GUIAS PARA CONDUÇÃO DE ESTUDOS TOXICOLÓGICOS PRÉ-CLINICOS DE MEDICAMENTOS Prof. Dr. Domingos Tabajara de Oliveira Martins ILHÉUS - BA 2014 31 de janeiro de 2013 - Versão 2 ANVISA GERÊNCIA GERAL DE MEDICAMENTOS ANVISA GESEF: Gerência de Avaliação de Segurança e Eficácia COPEM: Coordenação de Pesquisa e Ensaios Clínicos e Medicamentos Novos COBIO : Coordenação de Bioequivalência CPBIH: Coordenação de Biológicos Fundamento Baseado em documentos reconhecidas na área de agências e instituições FDA: Food and Drug Administration EMA: European Medicines Agency OECD: Organisation for Economic Co-operation and Development ICH: International Conference on Harmonisation NCI : National Cancer Institute WHO: World Health Organization Objetivo Possibilitar uma maior harmonização com a regulamentação internacional.; Racionalizar estudos não clínicos, evitando duplicidades e utilização desnecessária de animais sem que isso comprometa a obtenção e confiabilidade de informações referentes à segurança da droga a ser testada; Fornecer dados confiáveis para subsidiar as Pesquisas Clínicas. CONDUÇÃO De acordo com as Boas Práticas de Laboratório (BPL) - OECD Principles of Good Laboratory Practice; HANDBOOK: GOOD LABORATORY PRACTICE (GLP) /WHO (Quality practices for regulated non-clinical research and development), quando aplicável; Os animais a serem utilizados deverão ser saudáveis, preferencialmente livres de patógenos (SPF – Specific Pathogen Free), e de origem conhecida, além de possuir peso e idade adequados ao experimento. Ensaios de toxicidade para medicamentos 1. Estudos de toxicidade de dose única (aguda) 2. Estudos de toxicidade de doses repetidas 3. Estudos de toxicidade reprodutiva 4. Estudos de genotoxicidade 5. Estudos de tolerância local 6. Estudos de carcinogenicidade 7. Estudos de interesse para a avaliação da segurança farmacológica 8. Estudos de toxicocinética 9. Ensaios não clínicos necessários para condução de estudos clínicos com associações em dose fixa Medicamentos Fitoterápicos X Medicamentos Sintéticos Fitoterápico Convencional (Síntese ou fitofármaco) Composição Complexa Simples Ação farmacológica Frequentemente atribuída a mais de um componente/grupo Atribuída a um único constituinte ou associação de compostos definida. Biodisponibilidade Prevista/Assumida frente à eficácia (Farmacol. Clínica) Comprovada Controle de Qualidade Quantifica marcadores/Seletividade é crítica Quantifica princípio ativo/Seletividade simples Efeitos de sazonalidade Presentes Ausentes Perfil de impurezas Nem sempre conhecido (matriz vegetal complexa) Quase sempre conhecido Reprodutibilidade de ação Não é garantida necessariamente pela concentração de marcadores Depende da concentração do princípio ativo/perfil de impurezas Liberação/controle Medicamento fitoterápico • apresentação de estudos não clínicos e clínicos • registro simplificado Produto tradicional fitoterápico • comprovação da tradicionalidade • registro simplificado • notificação simplificada Controle de qualidade igual Características ou Atributos essenciais aos Fitoterápicos EFICÁCIA SEGURANÇA QUALIDADE Formas de utilização Não regulada Planta medicinal Fitoterápico Manipulado Fitoterápico Industrializado MED. FITOTER. CHÁS MEDICINAIS PROD. TRAD. FITOT. PROD. TRAD. FITOT. Novas normas para o registro de fitoterápicos (RDC 26/14 e IN 02/14 da Anvisa) Workshop de fitoterápicos Brasília, 12 de maio de 2014 GUIA PARA A REALIZAÇÃO DE ESTUDOS DE TOXICIDADE PRÉ-CLINICA DE FITOTERÁPICOS 1. Indica métodos padronizados para os estudos de toxicologia pré-clínica de acordo com Resolução vigente para registro e renovação de registro de fitoterápicos. 2. Os estudos de toxicidade devem ser conduzidos com amostras padronizadas do medicamento fitoterápico ou do derivado vegetal a partir do qual é produzido. Guia para a realização de estudos de toxicidade pré-clínica de fitoterápicos Amostras padronizadas do fitoterápico ou do derivado vegetal Amostra Toxicidade aguda Toxicidade de doses repetidas Toxicidade subcrônica Toxicidade crônica Guia para a realização de estudos de toxicidade pré-clínica de fitoterápicos Testes adicionais Estudo especial genotoxicidade Avaliação toxicológica tópica Sensibilização dérmica Quando houver indicação de uso contínuo ou Irritação cutânea prolongado do medicamento em humanos Irritação ocular 1. Estudos de Toxicidade de Dose Única (Aguda) 1. Estudos de Toxicidade de Dose Única (Aguda) • • • • OBJETIVO: avaliar a toxicidade da droga em 1 ou mais doses por período de até 24 horas, seguido de observação dos animais por 14 dias após a administração. RE Nº 90 : uma espécie de mamífero evitando-se animais MODELO ANIMAL: no mínimo 2 espécies de genéticas mamíferos: um roedor e umcom nãocaracterísticas roedor (números iguais de machos e fêmeas)especiais. adultos No mínimo 6 machos e 6 fêmeas por dose. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO: (1) pretendida para administração em humanos (oral – gavagem); (2) parenteral (endovenosa). 1. Estudos de Toxicidade de Dose Única (Aguda) • DOSE: a dose limite: evidência de toxicidade não RE Nºmg/kg/dia 90: doses para suficientes para letal ou até no máximo 1000 roedores e não roedores.observação de possíveis efeitos adversos e estimativa da DL50. Se não forem observados efeitos adversos, • OBS: Não é exigida a determinação de DL50. Podem ser utilizar para a dose máxima possível. utilizados métodos alternativos a estimativa da dose letal envolvendo um menor número de animais, tais como os preconizados nos guias da OECD. (OECD Guideline 425 - Acute Oral Toxicity – Up-and-Down-Procedure ) Oral (OECD 401, 420, 423, 425) 1. Estudos de Toxicidade de Dose Única (Aguda) latência sinais clínicos e parâmetros comporta RE Nº mentais mortalidade duração e reversibilidade da toxicidade patologia clínica (hematologia bioquímica) Animais observados 2 vezes no primeiro dia e 1 vez nos dias seguintes PARÂMETROS AVALIADOS Variação no consumo de ração e água 90: Durante as primeiras 24 h, em 0, 15, 30 e 60 min e a variações no cada 4he peso corporal diariamente durante 14 dias após administração análises anatomo e histopatoló gicas CITOTOXICIDADE Método do Alamar blue Overnight 37°C 5% CO2 Plaqueamento 24 h 37°C 5% CO2 tratamentos 8h 37°C 5% CO2 Alamar blue 1 x 105 cel/poço leitura Mitocôndrias em células viáveis CHO-k1 400 mg/mL 200 mg/mL MEIO + CÉLULAS 100 mg/mL 50 mg/mL 25 mg/mL 12,5 mg/mL MEIO 6,25 mg/mL 3,125 mg/mL EHCb BI CITOTOXICIDADE citotóxico: IC50< 4 ug/mL (isolado) IC50< 30 ug/mL (extrato) Suffness e Pezzuto (1990) Curva de sobrevivência e valores de CI50 do extrato hexânico de Calophyllum brasiliense (EHCb), mistura dos ácidos brasiliênsico e isobrasiliênsico (BI). 2. Estudos de Toxicidade de Doses Repetidas 2. Estudos de Toxicidade de Doses Repetidas OBJETIVO: caracterizar o perfil toxicológico da droga pela administração repetida sobre diversos parâmetros, indicação da NOEL e NOAEL. RE Nº 90 : MODELO ANIMAL: no mínimoRoedores: 2 espéciesNodemínimo 10 machos mamíferos: um roedor e um não (n°por igual de e 10roedor fêmeas, dose machos e fêmeas em idade adulta jovem) no mínimo 3 Não-roedores: machos e 3 fêmeas, por dose VIA DE ADMINISTRAÇÃO: a pretendida para Incluir um grupo veículo da administração em humanos. Pode-se usar uma via formulação parenteral quando a absorção em animais for baixa. 2. Estudos de Toxicidade de Doses Repetidas DOSE: 3 doses: a maior deve produzir efeitos tóxicos observáveis, mas não morte nem sofrimento, no máximo de 1000 mg/kg/dia, seguidas de seqüência descendente com intervalos de 2 a 4 vezes. OBS: Os dados de segurança obtidos nesses estudos dão suporte às Fases 1, 2 e 3 da Pesquisa Clínica. 2. Estudos de Toxicidade de Doses Repetidas Não roedores • alterações comportamentais, Sinais clínicos (incluindo parâmetros x x • variação do peso corpóreo (semanal), comportamentais) • hemograma completo Mortalidade x e análises x bioquímicas de sangue (sódio, potássio, gama Variações no peso corporal x x PARÂMETROS RE AVALIADOS Nº 90 : Roedores glutamiltranspeptidase, aminotransferases, Consumo de ração e água x x fosfatase alcalina, uréia, creatinina, ácido Patologia clínica (hematologia, x x úrico, colesterol, triglicerídeos, glicose, bioquímica) proteínas totais e bilirrubina); Duração e reversibilidade da x x • Exames anatomopatológicos toxicidade Investigações anatomo e x órgãos vitais x • Exames macroscópicos histopatológicas Oftalmologia x 2. Estudos de Toxicidade de Doses Repetidas Período de Duração mínima do estudo intervenção clínica roedores não roedores Até 2 Semanas 2 Semanas 2 Semanas Entre 2 semanas e Entre 2 semanas e Entre 2 semanas e 6 meses 6 meses 6 meses Acima de 6 meses 6 meses 9 meses 2. Estudos de Toxicidade de Doses Repetidas RE Nº 90 Período de uso Duração mínima do estudo das doses repetidas Até 30 dias de uso por ano 4 semanas Acima de 30 dias de uso por ano 12 semanas 3. Estudos de Toxicidade Reprodutiva 3. Estudos de Toxicidade Reprodutiva OBJETIVO: revelar substâncias toxicas na reprodução de mamíferos FASES: A. Fertilidade e desenvolvimento embrionário inicial; B. Desenvolvimento pré e pós-natal, incluindo função materna; C. Desenvolvimento embrio-fetal. 3. Estudos de Toxicidade Reprodutiva Fertilidade e desenvolvimen to embrionário inicial • maturação de gametas, comportamento no acasalamento, fertilidade, estágio de préimplantação e implantação embrionária Preferencialmente ratos, mesma quantidade de machos e fêmeas Desenvolviment o pré e pósnatal, incluindo função materna • Avalia-se o período desde a implantação até a lactação das fêmeas Preferencialmente ratas Desenvolviment o embrio-fetal. • Fêmeas são submetidas à eutanásia um dia antes da parição. Todos os fetos são examinados quanto à viabilidade e anormalidades. No mínimo em 2 espécies, 1 roedora (rato) e 1 não roedora (coelho). 3. Estudos de Toxicidade Reprodutiva VIA DE ADMINISTRAÇÃO: a pretendida para administração em humanos. DOSE: A escolha da dose alta deve ser baseada nos dados de todos os estudos disponíveis (farmacologia, estudos de toxicidade aguda/ crônica e toxicocinética), seguidas de doses decrescentes e com intervalos que dependem da cinética e de outros fatores de toxicidade. 4. Estudos de Genotoxicidade 4. Estudos de Genotoxicidade Genotoxicidade: Estudo da ação de qualquer agente físico, químico ou biológico que produz danos no material genético de células (DNA ou cromossomos). Os testes avaliam o dano diretamente na célula. Mutagenicidade: Mudança ou dano gênico no mecanismo de reparo ao DNA provocado pelo agente físico químico ou biológico, resultando em uma célula alterada. Os testes avaliam a expressão da mutação. 4. Estudos de Genotoxicidade OBJETIVO: testes in vitro e in vivo desenhados para detectar o potencial de causar mutações genéticas e cromossômicas. RE Nº 90 : Estudo que deve ser efetuado quando houver indicação de uso contínuo ou prolongado do medicamento em humanos. Compostos que apresentam resultados “positivos” são potencialmente agentes carcinogênicos e/ou mutagênicos para seres humanos. 4. Estudos de Genotoxicidade MODELOS BIOLÓGICOS TESTE DE MUTAÇÃO GENÉTICA: Para detectar mudanças nos sítios de Guanina-Citosina (G-C) recomenda-se Salmonella typhimurium TA1535, TA1537 (ou TA 97), TA98 e TA100. Para a detecção de pontos de mutação nos sítios de Adenina-Timina (A-T) deve-se utilizar Salmonella typhimurium TA 102, Escherichia coli WP2 uvrA ou Escherichia coli WP2 uvrA (pKM101) TESTE DE MICRONÚCLEO: in vivo recomenda-se a utilização de roedores (camundongos ou ratos), apenas um sexo, de preferência machos. TESTES DE ABERRAÇÕES CROMOSSÔMICAS: em nucleotídeos de células hematopoiéticas de roedores podem detectar um amplo espectro de mudanças na integridade cromossomal. 4. Estudos de Genotoxicidade Opção 1: Bateria RE Nº 90 : Opção 2: Bateria vitro da reversão de 1- Teste para mutação genética 1. Avaliação 1- Testeinpara mutação genética mutação em bactérias incluindo ativação em bactéria; em bactéria; metabólica ou de dano a cromossomas d 2- Teste citogenético para 2- Teste in vivo para células de mamíferos ou de linfoma de avaliação de dano cromossomal genotoxicidade de roedores ou um teste in vitro de mutação camundongo; (geralmente micronúcleo em genética de linfoma de rato; 2. Avaliação células hematopoiéticas in vivo do danode emrato) e mais outro tecido; cromossoma em células hematopoiética 3- Teste in vivo para (teste de micronúcleo). genotoxicidade de roedores de roedores 3- Um segundo ensaio de (geralmente micronúcleo em genotoxicidade in vivo. células hematopoiéticas de rato) ou aberrações cromossômicas em células na metáfase. 4. Estudos de Genotoxicidade VIA DE ADMINISTRAÇÃO: (quando aplicável): a pretendida para administração em humanos. DOSE (quando aplicável): 3 doses sendo que a máxima deve ser: a máxima dose tolerada (até 1000 mg/kg) para estudos de 14 ou mais dias. 4. Estudos de Genotoxicidade OBS: Um ensaio de mutação genética dá suporte aos estudos clínicos de administração única. Estudos com doses múltiplas necessitarão de suporte de pelo menos um dos dois conjuntos de testes descritos como “opção 1” e “opção 2”. Para avaliação do potencial de genotoxicidade podem ser utilizados os guias da OECD. Os testes de genotoxicidade devem estar concluídos anteriormente à realização das Pesquisas Clínicas fase 2. AVALIAÇÃO DO POTENCIAL MUTAGÊNICO Teste do Micronúcleo fixação 37°C 5% CO2 Plaqueamento 1x 106 24 h Testes 37°C 5% CO2 48 h 37°C 5% CO2 72 h Mononucleada citocalasina cel/garrafa BInucleada Células CHO-K1 Brotos BUDs Pontes dicêntricas PNPs AVALIAÇÃO DO POTENCIAL MUTAGÊNICO Teste do Micronúcleo MNa PPDa BUDa IDN Controle normal 9 ± 0,9 20,5 ± 1,6 2,5 ± 0,2 1,60 BI 10 µg/mL 38 ± 0,8 17,5 ± 1,1 5,5 ± 0,2 1,61 BI 20 µg/mL 58 ± 0,9 * 19, ± 0,9 4,5 ± 0,3 1,58 122 ± 4,2 ** 29,5 ± 0,7 16 ± 0,9 1,84 DOXO 0,00625µg/mL Médias das aberrações observadas em células CHO-k1 tratadas com a mistura dos ácidos brasiliênsico e isobrasiliênsico (BI), doxorrubicina (DOXO) e controle normal sem tratamento. a A contagem das aberrações avaliadas foi realizada em 1000 células binucleadas por lâmina. IDN=[(1x cél. mononuclear) + (2 x cél. binuc.) + (3 x cél. multin.)/Total de células] 5. Estudos de Tolerância Local 5. Estudos de Tolerância Local OBJETIVO: saber se a substância ativa (e o veículo e/ou os excipientes) são tolerados em locais do corpo que poderão entrar em contato com o produto durante sua administração. Os testes avaliam quaisquer efeitos mecânicos ou físicoquímicos da substância, distintos de efeitos toxicológicos ou farmacodinâmicos. MODELO: Apenas 1 espécie, escolhida em função do problema a ser investigado. 5. Estudos de Tolerância Local DOSE: a real concentração de substância ativa utilizada em seres humanos deve ser testada PERÍODO: conforme proposta de uso, mas não superior a 4 semanas. REVERSIBILIDADE: Avaliações de reversibilidade das lesões locais deverão ser incluídas quando relevantes OBS: Deve ser realizada antes de se iniciar a Fase 1 da Pesquisa Clínica. 5. Estudos de Tolerância Local ESTUDOS REALIZADOS: A. Testes de Tolerância no Local de Administração B. Teste de Toxicidade Sistêmica (para substâncias tópicas possíveis de absorção) C. Testes de Tolerância para Vias Específicas de Administração (dérmica, ocular, parenteral, retal, vaginal, etc) D. Potencial de Sensibilidade Ensaio em cobaia: guia EEC/OECD para testes químicos nº406. Ensaio de Linfonodo Local: descrito em: “The Murine Local Lymph node assay: A test method for assessing the allergic contact dermatitis potential of chemicals/compouns”(NIH Publication Nº: 99-4494). 6. Estudos de Carcinogenicidade 6. Estudos de Carcinogenicidade OBJETIVO: Identificar potencial carcinogênico em consequência da exposição, por tempo considerável de sua vida. Nos estudos o uso clínico deve ser contínuo por no mínimo 6 meses. MODELO: 2 espécies roedoras (ratos e camundongos), mínimo de 50 animais/sexo/ grupo de tratamento e grupo controle. 6. Estudos de Carcinogenicidade DOSE: mínimo de 3 doses: máxima dose tolerada, a que produz sinais mínimos de toxicidade e a menor, sem qualquer sinal nenhum de toxicidade PERÍODO: 24 meses em ratos e, no mínimo, 18 meses em camundongos e hamsters OBS: Devem ser feitos apenas quando há razão de preocupação para risco de carcinogenicidade. Medicamentos desenvolvidos para tratar doenças graves podem ter seus estudos de carcinogenicidade concluídos após aprovação do registro. 6. Estudos de Carcinogenicidade a. Máxima Dose Tolerada b. Dose-Limite de Efeitos Farmacodinâmicos c. Saturação da Absorção d. Máxima Dose Disponível e. Mudanças Celulares f. Avaliações Bioquímicas AVALIAÇÃO: necroscopia e histopatologia em todos os órgõas, tecidos, glândulas, vasos, etc. 7. Estudos de Interesse para a Avaliação da Segurança Farmacológica 7. Avaliação da Segurança Farmacológica OBJETIVO: avaliar efeitos farmacodinâmicos indesejáveis da substância nas funções fisiológicas dos diversos sistemas orgânicos em relação ao nível de exposição (SNC, SCV, SResp, SNA, SGI, SRenal), e ainda função endócrina, imune e sobre os músculos esqueléticos DOSE: geralmente dose única 7. Avaliação da Segurança Farmacológica Estes testes NÃO são necessários: - substâncias de uso tópico com baixa exposição sistêmica - agentes citotóxicos administrados em pacientes vítimas de câncer em estágio terminal. - produtos biotecnológicos que são altamente específicos para seu receptor alvo. 7. Avaliação da Segurança Farmacológica ESTUDOS REALIZADOS: A. Avaliação da toxicidade no Sistema Nervoso Central; B. Avaliação da toxicidade da droga no Sistema Respiratório; C. Avaliação da toxicidade da droga no Sistema Cardíaco. 7. Avaliação da Segurança Farmacológica Estudos realizados A. Avaliação da toxicidade no Sistema Nervoso Central 6 cães (1/sexo x grupo) que deverão ser randomizados para 2 grupos de dose e 1 grupo controle. Avaliam-se: sinais clínicos, temperatura corporal, peso corpóreo, consumo de água e alimento, patologia clínica, necropsia. Sinais neurológicos: estado mental, andar e postura, reflexos espinhais, exames do nervo craniano e testes sensoriais; Eletromiograma: condução dos nervos motores e sensores B. Avaliação da toxicidade da droga no Sistema Respiratório; C. Avaliação da toxicidade da droga no Sistema Cardíaco. 7. Avaliação da Segurança Farmacológica Estudos realizados A. Avaliação da toxicidade no Sistema Nervoso Central B. Estudos para avaliar a toxicidade da droga no Sistema Respiratório Não menciona modelo animal. Avalia-se frequência respiratória, volume de ar inalado e exalado por respiração e saturação da hemoglobina e outros. C. Estudos para avaliar a toxicidade da droga no Sistema Cardíaco 7. Avaliação da Segurança Farmacológica Estudos realizados A. Avaliação da toxicidade no Sistema Nervoso Central B. Estudos para avaliar a toxicidade da droga no Sistema Respiratório C. Estudos para avaliar a toxicidade da droga no Sistema Cardíaco PARA ESTUDOS ELETROFISIOLÓGICOS: In vivo: cão, macaco, suíno, coelho, cobaia. In vitro: células únicas (ex: cardiomiócitos desagregados) ou de múltiplas (ex: Fibras de Purkinge, músculos papilares, coração intacto). Células obtidas de diferentes espécies animais incluindo: coelho, cobaia, cão, suíno, e ocasionalmente humanos. 7. Avaliação da Segurança Farmacológica Estudos realizados A. Avaliação da toxicidade no Sistema Nervoso Central B. Estudos para avaliar a toxicidade da droga no Sistema Respiratório C. Estudos para avaliar a toxicidade da droga no Sistema Cardíaco PARA ESTUDOS DE CARDIOTOXICIDADE 8 cães beagle (um/sexo/grupo de dose) para 3 grupos de dose e 1 grupo veículo da formulação e 2 macacos Cynomolgus (1 macho e 1 fêmea). Avalia-se sinais clínicos, patologia clinica, hemodinâmica e necrópsia (no caso de cães e macacos que morreram durante a o estudo). 7. Avaliação da Segurança Farmacológica OBS: Quando eventos adversos potenciais suscitar preocupação para a segurança humana: - pela classe química - propriedades farmacológicas da droga teste, - Estudos experimentais in vitro ou in vivo - Resultados durante ensaios clínicos, farmacovigilância, - dados de literatura Deve-se proceder estudos complementares. 7. Avaliação da Segurança Farmacológica Estudos complementares · Sistema Nervoso Central: avaliações de farmacologia comportamental, aprendizado e memória, visuais, auditivas, ligantes específicos, neuroquímica e/ou eletrofisiologia. · Sistema Cardiovascular: avaliações de débito cardíaco, contratilidade ventricular, resistência vascular, efeitos de substâncias endógenas e/ou exógenas sobre as respostas cardiovasculares. · Sistema Respiratório: avaliações de resistência de vias aéreas, pressão arterial pulmonar, pH sanguíneo, gasometria. · Sistema Renal/Urinário: avaliações de volume urinário, gravidade específica, osmolalidade, pH, fluidos/balanço eletrolítico, proteínas, citologia, hemácias, bem como determinações químicas de uréia, creatinina, proteínas plasmáticas. · Sistema Nervoso Autônomo: avaliações de ligação à receptores relevantes para o sistema nervoso autônomo, respostas funcionais para agonistas ou antagonistas in vivo ou in vitro, estimulação direta dos nervos autônomo e medição das respostas cardiovasculares e variabilidade do ritmo cardíaco. · Sistema Gastrintestinal: avaliações de secreção gástrica, potencial prejuízo gastrointestinal, secreção biliar, tempo de trânsito in vivo, contração ileal in vitro, pH gástrico. · Outros Sistemas: avaliações de musculatura esquelética, funções imunes e endócrinas. 8. Estudos de Toxicocinética 8. Estudos de Toxicocinética OBJETIVO: descrição da exposição sistêmica obtida em animais e a sua relação com o nível de dose e o tempo (absorção, distribuição, metabolismo, e excreção). VIA DE ADMINISTRAÇÃO: Pretendida para uso humano. DOSE: 3 doses: de dose sem efeito tóxico a dose que cause alterações toxicológicas. As coletas de amostras de fluidos corpóreos devem ser periódicas e frequentes. 8. Estudos de Toxicocinética PARÂMETROS A SEREM AVALIADOS: A quantificação da exposição por dosagens plasmáticas e fluidos corporais, coletados com frequência PARÂMETROS A SEREM AVALIADOS: A quantificação da exposição por dosagens plasmáticas e fluidos corporais, coletados com frequência 9. Ensaios Não Clínicos Necessários para Condução de Estudos Clínicos com Associações em Dose Fixa 9. Ensaios Não Clínicos Necessários para Condução de Estudos Clínicos com Associações em Dose Fixa Testes propostos pela ANVISA quando é necessário construir um conjunto racional de evidências que embasem o planejamento de ensaios clínicos para associações. A seleção desses testes dependem de uma serie de fatores incluindo a natureza de interações e toxicidade 8. Circunstâncias: 1. Quando uma interação farmacocinética justifique a combinação de fármacos. 2. Ocorrência de interseção nos tecidos-alvos da ação das drogas combinadas 3. Possibilidade de interação farmacodinâmica. 4. Drogas que exibem afinidade para os mesmos receptores ou alvos biológicos 5. Drogas que provocam toxicidade grave ou nãomonitorável em doses próximas à clínica. 6. Qualquer outro motivo para existir grave preocupação clínica. [email protected] Ilhéus, 28 de outubro de 2014.