1 A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DE

Propaganda
1
A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DE IATROGENIAS
CAUSADAS POR PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA EM UNIDADE DE
TERAPIA INTENSIVA
THE ROLE OF THE NURSE IN PREVENTION OF IATROGENESIS CAUSED BY
CARDIORESPIRATORY ARREST IN INTENSIVE CARE UNIT
Mosabelle Rodrigues Brasileiro Monteiro
Enfermeira formada pela UNIPANC – União Educacional do Planalto Central
RESUMO
Essa tese tem como objetivo descrever a atuação da enfermagem na prevenção dos casos de
iatrogenia em uma Unidade de Terapia Intensiva – UTI voltados para as causas pós RCP,
identificando e propondo medidas preventivas ao evento iatrogênico, possibilitando a melhora na
qualidade de vida e segurança dos clientes /pacientes que ao hospital, especificamente nas UTI,
visando o restabelecimento de sua saúde. Este artigo trata-se de uma revisão de abordagem
narrativa e tem a finalidade de identificar por meio da literatura artigos científicos que tratam sobre as
iatrogenias decorrentes da Parada Cardiopulmonar - PCR. Diante de fatores associados pelas taxas
elevadas de complicações na UTI se fez necessário abordar a PCR, e a Ressuscitação
Cardiopulmonar - RCP, o que é iatrogênica, UTI, e a atuação da equipe do enfermeiro prevenção das
iatrogenias.
PALAVRAS-CHAVE: Iatrogenia. Parada cardiorrespiratória. Unidade de terapia intensiva.
ABSTRACT
This thesis aims to describe the nursing interventions for the prevention of iatrogenic cases in a
Intensive Care Unit - ICU after facing the causes RCP, identifying and proposing preventive measures
to iatrogenesis event, enabling improved quality of life and safety clients / patients coming to the
hospital, specifically in the ICU, aiming to restore their health. This article comes up a review of
narrative approach and aims to identify through literature research papers that deal with iatrogenic
complications arising from Cardiopulmonary Resuscitation - PCR. Faced with associated factors
among high rates of complications in the ICU was necessary to address the PCR, and
Cardiopulmonary Resuscitation - CPR, which is iatrogenic, ICU, and the role of the nurse preventing
iatrogenic team.
KEY-WORDS: Iatrogenesis. Cardiopulmonary arrest. Intensive care unit.
2
1 INTRODUÇÃO
Esse assunto é justificável sua defesa pela necessidade de sensibilizar a
equipe administrativa dos hospitais e os enfermeiros sobre a necessidade da
realização de capacitações de forma permanente nesses setores para alcançarem à
redução dos índices de iatrogenias nas UTIs, buscando a garantia de um melhor
atendimento e consequentemente a redução de danos nesses casos que muitas
vezes podem levar a morte do paciente.
A proposta desse estudo é contribuir para a identificação e sistematização de
conhecimentos sobre o processo decisório do enfermeiro na PCR prevenindo
iatrogenias em UTI, de forma a serem estes aprimorados pela equipe de
enfermagem e seus gerentes, resultando numa assistência que busque a vida e a
qualidade desta para o cliente, após tal ocorrência1.
Na atualidade quando se direciona um estudo para a área da saúde, é
perceptível a complexidade dos procedimentos médicos e de enfermagem aplicados
para o tratamento de clientes/pacientes seja em Unidade de Terapia Intensiva – UTI
ou não, porém o que se é notório é a importância da execução destes de modo
seguro como pautados nos princípios científicos, pois todos os procedimentos seja
ele complexo ou não precisa advim de princípios. 1
Por outro lado sabe-se que a falta de valor direcionado aos fatores e aos
requisitos de segurança se não forem reavaliados a cada momento podem levar à
ocorrência de erros que podem advim do absenteísmo, pois a iatrogenia esta
diretamente ligada ao absenteísmo2.
Assim, considerando todo esse direcionamento, esta tese está envolta de
possibilidades que serão traçados para um melhor entendimento do fluxo de
informações acerca da iatrogênia, ou seja, de um estado de doença, complicações
ou efeitos adversos ocasionados por um tratamento equivocado dentro de uma UTI 2
Para que este trabalho seja holístico se fez necessário discutir o assunto,
tendo em vista fatores como as taxas de morbidade e mortalidade, a elevação do
período e dos custos com a internação, os processos judiciais que são movidos em
decorrência dos erros e, além dos transtornos causados aos clientes/pacientes e
seus familiares2.
3
Essa tese tem como objetivo descrever a atuação do enfermeiro na
prevenção dos casos de iatrogenias causadas por parada cardiorrespiratória em
uma Unidade de Terapia Intensiva.
2 METODOLOGIA
4
O estudo aqui proposto constitui-se em uma pesquisa online e
bibliográfica em publicações nacionais que abordam o a iatrogênia nos casos de
parada cardiorrespiratória e como o enfermeiro pode atuar na prevenção dessas
iatrogênias. Foi realizada uma revisão sistemática da literatura por meio de um
levantamento retrospectivo das pesquisas publicadas no período de 2008 a 2014
nas revistas indexadas nas bases de dados Literatura Latino Americana e do Caribe
de Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Eletronnic Library Online (SCIELO),
National Library of Medicine (Medline). Os artigos foram selecionados a partir da
leitura dos resumos, títulos e descritores, dando seguimento à leitura do texto na
íntegra. Os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) foram utilizados para a busca
de: Iatrogênia. Parada Cardiorrespiratória. Enfermeiro. UTI. Foram estudados 23
(vinte e três) artigos nacionais e livros de autores contendo focos diferenciados
acerca do tema supracitado. Desse total atráves do critério de inclusão e exclusão,
15 (quinze) pesquisas foram realizadas na linha hospitalar. Partindo para a
metodologia das publicações, estas têm naturezas variadas.
3 REVISÃO DE LITERATURA
5
3.1 PARADA CARDIO RESPIRATÓRIA – PCR
A parada cardiorrespiratória (PCR) é uma situação comum na terapia
intensiva e que pode acometer clientes/pacientes de qualquer sexo e/ou idade. Para
o tratamento da PCR é essencial as manobras de ressuscitação cardiopulmonar
(RCP) que, por sua vez, compreende a realização de compressões torácicas
continuas,
ventilação
desse
cliente/paciente
e
administração
de
fármacos
específicos, e nesses atendimentos pode ocorrer iatrogênias derivadas da técnica
incorreta para a realização da RCP ou o uso incorreto e/ou não funcionamento de
materiais e equipamentos2.
A Parada Cardiorrespiratória (PCR) é definida como a cessação súbita da
circulação sistêmica de atividades ventricular útil e ventilatória em um
indivíduo com expectativa de restauração da função cardiopulmonar e
cerebral, não portador de doença intratável ou em fase terminal. Desta
forma, define-se a ressuscitação cardiopulmonar (RCP), como o conjunto de
procedimentos realizados após uma PCR com o objetivo de manter
artificialmente a circulação de sangue arterial ao cérebro e outros órgãos
vitais até a ocorrência do retorno da circulação espontânea (RCE) 2.
As causas da PCR são variadas, normalmente resultando de isquemia
miocárdica, choque circulatório, choque séptico, trauma, doença cardiovascular,
entre muitas outras causas. Diante de uma PCR boa parte dos pacientes passam
pelo estado de fibrilação ventricular (FV), que se caracteriza pela ausência de
atividade elétrica organizada, com distribuição caótica de complexos de várias
amplitudes, impossibilitando atividade elétrica normal. Este quadro gera contração
descoordenada do miocárdio, resultando na ineficiência total do coração em manter
fração de ejeção sanguínea adequada2-3.
O conhecimento das manobras de ressuscitação cardiopulmonar (RCP) é
prioridade de todo profissional de saúde. Nesse ambiente, conhecimento atualizado,
atitudes rápidas e precisas determinam o prognóstico e a sobrevivência intacta sem
sequelas3.
Todo profissão de saúde tem um potencial iatrogênico, que se estabelece em
graus e surge desde a escolha do curso da área da saúde, podendo, ou não, ser
acentuado na graduação e após a sua formação. A discussão do tema iatrogenia a
6
partir da graduação e uma formação técnica de qualidade são essenciais para o
profissional da enfermagem, compreenda o fenômeno iatrogênico e o evite 3.
A parada cardiorrespiratória é o exemplo mais expressivo de uma
emergência. Somente uma grande hemorragia externa e o edema agudo de pulmão
devem merecer a primeira atenção antes da parada cardíaca. A identificação e os
primeiros atendimentos devem ser iniciados dentro de um período de no máximo 4
minutos a partir da ocorrência, pois os centros vitais do sistema nervoso ainda
continuam em atividade. A partir deste tempo, as possibilidades de recuperação
tornam-se escassas4.
A eficácia da reanimação em caso de parada cardíaca está na dependência
do tempo em que for iniciado o processo de reanimação, pois embora grande parte
do organismo permaneça biologicamente vivo, durante algum tempo, em tais
condições, modificações irreversíveis podem ocorrer no cérebro, em nível celular e a
PCR for precedida de déficit de oxigenação. 5
3.2 RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR - RCP
A RCR é uma técnica de emergência e utilidade. Qualquer interferência
ou suspensão da respiração espontânea constitui uma ameaça à vida. A aplicação
imediata das medidas de RCR é uma das atividades que exige conhecimento, sua
execução deve ser feita com calma e disposição. A probabilidade de execução da
atividade de RCR é bem pequena, porém se a ocasião aparecer, ela pode
representar a diferença entre a vida e a morte para o paciente6.
A ressuscitação cardiorrespiratória (RCR) é um conjunto de medidas
utilizadas no atendimento à vítima de parada cardiorrespiratória (PCR). O
atendimento correto exige desde o início, na grande maioria dos casos, o
emprego de técnicas adequadas para o suporte das funções respiratórias e
circulatórias7.
Podemos definir parada cardíaca como sendo a interrupção repentina da
função de bombeamento cardíaco, que pode ser constatada pela falta de batimentos
do paciente (ao encostar o ouvido na região anterior do tórax do acidentado), pulso
ausente (não se consegue palpar o pulso) e ainda quando houver dilatação das
pupilas, e que, pode ser revertida com intervenção rápida, mas que causa morte se
não for tratada7
A parada cardíaca e a parada respiratória podem ocorrer por diversos
fatores, atuando de modo isolado ou associado. Em determinadas circunstâncias,
7
não é possível estabelecer com segurança qual ou quais os agentes que as
produziram. 8
Para realizar o resgate de clientes acometidos por algo que levou a
necessidade da ressuscitação o enfermeiro precisa avaliar vias aéreas, respiração e
circulação, verificar se há inconsciência, ausência de respiração e de pulso 9. Este
tempo é ainda menor. A ausência de circulação do sangue interrompe a oxigenação
dos órgãos. 9
3.3 UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA – UTI
A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é um setor hospitalar que acolhe
pacientes críticos, em que a ventilação mecânica (VM) usualmente utilizada associase com a imobilidade no leito, com potencial agravo funcional, que contribui para
aumentar o tempo de internação hospitalar. Assim, o paciente crítico quando
imobilizado pode apresentar como consequência uma maior dependência nas
atividades de vida diária, necessidade de apoio familiar e maior tempo de
recuperação após a alta hospitalar 10.
Faz-se necessário destacar que a UTI é um ambiente assustador para a
maioria dos pacientes, pois esse em alguns momentos visualiza outros pacientes
graves, e ao mesmo tempo estão expostos aos sons e ruídos provenientes de
respiradores e monitores, presenciando a dinâmica interrupta de trabalho dos
profissionais, decorrentes de intercorrências e conferem particularidades de uma
UTI11.
Outro fator de extrema importância é que os pacientes de uma UTI estão em
dependência quase que total dos profissionais que o assistem, além de se encontrar
num ambiente estranho, com pessoas desconhecidas e das quais depende a sua
sobrevivência11.
E além de todos os fatores acima destacados ainda existe a separação dos
familiares e amigos. Fica evidente que o sucesso do trabalho esta O ritmo de
trabalho em uma UTI é intenso, a exigência ao cuidado é maior, as intercorrências e
as instabilidades ocorrem com mais frequência11.
Os pacientes internados em UTI apresentam necessidades especiais,
exigindo assistência sistematizada, além de uma série de cuidados, objetivando
evitar complicações.
10.
8
A UTI é um lugar de tensões constantes, onde os profissionais
experimentam uma vivência de extrema angústia. Neste sentido podemos afirmar
que é um ambiente repleto de riscos e a equipe de enfermagem se confronta com
diferentes cargos de trabalho, com o sofrimento dos pacientes no desenvolvimento
de suas atividades cotidianas. 11
3.4 ATUAÇÕES DO ENFERMEIRO NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA – UTI
Ao pesquisar sobre o complexo ato de cuidar, se faz necessário partir do
principio de que se exige do enfermeiro maior comprometimento com o trabalho e
suas atitudes em relação ao cliente/paciente. Por tal motivo recai sobre o
profissional a atenção redobrada para a prestação humanizada da assistência
evitando assim os erros12.
Em uma UTI o enfermeiro (a) tem varias responsabilidades, as quais esta
entrelaçada à avaliação do paciente, planejamento da assistência em sincronia com
sua equipe, executando os procedimentos mais complexos e supervisionando os
cuidados. O enfermeiro (a) também coordena a assistência de enfermagem aos
pacientes, mas também todos os aspectos administrativos que envolvem a unidade.
Em síntese o enfermeiro que atua neste setor é responsável por todas as
ocorrências que envolvem o trabalho da enfermagem entre as quais estão inclusas
as iatrogênicas.
Na área da saúde o erro foi culturalmente atribuído ao profissional
desqualificado, ou seja, um problema do indivíduo e não do sistema de atendimento
ou da complexidade na tomada de decisão. Quando aparecem erros, a resposta
humana é encontrar culpados e solicitar compensações e retratações, procurando
assegurar-se
de
que
a
falha
não
ocorrerá
novamente
embasada
em
regulamentações12.
Para que esse atendimento aconteça de forma regulamentada destaca-se
decreto 94.406/87, art. 8º, que regulamenta o exercício profissional do enfermeiro
estabelecendo e priorizando suas responsabilidades diante sua profissão. Dentre
elas, encontram se a consulta e prescrição de enfermagem, elaboração de medidas
preventivas de doenças e/ou danos a saúde do individuo, família e comunidade,
além da execução técnica dos cuidados complexos de enfermagem, que exigem do
profissional conhecimento científico adequado para a elaboração do procedimento 13.
9
Após entender o que rege o decreto se faz necessário conceituar iatrogenia
que é uma palavra de origem grega que define qualquer alteração patológica
provocada no cliente/paciente decorrente da prática dos profissionais de saúde,
mesmo que seja certa ou errada, justificada ou não, mas da qual acarreta
consequências prejudiciais a saúde do cliente13.
Assim por se abordar de forma enfatizada a Iatrogenia na UTI é necessária
explanar que essa tem como característica uma atenção terciária e que visa os
atendimentos de urgência e emergência dentro do sistema de saúde, a mesma
presta assistência à clientes/pacientes segundo a necessidade dentro do âmbito
hospitalar. A UTI é um setor de alta complexidade e por tal motivo o número de
eventos iatrogênicos é elevado, visto que ocorre a aderência de intervenções
rápidas, sem a análise detalhada do prontuário, da anamnese e exame físico
apresentado pelo individuo receptor do cuidado7.
É estimável que nos Estados Unidos, cerca de 44.000 a 98.000 pessoas
evoluem para o óbito anualmente decorrente de atos iatrogênicos dos profissionais
de saúde, destes, aproximadamente 7.000 mortes são derivadas dos erros
medicamentosos, mostrando assim a importância de cuidados excessivos voltados
ao trabalho da enfermagem e ao mesmo tempo intercalando a importância da
humanização e de uma educação permanente para redução desses índices 4.
Estas funções somam se à quantidade de decisões assistenciais que o
enfermeiro deve tomar, sobrecarregando o e, às vezes, obrigando o ao afastamento
do cuidado direto ao doente, fazendo com que a qualidade da assistência fique
comprometida. 1
A PCR é uma das situações enfrentadas pelos enfermeiros, independente
da sua área de atuação, pois é uma emergência que pode ocorrer em qualquer
ambiente. Essa emergência, além de grave, é decisiva, pois necessita de ação
imediata da equipe de enfermagem, não havendo demanda administrativa ou
assistencial de qualquer natureza que a ela se oponha em ordem de prioridade.
Nesse momento, a capacidade de tomada de decisão do enfermeiro é fundamental
para garantir as chances de recuperação do doente. 1
Nessa perspectiva, a responsabilidade do enfermeiro na tomada de
decisão em uma PCR se inicia no seu reconhecimento, quando o indivíduo
apresenta ausência dos batimentos cardíacos, movimentos respiratórios e não
responde a estímulos, mas mantém a atividade cerebral. Esses sinais, quando
10
sucedidos da palpação do pulso carotídeo, encontrados ausente confirmam o
diagnóstico da PCR, requerendo a reanimação no mínimo de tempo possível, devido
a perdas irreversíveis para o cérebro. 14
A Enfermagem está, assim, à frente de outros profissionais da saúde para
atuar na assistência da PCR, pois é a única equipe que está junto ao
cliente/paciente o tempo todo. Por esse motivo, precisa de uma liderança capaz de
tomar rapidamente as decisões acertadas nessa circunstância em busca da
ressuscitação cardiorrespiratória. 15
A tomada de decisão do enfermeiro na ocorrência de uma parada
cardiorrespiratória (PCR) apresenta dificuldades desde o diagnóstico e prescrição da
assistência até a execução das tarefas assistencialistas. Tomar decisão significa
decidir, escolher, entre uma ou mais alternativas ou opções, com o objetivo de
alcançar o melhor resultado1.
Na atenção da Enfermagem, se observa que o processo decisório não
somente envolve a análise e escolha de alternativas, mas o curso de ação que a
pessoa deverá seguir de acordo com a estrutura em que se está inserido, podendo
mudar o percurso de tal decisão. A atuação da enfermagem positiva no atendimento
da PCR é basicamente dependente da atuação da equipe que pode antecipar
condutas e medidas, prevenindo ou diminuindo os danos ao cliente/paciente
decorrentes, agindo no menor tempo possível1.
A tomada decisão pode sofrer influência do estado emocional do enfermeiro
durante a PCR e pode levar a iatrogênica, não resolvidos apenas pelo conhecimento
técnico, podendo este, ao não conhecer suas limitações emocionais e psicológicas e
sua influência no processo decisório, agir de forma a não se obter o resultado
esperado em suas decisões levando a riscos ocupacionais15.
3.5 SITUAÇÕES POSSÍVEIS PARA IATROGENIA
Essas
situações
iatrogênicas
são
podem
ser
decorrentes
de
um
acontecimento que poderá levar ou ameaçar a vida do paciente, principalmente
daqueles que se encontra em estado crítico, aumentando o sofrimento desse e
podendo causar danos psíquicos, farmacológicos e instrumentais podendo causar
11
seqüelas e levar os pacientes à morte, além de aumentar os custos do tratamento
hospitalar15.
O questionamento sobre atos iatrogênicos é fundamental embora a ênfase
recaia sobre os aspectos negativos prestados na assistência do paciente, mas isto
não significa uma negação dessa assistência principalmente quando se trata de uma
PCR15.
A prevenção da iatrogenia só poderá ser feita a partir do momento que se
conhecer sua incidência, característica e, sobretudo os efeitos determinantes e
predisponentes para que se possa então atuar efetivamente sobre elas. 15
A frequência com que uma PCR ocorre na unidade é relevante para o fato da
integração da equipe multiprofissional e para a aplicação e consequente fixação do
conhecimento adquirido, acreditando que a inexperiência no atendimento a
emergência, acaba sendo um fator de risco para o paciente. Uma unidade equipada
e preparada para o atendimento, por vezes, inesperado de uma PCR, é de suma
importância para o prognóstico do paciente.
A dificuldade encontrada no atendimento a PCR pode esta relacionada a o
numero inadequado de profissionais para tal procedimento, a realização das
medicações não são ágeis por essa deficiência, as manobras de massagem
cardíaca/ventilação pode não esta sendo feita por um profissional apto para tal, a
falta de conhecimento do superior imediato e a falta de organização da equipe
médica também podem influenciar para as iatrogenias. 15
Outro fator é a falta de equipamentos, a falta de educação permanente sobre
PCR, as orientações indevidas, a falta de incentivo e ainda pode-se destacar a
deficiência em equipamentos, considerando que a iatrogenia pode advim de
profissionais e da falta desses ou de material necessários para tal procedimento em
um UTI. 15
Risco iatrogênico corresponde a todo fator que conduzirá inevitavelmente
ao acidente propriamente dito. Embora os acidentes não sejam inevitáveis e não se
manifestem por acaso, eles são provocados e podem ser prevenidos através da
eliminação de suas causas que são os fatores de risco. 14
A enfermagem exerce papel central e de grande importância no
atendimento ao paciente/cliente, estando assim exposta a maiores casos de
iatrogenia pelo fato de permanecer maior parte de seu tempo ao lado do cliente e
em contato com esse 15.
12
Sabe-se que é uma constante esse descaso, entretanto percebe-se que o
próprio trabalho não se protege e despreocupa-se com a sua própria saúde,
possivelmente porque existem algumas situações que o deixam desestimulado, tais
como baixa remuneração, insatisfação no trabalho pela falta de realização pessoal,
as condições inadequadas de trabalho, podendo aumentar a sua exposição aos
riscos, possibilitando o acontecimento de iatrogenias.
15.
Os riscos iatrogênicos nas unidades hospitalares são decorrentes, de
maneira especial, da assistência direta prestada pelos profissionais de saúde à
pacientes em diversos graus de gravidade, assistência esta que implica no
manuseio de equipamentos pesados e materiais perfurantes e/ou cortantes muitas
vezes contaminados por sangue e outros fluidos corporais, na responsabilidade pelo
preparo e administração de medicamentos e quimioterápicos22.
Os riscos iatrogênicos também podem ser decorrentes do descarte de
materiais contaminados nos lixos hospitalares, nas relações interpessoais de
trabalho e produção, no trabalho em turnos, no trabalho predominantemente
feminino, nos baixos salários, na tensão emocional advinda do convívio com a dor, o
sofrimento e, muitas vezes, da perda da vida, entre outros que podem levar a
iatrogenia. 22
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir desses é possível notar que há uma preocupação em capacitar a
equipe de enfermagem, através de cursos e treinamentos contínuos.
A equipe de enfermagem está presente desde o manuseio à interpretação da
terapêutica medicamentosa na clínica do paciente crítico, sendo de responsabilidade
do profissional interceptar e evitar falhas advindas do processo de má execução das
técnicas em PCR.
13
Espera-se que o enfermeiro intensivista esteja preparado para a tomada de
decisões que leve à prevenção de agravos indesejáveis obtendo respaldo ético e
legal através do registro e Evolução de Enfermagem.
Diante de todos os fatores aqui referenciados nesse artigo, se faz necessário
refletir também sobre todo sistema de informatização, bem como a criação e adoção
de protocolos em PCR que precisam de atualização e capacitação, pois não adiante
ter o protocolo e não ter profissionais aptos para tal procedimento. Esta mudança
vem colaborar para prevenção de danos aos pacientes, mas a importância do
treinamento e da educação permanente da equipe que manipula todos esses
aparelhos se faz necessária uma vez que todo o conhecimento teórico-científico
deve ser posto em prática, principalmente na observação e avaliação dos principais
sinais e sintomas do agravamento do seu quadro, que este paciente está sinalizando
para equipe.
Na atualidade é notório que existe deficiência no conhecimento da equipe no
atendimento a parada cardiorrespiratória, e, vários são os fatores que podem estar
interferindo no adequado atendimento ao paciente, porém, todos direcionam a uma
questão primordial, a necessidade de qualificação profissional de toda a equipe para
que haja um atendimento de qualidade, coeso e efetivo, iniciando por uma educação
permanente dentro dos hospitais sobre PCR.
O enfermeiro é um profissional qualificado e capacitado para treinar, instruir e
desenvolver ações de planejamento e execução durante o atendimento a PCR, mas
ele precisa ter capacitações para isso e estar em constante aprendizado, sendo
apoiado dentro da empresa para que essas capacitações aconteçam. Em contato
direto com os médicos, profissionais auxiliares e técnicos de enfermagem, cabe ao
enfermeiro a provisão de um atendimento de qualidade a fim de que se obtenha
êxito e cabe aos responsáveis pela direção hospitalar apoiá-los.
É preciso ressaltar a importância de um protocolo de atendimento à PCR
implantado e atualizado, com capacitação multiprofissional de forma periódica e
sistemática
Conclui-se então que o objetivo deste foi concluído com êxito, através da
sensibilização sobre a importância da prevenção para evitar casos de iatrogenia
durante a PCR na UTI, considerando que o enfermeiro ao detectar falhas na
realização das técnicas de RCP, como na manipulação de drogas durante a PCR,
deve exercer seu papel de educador proporcionando à equipe um desenvolvimento
14
técnico desde o conhecimento sobre as manobras de RCP, como a interpretação da
prescrição até a administração, manipulação dos aparelhos eletrônicos disponíveis e
interagindo com a equipe de saúde, para assim evitar danos relacionados à má
prática das técnicas em questão e que isso possa intervir drasticamente no quadro
clínico do paciente da Terapia Intensiva.
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