, as equipes se dirigem para
seus hospitais de origem para procederem à
transplantação.
Passo 8: liberação do corpo
O corpo é entregue à família condignamente recomposto,
sendo fornecida toda orientação necessária para a família.
QUEM PODE SER DOADOR DE ÓRGÃOS EM VIDA?
Restrições legais Pode ser doador em vida toda pessoa que tiver
parentesco consangüíneo de até quarto grau com o
indivíduo que receberá o órgão transplantado. Isso
significa pais, irmãos, filhos, avós, tios e primos. Além
desses casos, cônjuges podem fazer doações e toda
pessoa que apresentar autorização judicial. Essa
autorização é dispensada no caso de transplante de
medula óssea. A doação por menores de idade é
permitida somente com autorização de ambos os pais ou
responsáveis. Pessoas não identificadas e deficientes
mentais não podem ser doadores.
Restrições de idade Em geral, o doador deve ter até 60 anos. Para o caso de
transplante de fígado, a idade do doador pode chegar até
80.
Restrições de saúde O doador precisa fazer exames de HIV e de hepatites B e
C. Deve fazer também provas de função hepática, de
função renal e de função pulmonar.
QUAIS ÓRGÃOS PODEM SER DOADOS?
• De doador vivo
Rim: por ser um órgão duplo, pode ser doado em vida.
Doa-se um dos rins, e tanto o doador quanto o
transplantado podem levar uma vida perfeitamente
normal.
Medula óssea: pode ser obtida por meio da aspiração
óssea direta ou pela coleta de sangue.
Parte do fígado ou do pulmão: podem ser doados.
• De doador com morte encefálica
Órgãos: coração, pulmões, fígado, rins, pâncreas e
intestino.
Tecidos: córneas, partes da pele não visíveis, ossos,
tendões e veias
QUEM PODE SE BENEFICIAR DE UM TRANSPLANTE?
Principais indicações:
Coração: portadores de cardiomiopatia grave de
diferentes etiologias (Doença de Chagas, isquêmica,
reumática, idiopática, miocardites);
Pulmão: portadores de doenças pulmonares crônicas por
fibrose ou enfisema;
Fígado: portadores de cirrose hepática por hepatite;
álcool ou outras causas;
Rim: portadores de insuficiência renal crônica por nefrite,
hipertensão, diabetes e outras doenças renais;
Pâncreas: diabéticos que tomam insulina (diabetes tipol)
em geral, quando estão com doença renal associada;
Córneas: portadores de ceratocone, ceratopatia bolhosa,
infecção ou trauma de córnea;
Medula óssea: portadores de leucemia, linfoma e aplasia
de medula;
Osso: pacientes com perda óssea por certos tumores
ósseos ou trauma
Pele: pacientes com grandes queimaduras.
DÚVIDAS MAIS FREQÜENTES:
1) Quem é o potencial doador não vivo?
São pacientes em UTI (Unidade de Terapia Intensiva)
com morte encefálica, geralmente vítimas de traumatismo
craniano ou AVC (derrame cerebral). A retirada dos
órgãos é realizada em centro cirúrgico, como qualquer
outra cirurgia. Após uma série de exames que excluam
doenças transmissíveis, a família será consultada sobre
seu desejo pela doação de órgãos. Somente com a
autorização dos familiares o paciente será um doador de
órgãos.
2) Como é feito o diagnóstico de morte encefálica?
O diagnóstico de morte encefálica passa por algumas
etapas: o primeiro passo é o diagnóstico clínico, que deve
ser repetido após seis horas de observação, sendo pelo
menos uma destas avaliações realizada por médico
neurologista. Em seguida, deve ser documentado através
de um exame complementar: eletroencefalograma,
angiografia cerebral, entre outros. Cabe ressaltar que
nenhum dos médicos responsáveis pelo diagnóstico de
morte encefálica pode fazer parte de equipe que realiza
transplante.
3) O que é morte encefálica?
O encéfalo é a parte do corpo geralmente confundida com
o cérebro. Na verdade, é quase a mesma coisa, mas além
do cérebro, o encéfalo inclui o tronco cerebral. O encéfalo
controla todas as funções essenciais do organismo do
homem: a respiração, a temperatura do corpo, o
funcionamento dos pulmões etc. Apenas o coração pode
continuar funcionando sem o comando do encéfalo, por
causa do seu marcapasso.
Se o encéfalo morre, depois de certos acidentes ou
derrame cerebral, os demais órgãos do corpo param de
funcionar. Se o marcapasso do coração ainda estiver vivo
para fazê-lo bombear o sangue, os outros órgãos podem
continuar funcionando por mais algum tempo com ajuda
de aparelhos. Nas poucas horas em que os órgãos ainda
funcionam por causa dos aparelhos é que é possível
aproveitá-los para transplante.
4) Qual é a diferença entre morte encefálica e
coma?
Ao contrário do que muita gente pensa, morte encefálica
e coma não são a mesma coisa. No estado de coma, o
encéfalo ainda está vivo e executando suas funções
rotineiras, ainda que com dificuldade. Com a morte
encefálica, essas funções não podem mais ser
executadas.
5) Quais são os principais pontos da nova Lei de
Transplantes?
• A Lei determinou ao Conselho Federal de Medicina que
definisse os critérios clínicos e exames necessários para o
diagnóstico de morte encefálica (morte do paciente),
resultando na Resolução CFM 1480/97.
• Sistema Nacional de Transplantes - criado para dar
controle e organização à atividade. Agora, o transplante
de órgãos e tecidos só pode ser realizado por equipes e
hospitais autorizados e fiscalizados pelo Ministério da
Saúde.
• Lista Única de Receptores - a ordem da Lista é seguida
com rigor, sob supervisão do Ministério Público. O
cadastro é separado por órgãos, tipos sangüíneos e
outras especificações técnicas.
• Consulta obrigatória à família - a decisão final sobre a
doação é tomada pela família após a morte. A consulta é
obrigatória mesmo que você tenha autorizado a doação
em vida. Assim, se a família não for localizada, não ocorre
a doação.
6) Quem pode doar em vida?
• O "Doador Vivo" é considerado uma pessoa em boas
condições de saúde (sempre avaliada por médico), capaz
juridicamente e que concorde com a doação. A decisão
deve ser orientada por médico;
• Por lei, pais, irmãos, filhos, avós, tios, primos e
cônjuges podem ser doadores. Não parentes podem ser
doadores somente com autorização judicial;
• Antes da doação é feito um check-up completo para
certificar que a pessoa pode doar com segurança;
• A compatibilidade sangüínea é primordial. Existem
também testes especiais (Prova Cruzada e HLA) para
selecionar o melhor doador, ou seja, aquele com maior
chance de sucesso do transplante.
7) Quais órgãos podem ser obtidos de um doador
vivo?
Rim: por ser um órgão duplo, pode ser doado em vida.
Doa-se um dos rins, e tanto o doador quanto o
transplantado podem levar uma vida perfeitamente
normal.
Medula Óssea: pode ser obtida por meio da aspiração
óssea direta ou pela coleta de sangue
Parte do fígado ou do pulmão: podem ser doados.
8) O que é a Central de Transplantes?
O nome mais adequado é Central de Notificação,
Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO). É o setor da
Secretaria de Saúde de cada Estado responsável por
organizar e coordenar todos os assuntos relacionados
com a notificação dos potenciais doadores, a captação dos
órgãos, a locação dos órgãos doados e a realização dos
transplantes.
9) Como se inicia a doação de órgãos?
Após o diagnóstico de morte encefálica (sempre realizado
por equipe especializada), a Central de Transplantes é
comunicada. Profissionais da Equipe de Captação de
Órgãos avaliarão o potencial doador e conversarão com
os familiares para saber do desejo da doação.
10) O que acontece com os órgãos após sua
retirada?
Após a cirurgia de retirada, os órgãos precisam ser
transportados, em recipientes estéreis, para o centro que
realizará o transplante no paciente definido pela Central
de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada Estado.
Há uma equipe de profissionais responsável pelo
procedimento do transplante a ser realizado. Desde a
notificação do potencial doador até a realização do
transplante, mais de 30 profissionais altamente
especializados estão envolvidos.
11) Quais órgãos e tecidos podem ser doados após
a morte?
Podem ser doados os seguintes órgãos: coração,
pulmões, fígado, rins, pâncreas, e intestino. E os tecidos:
córneas, partes da pele não visíveis, ossos, tendões e
veias. A doação pode ser de todos ou apenas de alguns
desses órgãos e tecidos.
12) Como a família pode doar os órgãos?
Os familiares serão entrevistados por uma Equipe de
Captação de Órgãos, a qual solicitará a doação. Somente
após a assinatura do Termo de Doação de Órgãos e
Tecidos, pelos familiares, ocorrerá a doação.
13) Como é a cirurgia para a retirada dos órgãos?
A retirada dos órgãos é uma cirurgia como qualquer
outra, sendo realizada com todos os cuidados de
reconstituição do corpo, obrigatório por lei.
14) E o corpo após a doação?
Após a retirada dos órgãos o corpo fica como antes, sem
qualquer deformidade. Não há necessidade de
sepultamentos especiais. O doador poderá ser velado e
sepultado normalmente.
15) Quem recebe os órgãos e tecidos doados?
Com a nova Lei dos Transplantes foi instituída a Lista
Única de receptores (regional) pelas Secretarias Estaduais
de Saúde. Os órgãos do potencial doador serão
transplantados nos pacientes, obedecendo-se os critérios
da lista Única.
16) A família do doador tem alguma despesa com a
doação?
NÃO. A família não é responsável por qualquer despesa
com exames, cirurgias ou outro procedimento envolvido
com a doação dos órgãos. O Sistema Único de Saúde
(SUS) cobre todas as despesas.
17) Como devo expressar meu interesse em ser
doador?
Informe sua família sobre seu desejo de ser doador de
órgãos. Não é necessário qualquer registro em nenhum
documento. O mais importante é comunicar em vida sua
vontade pela doação.
ENDEREÇO DAS COORDENADORIAS ESTADUAIS DE
TRANSPLANTE
Santa Catarina
Dr. Ivan Moritz da Silva
Rua Irmã Benwarda , 297 - Hosp.Celso Ramos - Centro
Florianópolis/SC - CEP 88015-270
Tel. 0800-643-7474 48-251-7299 Fax: 48-251-7215
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