ADESÃO AO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO EM PACIENTES HIPERTENSOS. VANESSA PAULA LANJONI; FABRICIA TISSEI MOSSO; FRANCIELLI CANGUSSU DE LIMA VOLPI1; LÍGIA MARIA LINGIARDI VALENTE1; SUELLEN SEFRIAN TURCATO1; SUELENE BERNARDES DO PRADO FERREIRA1; JOANA ERCILIA AGUIAR2. RESUMO INTRODUÇÃO: A hipertensão é uma doença crônica, multifatorial, de detecção quase sempre tardia, devido o seu curso assintomático e prolongado, apresentando uma prevalência elevada, considerando-se fator principal de risco a morbi- mortalidade cardiovascular. A Hipertensão por sua vez vem atingindo com intensidade pessoas com idade superior a 35 anos (BRANDÃO, 2003). Nas últimas décadas, doenças não-transmissíveis, como é o caso da hipertensão arterial, tem apresentado grande crescimento, sendo responsáveis pelo grande número de óbitos no Brasil e no mundo. Transformações que ocorreram desde a metade do século XX até a atualidade, no campo econômico, político, social, cultural e tecnológico, deram a sociedade e a populações novas características e perfis epidemiológicos, transformações que influenciariam o crescimento demográfico, nas taxas de natalidade e mortalidade, bem como nas descobertas de tratamento para inúmeras doenças. As modificações de alimentação, de hábitos e costumes, o aumento do sedentarismo, vêm trazendo morbidade e mortalidade por problemas crônicos de saúde, denominados “doenças crônicas não-transmissiveis” (LESSA, 1994). A hipertensão arterial, o principal fator de risco modificável para a doença coronariana, doenças cerebrovasculares e insuficiência cardíaca congestiva, entre outras doenças do aparelho circulatório. O tratamento adequado desta reduz significativamente a mortalidade e a morbidade cardiovascular, e dessa forma, o conhecimento da distribuição da hipertensão arterial na população e a identificação de grupos vulneráveis são de grande interesse em saúde pública (LIMA-COSTA e col., 2004). Segundo Moreira e Araújo (2004) a não-adesão ao tratamento medicamentoso nos casos de hipertensão é um problema de magnitude amplamente reconhecida pelos pesquisadores no cenário nacional e internacional, existindo, no entanto, lacunas no conhecimento de tecnologias de cuidado que favoreçam o alcance/melhoria da adesão. O tratamento, tanto farmacológico quanto não-farmacologico, tem como objetivo prevenir a morbidade e a mortalidade e, como objetivo, a redução lenta e progressiva da pressão arterial para aliviar os sintomas e diminuir as complicações (SIMONETTI, BATISTA E CARVALHO, 2002). A falta de adesão ao tratamento medicamentos tem significado um dos maiores problemas quanto o controle da hipertensão arterial, ocorrendo segundo Simonetti, Batista e Carvalho (2002), em até 40% dos pacientes hipertensos, por diferentes razões. Assim, diminuir esta proporção corresponde a um dos maiores desafios no tratamento do hipertenso, uma vez que, para aumentar a adesão condutas devem ser modificadas, tanto do paciente como de seus familiares. As orientações sobre a doença requerem as obediências a muitas regras, nem sempre cumpridas. OBJETIVO: Apresentar as causas da não adesão de pacientes hipertensos ao tratamento medicamentoso, visando compreender os motivos deste comportamento. MATERIAL E MÉTODO: A pesquisa contou com revisões bibliográficas, um questionário com questões fechadas, este contendo dados gerais do paciente hipertenso e sua adesão ao tratamento medicamentoso e compreensão da doença. Obteve-se a participação de 45 pacientes de uma Unidade Básica de Saúde (local). RESULTADOS: Através da pesquisa registrou-se dentre os entrevistados, que 51,1% eram do sexo masculino, enquanto 48,9% foram mulheres. Em relação a faixa etária de idade, 13,3% tinha de maior freqüência entre 30-40 anos, 11,1% de 41-50 anos, 28,9% de 51-60 anos, 4,4% de 61-70 anos, 17,8% de 71-80 anos e 2,2% apresentavam mais de 81 anos. Os resultados demonstram que 48,9% eram casados, 11,1% solteiros, 13,3% viúvos, 6,7% separados e 6,7% mantinham outros tipos de relacionamento. No quesito escolaridade 28,9% possuíam o Ensino Fundamental incompleto, 20% o Ensino Médio Incompleto, 4,4% o Ensino Superior incompleto, 6,7% o Ensino Fundamental completo, 4,4% Ensino Médio completo, 0% Ensino Superior completo e 33,3% eram analfabetos. Quanto o tipo de profissão dos, viu-se que 11,1% são do lar, em geral as mulheres. Trabalhadores rurais foram registrados 13,3%, do comércio 13,3%, aposentados 46,7% e outros eram 11,1%. Quanto à freqüência de aferição da pressão arterial, observou que 77,8% mesmo hipertensos declarados, apenas aferem a pressão de vez em quando, enquanto 11,1% uma vez por semana e 11,1% duas vezes por semana. Registrou-se também que 100% doa participantes não fazem o uso correto dos medicamento, sendo esse um dado extremamente relevante, destes também foi constatado 77,8%, em sua maioria não realizam exames e consultas periódicas. Quanto ao funcionamento dos medicamentos 93,3% não conhecem. Os motivos de não utilizarem corretamente os medicamentos foram identificados como sendo, 24,4% por esquecimento, 24,4% por não gostarem dos efeitos, 37,9% por não gostarem de fazer o uso dos mesmos, 2,2% por falta de dinheiro, 8,9% por alegarem não encontrar o medicamento no SUS e 2,2% por não entender a prescrição. Os entrevistados, quanto o conhecimento da crise hipertensiva foi relatado que 55,5% sabem identificar uma crise, enquanto 44,4% não sabem revelando uma mínima diferença. Dentre ele foram 100% não participam de nenhum grupo de hipertensos ???? é o grupo do PSF??? Identificar na metodologia.... Quanto às campanhas 93,3% disseram que as consideram importantes. CONCLUSÃO: A pesquisa evidenciou a não aderência ao tratamento medicamentoso, a falta de informação quanto as benefícios da mesma por parte dos profissionais da área da saúde, principalmente os ligados em saúde publica, o qual tem o dever de promover promoção e prevenção para os indivíduos hipertensos entre outros. Logo se observa a carência em projetos preventivos que visem orientar essa população quanto a importância deste tratamento, sendo que os benefícios serão obtidos no geral, como nas pacientes, no social, no econômico e no político. Como profissionais enfermeiros temos a responsabilidade de pensar na promoção a saúde em sua amplitude. Palavra chave: Perfil; hipertensos; adesão; tratamento medicamentoso