Fazer refeição em família traz benefícios à saúde

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Fazer refeição em família traz benefícios à saúde
física e mental
Uma pesquisa do governo do Reino Unido concluiu que crianças que fazem
regularmente as refeições com os pais têm quase o dobro de chance de tirar notas boas na
escola
Apesar de o hábito das refeições em família terem benefícios para saúde física e
mental comprovados em pesquisas, esse ritual está saindo de cena no Brasil. É o que mostra
levantamento recente realizado pela Unilever em diversos países, intitulado O Poder das
Refeições. Na pesquisa nacional, descobriu-se que 49% das paulistanas entrevistadas jantam
em família todos os dias. Em contrapartida, 69% dos brasileiros dizem que se alimentam
enquanto assistem à TV.
Ora, com a TV ligada, a refeição compartilhada perde seus principais benefícios, como
estimular a união e cumplicidade entre pais e filhos e aumentar a qualidade da alimentação.
Estudos internacionais revelam muito mais ganhos. A conversa que acontece ao redor da
mesa contribui ainda para o desenvolvimento social e cognitivo das crianças, e para a
ampliação de seu vocabulário.
Uma pesquisa do governo do Reino Unido concluiu que as crianças que fazem
regularmente as refeições com os pais têm quase o dobro de chance de tirar notas boas na
escola, comparadas àquelas que não desfrutam desse hábito. E adolescentes que adotam
esse ritual apresentam menores probabilidades de se envolverem em brigas ou de serem
suspensos da escola. Também ficariam menos vulneráveis ao uso de drogas, sexo sem
proteção e depressão.
Além do aspecto psicológico, a refeição em família traz ganhos à saúde. A nutricionista
Lara Natacci diz que é durante a refeição em família que mais se presta atenção à qualidade
alimentar. “Geralmente, o ritual proporciona uma alimentação mais saudável. Além disso, as
pessoas comem menos e mais lentamente do que quando estão diante da TV ou sozinhas”,
ressalta a especialista, que também é professora do curso de pós-graduação da Universidade
de São Paulo, na área de Promoção de Saúde.
Com menos pressa, saboreia-se mais o alimento, e é dado mais tempo ao cérebro para
que emita o sinal de que a fome cessou. A nutricionista explica que a sensação de saciedade
leva 20 minutos para chegar ao cérebro. Ou seja, quem engole tudo rápido acaba comendo
mais do que o necessário, por não dar chance para que essa comunicação aconteça. “Por isso,
a refeição à mesa também pode evitar problemas como obesidade, além de outros distúrbios
alimentares”, afirma.
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