Cresce 100% o número de transplantes de coração e pulmão 16/12/2015 De janeiro a novembro de 2015, o Rio Grande do Sul teve um crescimento de 100% em relação ao mesmo período de 2014, em transplantes de coração e pulmão. Conforme a Central de Transplantes foram efetivadas 34 cirurgias de pulmão e 14 de coração. Até o momento, foram contabilizados cerca de 215 doadores, superando todo o ano de 2014. O aposentado Claudio Ramos há 8 anos precisou de um novo coração. “Depois de 5 enfartos, com uma ponte safena realizada aos 35 anos de idade, precisei ir pra fila do transplante. Fiquei um ano internado no Instituto de Cardiologia a espera de um coração. Lembro até hoje a angústia que eu sentia. Cheguei a ser desenganado três vezes. Achavam que eu não ia resistir porque eu só respirava com ajuda de aparelhos. Quando vieram com a noticia de um possível transplante eu chorava de alegria, mas também sentia medo de morrer, de que não desse certo. Mas graças a equipe médica, enfermeiras, equipe da UTI, todos que me acompanharam desde o começo a cirurgia foi um sucesso”. Já Eduardo Augusto, 35 anos, recebeu dois pulmões esse ano. Diagnosticado aos 9 anos com Fibrose Cística, doença que afeta pulmão, pâncreas e intestino, precisou entrar para a fila do transplante. “Esperei por quase dois anos. Enquanto isso fiquei fazendo tratamento em casa, além de fisioterapia e exames na Santa Casa.” Para Eduardo, a felicidade de voltar a fazer coisas básicas como tomar banho sozinho é inexplicável. “É uma alegria enorme saber que tu pode voltar pra casa com uma nova vida, podendo respirar normalmente sem ajuda de aparelhos, sem contar o fato de poder passear no parque e até mesmo jogar bola. É uma felicidade sem tamanho!” Conforme o coordenador da Central, Cristiano Franke, são vários fatores que contribuíram com esses números e todos tiveram qualificação, principalmente nas equipes que cuidam dos doares e dos transplantados. “Mais de 95% dos transplantes são pelo SUS, financiados pelo Sistema Único de Saúde e de alguma forma estamos melhorando o acesso de quem precisa do transplante, para que essa pessoa chegue à equipe especializada. Isso é muito importante porque o paciente que precisa do atendimento necessita de maior agilidade do sistema para avaliação em tempo hábil, facilitando o acesso para todos independente de onde mora. O RS é referência em transplante de pulmão no país e de coração na região sul. Isso é resultado de muitas equipes, profissionais que se envolvem quando tem uma doação. Vamos ampliar esse numero de capacitações e qualificações das equipes porque todos esses profissionais tem um papel extremamente importante para a realização do transplante. Mais de uma centena de profissionais se envolvem quando tem uma doação e transplante.” Números da Central de Transplantes De janeiro a novembro, o total de notificações de potenciais doadores aumentou 12%, no RS. Já o número de doadores ficou 21% acima do registrado no mesmo período de 2014. Foram realizados 34 transplantes de pulmão, 14 de coração, 433 de rim, 118 de fígado, seis de rim e pâncreas, 678 de córneas, 185 de esclera (parte branca do olho), 433 de osso e 18 de pele. 1/2 Cresce 100% o número de transplantes de coração e pulmão Fonte: SIMERS 2/2