LORENA BLAU TÍTULO: OBTENÇÃO DE PRÓ-FÁRMACO POTENCIALMENTE ANTICHAGÁSICO PARA USO EM SISTEMA ADEPT. 2005. 168p. Data da defesa: 19/08/2005 RESUMO: Há mais de 90 anos após sua descoberta, a doença de chagas continua a representar um dos mais sérios problemas médico-sanitários da América Latina. Estima-se que entre 16 e 18 milhões de pessoas se acham infectadas pelo T. cruzi em 18 países latino-americanos, com cerca de 120 milhões ainda expostos ao risco de infecção, isto é, 25% da população latinoamericana. Apenas dois fármacos são disponíveis para a fase aguda da doença: nifurtimox e benznidazol. No Brasil, apenas o benznidazol é comercializado, devido ao fato das nossas cepas serem resistentes ao nifurtimox. Os compostos nitrofurânicos como o nitrofural e derivados aminoquinolínicos como a primaquina, têm sido testados como fármacos potenciais no tratamento da doença de chagas e sua ação tem sido atribuída à formação de radicais livres, mas são tóxicos quando administrado por via oral, causando graves efeitos adversos. Em adição a este problema, a primaquina é rapidamente absorvida, metabolizada e eliminada. Neste sentido, foi proposta a síntese do pró-fármaco potencialmente antichagásico derivado de nitrofural, a partir dos intermediários cefalosporínicos cefalotina-3’-p-nitrofenil-carbonato protegido e oxidado e cefalotina-3’-iodo protegido, para uso em sistemas ADEPT. Entretanto devido à baixa reatividade do nitrofural não foi possível seu acoplamento aos intermediários cefalosporínicos, então decidiu-se utilizar um outro fármaco potencialmente antichagásico, a primaquina, a qual possui um grupamento amínico livre para realização do acoplamento ao intermediário cefalotina-3’p-nitrofenil-carbonato protegido e oxidado. Esse pró-fármaco cefalosporínico derivado de primaquina será ativado após hidrólise enzimática pelo conjugado anticorpo--lactamase, liberando o fármaco nas células alvo, de modo a aumentar a seletividade e diminuir a toxicidade e metabolização deste. Este pró-fármaco poderá ser utilizado por pacientes chagásicos, passíveis de sofrerem reativação da doença devido a imunodepressão medicamentosa causada por glicocorticóides, após transplante cardíaco.