DOCÊNCIA E PRÁTICA DE ENSINO Aluna: DANIELA ANA DA

Propaganda
DOCÊNCIA E PRÁTICA DE ENSINO
Aluna:
DANIELA ANA DA SILVA
Conteúdo:
- Educação: Pesquisas e Práticas;
- Profissão Docente;
- Como as Pessoas Aprendem;
- Repensando estratégias de ensino no processo de aprendizagem;
- Formação de profissionais da educação no Brasil;
- Docência e trabalho: reflexões sobre o papel da prática de ensino;
- Escola do Futuro / Desenvolvimentos Cognitivo e Aprendizagem;
- A Prática da Docência no Ensino de Adultos.
DOCÊNCIA E PRÁTICA DE ENSINO
Podemos afirmar que a profissão docente é caracterizada por uma
prática na qual a experiência individual pode se converter em uma experiência
coletiva, por isso, espera-se dos professores uma participação ativa e crítica do
seu processo de desenvolvimento profissional e atuação, a qual, segundo
Perrenoud (2009), consiste em: 1. Aprender a cooperar e a atuar em rede; 2.
Aprender a viver a escola como uma comunidade educativa; 3. Aprender a
sentir-se membro de uma verdadeira profissão e responsável por ela; 4.
Aprender a dialogar com a sociedade.
Atualmente, mesmo que coexistam no mesmo andar e tomem café,
todos os dias, à mesma mesa, os professores não são obrigados a trabalhar
em conjunto; logo, a necessidade de aprender a trabalhar em rede.
Para suprir a necessidade de a escola viver como uma comunidade
educativa, é preciso formar os professores nesse sentido, prepará-los para
negociar e conduzir projetos e dar-lhe as competências para um entendimento
com outros adultos, inclusive com os pais.
Ao sentir-se membro de uma verdadeira profissão e responsável por
ela, poderá haver um crescente controle coletivo do profissional sobre sua
formação e uma influência mais forte sobre as políticas públicas que estruturam
o seu campo de trabalho.
Por fim, os professores devem aprender a se envolver, primeiramente,
como profissionais que colocam sua especialidade a serviço do debate sobre
as políticas educacionais e não como membros de um grupo profissional que
defende aos interesses da categoria.
Com respeito à formação inicial, esta tem sido considerada pelos
professores demasiadamente teórica, pouco prática, muito afastada da sala de
aula. A queixa principal é que os professores formadores não explicam o
suficiente ou não fornecem informações precisas sobre:
- as dificuldades a serem encontradas;
- o tipo de aluno com o qual trabalharão;
- as influências dos problemas sociais existentes nas classes;
- a psicologia dos alunos e as técnicas a serem aplicadas para promover sua
aprendizagem e, conseqüentemente, seu desenvolvimento;
- as estratégias a serem trabalhadas, para desenvolver os conteúdos
científicos.
Na formação continuada dos professores em serviço, o enfoque sobre
a teoria é considerado excessivo, não possibilitando a solução dos problemas
práticos, pois se fala de um aluno pouco real, sendo desconsideradas as
informações necessárias sobre:
- o aluno e sua realidade sociocultural;
- as relações entre a teoria e prática;
- os problemas de aprendizagem;
- os problemas sociais (familiares, econômicos, culturais, etc.) que podem
intervir sobre a aprendizagem;
- as formas de atuação/intervenção didática capazes de minimizar os
problemas práticos encontrados.
Nessa perspectiva, é necessário proporcionar, aos professores
principiantes e em serviço, apoio e recursos dentro das instituições nas quais
atuam, além de ajudá-los a aplicar o conhecimento que já possuem ou podem
obter por si mesmos. Logo, pensar a formação como uma rede de relações
implica necessariamente compreendê-la a partir dos seguintes pontos: a
atenção ao papel da reflexão, as relações entre a teoria e a prática pedagógica;
a análise de situações pedagógicas, a transformação das representações e das
práticas, as observações entre professores, a percepção de como acontece a
ação pedagógica, o saber-fazer e o saber-saber, a metacomunicação entre
professores e os professores e seus alunos, os modos de interação através da
rede de relações estabelecida para apropriação dos conhecimentos, as
histórias de vida dos professores - análise das trajetórias docentes, a
experimentação e a experiência, interações e mediações possíveis sobre o
saber e o saber- fazer.
Nessa mesma direção, ao refletirmos sobre o desenvolvimento
profissional, precisamos compreender a tipologia dos saberes que constituem
tal desenvolvimento, compreender os saberes teóricos, a serem ensinados e
para podermos ensinar o que são os conceitos, os fatos, os saberes da cultura,
o saber-saber. Os saberes práticos, que são saberes sobre a prática e da
prática, são os procedimentos formalizados, as estratégias
pedagógica,
o
saber-fazer
e
as
mediações
pedagógicas.
de ação
Assim,
o
desenvolvimento profissional e pessoal se constitui via rede de relações,
permitindo
a
conhecimento
construção
do
professor
pedagógico
alicerçado
na
construção
do
compartilhado.
Como o ato pedagógico de ensino-aprendizagem constitui-se, ao
longo prazo, num projeto de formação humana, propomos que esta formação
seja orientada por um processo de autonomia que ocorra pela produção
autônoma do conhecimento, como forma de promover a democratização dos
saberes e como modo de elaborar a crítica da realidade existente. Isto quer
dizer que só há crítica se houver produção autônoma do conhecimento
elaborado através de uma prática efetiva da pesquisa. Entendemos que é pela
prática da pesquisa que exercitamos a reflexão sobre a realidade como forma
de sistematizar metodologicamente nosso olhar sobre o mundo para podermos
agir sobre os problemas. Isto quer dizer que não pesquisamos por pesquisar e
nem refletimos por refletir. Tanto a reflexão quanto à pesquisa são meios pelos
quais podemos agir como sujeitos transformadores da realidade social. Isto
indica que nosso trabalho, como professores, é o de ensinar a aprender para
que o conhecimento construído pela aprendizagem seja um poderoso
instrumento de combate às formas de injustiças que se reproduzem no interior
da sociedade.
A formação dos profissionais da educação vem sendo motivo de
discussão intensa, nos últimos anos, em nosso país. Esta discussão surge e se
amplia por duas razões básicas: a primeira se refere à constatação já pública,
mas sentida no próprio grupo que atua no ensino, de que a escola não vai bem
e precisa ser mudada. De repente, se descobre, nesta crítica, que não bastam
decretos e decretos-leis para que a escola mude e atenda às necessidades da
população. Que não são decretos que mudam a realidade, mas que esta deve
estar na base de qualquer legislação que pretenda fazer avançar determinado
sistema. A segunda razão está relacionada com a crítica crescente das
concepções tecnicista e psicologista da educação que estiveram na base da
formação dos profissionais da educação na década de 70. Para as referidas
concepções, bastavam a “técnica” ou a “compreensão do outro”. Os “meios” os
“recursos” ou o amor bastavam para que tudo fosse bem com o ensino. O
próprio conjunto de professores e alunos era visto como “recursos”, por uns e
“indivíduos” por outros. Nestas concepções, a formação dos profissionais da
educação
era
vista
predominantemente
como
“treinamento”,
como
“capacitação” em tecnologias ou “psicologias”, “como aprender a ser”. Pode-se
dizer que, ao longo da história, em nosso país, a formação de professores não
tem sido assumida pelo Estado como um esforço do governo e de uma política
social que se preocupe com a qualidade da educação e com o processo de
cidadania do povo brasileiro. Basta analisar proporcionalmente as verbas
efetivamente aplicadas na formação e aperfeiçoamento de recursos humanos
na área. A estrutura social, tal como vem se construindo em nosso país,
determina, em grande parte, a ineficiência de nosso ensino. Por sua vez, a
responsabilidade da administração da educação pública, em geral, e da escola
em particular é bem definida quanto a fatores do processo de ensino que, pela
sua qualidade e adequação, exercem um papel importante junto a todas as
camadas sociais. Vale ressaltar que na escola, sem dúvida, é o professor, que
como sujeito da ação docente, é o elemento responsável pela direção e
efetivação do ensino, daí por que sua formação deve ser uma questão
fundamental a ser considerada, quando de fato se tem a intenção de oferecer
um ensino de qualidade, que acrescente o saber elaborado à sua condição de
exercício da cidadania, o que abrange a dimensão pessoal e profissional.
Por meio das experiências vivenciadas podemos afirmar que a forma
de agir, falar e atuar do educador em sala de aula assume um papel
fundamental no processo educativo repercutindo na aprendizagem de valores
transmitidos de forma não intencional, o hábito de planejar também contribui
significativamente para este processo, pois possibilita a melhoria continuada da
prática pedagógica. È notório que as concepções adotadas pelo educador
infantil também influencia na sua forma de atuar e na formação das crianças e
que a busca pelo conhecimento e reflexão da docência se constitui em
elementos essenciais para o crescimento profissional dos educadores.
Podemos
afirmar
significativamente
também
para
o
que
o
trabalho
desenvolvimento
com
das
projetos
crianças
contribuem
quando
são
elaborados dentro da zona de desenvolvimento proximal destas, e buscam
atender aos seus interesses utilizando o lúdico como forte recurso para o
alcance de uma aprendizagem significativa. O comprometimento profissional, a
afetividade pelos educandos e pela educação e o planejamento do trabalho
assumem papeis essenciais, pois propicia uma maior segurança na execução
das atividades e maiores possibilidades de alcance dos objetivos almejados.
A educação igualmente encontra-se nesse processo de readequação
para ter condições de acompanhar o ritmo acelerado e modernizar o que a
cada instante se torna ultrapassado nessa área. Esse percurso vem exigindo a
proposição de maneiras diferenciadas de ensinar onde o tempo, o lugar e a
idade não se caracterizam como limitadores de uma educação continuada. Por
conta oportunizar escolaridade, além de um direito, hoje é um imperativo que
se faz presente no mundo globalizado.
A partir desta modalidade de educação procura-se conceber o
conhecimento não mais numa perspectiva tradicional, mas que ele nasça do
movimento, da dúvida, da incerteza, da necessidade, da busca de novas
alternativas, do debate, da troca, constituindo-se a concepção de conhecimento
numa visão construtivista.
O conhecimento ou aprendizagem do educando deve ser avaliado no
seu dia-a-dia, através de sua participação, produção e desempenho, sem que
seja colocado um papel, formulado muitas vezes com aplicação da metodologia
diferente da que foi desenvolvida em sala de aula.
É preciso ter coerência com a forma de ensinar do professor em sala
de aula. A escola deve ser assumida como principal espaço de inclusão, de
aprendizagem e de socialização; por isso deve ser um lugar atraente, com
espaço e tempo estimuladores de aprendizagem. Acreditamos, portanto, que
se faz necessário um maior investimento na formação docente e no
desenvolvimento
profissional
do
professor.
O processo para uma aprendizagem eficaz depende de inúmeros fatores,
dentre os quais, os mais prementes são: o talento do professor, o tipo
intelectual do aluno, as oportunidades oferecidas pelo ambiente imediato da
escola, perspectivas futuras de vida do aluno.
A escola não pode mais ser considerada como uma simples máquina
de alfabetização. Sua função não se restringe mais, como antigamente, à
modesta tarefa de ensinar, sua tarefa é mais ampla e profunda, ou seja, deve
levar o nosso aluno a ser mais critico, mais compromissado e mais otimista em
relação à aprendizagem. Suas responsabilidades atuais são bem maiores.
Além de instrumento de formação física, intelectual e moral, cabe-lhe a missão
de promover a integração harmoniosa do educando no seio da comunidade,
fornecendo-lhe todos os elementos para que se possa tornar um fator de
progresso individual e social.
Assim,
a
aprendizagem
é
um
processo
de
assimilação
de
determinados conhecimentos e modos de ação física e mental, organizados e
orientados no processo ensino aprendizagem.
As escolas tradicionais ainda trabalham com o sistema que privilegia a
quantidade de informação, misturando os conteúdos significativos com os de
pouco significado para aquele momento. Questionários são usados para
reforçar o conteúdo e as avaliações servem apenas para medir a assimilação
destes
conteúdos.
O ideal seria que fossem trabalhados conteúdos significativos para a formação
do aluno. Qual conhecimento seria mais importante para um aluno? Conhecer
os conflitos políticos na época imperial ou saber como funciona nosso sistema
político
atual
e
para
que
ele
serve
em
nosso
dia-a-dia?
As atividades deveriam deixar de lado o sistema repetitivo para dar espaço
para a criatividade, pesquisa e produção de conhecimentos. Afinal de contas,
são
estas
qualidades
exigidas
no
mercado
de
trabalho
atual.
Além dos conteúdos é necessário que a escola favoreça o desenvolvimento de
atitudes positivas, atuando na formação do indivíduo. Respeito, paz,
convivência harmônica, solidariedade e princípios de cidadania devem ser
levados a sério e incluídos nos programas pedagógicos de forma prática e
eficiente.
O ato de ensinar envolve sempre uma compreensão bem mais
abrangente do que o espaço restrito do professor na sala de aula ou às
atividades desenvolvidas pelos alunos. Tanto o professor quanto o aluno e a
escola encontram-se em contextos mais globais que interferem no processo
educativo e precisam ser levados em consideração na elaboração e execução
do ensino.
Ensinar algo a alguém requer, sempre, duas coisas: uma visão de
mundo (incluídos aqui os conteúdos da aprendizagem) e planejamento das
ações (entendido como um processo de racionalização do ensino). A prática de
planejamento do ensino tem sido questionada quanto a sua validade como
instrumento de melhoria qualitativa no processo de ensino como o trabalho do
professor.
A transmissão do conhecimento, direcionada a prática educacional de
adultos, mostra-se direcionada a idéia de se entender o processo educacional,
em todas as faces, considerando seu trasmitente, seu expectador, seu
conteúdo, seu método sua extensão e, principalmente a recepção. Para tanto,
necessário se faz uma análise criteriosa da formação do educador, o sistema
no
qual
está
inserida,
sua
estrutura,
técnicas
e
finalidade.
O docente possui como desafio primeiro, construir um projeto de
ensino, levando em consideração o aspecto sociológico, estrutural e cultural,
da região, da instituição e do aluno, com o objetivo de explorar as habilidades e
riquezas do cotidiano possíveis de gerar conhecimentos e aprendizado.
Na
prática
educacional,
sob
o
aspecto
Andrológico
(prática
educacional de adutos), faz-se necessário reconhecer tais aspectos, pois estes
influenciam quantitativa e qualificativamente, na formação do indivíduo,
favorecendo a formação do conhecimento e, mais importante, o resultado
permanente e continuado, para tanto o aspecto tecnológico também e
necessário ser explorado de acordo com a realidade e em busca de resultados
renovadores e permanentes, procurando formar um indivíduo crítico e não um
mero expectador, muito embora, esses pontos, se diferem quanto ao
tratamento de adolescentes e adultos, sendo necessária a compreensão da
natureza orgânica do individuo e a intenção do agente quanto aos resultados a
serem
obtidos.
O adolescente deve ser instigado e provocado à formação intelectual,
enquanto que ao homem adulto, deve-se explorar este aspecto, porém com
maior ênfase a integração entre os diferentes estágios da vida, procurando
estimular a renovação de conhecimentos, utilizando-se de um processo
enriquecedor
adaptado
ao
progresso
de
conhecimento
adquirido.
A materialização de tais aspectos vem carregada de construções,
inclusive de imagem profissional que se estabelece ao longo da atividade
docente, porém identificado ao mundo que vivemos o aspecto social, seu
projeto e prática pedagógica, considerando o individuo social e individualmente.
Mais do que o desafio de gerar conhecimento, ensinar é a prática do
sacerdócio cultural.
Não é possível criar uma sociedade civil desejada sem que as
pessoas marginalizadas, analfabetas ou em processo de escolarização, adultos
ou jovens, tenham oportunidade de inserção na sociedade a qual pertencem
como entes sociais, políticos e com um preparo que lhes permita superar as
barreiras com as quais na maioria das vezes se defrontam. Indubitavelmente, é
necessário que as escolas que ministram ensino para classes de adultos
analfabetos e para as demais totalidades preocupem-se com um ensino de
qualidade que venha ao encontro de idéias prescritas na legislação que
ampara essa modalidade de ensino e que tem como fim o preparo para a
cidadania.
Download