MILENNY ANDREOTTI E SILVA_529_64637

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MILENNY ANDREOTTI E SILVA
ACOMPANHAMENTO DOS HIPERTENSOS NO PROGRAMA HIPERDIA
Terenos – MS
2011
MILENNY ANDREOTTI E SILVA
ACOMPANHAMENTO DOS HIPERTENSOS NO PROGRAMA HIPERDIA
Projeto
de
Intervenção
apresentado
à
Universidade
Federal de Mato Grosso do Sul,
como requisito para conclusão do
curso de Pós Graduação em nível
de especialização em Atenção
Básica em Saúde da Família.
Orientadora: Profª. Esp. Karine
Cavalcante da Costa
Co-orientadora: Prof. MSc. Silvia
Helena M. de Moraes
Terenos – MS
2011
RESUMO
Este projeto de intervenção tem como tema o acompanhamento dos hipertensos na ESF
Urbano I de Terenos, MS. No Programa Hiperdia, são acompanhados 43% dos hipertensos
cadastrados, porém, é considerado como ideal o acompanhamento de mínimo 60% desses
usuários, trimestralmente. A pouca adesão dos usuários hipertensos da ESF Urbano I no
Programa Hiperdia pode ser devido aos seguintes fatores: pouca informação da equipe sobre a
importância do Programa, falta de interesse sobre a doença pelos usuários, escassez de tempo
para o comparecimento no ESF e pouco interesse da equipe em desenvolver o Programa
adequadamente. O desenvolvimento correto desse programa poderá diminuir o número de
internações dos usuários portadores de hipertensão arterial por doenças cérebro-vasculares, já
que as doenças cardiovasculares constituem a principal causa de morbimortalidade na
população brasileira. O HIPERDIA é um sistema informatizado que permite cadastrar e
acompanhar os portadores de hipertensão arterial, gerando informações para profissionais e
gestores. A Atenção Básica tem como um de seus objetivos realizar o acompanhamento de
hipertensos na ESF, através de aferição de pressão arterial (PA) e orientações de saúde. Na
ESF Urbana I, o acompanhamento dos hipertensos cadastrados no programa é feito através de
livre demanda, antes das palestras e consultas médicas e de enfermagem, onde é realizado
aferição de pressão arterial, medidas de dados antropométricos (peso, altura e cintura) e
orientações sobre promoção da saúde e prevenção de doenças.
Neste
projeto
de
intervenção, as ações realizadas foram o diagnóstico do problema, as reuniões de estudo, a
elaboração de ações e duas intervenções na comunidade, que obteve como resultado um
aumento no número de acompanhamento de hipertensos no programa Hiperdia.
Palavras-chave: Hipertensão Arterial. Estratégia Saúde da Família.
SUMÁRIO
1 JUSTIFICATIVA .............................................................................................................. 04
1.1 CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO E DO ATENDIMENTO DO ESF URBANO
I ......... ................................................................................................................................. 05
2 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA ............................................................................... 07
3 OBJETIVOS ...................................................................................................................... 11
3.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................................... 11
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................................... 11
4 METODOLOGIA.............................................................................................................. 13
5 CRONOGRAMA ............................................................................................................... 15
6 ANÁLISE E DISCUSSÃO .............................................................................................. 16
6.1 DIAGNÓSTICO DO PROBLEMA............................................................................. 16
6.2 REUNIÃO DE ESTUDO ............................................................................................ 16
6.3 ELABORAÇÃO DE AÇÕES ...................................................................................... 17
6.4 INTERVENÇÃO NA COMUNIDADE ...................................................................... 19
6.5 REUNIÃO DE DISCUSSÃO ...................................................................................... 20
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 22
REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 23
4
1 JUSTIFICATIVA
Formei-me como enfermeira no ano de 2005, pela Universidade Federal de Mato
Grosso do Sul (UFMS). Fui aprovada no concurso da Prefeitura de Terenos e a partir de
dezembro de 2006 ingressei na Estratégia Saúde da Família (ESF) Urbano I, no qual sou a
enfermeira e gerente desta unidade de saúde. Atuo ativamente em todos os programas de
saúde, além de ser responsável pela administração do local.
O ESF Urbano I de Terenos atende em média 60 hipertensos mensalmente, através de
consultas médicas e de enfermagem. Temos duas formas de cadastro desses hipertensos no
sistema: a primeira é feita pelo Agente Comunitário de Saúde (ACS) através da ficha A, onde
é alimentado o Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB). Neste sistema, temos no
total 288 hipertensos cadastrados. O outro sistema de cadastramento realizado pela enfermeira
ou técnica de enfermagem, é feito no Programa Hiperdia onde temos cadastrados 214
hipertensos, e esse cadastro é feito com a prescrição médica e os dados de identificação do
usuário.
Para acompanhamento médico e de enfermagem, os usuários cadastrados no Programa
deveriam ser atendidos trimestralmente, onde é feita a troca de receita de medicação, aferição
de pressão arterial e acompanhamento. No Programa Hiperdia, acompanhamos 43% dos
hipertensos cadastrados, porém, considero como ideal o acompanhamento de mínimo 60%
desses usuários, trimestralmente.
O acompanhamento dos usuários hipertensos cadastrados é feito pela equipe de
enfermagem, onde usamos a sala de pré-consulta, que é um local, arejado, com boa
iluminação e exclusivo para esse tipo de atendimento. O local possui os equipamentos
necessários, como esfigmomanômetro, estetoscópio, balança antropométrica e fita métrica.
Não existe agendamento para esse acompanhamento, sendo feito por livre demanda, ou seja,
toda vez que o usuário cadastrado for aferir a pressão arterial, aproveitamos e captamos os
dados possíveis. Logo após colher esses dados, inserimos as informações em uma planilha
específica para esse fim, que contém as informações sobre o nome do usuário, data de
nascimento, dados antropométricos, valor aferido da pressão arterial (PA), medicações usadas
e intercorrências no período.
A pouca adesão dos usuários hipertensos do ESF Urbano 1 no Programa Hiperdia
pode ser devido aos seguintes fatores: pouca informação da equipe sobre a importância do
Programa, falta de interesse sobre a doença pelos usuários, escassez de tempo para o
comparecimento no ESF e pouco interesse da equipe em desenvolver o Programa
5
adequadamente. O desenvolvimento correto desse programa poderá diminuir o número de
internações dos usuários portadores de hipertensão arterial por doenças cérebro-vasculares.
1.1
CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO E DO ATENDIMENTO DO ESF
URBANO I
Na ESF Urbano I, na cidade de Terenos, temos cadastrados 894 famílias, e
aproximadamente 2900 pessoas, sendo 519 crianças de 0 a 14 anos, 2800 pessoas entre 15 e
59 anos e 300 pessoas acima de 60 anos.
Quanto às condições sociais e ambientais da área, 95% do abastecimento de água é
público, 87% da população ingerem a água sem tratamento, 98% residem em casa de tijolo,
94 % do destino do lixo são coletados e 99% das pessoas usam a fossa para o destino dos
dejetos.
A economia é baseada na agricultura, pecuária, indústrias e serviço público municipal.
O comércio é prejudicado com a proximidade com Campo Grande, gerando um grande
número de desempregados.
Um dos maiores problemas de saúde detectados na área, pela nossa equipe de saúde, é
a hipertensão, com 272 hipertensos identificados. A gravidez na adolescência é também um
problema que vem aumentando em nossa área, uma vez que, hoje, temos uma média de 04
adolescentes grávidas.
Em nosso ESF funciona apenas uma equipe, o ESF Urbano I, que é composta de
médico, enfermeira, técnica de enfermagem, dentista, auxiliar de saúde bucal, e oito agentes
comunitários de saúde. Temos nove áreas de abrangência, mas uma área está descoberta por
falta de funcionário. Há uma recepcionista exclusiva para o atendimento dos usuários. O
atendimento realizado pelo médico e pela enfermeira é feito de duas formas, agendamento
prévio e livre demanda. O atendimento odontológico é apenas agendado, no qual se agenda
apenas uma vez na semana.
O agendamento de consultas médica e enfermagem são feito na recepção, pelo
usuário, por ordem de chegada, agendando para o mesmo dia ou para outro dia da semana.
Não existe dia específico para atendimentos clínico dos programas.
As visitas domiciliares são feitas conforme pedido do usuário ou solicitado pelo ACS.
A médica vai juntamente com o ACS e com a técnica de enfermagem, e a enfermeira vai
geralmente sozinha, sem o acompanhamento do ACS.
6
A estrutura física da unidade foi planejada com acessibilidade para os portadores de
necessidades especiais. Possui uma sala para reunião, mas o espaço é pequeno, assim como a
sala da enfermeira que, conforme o projeto original, seria a sala de medicação. Contudo, por
falta de espaço físico está sendo usada para fazer consultas de enfermagem e coleta de
preventivo. A unidade de saúde contém bancos para os usuários aguardarem sentados para
serem atendidos pela equipe.
Uma vez na semana é realizada reunião para os usuários participantes dos Programas
de Saúde, seguindo este calendário: na primeira quinta-feira do mês é feita a atividade para
participantes do Hiperdia; na segunda quinta-feira do mês, é feito a reunião com as gestantes;
na terceira quinta-feira, alternamos entre os programas de tuberculose e hanseníase; e na
última quinta-feira realizamos atividades com o programa da criança. O Programa Saúde da
Mulher é realizado semanalmente, antes da coleta de exame preventivo.
Os principais problemas na dinâmica de trabalho da ESF Urbano I são: a difícil adesão
e compreensão por parte dos pacientes quanto ao funcionamento e a rotina do ESF; falta de
funcionários, tanto ACS como técnico de enfermagem; dificuldade em conseguir automóvel
para as visitas domiciliares; não adesão por parte da população nos Programas de Saúde;
estrutura física deficiente; e falta de interesse de alguns membros da equipe quanto ao
funcionamento dos Programas de Saúde.
7
2 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA
As doenças cardiovasculares constituem a principal causa de morbimortalidade na
população brasileira. Não há uma causa única para essas doenças, mas vários fatores de risco,
que aumentam a probabilidade de sua ocorrência. A hipertensão afeta de 11 a 20% da
população adulta com mais de 20 anos. Cerca de 85% dos pacientes com acidente vascular
encefálico (AVE) e 40% das vítimas de infarto do miocárdio apresentam hipertensão
associada (BRASIL, 2001).
No Brasil, a hipertensão arterial (HA) tem prevalência estimada em cerca de 20% da
população adulta (maior ou igual a 20 anos) e forte relação com 80% dos casos de AVE, e
60% dos casos de doença isquêmica do coração. Constitui, sem dúvida, o principal fator de
risco para as doenças cardiovasculares, cuja principal causa de morte, o AVE, tem como
origem a hipertensão não-controlada. Vários estudos mostram que se reduzirmos a pressão
arterial diastólica média de uma população em cerca de 4 mmHg, em um ano, teremos uma
redução de 35 a 42% de AVE, nessa comunidade (BRASIL, 2001).
O HIPERDIA é um sistema informatizado que permite cadastrar e acompanhar os
portadores de hipertensão arterial e/ou diabetes mellitus (DM), captados e vinculados às
unidades de saúde ou equipes da Atenção Básica do Sistema Único de Saúde - SUS, gerando
informações para profissionais e gestores das secretarias municipais, estaduais e Ministério da
Saúde (BRASIL, 2002).
Este programa foi lançado em março de 2002, cujos principais objetivos são:
possibilitar a Gestão do Cuidado com a vinculação do portador á unidade básica ou equipe de
saúde através do cadastro e atendimento desses portadores de DM e HA; monitorar de forma
contínua a qualidade clínica (outcome) e o controle desses agravos e seus fatores de risco na
população assistida; fornecer informações gerenciais que permitam subsidiar os gestores
públicos para tomada de decisão para a adoção de estratégias de intervenção gerais ou
pontuais, como estimar acesso aos serviços de saúde, planejar demanda para
referenciamentos, estimativa de uso de materiais, necessidade de recursos humanos e
capacitações; fornecer informações que subsidiem a gerência e gestão da Assistência
Farmacêutica; instrumentalizar a Vigilância à Saúde, fornecendo informações que permitem
conhecer o perfil epidemiológico da HA e do DM, seus fatores de risco e suas complicações
na população; possibilitar o Controle Social através de informações que permitem analisar
acesso, cobertura e qualidade da atenção. (BRASIL, 2002).
8
A gestão municipal deverá executar as ações básicas de prevenção de atenção integral
a HA e DM além de alimentar e manter o cadastro e atendimento dos pacientes no sistema
SISHiperdia (BRASIL, 2002).
A Atenção Básica tem como um de seus objetivos realizar acompanhamento de
hipertensos na ESF, através de aferição de pressão arterial (PA) e orientações de saúde.
Conforme Freitas e Rabetti 2011, a assistência aos hipertensos não é de exclusividade da
Atenção Primária em Saúde (APS), mas as melhores oportunidades de atuação acontecem no
nível primário da atenção, sendo também um agravo caracterizado pela necessidade do
cuidado longitudinal, característico da APS. Através desse acompanhamento, busca-se
diminuir os riscos de morbi-mortalidade por doenças cérebro-vasculares, aumentar o
acompanhamento dos cadastrados no Programa Hiperdia, estimular a manter um estilo de vida
saudável e diminuir os casos de obesidade.
A Saúde da Família é entendida como uma estratégia de reorientação do modelo
assistencial, operacionalizada mediante a implantação de equipes multiprofissionais em
unidades básicas de saúde. Estas equipes são responsáveis pelo acompanhamento de um
número definido de famílias, localizadas em uma área geográfica delimitada. As equipes
atuam com ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e
agravos mais freqüentes, e na manutenção da saúde desta comunidade. A responsabilidade
pelo acompanhamento das famílias coloca para as equipes saúde da família a necessidade de
ultrapassar os limites classicamente definidos para a atenção básica no Brasil, especialmente
no contexto do SUS (BRASIL, 2011)
A ESF é um projeto dinamizador do SUS, condicionada pela evolução histórica e
organização do sistema de saúde no Brasil. A velocidade de expansão da Saúde da Família
comprova a adesão de gestores estaduais e municipais aos seus princípios. Iniciado em 1994,
como Programa Saúde da Família (PSF), apresentou um crescimento expressivo nos últimos
anos. A consolidação dessa estratégia precisa, entretanto, ser sustentada por um processo que
permita a real substituição da rede básica de serviços tradicionais no âmbito dos municípios e
pela capacidade de produção de resultados positivos nos indicadores de saúde e de qualidade
de vida da população assistida (BRASIL, 2011).
O trabalho de equipes da Saúde da Família é o elemento-chave para a busca
permanente de comunicação e troca de experiências e conhecimentos entre os integrantes da
equipe e desses com o saber popular do ACS. As equipes são compostas, no mínimo, por um
médico de família, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e 6 agentes comunitários de
9
saúde. Quando ampliada, conta ainda com: um dentista, um auxiliar de consultório dentário e
um técnico em saúde bucal (BRASIL, 2011).
Cada equipe se responsabiliza pelo acompanhamento de, no máximo, 4 mil habitantes,
sendo a média recomendada de 3 mil habitantes de uma determinada área, e estas passam a ter
co-responsabilidade no cuidado à saúde. A atuação das equipes ocorre principalmente nas
unidades básicas de saúde, nas residências e na mobilização da comunidade, caracterizandose: como porta de entrada de um sistema hierarquizado e regionalizado de saúde; por ter
território definido, com uma população delimitada, sob a sua responsabilidade; por intervir
sobre os fatores de risco aos quais a comunidade está exposta; por prestar assistência integral,
permanente e de qualidade; por realizar atividades de educação e promoção da saúde. E,
ainda: por estabelecer vínculos de compromisso e de co-responsabilidade com a população;
por estimular a organização das comunidades para exercer o controle social das ações e
serviços de saúde; por utilizar sistemas de informação para o monitoramento e a tomada de
decisões; por atuar de forma intersetorial, por meio de parcerias estabelecidas com diferentes
segmentos sociais e institucionais, de forma a intervir em situações que transcendem a
especificidade do setor saúde e que têm efeitos determinantes sobre as condições de vida e
saúde dos indivíduos-famílias-comunidade (BRASIL, 2011).
Uma das estratégias importantes, e eficaz, no atendimento aos usuários na Atenção
Básica é a elaboração de Projeto Terapêutico Singular (PTS), que é um conjunto de propostas
de condutas terapêuticas articuladas, para um sujeito individual ou coletivo, resultado da
discussão coletiva de uma equipe interdisciplinar, com apoio matricial se necessário. É uma
reunião de toda a equipe em que todas as opiniões são importantes para ajudar a entender o
Sujeito com alguma demanda de cuidado em saúde e, conseqüentemente, para definição de
propostas de ações. O projeto busca a singularidade (a diferença) como elemento central de
articulação, lembrando que os diagnósticos tendem a igualar os sujeitos e minimizar as
diferenças: hipertensos, diabéticos, etc. (BRASIL, 2007).
É de responsabilidade da esfera municipal definir e implantar o modelo de atenção
básica em seu território, contratualizar o trabalho em atenção básica, manter a rede de
unidades básicas de saúde em funcionamento (gestão e gerência), co-financiar as ações de
atenção básica, alimentar os sistemas de informação, avaliar o desempenho das equipes de
atenção básica sob sua supervisão (BRASIL, 2011).
Na ESF Urbana I o acompanhamento dos hipertensos cadastrados no programa é feito
através de livre demanda, antes das palestras e consultas médicas e de enfermagem, onde a
enfermeira ou técnica de enfermagem realiza aferição de pressão arterial, medidas de dados
10
antropométricos (peso, altura e cintura) e faz orientações sobre promoção da saúde e
prevenção de doenças. Este acompanhamento é feito em local apropriado, sala arejada, bem
iluminada e ventilada, seguindo um protocolo de atendimento em que os dados do
acompanhamento são preenchidos e enviados para alimentar o sistema mensalmente. Os
dados colhidos são anotados na carteira de acompanhamento do usuário. O não
acompanhamento dos usuários pode prejudicar o vínculo entre a equipe e o usuário e
aumentar o número de portadores de doenças crônicas, assim como maiores índices de
hospitalização e óbito por doenças cérebro-vasculares. Segundo Helena et.al (2010), a adesão
ao tratamento reflete como as pessoas compreendem e assumem o cuidado com sua saúde e
nos processos interativos entre pessoas que necessitam de cuidado e o serviço de saúde que
deve prestá-lo.
11
3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
Aumentar o acompanhamento de hipertensos cadastrados no Hiperdia em 60%, da
ESF Urbano I, do município de Terenos.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Identificar com os usuários os problemas e dificuldades para a adesão no Programa
Hiperdia;

Identificar com os profissionais da equipe (médico, enfermeira, técnica de
enfermagem, odontóloga e ACS) os problemas que envolvam o acompanhamento;

Implantar as ações discutidas, visando um melhor acompanhamento.
12
4 METODOLOGIA
Foi elaborado um projeto de intervenção com o apoio da equipe da ESF Urbano I de
Terenos, cujo principal objetivo é o de aumentar o número de acompanhamento dos pacientes
inscritos no Programa Hiperdia.
Apresentamos, a seguir, um quadro com as ações planejadas neste projeto:
AÇÃO
Diagnóstico
RESPONSÁVEL
Enfermeira
do problema
COMO FAZER
Reunir
QUANDO
RECURSO
FAZER
NECESSÁRIO
Janeiro
Planilhas
AVALIAÇÃO
de Mensal
informações
atendimento
pertinentes ao
disponível na
número
ESF
de
atendimento
de hipertensos
no
ano
de
2010
pela
enfermeira
e
médico
da
unidade
Reunião de Enfermeira
Agendar
estudo
período
Elaboração
de ações
Equipe
um Semanalmente
Manual
do Semanalmente
Ministério da
durante
a
semana
para
materiais
ser discutidos
retirados
temas sobre a
através
de
hipertensão
pesquisa
na
arterial
internet
Discutir
Saúde
Semanalmente
Protocolos
melhor forma , durante as (PTS)
de
reuniões
atendimento
para
elaborado
pela equipe
os
e
Semanalmente
13
hipertensos,
elaborando
protocolos de
atendimento
pela
equipe
(PTS)
Identificação
Equipe
dos
Elaborar
um Mensalmente,
instrumento de durante
Instrumento
Mensalmente,
as de avaliação após o aumento
problemas e
investigação e visitas
elaborado
no número de
dificuldades
avaliação que domiciliares
pela equipe
acompanha-
para adesão
deverá
ser
no hiperdia
entregue
ao
mento
hipertenso na
visita
domiciliar de
todos
os
membros
da
equipe,
tentando
buscar
os
motivos
do
não
comparecimen
to
desses
usuários
Intervenção
Equipe
Roda
de Mensalmente,
na
conversa sobre durante
comunidade
hipertensão
reuniões
arterial
programadas
Material
as elaborado
pela equipe
Instrumento
elaborado pela
equipe,
e
aumento
no
número
de
usuários durante
as atividades
Reunião de Equipe
Roda
de Mensalmente
discussão
conversa entre
Recursos
Aumento
no
humanos
número
de
os
acompanha-
profissionais
mento
14
buscando
solução
de
problemas que
resolvam
o
acompanhame
nto
A primeira ação a ser realizada deverá ser o diagnóstico do problema, através das
informações obtidas no Programa Hiperdia e no número de consultas realizadas pela
enfermeira e médico da unidade de saúde. A avaliação desta ação deverá ser mensal, onde
será feito um levantamento, buscando um aumento no número de consultas e atendimentos
dos hipertensos no ESF.
As reuniões de estudo deverão acontecer, preferencialmente, uma vez por semana,
com todos os membros da equipe, para que os mesmos possam se apropriar de conhecimentos
teóricos sobre a hipertensão e as estratégias de prevenção e assistência, bem como
compartilhar experiências sobre o tema. Ficará sob a responsabilidade da equipe de
enfermagem a promoção dessas reuniões. A avaliação será discutida na semana posterior à
reunião, onde cada membro da equipe deverá colaborar com sugestões e críticas, através de
rodas de conversas, buscando um melhor desempenho nas reuniões.
Além das reuniões de estudo, a equipe de saúde deverá se reunir periodicamente para
discutir os resultados das ações a serem propostas e propor outras novas ações, considerando a
demanda dos usuários hipertensos atendidos pela mesma e a baixa adesão desses usuários no
Programa Hiperdia. A avaliação desta ação deverá ser feita juntamente com a reunião de
estudo.
A partir das reuniões de estudo, a equipe de saúde deverá elaborar ações que
propiciem um acompanhamento mais sistematizado dos usuários hipertensos cadastrados.
Podemos considerar essa ação como uma estratégia importante neste projeto, uma vez que, é a
partir das ações elaboradas que a rotina de trabalho da equipe de saúde deverá ser
reorganizada. Esta ação, no projeto, será avaliada de forma sistematizada onde serão
escolhidos usuários que geralmente apresentam riscos maiores de desenvolver agravos à sua
saúde, e discutidos melhores formas de atendimento a esse usuário, através do projeto
terapêutico singular.
15
A intervenção na comunidade será outra ação importante a ser realizada, pois tem
como objetivo entender a reduzida participação dos usuários hipertensos cadastrados, uma vez
que os mesmos poderão compartilhar suas opiniões e sentimentos em relação ao Programa.
Esta ação será avaliada pelo número de usuários hipertensos participantes. Estima-se uma
participação de 60 % desses usuários.
Procurando ainda levantar as dificuldades e problemas para adesão ao Programa
Hiperdia, será elaborado, pela equipe de saúde, um instrumento de investigação e avaliação, a
ser respondido pelo usuário hipertenso. A análise dos resultados deste instrumento será
importante para que a equipe possa repensar suas ações quanto ao atendimento ao Programa.
5 CRONOGRAMA
Atividade
Jan
Diagnóstico
Fev
Mar
Abr
Mai
X
X
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
do X
Problema
Revisão de literatura
X
Elaboração do Projeto
Intervenção
na
X
comunidade
Análise de dados
Interpretação
X
dos
X
Dados
Elaboração
do
X
Relatório
Entrega do relatório
X
16
6 ANÁLISE E DISCUSSÃO
Devido às constantes mudanças no ambiente de trabalho (no mês de março deste ano,
trabalhei na UBS DR. Samuel Chaia Jacob, onde exerci a função de enfermeira no setor de
urgência e emergência; nos meses de abril, maio e início de junho retornei para o ESF Urbano
I; no mês de junho fui transferida para o ESF Rural I), algumas ações planejadas neste projeto
de intervenção foram prejudicadas em sua execução.
A seguir serão discutidas as ações que foram possíveis de serem realizadas no projeto.
6.1 DIAGNÓSTICO DO PROBLEMA
No mês de janeiro foi realizado o diagnóstico do problema pela enfermeira, através
das informações obtidas no Programa Hiperdia e no número de consultas realizadas pela
enfermeira e médico desta unidade de saúde no ano de 2010, sendo diagnosticado um baixo
acompanhamento dos hipertensos no Programa.
Este diagnóstico foi elaborado facilmente, pois havia, em arquivo da unidade de saúde,
os materiais necessários para essa pesquisa, como as planilhas de atendimento médico, de
enfermagem e do Programa Hiperdia. A elaboração deste diagnóstico ficou sob a
responsabilidade da enfermeira.
17
Seria importante a realização continua deste diagnóstico, pois através dele a equipe
poderá buscar uma solução ou minimização do problema, além de contribuir para a solução de
outras causas.
6.2 REUNIÃO DE ESTUDO
No mês de fevereiro de 2011, foram realizadas reuniões de estudo em que
participaram o médico, a odontóloga, a técnica de enfermagem, os ACS e eu, como
enfermeira da equipe, com o propósito de aprimorar os conhecimentos sobre a hipertensão
arterial, e também realizar a educação permanente da equipe. Esse estudo foi feito com o
auxílio do manual do Ministério da Saúde (BRASIL, 2001) e também algumas bibliografias
disponíveis na internet.
Foram feitas quatro reuniões, uma vez na semana cada uma, com duração de duas
horas, onde foram discutidos assuntos diversos sobre a doença, como prevenção de
complicações cardiovasculares e manutenção de níveis pressóricos. Todos os participantes da
equipe, citados acima, participaram de todas as reuniões, que eram dirigidas pela enfermeira.
Apesar da participação de todos, a cada reunião foi possível perceber um desinteresse
de alguns membros sobre o assunto debatido. Após a quarta reunião, nenhuma outra foi
agendada, pois parece que esta equipe de saúde não está acostumada a ser reunir para estudar
determinados temas, uma vez que o tempo de trabalho é mais focado em ações e não em
reflexões.
Segundo Backes et. al (2008),
a formação contínua contribui sobremaneira, visto ser um processo que remete
primeiramente a uma revisitação interna de valores, com posterior reflexo no nível
profissional. Leva em consideração o saber adquirido pelo profissional nas
experiências de trabalho, cuja valorização permite apontar com maior propriedade a
realidade desse serviço, a expressão de suas necessidades e problemas, estimulando
no processo de formação/educação contínua, a troca mútua de experiências, a
criação de novo saber e nova prática, a partir da crítica e instrumentalização gerada
pela vivência. (p.864)
Deste modo, é preciso que a equipe de saúde do ESF Urbano I de Terenos, elabore
uma rotina de educação permanente, objetivando troca de experiências e buscando um melhor
aproveitamento e aperfeiçoamento profissional.
18
6.3 ELABORAÇÃO DE AÇÕES
No mês de março foi feita a elaboração de ações para um acompanhamento mais
sistematizado dos usuários cadastrados. Foi discutida, com a equipe, exceto a enfermeira, a
forma do atendimento a esses usuários, elaboradas datas para atendimentos e protocolo de
atendimento pela equipe. Em primeiro lugar, foi falado sobre o acolhimento desses usuários,
devendo ser realizado por toda a equipe de saúde em toda relação entre profissional de saúde
– pessoa em cuidados.
Ficou decidido que a assistência de enfermagem deveria ser realizada da seguinte
forma: estar voltada à prevenção de complicações cardiovasculares, manutenção de níveis
pressóricos normais, avaliar e controlar os fatores de risco para complicações. A unidade de
saúde iria oferecer agendamento prévio para os atendimentos individuais ou em grupo, para
monitoramento das condições de saúde, segundo Projeto Terapêutico Individual e coletivo.
A primeira consulta de enfermagem para o paciente hipertenso deveria ser feita pela
enfermeira, seguindo o seguinte protocolo de atendimento, elaborado pela equipe.
- Histórico de enfermagem.
a. Identificação do cliente (Nome, idade, sexo, estado civil, condições de moradia,
lazer, religião)
b. Antecedentes familiares e pessoais (agravos à saúde)
c. Medicações em uso
d. Hábitos alimentares
e. Hábitos de vida (tabagismo, alcoolismo, drogadição, sono e repouso, higiene e
eliminações
f. Queixas atuais
g. Percepção do cliente frente a patologia
h. Exame físico:
- Dados antropométricos
- PA sentado e deitado
- Pulso radial e carotídeo
- Rubor facial
- Alterações de visão
- Ingurgitamento jugular e tireóideo
19
- Pele (integridade, turgor, coloração e manchas)
- Tórax (ausculta cardiopulmonar)
- Abdome
- MMSS e MMII (edema, pulso pedioso e lesões)
i. Levantamento de problemas/diagnósticos de enfermagem
j. Prescrição de enfermagem
l. Fornecer a medicação em uso, se necessário
Além deste protocolo, ficou acertado pela equipe as seguintes ações no atendimento ao
usuário hipertenso:
a consulta
deveria ser realizada em um ambiente tranqüilo, para
estabelecer uma relação de vínculo, respeitando a privacidade do usuário. A enfermeira
deverá registrar todos os dados no prontuário e na caderneta de acompanhamento do
hipertenso, que seria entregue para o usuário, informando-o para trazê-la sempre que for
realizar o acompanhamento. Seria verificado se o paciente mantém dieta prescrita pelo
médico, estimulando a execução de atividades física, que tenham sido liberadas pelo mesmo.
Os usuários seriam informados sobre os recursos disponíveis da comunidade, a fim de
melhorar a qualidade de vida (aulas, grupos interativos). Seriam agendados grupos para
orientação e discussão da patologia com a equipe.
Nas consultas subseqüentes a técnica de enfermagem ouviria o relato do paciente
(queixas e dúvidas), assim como executaria prescrições médicas e de enfermagem, conforme
projeto terapêutico estabelecido pela equipe de saúde.
A elaboração de ações foi discutida por todos da equipe, exceto a enfermeira e
realizada satisfatoriamente. Para elaboração do protocolo foi necessário apenas uma reunião
sendo de consenso de todos os membros. Infelizmente, este protocolo ainda não foi colocado
em ação, pois a enfermeira mudou de ESF e a equipe não levou adiante o plano de ação. O
preenchimento correto desse protocolo poderia ajudar na elaboração de ações para o projeto
terapêutico singular.
6.4 INTERVENÇÃO NA COMUNIDADE
Nos meses de abril e maio, foi realizada a intervenção na comunidade da seguinte
forma: dos dias 04 a 06 de abril de 2011, foi realizado a divulgação do projeto através das
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visitas domiciliares realizadas por toda a equipe, durante as consultas médica e de
enfermagem e durante as conversas informais entre a equipe e os usuários.
No dia 07 de abril houve a primeira atividade de intervenção na comunidade.
Participaram desta atividade a enfermeira, a técnica de enfermagem, o médico, e os ACS.
Foram convidados 100 (cem) portadores de hipertensão arterial que receberam um convite
individual. Porém, compareceram nesta atividade 20 portadores. Foi realizada a medição de
pressão arterial, peso, altura e medição da circunferência abdominal, além de roda de
conversa sobre a patologia, dando ênfase na opinião dos usuários. Esta atividade durou
aproximadamente uma hora e já foi agendada a próxima reunião para o dia 05 de maio de
2011. A avaliação foi feita através de um instrumento elaborado pela equipe, o qual cada
participante deveria responder sobre o que acharam da atividade, dando opções com ótimo,
bom, regular e ruim e solicitação de sugestões para a próxima atividade.
Nos dias 02 a 04 de maio de 2011, houve uma nova divulgação do projeto, com os
mesmos parâmetros do mês anterior. Também foi convidada uma média de 100 hipertensos.
No dia 06 de maio, compareceram na reunião 30 pessoas cadastradas no programa Hiperdia,
onde houve uma nova roda de conversa entre a equipe e os usuários, em que foram discutidos
vários fatores relacionados à hipertensão arterial e como melhorar nos níveis pressóricos.
Também foi discutido o porquê da baixa participação no programa pelos usuários.
Os Agentes Comunitários de Saúde ficaram responsáveis em entregar o convite para
os hipertensos participarem dessas ações. Este convite impresso, feito pela enfermeira, foi
entregue durante as visitas domiciliares, onde cada convidado deveria assinar um
comprovante de recebimento desse convite, além de receberem informações sobre a
importância da participação nessa atividade. Não houve nenhuma dificuldade na entrega
desses convites.
Nas duas intervenções estiveram presentes a enfermeira, a técnica de enfermagem, o
médico e os ACS, sendo muito vantajosa a ação, pois foi possível notar um grande interesse
dos hipertensos no tema, sendo que os mesmos se mostraram satisfeitos com a proposta
apresentada pela equipe, quanto à continuidade dessas atividades e na criação de grupos de
atividades física, sempre se mostrando dispostos a participar, além de aumentar o vínculo
entre a equipe de saúde e o usuário.
A meta de acompanhar 60% dos hipertensos não foi alcançada possivelmente devido à
falta de tempo disponível para comparecer a unidade de saúde, já que a maioria dos
hipertensos está trabalhando no horário comercial. Então seria importante estipular horários
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acessíveis como no período noturno ou até mesmo nos finais de semana, para assim conseguir
atingir o objetivo.
6.5 REUNIÃO DE DISCUSSÃO
No dia 02 de junho, houve a reunião de discussão entre os membros da equipe, onde
foi realizada uma roda de conversa com os profissionais, buscando solução de problemas que
resolvam o acompanhamento. Essa reunião foi proveitosa, pois esclarecemos dúvidas
relacionadas ao atendimento e dividimos o trabalho entre a equipe, buscando sempre o melhor
atendimento ao usuário. Essa divisão foi feita com base nas atividades realizadas futuramente,
onde cada profissional deveria elaborar um tema para as atividades e planejar a ação.
Porém, na semana seguinte, a enfermeira foi transferida de ESF e essas ações não
foram realizadas, pois a enfermeira que assumiu a unidade de saúde é temporária e não houve
tempo para se interessar pelo projeto, não dando continuidade às ações.
Seria importante que essas reuniões continuassem, tendo em vista que os próprios
profissionais da equipe podem se reorganizar e montar uma nova estratégia de ação, não
deixando os hipertensos e mesmo a própria equipe perder o vínculo com a unidade de saúde
Torna-se importante destacar que a ação de “identificação dos problemas”, que seria a
elaboração de um instrumento de avaliação que deveria ser entregue aos hipertensos durante
as visitas domiciliares, buscando as causas do não comparecimento desses usuários ao ESF
para acompanhamento da pressão arterial e atividades realizadas pela unidade de saúde, não
foi possível de ser realizada, pois não houve tempo para elaborar esse instrumento, devido à
saída da enfermeira da equipe. Essa ação planejada serve como base na elaboração de novas
estratégias de acompanhamento desses hipertensos, devendo ser realizada futuramente.
Apesar de não conseguir atingir a meta do projeto de acompanhar 60% dos hipertensos
cadastrados no Programa Hiperdia, considero que tivemos um ótimo resultado, pois o
diagnóstico do problema foi realizado de forma sucinta, onde pudemos notar um aumento no
número de acompanhamento nos meses após as atividades, pois nas duas reuniões realizadas
com os usuários, houve um aumento significativo na participação dos usuários nas atividades.
As reuniões de estudo também obtiveram êxito, onde foi possível observar um maior
comprometimento dos membros da equipe, com os cuidados aos usuários e com a
implantação do projeto terapêutico singular, além da elaboração de ações, onde foram muito
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participativos, apesar de ainda não ser usado o protocolo de atendimento do hipertenso. As
intervenções na comunidade também colaboraram para melhorar o resultado no projeto, pois
na primeira atividade de intervenção participaram 20 hipertensos no total de 100 convidados e
na segunda atividade tivemos um aumento de 10% na participação, ou seja 30% de usuários
convidados. Podemos considerar isso como um maior interesse não só dos usuários, como da
equipe, que se forem estimulados e empenhados no trabalho, com certeza alcançará seus
objetivos.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Devido à hipertensão arterial ser considerada como a principal causa de
morbimortalidade brasileira, afetando de 11 a 20% da população adulta com mais de 20 anos,
foi elaborado um projeto de intervenção na ESF Urbano I, do município de Terenos, com a
finalidade de realizar o acompanhamento sistematizado dos hipertensos cadastrados no
Hiperdia, objetivando aumentar o índice de acompanhamento de uma média de 43% de
acompanhamento para 60% trimestralmente.
Com isso, buscamos identificar, com os usuários, os problemas e dificuldades para a
adesão no Programa Hiperdia. Buscamos também identificar com os profissionais da equipe
os problemas que envolvem o acompanhamento e implantar as ações discutidas, visando um
melhor acompanhamento e conseqüentemente diminuir o índice de internação de hipertensos
em hospitais por doenças cérebro-vasculares.
As atividades realizadas como o diagnóstico do problema, as reuniões de estudo, a
elaboração de ações e duas intervenções na comunidade foram feitas de forma satisfatória,
pois foi possível observar um comprometimento dos usuários e dos membros da equipe. As
dificuldades encontradas para terminar esse projeto foram, principalmente, devido às trocas de
local de trabalho da enfermeira, onde não foi possível dar continuidade até o final, assim
como falta de comprometimento da equipe, na finalização do trabalho, pois além da falta de
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estímulo e grande quantidade de atendimento clínico, os profissionais de saúde ainda estão
focados no atendimento curativo e não preventivo.
Apesar dessas dificuldades, se a equipe for estimulada, e continuar com o projeto de
intervenção, com certeza irá alcançar seus objetivos.
REFERÊNCIAS
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24
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