PERRENOUD, Philippe. 10 Novas competências para ensinar. trad

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PERRENOUD, Philippe. 10 Novas competências para ensinar. trad. Patrícia Chittoni
Ramos. Porto Alegre: Artmed, 2000
O livro “10 Novas competências para ensinar” de Philippe Perrenoud foi escrito
em 1996 e traduzido ao português em 2000 por Patrícia Chittoni, o que nos possibilita
analisar se as mudanças propostas pelo autor (“Novas competências”) de fato
ocorreram, se não ocorreram, ou ainda, se estão ocorrendo. Logo na introdução, o autor
ressalta que os meios de ensinar são mutáveis, pois a sociedade é mutável, sobretudo no
que se refere à Língua (heterogênea e mutável). O autor expõe 10 competências
importantes que o professor deve conter no que se refere ao processo ensinoaprendizagem. As competências não são saberes, são ‘modos de’ agir no que concerne o
administrar a progressão das aprendizagens dos alunos, que se adequam de acordo com
as situações encontradas em sala de aula, são organizadas por esquemas de pensamento
que são adquiridos com o tempo, com a prática educativa, ou seja, com a formação
continuada do professor.
O capitulo 1 intitulado “Organizar e dirigir situações de aprendizagem”
discorre sobre as competências profissionais necessárias para imaginar e criar outros
tipos de situações de aprendizagem. Situações estas que as didáticas contemporâneas
encaram como situações amplas, abertas, carregadas de sentido e de regulação, as quais
requerem um método de pesquisa, de identificação e de resolução de problemas.
Para começar a pensar e a imaginar outros tipos de situações de aprendizagem, o
autor traz uma visão explicita do oficio (ser professor) e da sua evolução. Sendo assim,
primeiramente há um esclarecimento sobre a diferença de saberes e competências. Os
saberes são aqueles que o professor deve levar aos alunos, são aqueles com o qual ele
vai mediar os alunos; as competências são as formas que ele utilizará para mediar estes
sabres e outras questões que surgirem no processo de ensino-aprendizagem.
Tendo em vista a questão apresentada anteriormente, sobre quão mutáveis são os
meios de ensinar e sobre a questão da heterogeneidade, o autor analisa a maneira como
o professor trata seus alunos. Por muito tempo o que se via em sala de aula era a
exigência de que todos os alunos fossem iguais, não se levava em consideração que
cada aluno teria um ritmo de aprendizagem diferente. Diante disso, o professor tratava
todos os alunos de maneira igual, o que de forma alguma era garantia de aprendizado.
Ser igual com todos os alunos não pressupõe que todos aprendam tudo o que ‘deveriam’
aprender, eles são diferentes culturalmente, aprendem de diferentes maneiras. Cada
aluno tem uma carga de conhecimento diferente do outro, o que o leva a aprender de
uma forma diferente da outra. Tal heterogeneidade exige do professor diversas
competências, tais como: conhecer os conteúdos a serem ensinados, trabalhar com o
foco no aluno (suas representações, suas dificuldades), construir mecanismos de
sequências didáticas, envolver os alunos em projetos que fujam da abordagem
tradicional e construam conhecimento.
Pensar o aluno como uma tábula rasa é um equívoco, pois ele tem muito a
ensinar ao professor. E esta é a competência requerida atualmente, o professor deve ter
o domínio dos conteúdos com suficiente fluência e distância para construí- los em
situações abertas e tarefas complexas, aproveitando ocasiões, partindo dos interesses
dos alunos, explorando os acontecimentos, ou seja, deve favorecer a apropriação ativa e
a transferência dos saberes. Deve saber identificar noções núcleos ou ‘chaves’ para o
processo de ensino-aprendizagem, isto segundo as dificuldades que apresentam os
alunos. Partir do mundo do aluno para construir o conhecimento e reestruturar seu
sistema de compreensão do mundo a partir dos saberes (professor
aluno).
Para construir um conhecimento o professor deve desestruturar os alunos,
colocando-os diante de obstáculos cognitivos que ajudarão este individuo a desenvolver
competências que serão uteis posteriormente. Tais obstáculos devem ser transpostos por
meio de uma aprendizagem inédita.
Quando o professor tem a capacidade de gestão da articulação da aprendizagem
três situações podem acontecer: os alunos podem transpor o método e partir para a ação,
podem construir o método com a ajuda do professor, ou podem fazer tentativas
empíricas por meio de simulações (o erro como ferramenta para ensinar o
procedimento).
Construir um conhecimento exige situações que estimulem o conflito cognitivo
entre os alunos, sendo assim, o professor deve ser aquele que orienta, criando situações
e dando auxílio, sem ser o especialista que transmite o saber, que propõe a solução para
o problema. O resultado deste método depende do diálogo com o aluno, da relação
professor aluno.
Neste capitulo o autor apresentou a primeira das dez novas competências para
ensinar, que é ir para sala de aula na função de professor com o compromisso de
organizar e dirigir situações de ensino-aprendizagem. Na realidade de sala de aula atual
do Brasil vemos que isso nem sempre acontece, mal os professores têm conseguido
organizar os conteúdos. É necessário que ocorra uma mudança e este compromisso
realmente seja firmado, não somente por parte dos professores, mas sim por todo o
sistema educacional.
Resumo elaborado pelas bolsistas do PIBID - Subprojeto Espanhol:
Aline dos Santos de Lima e Bruna Leticia de Souza.
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