Psicofarmacoterapia (8M - PMVIII · Drogas que atravessam a barreira hemato-encefálica e atuam no cérebro · A maioria é absorvida no intestino · A maior parte tem o metabolismo de primeira passagem no fígado (intestino – porta – fígado – sistema). Os metabólitos de alguns fármacos têm, também, efeito terapêutico no encéfalo · Distribuem-se no plasma ligados às proteínas. Por serem muito lipofílicos, passam facilmente para o cérebro, ficam nas reservas de gordura do corpo (por isso são liberados lentamente do corpo) e passam para o leite materno · Têm excreção renal (se ligar nas Insuf. Renais; o Lítio é filtrado passivamente nos glomérulos) · A maior parte das drogas podem ter interações farmacocinéticas no estágio de metabolização hepática (exceção do Lítio, cuja interferência maior é na fase renal) · Divisão: Ø Psicolépticos (Antipsicóticos; Ansiolíticos; Hipnóticos; Timorreguladores?) Ø Psicoanalépticos (Antidepressivos; Psicoestimulantes) Ø Psicodislépticos (Embriagantes; Alucinógenos; Estupefantes) Ansiolíticos · Drogas que têm a capacidade de diminuir a ansiedade; Representados, principalmente, pelos Benzodiazepínicos; Chamados, também, de Tranquilizantes menores. · Ansiolíticos primários = benzodiazepínicos, buspirona (foge à regra); Outras drogas com efeitos ansiolíticos = alguns antidepressivos, alguns antipsicóticos (fenotiazinas) e betabloqueadores (somente nos sintomas físicos da ansiedade) Benzodiazepínicos · Agem como agonistas do sistema GABA; Afetam indiretamente, também, os sistemas de serotonina (5-HT) e noradrenalina. · Parece haver receptores cerebrais específicos para os BZD (atualidade). · Têm 5 ações: Ansiolítico; Sedativo; Hipnótico; Anticonvulsivante; Relaxante Muscular. · Seus efeitos podem ser aumentados pela ingesta de álcool. · Curta duração (<12h)>> mais como hipnóticos e problemas agudos de ansiedade. Ex.: Clonazepam (RIVOTRIL®) · Longa duração (>24h) = poucas doses, menor variação da concentração plasmática, menos abstinência, maior acúmulo da droga no corpo, maior sedação diurna (ressaca), maior comprometimento psicomotor diurno. >> mais em condições crônicas. Ex.: Diazepam (VALIUM®; também tem o Ansilive®) · Efeitos colaterais = poucos e reversíveis com ajuste de dose. Sonolência (principal); ataxia (doses maiores e mais em idosos); liberar agressões (indivíduos com propensão a comportamento agressivo); amnésia anterógrada; alterações sexuais; prejuízos na concentração, na memória e no cognitivo; apnéia e depressão respiratória (altas doses e por via parenteral). Efeitos aumentados pelo álcool. · Efeitos tóxicos = poucos. Pode ser tóxico junto com álcool e barbitúricos. Atravessam a barreira placentária e são excretados no leite. Não devem, pois, em geral, ser usados no primeiro semestre da gravidez (não há consenso sobre a teratogenicidade) e pode produzir efeitos adversos no RN que está em aleitamento. · Síndrome de abstinência = depois do uso por 2-3 meses em BDZ de curta duração; e por 5-10 (média de 7) meses em BDZ de longa duração. O período exato é incerto, mas até 6-8 semanas é uma faixa aceita como fora de risco. Sintomas mais comuns >> apreensão e ansiedade; insônia; tremor; hipersensibilidade; abalos musculares; agitação; mudanças na percepção; convulsões (mais raro). Tolerância, dependência e abstinência. Os de curta duração dão mais. Quanto mais tempo de uso, pior (até os tipos de sintomas). Prevenção => Fazer por pouco tempo, retirar aos poucos, utilizar doses não tão altas. Tratamento => é mais na forma de retirar (baixar aos poucos, às vezes aumentar e baixar de novo) e grupos de autoajuda. · A via IM não é boa, pois tem via de distribuição errática >> diminui a conc. sangüínea do fármaco. · CLONAZEPAM (RIVOTRIL®) => Ação rápida; Indicações: Transtorno de Pânico; Fobia Social; Mania Aguda; TAG; Acatisia; Epilepsia; Mioclonias; Dose habitual: 1 a 6 mg/dia. Iniciar com 12mg/dia; De 1 a 3 semanas atingir dose de manutenção de, em geral, 2-4mg/dia; Doses melhores à noite; Dose máxima de 20mg/dia; Retirar aos poucos. · DIAZEPAM (VALIUM®; também tem o Ansilive®) => Longa duração; Indicações: Ansiedade aguda; Insônia; Transtorno de Pânico; TAG; Abstinência ao álcool; Espasticidade; Tétano; Discinesia tardia; Dose habitual: 5 a 40 mg/dia. A dose oral única não deve ser maior que 10 mg/dia. A eficácia depois de 6 meses não é comprovada. Antidepressivos · Drogas que aumentam o tônus psíquico melhorando o humor na doença depressiva, mas que não elevam o humor em pessoas saudáveis (diferentemente dos psicoestimulantes). · Agem aumentando a disponibilidade de neurotransmissores no SNC, especialmente serotonina (5-HT), noradrenalina e dopamina. · O principal local de ação responsável pelos efeitos são os sistemas serotoninérgicos e noradrenérgicos no sistema límbico. · Cada fármaco varia a forma pela qual consegue efetuar esta ação; Há, portanto, várias classes: IMAO (inibidores seletivos da monoaminaoxidase – enzima responsável pela inativação destes neurotransmissores na fenda sináptica: serotonina e noradrenalina => não ignorar, ainda pode ser usado em depressões atípicas e resistentes); Tricíclicos (INSRSN - inibidores não-seletivos da recaptação de serotonina e de noradrenalina no neurônio pré-sináptico); ISRS (inibidores seletivos da recaptação de serotonina no neurônio pré-sináptico); ISRN (inibidores seletivos da recaptação de noradrenalina no neurônio pré-sináptico: Ixel); ISRSN (inibidores seletivos da recaptação de noradrenalina e de serotonina no neurônio pré-sináptico: Mirtazapina). · Não há grande diferenças entre a eficácia e a velocidade de ação entre estas drogas; A diferença está nos efeitos colaterais de cada uma. · Em geral, 1) devem ser retirados lentamente, interrupção abrupta pode causar insônia, ansiedade, náusea e inquietação (em torno de 1-2 semanas); 2) devem ser mantidos por, no mínimo, 6 meses a 1 ano depois do desaparecimento dos sintomas. Às vezes, fica-se tomando cronicamente; 3) começam a agir somente depois de 10-14 dias após a primeira tomada. Tricíclicos · São potentes, também, anticolinérgicos (efeitos colaterais mais comuns); Vários efeitos colaterais ligados ao sistema cardiovascular; São, em geral, fármacos mais baratos; Estão mais relacionados a maior risco de virada maníaca (desencadeamento de episódio maníaco). · Ingesta excessiva => potencial intoxicação fatal => uso evitado em casos de risco de suicídio (Sintomas -> FA, Hipotensão, Depressão Respiratória, convulsões, alucinações, Delirium e coma -> não há tratamento específico; Doses maiores que 500mg/dia; Dose letal entre 1800 e 2500 mg/dia). · IMIPRAMINA (TOFRANIL®) => Dose Inicial: 25mg 1-3x/dia. Aumentar gradualmente. Dose de manutenção: 50-100mg/dia. (No hospital, pode ser mais agressivo). (DEPRESSÃO); Indicações: Transtorno Depressivo (todas as formas), Transtorno de Pânico, Condições dolorosas crônicas, Terror noturno, Enurese noturna (a partir de 5 anos), Síndromes obsessivo-compulsivas, Fobias; Efeitos colaterais: Anticolinérgicos (Boca seca, constipação, acomodação visual prejudicada, sudorese, confusão, tremores), Bloqueio alfa-adrenérgico (sonolência, hipotensão postural; disfunção sexual), Cardiovascular (taquicardia, hipotensão, distúrbios de condução, arritmias), Outros (convulsões, ganho de peso, rash cutânea alérgico e urticária). Inibidores seletivos da recaptação de serotonina ISRS · Revolucionaram o tratamento do Transtorno Depressivo; Não possuem efeitos anticolinérgicos; Não são sedativos; Têm menos efeitos cardiovasculares, mas é preciso se ligar (Citalopram, por exemplo, é o que menos tem este efeito e o que menos interage com outros medicamentos). · Efeitos colaterais freqüentes são disfunção sexual (diminuição da libido e anorgasmia) e efeitos grastrointestinais (náuseas e vômitos). · FLUOXETINA (PROZAC®) => Foi o primeiro da classe; Tem ação anoxerígena com perda de peso durante o tratamento; Dose Inicial: 20mg/dia pela manhã. Pode-se aumentar até 80mg/dia. (DEPRESSÃO); Indicações: Transtorno Depressivo (especialmente quando Doença Cardíaca Concomitante, Intolerância aos efeitos anticolinérgicos, Risco de overdose e/ou suicídio, Ganho de peso excessivo em tratamento anterior com tricíclicos, TOC com depressão). Transtornos alimentares, TOC, Neuropatia diabética e condições acima do tricíclico. Estabilizadores do Humor · Drogas eficazes na prevenção de recorrência de transtorno afetivo; Alguns, também, têm eficácia no quadro maníaco agudo e na potencialização dos efeitos dos antidepressivos; Principais: Lítio (clássico é, ainda, 1ª linha no transtorno bipolar); Carbamazepina e Valproato de Sódio (anticonvulsivantes que também têm mostrado efeito no humor, mas não se sabe muito bem como é este mecanismo de ação). Carbonato de lítio (CARBOLITIUM®) · Não provoca, nem leva a, dependência. · Não se tem lítio, normalmente, no sangue que possa ser detectado em laboratório convencional; Litemia desejada para profilaxia da recorrência = 0,4-0,8 mmol/l (no máximo até 1,2 mmol/l); Litemia perigosa para toxicidade > 1,5 mmol/l. · É absorvido e excretado pelos rins. Tem a sua filtração e reabsorção ligada ao sódio. Menos sódio => mais lítio; Desidratação, depleção de sódio e terapia com diuréticos tiazídicos podem aumentar perigosamente a litemia. · Dose inicial: 750-1000mg/dia; dose única ou 2 doses de 12/12h; dosagem ajustada de acordo com a litemia e a resposta terapêutica. · O efeito terapêutico ideal pode demorar meses para surgir por completo. · O lítio, geralmente, é usado por no mínimo 02 anos. Deve ser retirado num período de algumas semanas. · Acompanhamento durante o tratamento: 1) Registro de todos os medicamentos que está sendo tomado pelo paciente. 2) Exame físico. 3) Litemia => dosar 12h após a última dose (nível de estabilidade) ; dosar depois de 4-7 dias do início, depois semanalmente durante 3 semanas e, depois de atingida dose terapêutica adequada, de 6 em 6 meses. 4) Função tiroidiana => TSH e T4-livre; dosar no início e de 6 em 6 meses. 5) Função renal => uréia, creatinina e ionograma; dosar no início e de 6 em 6 meses. 6) Hemograma completo (pode aparecer, com o tempo, leucocitose, que não deve gerar dor de cabeça). 7) ECG e Teste de gravidez Beta-HCG, se necessário no início. · Indicações: Profilaxia de recorrência de transtorno afetivo bipolar; Mania aguda; Potencializar o efeito do antidepressivo; Tratamento da hiperatividade psicomotora. · Ingesta excessiva => potencial intoxicação fatal => uso evitado em risco de uso incorreto ou suicídio (Sintomas gradativos -> náuseas e vômitos; diarréia; tremor grosseiro; ataxia e disartria; abalos musculares e hiper-reflexia; confusão e coma; convulsões; falência renal; colapso cardiovascular. Tratamento -> retirar o lítio, hidratação vigorosa, cloreto de sódio extra para estimular e diurese osmótica do lítio; se os rins estiverem normais, há melhora rápida; se os rins estiverem comprometidos, diálise deve ser feita. Litemia > 1,5 mmol/l começam a sugir o sintomas. Litemia > 2,0 mmol/l toxicidade certamente grave). Antipsicóticos · Também chamados de Neurolépticos (pelos efeitos colaterais) e de Tranquilizantes Maiores. · Agem bloqueando os receptores de dopamina nas vias mesolímbicas e mesocorticais (efeito desejado, bloqueando receptores D2), túbero-infundibular (colateral -> aumento da prolactina) e nigro-estriatal (colateral > sintomas extrapiramidais - SEP -); Há, também, outros efeitos, conforme cada fármaco (bloqueio de outros receptores dopaminérgicos e de outros neurotransmissores). · Ações: indiferença psicomotora; ação delirolítica; ação alucinolítica; efeitos extrapiramidais e neurovegetativos; efeito subcortical prevalente. · É necessário um bloqueio de 65-70% dos receptores D2 para que o antipsicótico seja eficaz. Bloqueios superiores a 78-80% desencadeiam SEP, disforia e sintomas depressivos. Deve-se, pois, respeitar a janela terapêutica 65-80%, conforme as doses de cada droga. (estudos de neuroimagem) Antipsicóticos de 1ª Geração/Típicos/Convencionais · Divididos em Butirofenonas (Haloperidol, por ex. – bloqueiam com grande potência os receptores D2) e em Fenotiazínizos (Clorpromazina, por ex. – bloqueiam com menor potência D2, e bloqueam receptores histaminérgicos H1, muscarínicos e de acetilcolina, podendo induzir sedação e hipotensão ortostática, além de interferirem no teste de gravidez e na dosagem de Bilirrubina urinária (falsos-positivos), reduzirem ACTH). · Têm grande propensão a causar SEP e hiperprolactinemia (butirofenonas mais ainda). · HALOPERIDOL (HALDOL®)=> Dose Inicial: 2-3mg/dia só uma tomada; Dose Manutenção: 515mg/dia (menos tomadas possível). Agudamente ou quando VO é impraticável: 2,5-5mg IM (meia amp. ou inteira), se necessário repetir a cada hora. Logo que possível, mudar para VO; Efeito antipsicótico só vai até 15mg/dia, é o limiar. Depois disso, é usado com finalidades mais sedativas, correndo mais risco de aparecer SEP. Idosos, doses menores. Muita agitação, doses bem elevadas; Decanoato (IM de depósito): 1 a 3 ml (50 a 150 mg) a cada 4 semanas = leve a moderado. Mais graves = podendo-se chegar até 6 ml (300 mg); Indicações: Psicoses em geral (agudas e crônicas); Gilles de la Tourrette; Depressão psicótica; Psicose por substância; Transtorno de Personalidade; Mania Aguda. · CLORPROMAZINA (AMPLICTIL®) => Dose Inicial: 100-200mg/dia; Dose manutenção: 25800mg/dia. Agudamente ou quando VO é impraticável: IM 25-100mg, em geral 01 ampola, podendo repetir a cada 1-4h. Logo que possível, mudar para VO.; Acima de 400mg/dia é mais fácil o surgimento de SEP. Idosos e debilitados, doses mais baixas; Indicações: Psicoses em geral; Soluços intratáveis; Náuseas, Porfiriacoréia de Huntington; Reações Adversas: Aumento de apetite; Boca seca; Constipação, Ganho de peso; Sedação; Taquicardia; Hipotensão postural; Abaixa o limiar para convulsão (limiar epileptógeno) (pelo efeito anticolinérgico). Antipsicóticos de 2ª Geração/Atípicos/Nova Geração · Têm eficácia semelhante, sendo que causam bem menos SEP e não causam hiperprolactinemia; Apresentam outros efeitos colaterais indesejáveis, em maior ou menor proporção a depender da droga, como ganho de peso, síndromes metabólicas, alterações do ECG, convulsões e leucopenia. · CLOZAPINA (LEPONEX®) => É o antipsicótico atípico de referência e foi o primeiro. “É o mais típico dos atípicos”; Dose inicial: 12,5-25 mg/dia. Dose de manutenção: 300-600mg/dia (aumentar lentamente, há uma tabela-esquema para guiar); Muitas vezes, é necessário internar para iniciar a introdução da clozapina. Precisa-se fazer hemogramas no início e no acompanhamento, especialmente para acompanhar o leucograma (18 meses iniciais – risco de agranulocitose); Indicações: Esquizofrenia Refratária; Discinesia Tardia; Mania Refratária; Mania do Transtorno Esquizoafetivo; Parkinson; Polidipsia; Hiponatremia por AP. PROBLEMAS TRAZIDOS PELOS ANTIPSICÓTICOS 1. Sintomas extrapiramidais (SEP): vulgarmente conhecido como impregnação. Podem ser: A. Distonia Aguda: início do tratamento (depois de dias). Mais com os típicos, em especial as butirofenonas. São contrações musculares involuntárias sustentadas que produzem posturas anormais. Torcicolo (pescoço), protusão da língua, caretas, espasmos dos músculos dos olhos (com reviramento ocular) e opistótono (os últimos dois juntos são chamados de crise oculógira). Tratamento: Biperideno 5mg/IM. B. Acatisia: sensação desagradável, às vezes como angústia, com inquietação e necessidade de se movimentar. Movimento comum: dança das pernas. Depois de dias a semanas do início do tratamento. Beta-bloq e BDZ podem aliviar. Trata reduzindo a dose do AP. C. Parkinsonismo: mais freqüentes. Aparecem depois de algumas semanas. Lentificação motora-acinesia, tremor de extremidades, rigidez muscular-hipertonia plástica-sinal da roda denteada, face sem expressão, salivação, marcha em bloco, postura inclinada. Diminuir ou trocar o AP, colocar por algum tempo Biperideno 2 a 6 mg/dia. D. Discinesia tardia: complicação tardia, depois de muitos anos do início do tratamento. Movimentos de mastigar e chupar, caretas, movimentos coreoatetóides involuntários que pioram com a ansiedade e diminuiem com o sono, acatisia. O único consenso é parar o AP quando for possível. Usar clozapina ou quetiapina é uma boa opção. 2. Síndrome neuroléptica maligna (SNM): raro, idiossincrático e fatal. Febre, distúrbios autonômicos, confusão mental, rigidez muscular e elevação da CPK (lembra uma SEPSE). Começa geralmente nos primeiros 10 dias do início do tratamento. Interromper droga, e dar sintomáticos – bromocriptina 2,5-6 md/dia ou dantrolene EV. COADJUVANTES (CONTRA IMPREGNAÇÃO) · Prometazina (Fenergan®): anti-histamínico H1. Ação anti-alérgica, antiemética e bastante sedativa. Usado junto com AP típicos para evitar a impregnação; ou para combater os SEP, mas neste caso não é a primeira escolha. Pode ser usado VO e IM. Neste último caso, de forma aguda, aproveitando, também, o efeito sedativo. 25-100 mg/dia. · Biperideno (Akineton®): anti-colinérgico. Não tem ação sedativa. Pode ser usado com AP típicos para não impregnar, mas não é a primeira escolha neste caso. Usado mais para combater os SEP, já na impregnação, conforme indicação acima. Ter cuidado neste caso, pois esta classe de remédio causa déficits cognitivos importantes. Pode ser VO ou IM. 2-6 mg/dia. Eletroconvulsoterapia – ECT · Atualmente, é um tratamento seguro e eficaz; Os principais problemas antigos, além da falta de critérios bem estabelecidos para quem devia ou não receber a terapia, eram o desconforto em geral do paciente e as fraturas durante a convulsão. Estes problemas foram eliminados com a utilização de anestésicos e relaxantes musculares eficientes durante a aplicação. · Consiste na indução de convulsões tônico-clônicas generalizadas, com duração de 20 a 150 segundos (para ser considerado eficaz: no mínimo 20 s – observado clinicamente; ou 25 s observado pelo EEG) , por meio da aplicação de uma corrente elétrica pelo cérebro em um paciente anestesiado em bloco cirúrgico, ao mesmo tempo em que os efeitos motores conseqüentes ao procedimento são evitados com um relaxante muscular. · O mecanismo de ação terapêutico exato é, ainda, desconhecido; Estes efeitos benéficos dependem da convulsão cerebral e não do componente motor do tratamento; Age mais rapidamente do que os fármacos, mas, depois de três meses, o prognóstico é semelhante. · Durante as sessões, em geral, não se usa psicofármacos em paralelo, a não ser no final, quando se começa a introduzí-los. · Aplicações: máximo de 6-12 sessões, 2-3 x/semana. A resposta começa, em geral, a aparecer depois de 2-3 aplicações. · A resposta é maior em transtornos do humor (70%) do que na esquizofrenia (17%).