1 A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DE IATROGENIAS CAUSADAS POR PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA THE ROLE OF THE NURSE IN PREVENTION OF IATROGENESIS CAUSED BY CARDIORESPIRATORY ARREST IN INTENSIVE CARE UNIT Mosabelle Rodrigues Brasileiro Monteiro Enfermeira formada pela UNIPANC – União Educacional do Planalto Central RESUMO Essa tese tem como objetivo descrever a atuação da enfermagem na prevenção dos casos de iatrogenia em uma Unidade de Terapia Intensiva – UTI voltados para as causas pós RCP, identificando e propondo medidas preventivas ao evento iatrogênico, possibilitando a melhora na qualidade de vida e segurança dos clientes /pacientes que ao hospital, especificamente nas UTI, visando o restabelecimento de sua saúde. Este artigo trata-se de uma revisão de abordagem narrativa e tem a finalidade de identificar por meio da literatura artigos científicos que tratam sobre as iatrogenias decorrentes da Parada Cardiopulmonar - PCR. Diante de fatores associados pelas taxas elevadas de complicações na UTI se fez necessário abordar a PCR, e a Ressuscitação Cardiopulmonar - RCP, o que é iatrogênica, UTI, e a atuação da equipe do enfermeiro prevenção das iatrogenias. PALAVRAS-CHAVE: Iatrogenia. Parada cardiorrespiratória. Unidade de terapia intensiva. ABSTRACT This thesis aims to describe the nursing interventions for the prevention of iatrogenic cases in a Intensive Care Unit - ICU after facing the causes RCP, identifying and proposing preventive measures to iatrogenesis event, enabling improved quality of life and safety clients / patients coming to the hospital, specifically in the ICU, aiming to restore their health. This article comes up a review of narrative approach and aims to identify through literature research papers that deal with iatrogenic complications arising from Cardiopulmonary Resuscitation - PCR. Faced with associated factors among high rates of complications in the ICU was necessary to address the PCR, and Cardiopulmonary Resuscitation - CPR, which is iatrogenic, ICU, and the role of the nurse preventing iatrogenic team. KEY-WORDS: Iatrogenesis. Cardiopulmonary arrest. Intensive care unit. 2 1 INTRODUÇÃO Esse assunto é justificável sua defesa pela necessidade de sensibilizar a equipe administrativa dos hospitais e os enfermeiros sobre a necessidade da realização de capacitações de forma permanente nesses setores para alcançarem à redução dos índices de iatrogenias nas UTIs, buscando a garantia de um melhor atendimento e consequentemente a redução de danos nesses casos que muitas vezes podem levar a morte do paciente. A proposta desse estudo é contribuir para a identificação e sistematização de conhecimentos sobre o processo decisório do enfermeiro na PCR prevenindo iatrogenias em UTI, de forma a serem estes aprimorados pela equipe de enfermagem e seus gerentes, resultando numa assistência que busque a vida e a qualidade desta para o cliente, após tal ocorrência1. Na atualidade quando se direciona um estudo para a área da saúde, é perceptível a complexidade dos procedimentos médicos e de enfermagem aplicados para o tratamento de clientes/pacientes seja em Unidade de Terapia Intensiva – UTI ou não, porém o que se é notório é a importância da execução destes de modo seguro como pautados nos princípios científicos, pois todos os procedimentos seja ele complexo ou não precisa advim de princípios. 1 Por outro lado sabe-se que a falta de valor direcionado aos fatores e aos requisitos de segurança se não forem reavaliados a cada momento podem levar à ocorrência de erros que podem advim do absenteísmo, pois a iatrogenia esta diretamente ligada ao absenteísmo2. Assim, considerando todo esse direcionamento, esta tese está envolta de possibilidades que serão traçados para um melhor entendimento do fluxo de informações acerca da iatrogênia, ou seja, de um estado de doença, complicações ou efeitos adversos ocasionados por um tratamento equivocado dentro de uma UTI 2 Para que este trabalho seja holístico se fez necessário discutir o assunto, tendo em vista fatores como as taxas de morbidade e mortalidade, a elevação do período e dos custos com a internação, os processos judiciais que são movidos em decorrência dos erros e, além dos transtornos causados aos clientes/pacientes e seus familiares2. 3 Essa tese tem como objetivo descrever a atuação do enfermeiro na prevenção dos casos de iatrogenias causadas por parada cardiorrespiratória em uma Unidade de Terapia Intensiva. 2 METODOLOGIA 4 O estudo aqui proposto constitui-se em uma pesquisa online e bibliográfica em publicações nacionais que abordam o a iatrogênia nos casos de parada cardiorrespiratória e como o enfermeiro pode atuar na prevenção dessas iatrogênias. Foi realizada uma revisão sistemática da literatura por meio de um levantamento retrospectivo das pesquisas publicadas no período de 2008 a 2014 nas revistas indexadas nas bases de dados Literatura Latino Americana e do Caribe de Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Eletronnic Library Online (SCIELO), National Library of Medicine (Medline). Os artigos foram selecionados a partir da leitura dos resumos, títulos e descritores, dando seguimento à leitura do texto na íntegra. Os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) foram utilizados para a busca de: Iatrogênia. Parada Cardiorrespiratória. Enfermeiro. UTI. Foram estudados 23 (vinte e três) artigos nacionais e livros de autores contendo focos diferenciados acerca do tema supracitado. Desse total atráves do critério de inclusão e exclusão, 15 (quinze) pesquisas foram realizadas na linha hospitalar. Partindo para a metodologia das publicações, estas têm naturezas variadas. 3 REVISÃO DE LITERATURA 5 3.1 PARADA CARDIO RESPIRATÓRIA – PCR A parada cardiorrespiratória (PCR) é uma situação comum na terapia intensiva e que pode acometer clientes/pacientes de qualquer sexo e/ou idade. Para o tratamento da PCR é essencial as manobras de ressuscitação cardiopulmonar (RCP) que, por sua vez, compreende a realização de compressões torácicas continuas, ventilação desse cliente/paciente e administração de fármacos específicos, e nesses atendimentos pode ocorrer iatrogênias derivadas da técnica incorreta para a realização da RCP ou o uso incorreto e/ou não funcionamento de materiais e equipamentos2. A Parada Cardiorrespiratória (PCR) é definida como a cessação súbita da circulação sistêmica de atividades ventricular útil e ventilatória em um indivíduo com expectativa de restauração da função cardiopulmonar e cerebral, não portador de doença intratável ou em fase terminal. Desta forma, define-se a ressuscitação cardiopulmonar (RCP), como o conjunto de procedimentos realizados após uma PCR com o objetivo de manter artificialmente a circulação de sangue arterial ao cérebro e outros órgãos vitais até a ocorrência do retorno da circulação espontânea (RCE) 2. As causas da PCR são variadas, normalmente resultando de isquemia miocárdica, choque circulatório, choque séptico, trauma, doença cardiovascular, entre muitas outras causas. Diante de uma PCR boa parte dos pacientes passam pelo estado de fibrilação ventricular (FV), que se caracteriza pela ausência de atividade elétrica organizada, com distribuição caótica de complexos de várias amplitudes, impossibilitando atividade elétrica normal. Este quadro gera contração descoordenada do miocárdio, resultando na ineficiência total do coração em manter fração de ejeção sanguínea adequada2-3. O conhecimento das manobras de ressuscitação cardiopulmonar (RCP) é prioridade de todo profissional de saúde. Nesse ambiente, conhecimento atualizado, atitudes rápidas e precisas determinam o prognóstico e a sobrevivência intacta sem sequelas3. Todo profissão de saúde tem um potencial iatrogênico, que se estabelece em graus e surge desde a escolha do curso da área da saúde, podendo, ou não, ser acentuado na graduação e após a sua formação. A discussão do tema iatrogenia a 6 partir da graduação e uma formação técnica de qualidade são essenciais para o profissional da enfermagem, compreenda o fenômeno iatrogênico e o evite 3. A parada cardiorrespiratória é o exemplo mais expressivo de uma emergência. Somente uma grande hemorragia externa e o edema agudo de pulmão devem merecer a primeira atenção antes da parada cardíaca. A identificação e os primeiros atendimentos devem ser iniciados dentro de um período de no máximo 4 minutos a partir da ocorrência, pois os centros vitais do sistema nervoso ainda continuam em atividade. A partir deste tempo, as possibilidades de recuperação tornam-se escassas4. A eficácia da reanimação em caso de parada cardíaca está na dependência do tempo em que for iniciado o processo de reanimação, pois embora grande parte do organismo permaneça biologicamente vivo, durante algum tempo, em tais condições, modificações irreversíveis podem ocorrer no cérebro, em nível celular e a PCR for precedida de déficit de oxigenação. 5 3.2 RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR - RCP A RCR é uma técnica de emergência e utilidade. Qualquer interferência ou suspensão da respiração espontânea constitui uma ameaça à vida. A aplicação imediata das medidas de RCR é uma das atividades que exige conhecimento, sua execução deve ser feita com calma e disposição. A probabilidade de execução da atividade de RCR é bem pequena, porém se a ocasião aparecer, ela pode representar a diferença entre a vida e a morte para o paciente6. A ressuscitação cardiorrespiratória (RCR) é um conjunto de medidas utilizadas no atendimento à vítima de parada cardiorrespiratória (PCR). O atendimento correto exige desde o início, na grande maioria dos casos, o emprego de técnicas adequadas para o suporte das funções respiratórias e circulatórias7. Podemos definir parada cardíaca como sendo a interrupção repentina da função de bombeamento cardíaco, que pode ser constatada pela falta de batimentos do paciente (ao encostar o ouvido na região anterior do tórax do acidentado), pulso ausente (não se consegue palpar o pulso) e ainda quando houver dilatação das pupilas, e que, pode ser revertida com intervenção rápida, mas que causa morte se não for tratada7 A parada cardíaca e a parada respiratória podem ocorrer por diversos fatores, atuando de modo isolado ou associado. Em determinadas circunstâncias, 7 não é possível estabelecer com segurança qual ou quais os agentes que as produziram. 8 Para realizar o resgate de clientes acometidos por algo que levou a necessidade da ressuscitação o enfermeiro precisa avaliar vias aéreas, respiração e circulação, verificar se há inconsciência, ausência de respiração e de pulso 9. Este tempo é ainda menor. A ausência de circulação do sangue interrompe a oxigenação dos órgãos. 9 3.3 UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA – UTI A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é um setor hospitalar que acolhe pacientes críticos, em que a ventilação mecânica (VM) usualmente utilizada associase com a imobilidade no leito, com potencial agravo funcional, que contribui para aumentar o tempo de internação hospitalar. Assim, o paciente crítico quando imobilizado pode apresentar como consequência uma maior dependência nas atividades de vida diária, necessidade de apoio familiar e maior tempo de recuperação após a alta hospitalar 10. Faz-se necessário destacar que a UTI é um ambiente assustador para a maioria dos pacientes, pois esse em alguns momentos visualiza outros pacientes graves, e ao mesmo tempo estão expostos aos sons e ruídos provenientes de respiradores e monitores, presenciando a dinâmica interrupta de trabalho dos profissionais, decorrentes de intercorrências e conferem particularidades de uma UTI11. Outro fator de extrema importância é que os pacientes de uma UTI estão em dependência quase que total dos profissionais que o assistem, além de se encontrar num ambiente estranho, com pessoas desconhecidas e das quais depende a sua sobrevivência11. E além de todos os fatores acima destacados ainda existe a separação dos familiares e amigos. Fica evidente que o sucesso do trabalho esta O ritmo de trabalho em uma UTI é intenso, a exigência ao cuidado é maior, as intercorrências e as instabilidades ocorrem com mais frequência11. Os pacientes internados em UTI apresentam necessidades especiais, exigindo assistência sistematizada, além de uma série de cuidados, objetivando evitar complicações. 10. 8 A UTI é um lugar de tensões constantes, onde os profissionais experimentam uma vivência de extrema angústia. Neste sentido podemos afirmar que é um ambiente repleto de riscos e a equipe de enfermagem se confronta com diferentes cargos de trabalho, com o sofrimento dos pacientes no desenvolvimento de suas atividades cotidianas. 11 3.4 ATUAÇÕES DO ENFERMEIRO NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA – UTI Ao pesquisar sobre o complexo ato de cuidar, se faz necessário partir do principio de que se exige do enfermeiro maior comprometimento com o trabalho e suas atitudes em relação ao cliente/paciente. Por tal motivo recai sobre o profissional a atenção redobrada para a prestação humanizada da assistência evitando assim os erros12. Em uma UTI o enfermeiro (a) tem varias responsabilidades, as quais esta entrelaçada à avaliação do paciente, planejamento da assistência em sincronia com sua equipe, executando os procedimentos mais complexos e supervisionando os cuidados. O enfermeiro (a) também coordena a assistência de enfermagem aos pacientes, mas também todos os aspectos administrativos que envolvem a unidade. Em síntese o enfermeiro que atua neste setor é responsável por todas as ocorrências que envolvem o trabalho da enfermagem entre as quais estão inclusas as iatrogênicas. Na área da saúde o erro foi culturalmente atribuído ao profissional desqualificado, ou seja, um problema do indivíduo e não do sistema de atendimento ou da complexidade na tomada de decisão. Quando aparecem erros, a resposta humana é encontrar culpados e solicitar compensações e retratações, procurando assegurar-se de que a falha não ocorrerá novamente embasada em regulamentações12. Para que esse atendimento aconteça de forma regulamentada destaca-se decreto 94.406/87, art. 8º, que regulamenta o exercício profissional do enfermeiro estabelecendo e priorizando suas responsabilidades diante sua profissão. Dentre elas, encontram se a consulta e prescrição de enfermagem, elaboração de medidas preventivas de doenças e/ou danos a saúde do individuo, família e comunidade, além da execução técnica dos cuidados complexos de enfermagem, que exigem do profissional conhecimento científico adequado para a elaboração do procedimento 13. 9 Após entender o que rege o decreto se faz necessário conceituar iatrogenia que é uma palavra de origem grega que define qualquer alteração patológica provocada no cliente/paciente decorrente da prática dos profissionais de saúde, mesmo que seja certa ou errada, justificada ou não, mas da qual acarreta consequências prejudiciais a saúde do cliente13. Assim por se abordar de forma enfatizada a Iatrogenia na UTI é necessária explanar que essa tem como característica uma atenção terciária e que visa os atendimentos de urgência e emergência dentro do sistema de saúde, a mesma presta assistência à clientes/pacientes segundo a necessidade dentro do âmbito hospitalar. A UTI é um setor de alta complexidade e por tal motivo o número de eventos iatrogênicos é elevado, visto que ocorre a aderência de intervenções rápidas, sem a análise detalhada do prontuário, da anamnese e exame físico apresentado pelo individuo receptor do cuidado7. É estimável que nos Estados Unidos, cerca de 44.000 a 98.000 pessoas evoluem para o óbito anualmente decorrente de atos iatrogênicos dos profissionais de saúde, destes, aproximadamente 7.000 mortes são derivadas dos erros medicamentosos, mostrando assim a importância de cuidados excessivos voltados ao trabalho da enfermagem e ao mesmo tempo intercalando a importância da humanização e de uma educação permanente para redução desses índices 4. Estas funções somam se à quantidade de decisões assistenciais que o enfermeiro deve tomar, sobrecarregando o e, às vezes, obrigando o ao afastamento do cuidado direto ao doente, fazendo com que a qualidade da assistência fique comprometida. 1 A PCR é uma das situações enfrentadas pelos enfermeiros, independente da sua área de atuação, pois é uma emergência que pode ocorrer em qualquer ambiente. Essa emergência, além de grave, é decisiva, pois necessita de ação imediata da equipe de enfermagem, não havendo demanda administrativa ou assistencial de qualquer natureza que a ela se oponha em ordem de prioridade. Nesse momento, a capacidade de tomada de decisão do enfermeiro é fundamental para garantir as chances de recuperação do doente. 1 Nessa perspectiva, a responsabilidade do enfermeiro na tomada de decisão em uma PCR se inicia no seu reconhecimento, quando o indivíduo apresenta ausência dos batimentos cardíacos, movimentos respiratórios e não responde a estímulos, mas mantém a atividade cerebral. Esses sinais, quando 10 sucedidos da palpação do pulso carotídeo, encontrados ausente confirmam o diagnóstico da PCR, requerendo a reanimação no mínimo de tempo possível, devido a perdas irreversíveis para o cérebro. 14 A Enfermagem está, assim, à frente de outros profissionais da saúde para atuar na assistência da PCR, pois é a única equipe que está junto ao cliente/paciente o tempo todo. Por esse motivo, precisa de uma liderança capaz de tomar rapidamente as decisões acertadas nessa circunstância em busca da ressuscitação cardiorrespiratória. 15 A tomada de decisão do enfermeiro na ocorrência de uma parada cardiorrespiratória (PCR) apresenta dificuldades desde o diagnóstico e prescrição da assistência até a execução das tarefas assistencialistas. Tomar decisão significa decidir, escolher, entre uma ou mais alternativas ou opções, com o objetivo de alcançar o melhor resultado1. Na atenção da Enfermagem, se observa que o processo decisório não somente envolve a análise e escolha de alternativas, mas o curso de ação que a pessoa deverá seguir de acordo com a estrutura em que se está inserido, podendo mudar o percurso de tal decisão. A atuação da enfermagem positiva no atendimento da PCR é basicamente dependente da atuação da equipe que pode antecipar condutas e medidas, prevenindo ou diminuindo os danos ao cliente/paciente decorrentes, agindo no menor tempo possível1. A tomada decisão pode sofrer influência do estado emocional do enfermeiro durante a PCR e pode levar a iatrogênica, não resolvidos apenas pelo conhecimento técnico, podendo este, ao não conhecer suas limitações emocionais e psicológicas e sua influência no processo decisório, agir de forma a não se obter o resultado esperado em suas decisões levando a riscos ocupacionais15. 3.5 SITUAÇÕES POSSÍVEIS PARA IATROGENIA Essas situações iatrogênicas são podem ser decorrentes de um acontecimento que poderá levar ou ameaçar a vida do paciente, principalmente daqueles que se encontra em estado crítico, aumentando o sofrimento desse e podendo causar danos psíquicos, farmacológicos e instrumentais podendo causar 11 seqüelas e levar os pacientes à morte, além de aumentar os custos do tratamento hospitalar15. O questionamento sobre atos iatrogênicos é fundamental embora a ênfase recaia sobre os aspectos negativos prestados na assistência do paciente, mas isto não significa uma negação dessa assistência principalmente quando se trata de uma PCR15. A prevenção da iatrogenia só poderá ser feita a partir do momento que se conhecer sua incidência, característica e, sobretudo os efeitos determinantes e predisponentes para que se possa então atuar efetivamente sobre elas. 15 A frequência com que uma PCR ocorre na unidade é relevante para o fato da integração da equipe multiprofissional e para a aplicação e consequente fixação do conhecimento adquirido, acreditando que a inexperiência no atendimento a emergência, acaba sendo um fator de risco para o paciente. Uma unidade equipada e preparada para o atendimento, por vezes, inesperado de uma PCR, é de suma importância para o prognóstico do paciente. A dificuldade encontrada no atendimento a PCR pode esta relacionada a o numero inadequado de profissionais para tal procedimento, a realização das medicações não são ágeis por essa deficiência, as manobras de massagem cardíaca/ventilação pode não esta sendo feita por um profissional apto para tal, a falta de conhecimento do superior imediato e a falta de organização da equipe médica também podem influenciar para as iatrogenias. 15 Outro fator é a falta de equipamentos, a falta de educação permanente sobre PCR, as orientações indevidas, a falta de incentivo e ainda pode-se destacar a deficiência em equipamentos, considerando que a iatrogenia pode advim de profissionais e da falta desses ou de material necessários para tal procedimento em um UTI. 15 Risco iatrogênico corresponde a todo fator que conduzirá inevitavelmente ao acidente propriamente dito. Embora os acidentes não sejam inevitáveis e não se manifestem por acaso, eles são provocados e podem ser prevenidos através da eliminação de suas causas que são os fatores de risco. 14 A enfermagem exerce papel central e de grande importância no atendimento ao paciente/cliente, estando assim exposta a maiores casos de iatrogenia pelo fato de permanecer maior parte de seu tempo ao lado do cliente e em contato com esse 15. 12 Sabe-se que é uma constante esse descaso, entretanto percebe-se que o próprio trabalho não se protege e despreocupa-se com a sua própria saúde, possivelmente porque existem algumas situações que o deixam desestimulado, tais como baixa remuneração, insatisfação no trabalho pela falta de realização pessoal, as condições inadequadas de trabalho, podendo aumentar a sua exposição aos riscos, possibilitando o acontecimento de iatrogenias. 15. Os riscos iatrogênicos nas unidades hospitalares são decorrentes, de maneira especial, da assistência direta prestada pelos profissionais de saúde à pacientes em diversos graus de gravidade, assistência esta que implica no manuseio de equipamentos pesados e materiais perfurantes e/ou cortantes muitas vezes contaminados por sangue e outros fluidos corporais, na responsabilidade pelo preparo e administração de medicamentos e quimioterápicos22. Os riscos iatrogênicos também podem ser decorrentes do descarte de materiais contaminados nos lixos hospitalares, nas relações interpessoais de trabalho e produção, no trabalho em turnos, no trabalho predominantemente feminino, nos baixos salários, na tensão emocional advinda do convívio com a dor, o sofrimento e, muitas vezes, da perda da vida, entre outros que podem levar a iatrogenia. 22 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir desses é possível notar que há uma preocupação em capacitar a equipe de enfermagem, através de cursos e treinamentos contínuos. A equipe de enfermagem está presente desde o manuseio à interpretação da terapêutica medicamentosa na clínica do paciente crítico, sendo de responsabilidade do profissional interceptar e evitar falhas advindas do processo de má execução das técnicas em PCR. 13 Espera-se que o enfermeiro intensivista esteja preparado para a tomada de decisões que leve à prevenção de agravos indesejáveis obtendo respaldo ético e legal através do registro e Evolução de Enfermagem. Diante de todos os fatores aqui referenciados nesse artigo, se faz necessário refletir também sobre todo sistema de informatização, bem como a criação e adoção de protocolos em PCR que precisam de atualização e capacitação, pois não adiante ter o protocolo e não ter profissionais aptos para tal procedimento. Esta mudança vem colaborar para prevenção de danos aos pacientes, mas a importância do treinamento e da educação permanente da equipe que manipula todos esses aparelhos se faz necessária uma vez que todo o conhecimento teórico-científico deve ser posto em prática, principalmente na observação e avaliação dos principais sinais e sintomas do agravamento do seu quadro, que este paciente está sinalizando para equipe. Na atualidade é notório que existe deficiência no conhecimento da equipe no atendimento a parada cardiorrespiratória, e, vários são os fatores que podem estar interferindo no adequado atendimento ao paciente, porém, todos direcionam a uma questão primordial, a necessidade de qualificação profissional de toda a equipe para que haja um atendimento de qualidade, coeso e efetivo, iniciando por uma educação permanente dentro dos hospitais sobre PCR. O enfermeiro é um profissional qualificado e capacitado para treinar, instruir e desenvolver ações de planejamento e execução durante o atendimento a PCR, mas ele precisa ter capacitações para isso e estar em constante aprendizado, sendo apoiado dentro da empresa para que essas capacitações aconteçam. Em contato direto com os médicos, profissionais auxiliares e técnicos de enfermagem, cabe ao enfermeiro a provisão de um atendimento de qualidade a fim de que se obtenha êxito e cabe aos responsáveis pela direção hospitalar apoiá-los. É preciso ressaltar a importância de um protocolo de atendimento à PCR implantado e atualizado, com capacitação multiprofissional de forma periódica e sistemática Conclui-se então que o objetivo deste foi concluído com êxito, através da sensibilização sobre a importância da prevenção para evitar casos de iatrogenia durante a PCR na UTI, considerando que o enfermeiro ao detectar falhas na realização das técnicas de RCP, como na manipulação de drogas durante a PCR, deve exercer seu papel de educador proporcionando à equipe um desenvolvimento 14 técnico desde o conhecimento sobre as manobras de RCP, como a interpretação da prescrição até a administração, manipulação dos aparelhos eletrônicos disponíveis e interagindo com a equipe de saúde, para assim evitar danos relacionados à má prática das técnicas em questão e que isso possa intervir drasticamente no quadro clínico do paciente da Terapia Intensiva. 5 REFERÊNCIAS 1. Luiz Fernando dos Reis Falcão. 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