Capa Nilson Rosa de Faria Filoética VI Editora ______________________________________________________ ????? Faria, Nilson Rosa de. Filoética VI / Nilson Rosa de Faria. - - Bauru, SP : Canal6, 2009. ???? p. ; ???? cm. Inclui Bibliografia. ISBN ???-??-?????-??-? 1. Administração pública. 2. Filosofia – Ética. 3. Liderança – Motivação – educação 4. Gestão Ambiental. I. Título. II. Série. CDD ???.? _____________________________________________________ Copyright © Nilson Rosa de Faria, 2009 Direitos autorais reservados, não podendo ser comercializado ou impresso, sem a devida autorização escrita do autor. (Lei nº. 5.988/73) Os artigos publicados na obra FILOÉTICA IV são de inteira responsabilidade de seus autores. Sendo que os mesmo respondem pelas opiniões e ponto de vista 2009 SUMARIO A FOME PEDOFILIA:UM ESTIGMA SILENCIOSO. VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS DO MUNICIPIO DE CASCAVEL ADMINISTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO ARQUITETURA E HOTELARIA HOSPITALAR, NA BUSCA DA CURA. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO O AMBIENTE ORGANIZACIONAL NA ERA DA INFORMAÇÃO ORGANIZAÇÃO, SISTEMA E METODOS ORIGEM E EVOLUCAO DA QUALIDADE PLANEJAMENTO, CONTROLE E ORÇAMENTOS PREVIDÊNCIA PRIVADA- GARANTIA DE APOSENTADORIA! PERFIL PROFISSIONAL DO CONTROLLER PERÍCIA TRABALHISTA EM APURAÇÃO DE HAVERES / ESTUDO DE CASO CONCEITOS BÁSICOS SOBRE A FORMAÇÃO DA PERSONALIDADE PAUTADA EM SIGMUND FREUD O MÉTODO DE EDUCAÇÃO MUSICAL DE SHINICHI SUZUKI CONCEITOS BÁSICOS DE MOTIVAÇÃO CULTURA ORGANIZACIONAL MOTIVAÇÃO: DO CONCEITO ÀS APLICAÇÕES POLÍTICAS E PRÁTICAS DE RECURSO HUNANOS SERVIÇO SOCIAL X EMPRESAS PRIVADAS INTRODUÇÃO Nos últimos tempos, as relações de trabalho nas empresas competitivas passaram por radicais mudanças: os trabalhadores deixaram de ser descartáveis e desqualificados (meras engrenagens das linhas de produção), para tornarem-se trabalhadores qualificados e polivalentes (profissionais organizados em ilhas de trabalho). Ao operário clássico colarinho azul, indistinto em seu macacão sujo de graxa, peão que todos oprimiam e que quase tudo discriminava, contrapôs-se uma nova espécie de operado: o profissional sem uniforme, escolarizado e capacitado, portador de qualificações técnicas sujeitas à permanente reciclagem. Ao uso físico (destreza), que se fazia da força de trabalho do primeiro, opôs-se a utilização das faculdades mentais do segundo (proficiência). Todas essas transformações, no entanto, não resultaram de algum voluntarismo altruísta. Decorreram das inúmeras pressões que a cidadania organizada exerceu no cotidiano das empresas e das ruas. E o processo de intervenção política da sociedade civil veio testando as suas forças e veio redefinindo as relações capitalistas desde o período entre as duas guerras mundiais. O novo desenho conjuga leis de mercado e planejamento indicativo do Estado, faculta parceria entre Estado e sociedade, amarra as ações das organizações a pautas morais de caráter social, facilita o acesso da população aos benefícios gerados pelas inovações tecnológicas, no atendimento às necessidades de consumo coletivo, amplia, por fim, o espaço público, fazendo com que o interesse comum readquira sua natureza primordial de controle exercido pelos cidadãos sobre a coisa pública (res publica). Quando propomos este bem comum estamos falando de ética, que é uma reflexão sobre a essência humana. Então, o que é ética? É a arte da convivência em busca do bem. Ser feliz é nosso objetivo, e o único caminho para que consigamos ser éticos, ser bom, e evoluir intelectualmente é fazer efetivamente como gestores a contribuição social, sendo competente no que propomos a fazer e não perder nossa base de formação que é a Espiritualidade, Família e Educação. Nilson Rosa de Faria A FOME Andrea Baron Denise Torres de Souza Dirlene Sabatino Patricia Bazzaneze Emílio F. Martini Erinete de F. R. Gomes Maria Regina P. Nobrega Mariza de Fatima Marcon Salete Quadros dos Santos Orientadora: Susana Medeiros Dalmolin Resumo O presente trabalho tem como objetivo, demonstrar as faces da fome e das mazelas que acontecem no Brasil e em todas as partes do mundo. Sendo esta uma das expressões da Questão Social, a qual se tornou mais acirrada a partir da ascensão do capitalismo em meio aos espaços políticos. Onde estes, possuem muitos conflitos e contradições. A fome existente hoje em nossa sociedade não é somente de alimentos, caso este que será exposto aqui, mas sim, também há a fome espiritual, a fome de viver sem violência, a fome pela igualdade social, pelos direitos, pela liberdade e acima de tudo, pela paz! Vamos então refletir acerca do mundo em que vivemos por meio das relações sociais de que fazemos parte, e nos perguntar até que ponto eu, enquanto sujeito social contribui para que esta “fome” continue aumentando? 1 A FOME Hoje vamos falar um pouco sobre o caso do “seo” José da Silva, que com treze filhos não tendo mais alternativas na vida, resolveu “negociar” uma das filhas para um prostíbulo e ter dinheiro para comprar alimentos para os seus outros 12 filhos. [...] que aos olhos de pessoas sem o conhecimento da sua vida, da sua origem, e de sua condição sub-humana de vida, concluem que o ato de “vender” sua filha pode ser considerada ilegal, imoral e insana. Todavia aos olhos das pessoas que entendem que o homem é fruto da sociedade onde vive e do seu ambiente, entenderão com facilidade a atitude desesperada e humana do “seo” José. José da Silva, com seus treze filhos morava no interior do agreste brasileiro, oriundo de uma família de 16 filhos, nunca teve oportunidades na vida, como estudar, limitando-se a vida de miséria onde conheceu a esposa e onde por natureza acabou formando sua família. Tinha fome de tudo, alimentos, dignidade, cultura, qualidade de vida, de uma saúde melhor... Nunca em sua vida ouviu falar sobre a questão social, capitalismo, a moral, a ética, costumes, etc... Vivia no seu mundo alheio as convenções sociais, batalhando dia-a-dia por uma sobrevivência dura, animal e contida na alma do “ser humano”. José da Silva só tinha de seu mesmo, o nome, os filhos e uma fé inabalável num Ser Superior... José da Silva... Não sabia que no mundo a cada cinco segundos, todos os dias, morre uma criança, em decorrência de problemas provocados pela carência de calorias e proteínas para a sobrevivência. Desconhecia o Estatuto de Criança e Adolescente, Conselho Tutelar, e outros órgãos que cuidam dos direitos das crianças. Ele sabia apenas que todo dia tinha que oportunizar aos seus 13 filhos a chance de continuar a sobreviver, sem esperança, isolado, de forma animal. José tampouco sabia que todo o desperdício do mundo poderia alimentar 20 milhões de pessoas num dia! E agora José estava sendo julgado por uma sociedade alimentada sobre uma ação sua que visava exclusivamente à sobrevivência de 12 filhos e que era sua responsabilidade! 2 O QUE É NA VERDADE A FOME? A fome nas primeiras horas... É um suave vazio no estômago, amenizado pela antecipação da saciedade. Corre-se até a cozinha, lanchonete, restaurante, ingere-se o necessário – e tudo volta ao normal: batimentos cardíacos, pressão arterial, estômago satisfeito. Ter fome e saciá-la não é um problema é um prazer. Nos primeiros dias... A fome come as forças. Os movimentos são lentos, água é fundamental. Não se dorme bem à noite, só se tem vontade de comer. Fica-se sentado, deitado. Quem levantar há de cuidar para não cair. Os níveis de colesterol e triglicérides estão altos. Os níveis de glicose e pressão estão baixos. Viver, respirar, até mesmo pensar é um fardo. Nas primeiras semanas, a fome é um desespero que transforma o corpo no reino da doença e da dor. Não há mais energia nem para as funções básicas das células. Vem a visão dupla. O vômito de bílis esverdeada. Não se ouve direito. As pernas não se movem. Os braços doem. Os músculos, fracos, causam lesões no sistema nervoso. É a morte chegando! A fome sempre esteve presente na vida humana, seja pela fúria da natureza, quando deixa milhões sem alimentos, seja presente nas guerras. A fome está na política (nas greves de fome), na religião, no centro da tragédia humana. Em 1974, durante a Conferência Mundial sobre Alimentação, as Nações Unidas estabeleceram que “todo homem, mulher, criança, tem o direito inalienável de ser livre da fome e da desnutrição...”. Portanto, a comunidade internacional deveria ter como maior objetivo a segurança alimentar, isto é: “o acesso, sempre, por parte de todos, e alimento suficiente para uma vida sadia e ativa”. E isso quer dizer: Acesso ao alimento: é condição necessária, mas ainda não suficiente; Sempre: e não só em certos momentos; Por parte de todos: não bastam que os dados estatísticos sejam satisfatórios. É necessário que todos possam ter essa segurança de acesso aos alimentos; Alimento para uma vida sadia e ativa: é importante que o alimento seja suficiente tanto do ponto de vista qualitativo como quantitativo. A fome pode ser expressa de duas formas: aberta ou epidêmica; e oculta ou endêmica. A fome aberta ocorre em períodos em que acontecem guerra em um determinado lugar, desastres ecológicos ou pragas que compromete drasticamente o fornecimento de alimentos, isso acarreta a morte de milhares de pessoas. Atualmente esse tipo de fome não tem ocorrido. Hoje existem vários organismos humanitários que fornecem alimentos às áreas afetadas por conflitos. A fome oculta possui outra característica, é aquela no qual o indivíduo não ingere a quantidade mínima de calorias diárias, o resultado disso é a desnutrição ou subnutrição que assola 800 milhões de pessoas em todo mundo. A subnutrição fragiliza a saúde tornando a pessoa acessível a doenças. Houve uma diminuição relativa no mapa da fome, mas a realidade ainda é alarmante. No Sermão da Montanha, a fome também se fez presente... “Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça”. Então o tema sempre foi presente nas discussões e na história do mundo. 3 A Questão Social A Questão Social está fincada na contradição entre capital e trabalho, sendo esta uma categoria que tem sua especificidade no âmbito do modo capitalista de produção. Assim a questão social decorre das expressões do processo de formação e desenvolvimento da classe operária e de seu ingresso no cenário político da sociedade, que vai ao sentido de exigir seu reconhecimento enquanto classe por parte do Estado e do empresariado. Ela se manifestação, no cotidiano da vida social, da contradição entre o proletariado e a burguesia, a qual passa a exigir outros tipos de intervenção que vai além da caridade e repressão. As conseqüências da apropriação desigual do produto social são as mais diversas: favelização, desemprego, analfabetismo, violência, etc. Cerca de 14 milhões de pessoas convivem com a fome no país e mais de 72 milhões de brasileiros estão em situação de insegurança alimentar - ou seja, dois em cada cinco brasileiros não têm garantia de acesso à alimentação em quantidade, qualidade e regularidade suficiente. As informações foram divulgadas recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e fazem parte de uma pesquisa inédita no país sobre segurança alimentar. De acordo com o estudo, que utiliza os dados da Pesquisa Nacional Domiciliar (PNAD) de 2004, crianças, negros e moradores das regiões Norte e Nordeste do país são os grupos que mais sofrem com restrições na alimentação. O estudo constatou que cerca de 18% da população vivem em condições de Insegurança Alimentar Leve, 14,1% em Insegurança Alimentar Moderada, e 7,7% deles se enquadram na categoria de Insegurança Alimentar Grave, que é caracterizada pela experiência de fome na família pelo menos uma vez em um período de 90 dias. A gravidade do problema se expressa tanto pelo grande número de pessoas que convivem com a fome quanto pelo número ainda maior de pessoas, quase 40% da população, que não sabem se terão dinheiro para repor a comida que têm. É diante desse contexto, que trataremos de uma situação concreta que nos exige uma análise ética e crítica de forma a compreender a totalidade dos fenômenos sociais. Que é o caso do “Seo” José da Silva, brasileiro, sem esperança, desigual, pobre de tudo, sem conhecimento de nada que não fosse tão somente a sua sobrevivência diária e dos seus. José é mais um de um contingente populacional que está a margem da margem da sociedade, desprovido: de estruturas básicas de saneamento, condições inadequadas de moradia, baixo nível escolar, informações, desemprego estrutural e um alto número de filhos – que dentro da atual lógica são privados ainda mais dos recursos sociais e distribuitivos de condições e expectativa de vida. É diante deste quadro social agravante que José se vê na condição de vender sua filha para a prostituição na objetividade de uma melhoria das condições de vida dos seus outros filhos e da sua própria vida também. José descuida ao entregar sua filha a prostituição, transgredindo preceitos normativos do Estatuto da Criança e do Adolescentes (ECA), mas tal descuido se localiza na falta de informação e até mesmo na garantia de subsistência. O que nos cabe nesse momento é pensarmos numa forma de garantir a sociabilidade de José e de sua família. Não na perspectiva punitiva ou de isolamento familiar. Mas na garantia de uma convivência familiar fincada em valores éticos humanitários. 4 A DEFESA Em que pese acusação de José da Silva ter vendido sua própria filha, não se desvincula ainda, da responsabilidade de pai de mais 12 filhos e de que todos dependem dele para sobreviverem. Embora o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), Lei n° 8.069/90, tutela os interesses das crianças como especifica em seus vários artigos, como por exemplo, os artigos 7,15, 16 e outros da referida lei, denota-se que o Estatuto visa contudo manter a liberdade e dignidade da criança. Desta forma percebe-se um conflito quando se refere a este caso, porque a conduta de José da Silva, perante o ECA é tida como ilícita, por outro lado, que dignidade esta criança vendida teria junto com seus irmãos, se não existe recursos que mantenham e garantam sua alimentação e moradia? Desta forma, o art. 1°, Inciso III da Constituição Federal, garante e protege a dignidade da pessoa humana ao comentar sobre este dispositivo legal, lembra o professor Alexandre de Moraes em sua célebre obra, que A dignidade é um valor espiritual e moral inerente à pessoa, que se manifesta singularmente, na própria autodeterminação consciente e responsável da própria vida e que traz consigo a pretensão ao respeito por parte das demais pessoas, constituindo-se um mínimo invulnerável que todo estatuto jurídico deve assegurar, mas sempre sem menosprezar a necessária estima que merecem todas as pessoas enquanto seres humanos (2001: 48). Por isso não há de se falar em crime, tendo em vista que José da Silva realizou esta atitude, mas com o apoio ao principio da dignidade da pessoa humana, principio este de caráter constitucional, ou seja, deve prevalecer em relação a qualquer outra lei, que não tem força para ser maior que a nossa Constituição Federal. Importante também lembrar que o “seo” José da Silva ao tomar a atitude de “negociar” sua filha, agiu em estado de necessidade e segundo o artigos 21 e 23, inciso I, do Código Penal Brasileiro, define que: “O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena”. Quando o agente não tem condições de perceber a ilicitude, capacidade psíquica de entender o fato, conduta diversa, ou se tem possibilidade de exigir do sujeito outra compreensão que não a sua existente. Art. 23: “Não há crime quando o agente pratica o fato: I - em estado de necessidade”. Ainda nesta linha de raciocínio, é importante lembrar os comentários do jurista e mestre Damasio Evangelista de Jesus que diz: O direito permite a lesão de outro bem, desde que seu sacrificio seja imprescindível para a sobrevivência daquele. Se há dois bens em perigo de lesão, o Estado permite que seja sacrificado um deles, pois, diante do caso concreto, a tutela penal não pode salvaguardar a ambos (2002: 369). Dentre vários exemplos que o referido autor traz em sua obra, ele compara em agir em estado de necessidade, o sujeito que subtrai alimentos para salvar alguém de morte por inanição. Por isso a atitude extrema de José da Silva, além de pautar pela dignidade da pessoa humana, ainda se atrela ao estado de necessidade, pois se não “negociasse” a sua filha, certamente não sustentaria os demais filhos, fazendo sucumbir a todos em favor de uma. Sob a luz do direito da moral e da dignidade não se pode pensar em falar de crime em hipótese alguma. O que se vê com facilidade é a omissão do Estado no socorro da família de “seo” José da Silva que está à margem de toda estrutura social, nada lhe sendo oferecido, a não ser uma vida paupérrima, baseada na sobrevivência diária, sem dignidade e cheia de incertezas. Certo mesmo só a fome do dia seguinte! BIBLIOGRAFIA BRASIL. Constituição Federal de 1988. JESUS, Damasio Evangelista de. Direito Penal. Vol. 1. Saraiva, São Paulo: 2002. MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 9ª edição. São Paulo: Atlas, 2001. PEDOFILIA: UM ESTIGMA SILENCIOSO. Cristina Ferla Rodrigues Eliane Aparecida do Nascimento Irlete Aparecida Fabri Davantel Jaqueline Maler Janaina Baldin Maria Aparecida Soares dos Santos Rita de Cácia Unfer Oliveira. Orientador: José Aparecido Bortolato Resumo. O presente artigo aborda uma das temáticas mais complexas e intrigantes da atualidade, a pedofilia. Tema este que emergiu grotescamente em nossa contemporaneidade o qual continua sendo pouco identificado/visualizado na sua real conjuntura pela nossa sociedade, apesar de ser muito difundido pelos meios de comunicação geralmente de maneira implícita e intrigante. Tema este gestor de estigmas e seqüelas incuráveis em nossas crianças, um problema complexo, que engloba causas históricas, razões sociais e econômicas. Palavras chave: Pedofilia; meios de comunicação, estigma, atualidade, punição. 1 A Pedofilia. O tema pedofilia é um assunto de extrema urgência e importância, do interesse de toda a sociedade, pois o mesmo veio a emergir de um distante passado para alastrar-se em todas as direções, especialmente diante da democratização dos meios de comunicação e à propagação das notícias, não mais se mantendo em grupos e segmentos distintos. A pedofilia é definida como uma desordem mental de caráter adulto é a predileção sexual de um indivíduo (adulto) por crianças ou adolescentes, o ato ou a fantasia de ter contatos sexuais com crianças pré-púberes (13 anos ou menos). Também caracterizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como doença 1 um desvio sexual o qual faz parte do grupo das parafilias2. Tal prática vitima crianças e adolescentes, estigmatizando e plantando e profundas seqüelas em personalidades ainda em gestação, sendo esta uma das razões pela qual é classificada a pedofilia no Brasil, como crime hediondo segundo a Lei 8.072/90. O que determina rigor absoluto para o acusado desse crime, que sem direito a fiança ou liberdade provisória, responde ao processo preso em regime fechado tendo de cumprir a pena integralmente. A pedofilia trata-se de um problema de alta complexidade, pois engloba origens históricas, razões sociais e também econômicas. 2 Definição de Pedofilia. Segundo Croce (2005) Pedofilia é o desvio sexual "caracterizado pela atração por crianças ou adolescentes sexualmente imaturos, com os quais os portadores dão vazão ao erotismo pela prática de obscenidades ou de atos libidinosos”. 3Pedofilia, história em culturas antigas. Relatos históricos de culturas antigas, pórem, evidenciam datar o relacionamento sexual com infantes e, entre pessoas do mesmo sexo, da própria existência humana, sendo praticado pelos mais variados povos, com tolerância ou mesmo admiração, até a era 1 2 A Classificação Internacional de Doenças (CID-), item f65.4, define a pedofilia como doença. Parafilia: termo utilizado pela psiquiatria para designar transtornos de preferência sexual. judaico-cristã. Essas relações eram conectadas com cerimônias de iniciação sexual, magia, crença e medicina. No antigo Egito, há relatos de envolvimento entre faraós e infantes submetidos aos caprichos sexuais dos poderosos. Na Grécia antiga, cabia ao chefe da família conduzir os jovens à iniciação sexual, desenvolvendo-se, a partir daí, o hábito da homossexualidade e da pedofilia. A sociedade romana colocou o pater famílias no comando absoluto da família, abrangendo a todos, responsabilizando-se inclusive, pela iniciação sexual do filius. A prática do sexo entre o pater famílias e o filius estava inteiramente fora do controle do Estado, pois tinha o primeiro poder de vida e de morte sobre o segundo, agindo como verdadeiro dominus. Assim escrito na Lei das XII Tábuas (450-451 a. C.), reconhecimento que vigorou até Constantino, no ano de 337 d. C. A história do mundo árabe e do mundo oriental também registra a prática de sexo entre adultos e crianças em diversas passagens. Basta lembrar a história dos samurais com suas jovens amantes, mantendo-as como tal até a idade adulta, quando lhes era permitida a emancipação. Na idade Média inicia-se, na Europa, um intenso combate à sodomia que, dentre suas variações, inclui o gosto pela prática sexual com crianças. A partir de então, recolheu-se a prática ao silencioso mundo, onde mais fortes, subjugam os mais frágeis pelo temor ou pelo dinheiro. Não se sabe a real extensão de tais abusos, senão por retalhos da história da prostituição infantil, já na era da revolução industrial e pelos contos românticos e sodômicos que a literatura difundiu. Na atualidade o termo pedofilia significa distúrbio de conduta sexual, com desejo compulsivo de um adulto por crianças ou adolescentes, podendo ter característica homossexual ou heterossexual. Três causas principais são apontadas no estudo da pedofilia: -sexualidade reprimida; -pobreza e má-distribuição de renda; e -desvios de personalidade de origem psicológica. Especialistas têm chamado à atenção, para a complexidade do fenômeno da chamada pedofilia. As causas atreladas a prática da pedofilia são desconhecidas. Pensava-se que o histórico de abuso sexual na infância era um forte fator de risco, mas pesquisas recentes não encontraram relação causal, uma vez que a grande maioria das crianças que sofrem abusos não se tornam infratores quando adultos, nem tampouco a maioria dos infratores adultos relatam terem sofrido abuso sexual. Segundo Costa (2007), o termo pedofilia, que há muitos anos é abordado nos manuais de psicopatologia e que só agora entra no vocabulário de todos nós, é, por definição, o ato ou a fantasia de ter contactos sexuais com crianças em idade pré-pubertária (13 anos ou menos) e que o pedófilo tem de ter mais de 16 anos e ser cinco anos mais velhos que a vítima. Os que recorrem a material pornográfico com a exposição de crianças devem também ser inseridos neste contexto. Os pedófilos repetem com freqüência os seus comportamentos, e tentam justificar os seus atos dizendo que os mesmos têm valor educativo para a criança; que a criança tem prazer sexual, e que são elas quem os provoca... Os pedófilos podem ser homossexuais, heterossexuais ou bissexuais; casados ou solteiros; homens ou mulheres, e pertencer a todas as profissões e classes sociais. 4 A comunicação e a temática da pedofilia. A mídia hoje retoma várias temáticas que exaltam as múltiplas possibilidades do ato sexual. Na teledramaturgia, apenas para se dar um exemplo, são comuns abordagens sobre homossexualismo, relações com larga diferença de idade, disputa de amores entre pais e filhos, incesto, violência sexual, prostituição, aborto, troca assídua de parceiros, entre outras situações polêmicas. Essas abordagens não são nenhuma novidade, já ocorrem há décadas na programação lúdica dos meios de comunicação. A temática da pedofilia mesmo que apresentada de uma forma lúdica e, teoricamente, inocente também encontra espaço nas manifestações da cultura de massa. São comuns abordagens sobre meninas na chamada “flor da idade” que seduzem homens mais velhos, exaltando os atributos da sexualidade efervescente provocada pela explosão de hormônios na adolescência. Atrações infantis e de audiência supostamente livre exaltam a sensualidade do corpo, prática cada vez mais recorrente na pós-modernidade, estimulando imitações infantis. Assim vêem-se também dançarinas de programas de auditório, apresentadoras de programas de variedades e cantoras de músicas populares que exaltam suas formas com roupas curtas tornando-se ícones do público infantil, seja por seus refrãos pegajosos, seja por sua beleza estética, seja por aparecer demais na televisão. Essas “celebridades” aproveitam o sucesso junto às crianças para licenciar marcas de calçados, roupas e acessórios que costumam se tornar mania entre os pequenos. Para dar um exemplo, basta recordar o apogeu do grupo “É o Tchan!”, no final dos anos 90, quando era comum ver nas ruas meninas de sete ou oito anos de idade com shorts cavados executando coreografias sensuais. Também se deve ressaltar sobre as inovações que a internet trouxe aos meios de comunicação, trazendo benefícios e tecnologia para o mundo, mas também a imensidão de assuntos e abordagens disponíveis em livre acesso a quem desejar e aos fins que “achar” cabível. Sendo este um dos principais espaços de propagação da pedofilia. 5 A legislação brasileira perante a Pedofilia. A lei brasileira não possui a designação penal "pedofilia". Entretanto, a pedofilia, como contato sexual entre crianças pré-púberes ou não e adultos, se enquadra juridicamente nos crimes de estupro (art. 213 do Código Penal) e atentado violento ao pudor (art. 214 do Código Penal), agravados pela presunção de violência prevista no art. 224, "a", do CP, ambos com pena de seis a dez anos de reclusão e considerados crimes hediondos. Os princípios da proteção integral foram regulamentados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90, Artigo 3): ''A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facilitar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade. O Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n.º 8.069/90) estabelece em seu artigo 241. Art. 241. Fotografar ou publicar3 cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa. Não existe um crime intitulado “pedofilia” na legislação brasileira. As conseqüências do comportamento de um pedófilo é que podem ser consideradas crime. 6 CONCLUSÃO Apesar de ser um assunto atual e complexo, a pedofilia mostra-se presente em nossa realidade desde os primórdios da sociedade, mas é na atualidade, em meio a tecnologias 3 Publicar significa tornar público, permitir o acesso ao público, o sentido de um conjunto de pessoas, pouco importando o processo de publicação. que esta se propaga e dissemina toda sua crueldade, a qual estigmatiza suas vítimas deixando seqüelas incuráveis e também inesquecíveis no pior sentido possível da palavra “inesquecível”. Cabe a nós cidadãos de direitos garantidos constitucionalmente, reivindicarmos uma lei específica de combate a pedofilia, que englobe toda a complexidade temática de tal abordagem, assegurando o direito de nossas crianças e garantindo punição aos que de maneira sarcástica, maldosa e principalmente deturpadora abusam da inocência e fragilidade infantil. BIBLIOGRAFIA. BARBOSA, Hélia. UNESCO, Edições Brasil. Inocência em Perigo. '' Abuso e Exploração Sexual de Crianças: Origens, Causas, Prevenção e Atendimento no Brasil''. Editora Garamond: São Paulo, 1999. BRASIL, Estatuto da Criança e do Adolescente: Lei nº. 8.069, de 13 de julho de 1990, Lei nº. 8.242, de 12 de outubro de 1991, e Convenção sobre os Direitos da Criança. 4 ed. Brasília: Câmara dos Deputados, Coordenação de Publicações, 2003. COSTA, Paulo. Crimes Contra Menores: Pedofilia. Atlas, São Paulo: 2007. CROCE, Delton. Et alli. Manual de Medicina Legal. Saraiva, São Paulo: 1995. HUNGRIA, Nelson. Comentários ao Código Penal. Rio de Janeiro, Editora Forense: 1958. in http://www.trlex.com.br/resenha/damasio/adolesc.doc. VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES Cristina Bebber Jocielli Andrade Ferreira Juliana Ribeiro de Lara Karen G. Richardi Katiucia Meneguzzi Renata Candido Mazurech Silvane de Fátima Soares Prado Orientador: José Aparecido Bortolato RESUMO A violência intrafamiliar contra criança e adolescente, destacando como a violência afeta o emocional da criança causando posteriormente traumas e seqüelas que serão lembrados por toda a vida. Para isso, discutem-se as possibilidades de assistência e de prevenção da violência, bem como os problemas que essa ocasiona à sociedade. Conclui-se que a violência é um problema social e histórico, construído na sociedade. A violência é um fenômeno que se estabelece por inúmeros fatores e que atinge a realidade familiar, compondo, atualmente, grave ameaça à vida. O que se tem percebido é que cada vez mais a problemática da violência sobrepuja o silêncio da esfera familiar, tornando-se, então, uma evidência na sociedade, principalmente nas instituições hospitalares e educacionais virando, desse modo, notícia diária na mídia. Emergindo como questão social importante mediante estudos dos conflitos familiares, a violência intrafamiliar é mais conhecida por referência os abusos e maus-tratos que sofrem as crianças e adolescentes. A agressão física contra a criança e adolescente dentre os vários tipos de violência, se constitui uma das que mais nos chama a atenção, pela gravidade de suas conseqüências, bem como por sua tácita aceitação e impunidade. As crianças agredidas não-tratadas freqüentemente tornam-se delinqüentes, assassinos e agressores da próxima geração de crianças. Nessa perspectiva, esse trabalho tem como objetivo discutir o fenômeno da violência contra a criança e o adolescente, tão presente em nossa sociedade, este trabalho traz reflexões acerca da ‘problemática violência’, fornecendo subsídios que propiciem o esclarecimento sobre este assunto. Palavras Chave: Violência; Trauma; Crianças e Adolescentes. 1 VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO AMBIENTE FAMILIAR A partir da década de 70, a violência passou a ser uma das principais causas de mortalidade, principalmente na população de adolescentes e jovens das grandes cidades, porém passou a ser mais discutida no meio científico a partir dos anos 80 (Minayo e Souza, 1998). E a partir da década de 90 começam a surgir os primeiros programas específicos para atendimento dessa problemática, com a implantação da lei 8.069/90 Estatuto da Criança e Adolescente- ECA, que prevê em seu artigo 87, inciso III, ¨Serviços especiais de prevenção e atendimento médico e psicossocial as vitimas de negligencia, maus tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão ¨. Desde então, o conhecimento sobre essa forma de violência vem sendo ampliado e sua gravidade reconhecida, ainda que os dados globais sobre sua magnitude não estejam devidamente dimensionados. Araújo (2002) designa violência intrafamiliar como uma ação que ocorre na família, envolvendo parentes que vivem ou não sob o mesmo teto. Segundo Junqueira (1998) muitas crianças vítimas de maus-tratos se tornam adultos agressores. Assim, os pais reproduzem os modelos de educação na infância por terem sofrido os mesmos tipos de negligência num cenário de “infâncias difíceis”. As experiências adquiridas na infância sejam elas boas ou más refletem de alguma forma na personalidade adulta, entretanto, é fácil constatar que a violência que ocorre silenciosamente dentro das famílias e na sociedade, como se fosse um fenômeno banal é ainda um assunto cercado de mitos e tabus. As famílias podem ser despreparadas para compreender, administrar e tolerar seus próprios conflitos e tornarem-se violentas por tradição. Assim, ocorre um círculo vicioso, onde: "as crianças recebem todos os impactos de situações de desajustes, perdendo os seus vínculos afetivos e tornando-se adultos agressivos, potencializando cada vez mais situações agressivas" (Korn et al, 1998 p. 455). Nessa perspectiva o profissional de Serviço Social em sua atuação deve obter conhecimentos específicos e emocional para lidar com algumas situações com a criança e adolescente violentada brutalmente, e com o agressor e demais familiares que se mostram omissos. O “pacto do silencio” através do qual a família que produz violência domestica procura oculta - la, contribui para este fenômeno permaneça restrito ao espaço doméstico, impedindo que as crianças e adolescentes vitimizados tenham acesso a medidas de proteção e contribuindo, dessa forma, para a manutenção e reprodução do circulo da violência. (JULIÃO e LEHFELD; 2001:17) O silêncio devido ao pacto familiar é causa de atraso nos cuidados e de subnotificação da violência contra crianças e adolescentes. Assim, a violência precisa ser enfocada por diversos ângulos, pois, dependendo do paradigma usado para compreender a razão pela qual esse fenômeno acontece no cotidiano de cada um, é que se estabelecerá uma adequada intervenção. Evidencia-se como a interferência negativa do adulto sobre a criança e sua competência social, conformando um padrão de comportamento abusivo. Os pais que se omitem deixam de fornecer os cuidados necessários ao crescimento de seus filhos, que passam a sofrer privações essenciais à sua formação, como falta de carinho, de limpeza e, até mesmo, de alimentação adequada, conforme preconiza o Art. 98. do Eca: As medidas de proteção a criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados: I- por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; II por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável; III- em razão de sua conduta. (BRASIL, 90) Há ainda que se considerar que os acidentes também podem ser classificados como um dos tipos de negligência, pois são passíveis de prevenção e resultantes do descuido dos responsáveis, da falta de investimento público e da omissão do controle do trânsito, entre outros. AZEVEDO E GUERRA (2002a), consideram quatro tipos de violência: a) Negligência: omissão em prover as necessidades físicas e emocionais de uma criança ou adolescente. Configura-se quando os pais ou responsáveis falham em alimentar, vestir, adequadamente, seus filhos etc. b) Violência física: atos que causam dor física, e não apenas dano. Também encontrada na literatura sob a denominação de síndrome de maus-tratos físicos e abuso físico. Uma das manifestações mais comuns dessa violência é a Síndrome do Bebê Sacudido (Sharken Baby Syndrome): lesões de gravidade variáveis, que acontecem quando a criança, geralmente lactente, é violentamente sacudida, na maioria das vezes pelos próprios pais, causando hemorragias intracranianas e intraoculares que podem levar à morte ou deixar seqüelas no aprendizado ou comportamento, hemiplegia, tetraplegia, convulsões, etc. Theophilo( 2004).12 c) Violência psicológica: atitudes e condutas perante a criança que ocasionam medo, frustração, experiência de temor quanto à própria integridade física e psicológica, ameaças verbais com conteúdo violento, ou emocional. Inclui a rejeição, o não reconhecimento da criança em sua condição de sujeito; degradação ou subvalorização da criança, expondo-a à humilhação pública e atribuindo apelidos depreciativos, ameaças, surras, reprimendas, castigos, isolamento, exploração. d) Violência sexual: ato ou jogo sexual, relação hetero ou homossexual entre um ou mais adultos e uma criança ou adolescente, tendo por finalidade estimular, sexualmente, essa criança ou adolescente ou utilizá-lo para obter uma estimulação sobre sua pessoa ou de outra pessoa. d.1) Abuso sexual é um tipo de agressão definido como o envolvimento de crianças e adolescentes dependentes e evolutivamente imaturos em atividades sexuais que eles não compreendem, para os quais não são capazes de dar consentimento informado, e que violam os tabus sexuais dos papéis familiares. Fundamentalmente, estabelece-se uma relação de poder ou controle entre o agressor e a vítima que, não necessariamente, é uma pessoa adulta. Kristensen e col (2001:110)13 Suas formas são: d.1.1) Incesto- qualquer relação de caráter sexual entre um adulto e uma criança ou adolescente, entre um adolescente e uma criança, ou ainda, entre adolescentes, quando existe um laço familiar, direto ou não, ou mesmo uma mera relação de responsabilidade. d.1.2) Estupro- do ponto de vista legal, é a situação em que ocorre penetração vaginal com uso de violência ou grave ameaça. d.1.3) Sedução- situação em que há penetração vaginal sem uso de violência em adolescentes virgens, de 14 a 18 anos incompletos. d.1.4) Atentado violento ao pudor- circunstância em que há constrangimento de alguém a praticar atos libidinosos, sem penetração vaginal, utilizando violência ou grave ameaça, sendo que, em crianças e adolescentes de até 14 anos, a violência é presumida, como no estupro. d.1.5) Assédio sexual- propostas de contrato sexual; na maioria das vezes, há posição de poder do agente sobre a vítima, que é chantageada e ameaçada pelo agressor. d.1.6) Exploração Sexual- é a inserção de crianças e adolescentes no mercado do sexo. Incluí a pornografia infantil e a prostituição. Essas diversas agressões ocorrem dentro da residência da família, sendo difícil detectá-las e solucioná-las, pois, apesar dos laços familiares poderem envolver relações de violência, contêm relações de carinho, amor e dependência4. São, certamente, situações extremamente delicadas, devendo ser enfrentadas com sensibilidade e seriedade para não gerarem agressões ainda maiores como, por exemplo, homicídios. A violência intrafamiliar não é, na maioria dos casos, claramente identificável, corresponde a toda ação ou omissão que prejudique o bem-estar, a integridade física, psicológica ou a liberdade e o direito ao desenvolvimento da criança ou adolescente. Pode ser cometida dentro ou fora de casa por algum membro da família, incluindo pessoas que passam a assumir função parental, ainda que sem laços de consangüinidade, e de relação de poder à outra. (Farinatti, Biazus & Leite, 1993 apud Antoni e Koller, 2000) Crianças e adolescentes vítimas de violência intrafamiliar costumam apresentar vários sintomas físicos e psicológicos associados, o que pode ser observado através de seu comportamento. Assim é interessante estar atento a marcas na pele e fraturas, lembrando que podem ser decorrentes de violência, especialmente quando reiteradas. As marcas podem ser deixadas por queimaduras ou por algum objeto doméstico como cinto, ferro de passar roupas e cabides. Pais que maltratam seus filhos, às vezes, são também negligentes em outros aspectos: impedindo-os de freqüentar a escola ou deixando de dispensar cuidados com a saúde da criança, que apresenta reiteradamente alguma moléstia, por exemplo. A criança ou adolescente vítima de violência sofre freqüentemente fortes traumas e reage a eles de maneira diversa. Assim, alguns modificam seu comportamento regular, tornando-se tristes, agressivos, rebeldes, tensos ou infantis para sua idade. Às vezes, apresentam dificuldade em compreender os ensinamentos, recusam-se a participar das atividades propostas e faltam às aulas. Segundo Julião e Lehfeld (2001) a violência doméstica produzida no ambiente familiar deixa seqüelas físicas e/ ou psicológicas que acompanharam o individuo em toda sua trajetória de vida. Verifica-se então a necessidade de se reduzir as seqüelas desse tipo de violência e ao mesmo tempo romper com o ciclo da mesma. Portanto, a violência intrafamiliar é um problema social grave que atinge toda a população e precisa ser estudada de diferentes maneiras. A importância do tema não pode ser solapada pela cotidianidade. E os fatores de proteção têm um papel fundamental na mediação dos efeitos da violência. Conclusão Somos todos responsáveis pela situação das crianças e adolescentes na medida em que estes são certamente mais vulneráveis do que os adultos. Nesse sentido, o Estatuto da Criança e do Adolescente prevê que o profissional que lida com esse público deve comunicar à autoridade competente os casos de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente. Tendo em vista a relevância desse tema, a legislação brasileira prevê que a inobservância desse preceito constitui crime. Diante disso, é preciso primeiramente denunciá-la e desnaturaliza- la. A exposição de crianças à violência doméstica/familiar, que corresponde à reprodução da violência na 4 Até a alguns anos atrás, pensava-se que o maltrato infantil era conseqüência de transtornos psicológicos individuais, alcoolismo, toxicomania, ou de carências financeiras ou educativas. As investigações atuais demonstram que, na realidade, é o produto de uma conjunção de fatores relacionados ao modelo familiar e social que valida à violência como procedimento aceitável para a solução de conflitos. adolescência e na idade adulta, tanto no âmbito da família quanto da sociedade. Por detrás de cada criança ou adolescente, submetido à violência, está uma família precisando de ajuda e assistência para se manter. A desestruturação de todo um núcleo familiar tem conseqüências graves no nível das relações humanas, revertendo-se, também, num alto custo social. Portanto, há a necessidade da consolidação de uma atuação em rede que integre vários equipamentos sociais. A parceria entre os equipamentos do Estado e da sociedade civil, aliada ao envolvimento com a comunidade, é uma medida de absoluta necessidade na atuação junto às famílias que vivenciam a violência doméstica. Outro aspecto importante é a atuação de uma equipe que conjugue a experiência de vários profissionais ligados a diferentes áreas. A equipe multiprofissional com psicólogos, médicos, Assistentes Sociais, entre outros, que favorece uma atenção mais completa aos distintos problemas e necessidades envolvidos na questão da violência doméstica. REFERÊNCIAS ANTONI, Clarissa de; KOLLER, Silvia Helena. A visão de família entre as adolescentes que sofreram violência intrafamiliar. In Scielo vol.5 n.2 jul./dez. 2000. ARAÚJO, M. F. Violência e abuso sexual na família. Psicologia em Estudo. v.7, n.2. p.311. jul./dez. 2002. AZEVEDO, M. A; GUERRA, U. N. A. Infância e Violência doméstica. v.1. São Paulo: LACRI USP, 2002 JULIÃO, Claudia Helena. LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. Crianças e adolescentes vitimas de violência doméstica: da indiferença à proteção integral. In Serviço Social e Realidade. São Paulo. Franca.Vol.10. nº 2. 2001. JUNQUEIRA, M. F. Abuso sexual da criança: Contextualização. Pediatria Moderna, 1998. KORN, G. P.; CRESPO, A. C. A.; ULSON, G.; CARNEDUTTO, M. D. & GUTIEREZ, M. T.Síndrome dos maus-tratos em crianças. Pediatria Moderna, 1998. Minayo MCS e Souza ER Violência e saúde como um campo interdisciplinar e de ação coletiva. História,Ciências, Saúde IV, 1998. Revista Veja. Abril-2008. Ano 41; nº14;Editora Abril. Edição 2055. Quando o Mal Triunfa. p.89. www.diganaoaerotizacaoinfantil.wordpress.com. Acesso em 24 de abril de 2008. www.jornalrecomeco.com. Acesso em 24 de abril de 2008. www.boasaude.uol.com.br. Acesso em 02 de maio de 2008. www.veja.abril.com.br. Acesso em 01 de maio de 2008. CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS DO MUNICIPIO DE CASCAVEL Jonatas dos Santos Barreto Maria Lucia Dos Santos Ana Paula Gerardi Nogaroli Maristela Zenere Ilce Benedita Bonara Esmeralda Martins de Freitas Resumo A família é uma criação social, e como tal, suas configurações modificam continuamente, influenciadas pelas transformações econômicas, políticas e sociais. No atual contexto brasileiro, os efeitos das mudanças no processo de acumulação capitalista, na sua fase de mundialização do capital e revolução tecnológica acarretam o agravamento das expressões da “questão social”5, principalmente o desemprego com rebatimentos na organização e modo de vidas das famílias, principalmente da classe trabalhadora. Porém, as ações estatais não vão incidir sobre o núcleo central do problema; pelo contrário, são executadas para o enfrentamento isolado e focalizado de algumas das expressões da “questão social” como se fossem problemas sociais particulares e individuais, fragmentando as demandas sociais como forma de abafar e naturalizar qualquer possibilidade de organização contra a ordem social estabelecida. Neste contexto vamos neste artigo destacar a figura dos catadores de materiais recicláveis de Cascavel no Paraná. Os catadores passam a se perceber enquanto sujeitos políticos, capazes de coletivamente influenciar as políticas públicas, em especial a política de assistência social e do meio ambiente, como caminho de promoção das condições de trabalho, inclusão e desenvolvimento sustentável. PALAVRAS CHAVE: Questões Sociais, Política social, Catadores de Materiais Recicláveis. REFLEXÕES SOBRE UMA VISÃO SOCIAL COOPERATIVISTA E O PARADOXO DAS ESTRATÉGIAS PARA AÇÃO. O crescimento populacional, o uso excessivo de recursos naturais, o consumo de bens materiais e a geração de resíduos que cresce em volume e diversidade são alguns dos aspectos envolvidos nas discussões em torno da gestão do lixo. No Brasil, as administrações públicas municipais, sem alternativas de recurso e infra-estrutura, se defrontam com o desafio de gerenciar seus resíduos de forma adequada. O lixo, antes desprezado, passa a ser foco de discussões e gera reflexões sobre a necessidade de modificação de hábitos e costumes. A coleta seletiva, vinculada às atividades de reciclagem é introduzida no Brasil de forma sistemática em 1985. Durante o início da década de 90 diversas experiências são desenvolvidas e gradualmente a coleta seletiva foi sendo implantada no país, mesmo que de maneira incipiente. Em 1994, de acordo com levantamento realizado pelo CEMPRE (2000), 81 Municípios apresentavam programas de coleta seletiva. Atualmente este número gira em torno de 451 (PNSB, 2000) o que representa 8% dos Municípios brasileiros. Além das preocupações financeiras e ambientais, os programas vêm ganhando também um olhar social ao reconhecer o papel fundamental dos catadores, trabalhadores informais que são “Questão Social”: Esta escrita com aspas porque, conforme Netto (2001) ao contrário do pensamento conservador é entendida enquanto resultante da relação capital/trabalho. (José Paulo Netto, 2001). 5 responsáveis por 90% dos materiais recicláveis que chegam as indústrias recicladoras (Abreu, 2001). O Brasil apesar de ser um dos países mais ricos do mundo com relação aos recursos naturais e potencialidade, é também um dos mais injustos quando se refere a distribuição de renda, com crescente desigualdades sociais e econômica. O catador de materiais recicláveis é um dos exemplos, pois tenta sobreviver com os materiais descartados por uma sociedade da qual são excluídos. As políticas sociais no Brasil têm uma atitude ambígua na conjuntura de acomodação das relações entre o Estado e a sociedade civil. Neste contexto as prioridades governamentais se caracterizam por concessões feitas com o fim de restabelecer mínimos de efetividade social e por uma subordinação aos interesses da política econômica. As políticas sociais nascem para conter o conflito de classe como estratégia governamental ao intervir nas relações sociais, na perspectiva de enfrentamento da “questão social” Yazbek (2006, p. 36). Decorrem das reivindicações dos trabalhadores ao longo do desenvolvimento do capitalismo6, assim, foram lutas históricas por direitos dos trabalhadores, principalmente a partir da Revolução Industrial (século XIX), na relação de produção social capitalista, portanto, na contradição do capital e trabalho. Historicamente à medida que os direitos se ampliaram, o Estado procurou se antecipar às reivindicações e reclamos populares, através de estratégias, legislações que fazem com que o Estado tome para si a responsabilidade de suprir os mínimos indispensáveis aos cidadãos e ao mesmo tempo, fazendo isso, assegura a intervenção econômica junto aos capitalistas7. É no âmbito destes três pólos: Estado, classe trabalhadora e empresas privadas que se delineiam os caminhos da política social na sociedade capitalista, pois são as condições concretas de inserção no mercado de trabalho que geram a política do trabalhador assalariado e a política social do pobre: a assistência social brasileira (YAZBEK, 2006, p. 37). A assistência social enquanto política pública na sociedade brasileira tem seu marco legal na Constituição Federal de 1988, através dos Artigos 203 e 204. A partir de então, a assistência social passa a compor o tripé da seguridade social (saúde, previdência social e assistência social) adquirindo status de política pública e direito social. A proteção social básica tem como objetivos prevenir situações de risco por meio do desenvolvimento de potencialidades, aquisições e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. Nesta perspectiva buscou-se levantar demandas produtivas existentes na região, visando a articulação e fortalecimento de grupos sociais locais. Uma das demandas apontadas foi a organização dos catadores de materiais recicláveis, os quais recebem acompanhamento a nível municipal aproximadamente doze anos, e buscam concretizar seus objetivos, de se tornarem “os Empresário do Lixo”, potencializando a utopia de gestão social cooperativista. 2. Histórico dos Catadores de Matérias Recicláveis no Município de Cascavel. 6 Capitalismo é um sistema econômico e social que tem por base a propriedade privada dos meios de produção, com visão de lucro, emprego de trabalho assalariado e no controle de preços (HOLANDA, 1993, p.100). Concordo com Netto (1995, p.31), que o capitalismo está cada vez mais organizado e com “capacidade de se refuncionalizar e de responder rapidamente a novas demandas”. 7 Fonte conforme anotações feitas em sala de aula nas disciplinas de Questão Social e Política Social II do Curso de Serviço Social da Faculdade Harpa de Cascavel - PR, ministradas respectivamente pela Professora: Ms. Diuslene Fabris. O município de Cascavel/PR foi fundado em 14 de dezembro de 1951, através do decreto Lei nº 790/51, no auge do ciclo das madeireiras e das empresas colonizadoras. O Município de Cascavel compartilhando as mesmas apreensões com relação ao crescimento populacional em meados dos anos 80 e 2001 possibilitou o crescimento para a geração de lixo, intensifica a partir de 1993 a discussão sobre alternativas de enfrentamento e soluções para o problema. Neste mesmo ano a Câmara de Vereadores do Município aprova lei que autorizava o Poder Público Municipal a patrocinar o serviço de tratamento e reciclagem do lixo (Lei no 2.366/93 ). Percebendo esta nova realidade estrutural em 1998, o governo municipal, através das secretarias de Meio Ambiente e Ação Social, desenvolve um trabalho de conhecimento dessa realidade e parte do desenvolvimento de um diagnóstico local onde se permitiu perceber e desenvolver um programa de organização dos catadores para coleta de resíduos sólidos urbanos e transferência para reciclagem, como também a construção de um aterro sanitário no município. Deste modo o programa passou-se a chamar Ecolixo8,, Centro de Processamento e Transferência de Materiais Recicláveis, o qual tinha por objetivo principal oferecer uma estrutura adequada para o armazenamento, separação e organização dos resíduos para posterior comercialização. Em 1999, foi criado o projeto agente ecológico, envolvendo 70 catadores, mas infelizmente as ações desenvolvidas não funcionavam como uma associação e sim como uma relação de compra e venda de materiais, não havendo nenhum vínculo dos catadores com o programa Ecolixo, como também com a própria categoria. Considerando que estes trabalhadores constituem uma expressiva massa de desempregados que, por sua idade, condição social e escolaridade não encontram mais lugar no mercado formal. Em 2003 com a idéia de criar uma associação de Catadores de Materiais Recicláveis – ACAMAR, inicialmente com 36 membros. Após a sua implantação ocorreu, a partir da iniciativa e acompanhamento da equipe técnica envolvida no processo os membros da associação passaram a fazer parte da mobilização Estadual chamada Lixo & Cidadania, participando também de fóruns regionais que objetivavam a organização da categoria através do contexto político que envolve a economia solidária e a importância do cooperativismo o que culminou na mobilização e criação de um segmento organizativo no município de Cascavel. Segundo Demo, (1980, p. 50) o pobre para sobreviver no mercado de trabalho exige uma estratégia. Porque o trabalhador não pode esperar indefinidamente por um emprego e trabalho satisfatórios. Deve entretanto forçar uma nova situação de trabalho e que passa a ser o mercado informal. 3. A Valorização do trabalho dos catadores de Materiais recicláveis. De trabalhadores anônimos da limpeza urbana, a parceiros estratégicos de programa de coleta seletiva de materiais recicláveis. Essa mudança só foi possível por uma nova ótica da sociedade sobre o papel do catador, fruto do relevante serviço que eles vêm prestando a sociedade ao longo de décadas. Essa relação histórica do homem com a natureza e a transformação em seu favor como uma atividade prática, social e econômica que torna possível a produção de qualquer bem, cria valores que são a riqueza social, assegura satisfazer as necessidades humanas. 8 Programa Coleta Seletiva para a Reciclagem (ECOLIXO) também chamado de Central de Triagem e Processamento de Materiais Recicláveis (CTPMR), situado à Rua Manaus nº. 1524 Bairro Country Cascavel PR, CEP: 85.813-100 Telefones: (045) 3902-1389. Programa público de coleta seletiva para a reciclagem de materiais mantido e administrado pelo Governo Municipal, visando sustentabilidade ambiental, social e econômica, tendo como diferencial proporcionar geração de renda e inclusão dos catadores informais. Estas abrangem não somente questões de sobrevivência, ou seja, que biologicamente a natureza determinou, mas que, de um modo diverso, o trabalho rompe com esse padrão natural. “Estamos afirmando que foi através do trabalho que a humanidade se constituiu como tal” (NETTO, 2006, p. 34). Segundo Demo, (1980, p. 50) o pobre para sobreviver no mercado de trabalho exige uma estratégia. Porque o trabalhador não pode esperar indefinidamente por um emprego e trabalho satisfatórios. Deve entretanto forçar uma nova situação de trabalho e que passa a ser o mercado informal. É evidente que o trabalho gera equilíbrio e satisfação em indivíduos que podem escolher de forma livre, de acordo com suas aptidões, a sua atividade profissional. Mesmo operários que fazem tarefas fatigantes e difíceis, atraídos pelo salário e pelo coleguismo, sentem apego e saudade quando são afastados pelo desemprego ou pela aposentadoria (CHRISTMANN, 2006, p.19). O trabalho dos catadores nas cidades brasileiras teve inicio muito antes da tomada de consciência ambiental, largadamente difundida na década de 80. As ações originais surgiram como uma estratégia de sobrevivência. Hoje em dia, além da motivação ligada à fonte de renda, eles também são considerados agentes ambientais, colaboradores diretos dos sistemas de reaproveitamento e reciclagem de materiais. Um dos grandes ganhos dessa categoria de trabalho foi a criação em 1988 do Fórum Nacional Lixo e Cidadania, constituído por diversas instituições. Os principais objetivos do Fórum eram: retirar crianças do trabalho no lixo e colocá-las nas escolas, ampliar a renda de famílias que vivem da catação e erradicar os lixões. Outra grande conquista correu em 2002, pelo Ministério do Trabalho e Emprego que reconhece de categoria catadores de materiais recicláveis como profissão. Segundo, Barreto (2007), no ano de 2001, os catadores de materiais recicláveis se organizam politicamente em grupo dando origem ao Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis, que protagonizará na construção de sua história mudanças significativas para a vida de todos os catadores, oportunizando trabalho no campo da reciclagem dos resíduos sólidos, discutindo na esfera ambiental ao protagonizar no cenário do trabalho o reconhecimento como parceiro prioritário das instâncias municipais, estaduais e federais na coleta seletiva do material reciclável. Dar-se-á, assim, origem para o campo propício de novos autores e novas instituições dentro desse cenário, econômico e sustentável. É na atualidade que começa a despontar os resultados dos trabalhos até então desenvolvidos. Os catadores passam a se perceber enquanto sujeitos políticos, capazes de coletivamente influenciar as políticas públicas, em especial a política de assistência social e do meio ambiente, como caminho de promoção das condições de trabalho dos três pilares de sustentabilidade9, o social, ambiental e o econômico. A administração municipal tem consciência que uma das formas de organização comum para os catadores de materiais recicláveis, é a cooperativa ou Associação, as quais ambas requerem um tempo mínimo para maturação de idéias e conhecimento de seu modo 9 Na definição de "De Camino e Mulller, 1993", "a sustentabilidade ecológica implica na manutenção no tempo das características fundamentais do ecossistema sob uso quanto aos seus componentes e suas interações; a sustentabilidade econômica se traduz por uma rentabilidade estável no tempo; a sustentabilidade social está associada à idéia de que o manejo e a organização do sistema são compatíveis com os valores culturais e éticos do grupo envolvido e da sociedade". Na visão do físico e escritor Frtjjof Capra, uma "Comunidade Humana Sustentável é aquela que não interfere na habilidade inerente à natureza de sustentar a vida". (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS, 2007) de funcionamento. A constituição do grupo vai além da simples formalização jurídica, devendo ser encarada como um processo. O catador acostumado a trabalhar de forma autônoma e muitas vezes isolado levará tempo para assimilar o significado de estar associado em grupo. Este processo de adaptação deve ser lento e amplo, respeitando o tempo de compreensão e avaliação das pessoas. O ser humano nasce já inserido em sua cotidianidade. O seu amadurecimento significa, em qualquer sociedade, de acordo com Heller (1989, p. 18) que “o indivíduo adquire todas as habilidades imprescindíveis para a vida cotidiana da sociedade (camada social) em questão. É adulta quem é capaz de viver por si mesmo a sua cotidianidade”. Na vida cotidiana dos catadores de Cascavel é em grande medida, heterogênea, de um trabalho informal árduo, competitivo, onde passam por privações e preconceitos. O lazer e o descanso quase não fazem parte de suas vidas. Além do preconceito vivenciado pelos catadores há o poder econômico, a diversidade cultural que os afasta cada vez mais para bairros distantes ou áreas verdes de preservação ambiental. Segundo Ribeiro (2003, p.405) o crescimento econômico foi considerado até as últimas décadas do século XX como medida para a indicação da qualidade de vida. A partir do exemplo brasileiro descrito em seguida. O PIB Brasileiro chegou à oitava posição mundial na década de 1980 e as atividades industriais e de serviços predominam na economia há décadas. Isso não foi suficiente para alterar a distribuição da riqueza no país, que manteve enormes diferenças, socioeconômicas entre a população, resultando em uma extrema desigualdade social não observada em paises de renda média alta. (RIBEIRO, 2003, p. 406) O catador de material reciclável, também conhecido como coletor é aquele que recolhe todo tipo de material que pode ser reaproveitado, como latas, plásticos, papéis, vidros e alumínio. Muitas vezes, trabalham autônomo, individual, passando em condomínios, empresas e residências para recolher este material, que posteriormente será separado por ítens e vendido a depósitos (aparistas) ou empresas de reciclagem. Para se tornar um catador de material reciclável, não é exigido uma formação profissional. Muitos trabalham por conta própria, separando os materiais recicláveis do lixo orgânico, o que caracteriza uma atitude de alto risco, devido à possibilidade de transmissão de doenças e presença de materiais cortantes. Podemos citar três tipos de catadores: aquele que se considera catador como principal ocupação profissional, aquele que vive de renda da coleta como bico, e o atravessador, que compra apenas o material do catador que faz a sua coleta porta a porta e revende para as empresas obtendo um lucro na transição. Seria importante a organização profissional em cooperativa, de fato que o elemento organizacional que vem objetivar competência, direitos sociais e reconhecimento as trabalhadores desta categoria. Eliminando o atravessador do mercado, efetivando uma ponte de venda direta com a industria, repassando o lucro real para os catadores, que influenciaria em um aumento de renda significativo. Nas palavras de Ribeiro: Discutir os temas da cidadania e do ambiente remete a questões de caráter ético político. Mas também a esferas do mundo material. Tratase de permitir que a livre expressão, uma das maneiras de interpretar e praticar a cidadania possam ser exercidos sobre a base material que sustenta a vida humana. Diante de um cenário de escassez de recursos naturais, é preciso muita capacidade de organização política para conciliar interesses diversos. O desafio consiste na elaboração de uma ética ambiental que permita a livre expressão também no campo da reprodução material da vida (RIBEIRO, 2003, p. 399). Outro cenário de injustiça posta, são as dificuldades, por não possuírem orientação, aglomerando-se no centro da cidade, pois é onde aparentemente existe a maior quantidade de materiais, mas além de não atingirem seus objetivos com esta prática, travavam disputas injustas entre si, pois o material não era suficiente para todos. A sociedade não leiga não dá crédito a estes catadores e não colaboram para uma melhor separação do material destinado a coleta. Dessa forma, a Prefeitura Municipal de Cascavel e a sociedade civil organizada está idealizando e planejando um trabalho mais efetivo junto a estes catadores, dando continuidade ao que já foi começado no passado, ou seja, aproveitar algumas pessoas inseridas e dotadas de uma certa qualificação anterior, para trabalhar na reorganização dos catadores pela urgente demanda da cidade. Para tanto, devido às tentativas anteriores não concluídas, por questões políticas, existia certa hesitação para a implementação de algum projeto mais efetivo com relação à organização dos catadores, isto, apesar de terem como parceiro da ação a Empresa Itaipu Binacional que desenvolve o projeto Coleta Solidária na Região da Bacia do Paraná III com o fornecimento de prensas, entrega de carrinhos adequados para a coleta de materiais recicláveis, uniformes e capacitação. Destaca-se, também, a importante parceria com a Caixa Econômica que está sempre ao lado dos catadores. As atividades que estes catadores desenvolvem são em 98% do sistema de coleta da cidade, executados de porta em porta, ou de casa em casa pelas ruas da cidade, porque poucos possuem pontos fixos de coleta. Sobre essa porcentagem a Prefeitura Municipal deveria tratar a categoria que presta tão relevante serviço, ao menos com igual retorno em melhor valoração pelos materiais recicláveis que compra dos catadores. Podemos observar o descaso que sempre imperou no poder público e também na sociedade que finge não ver a pobreza. Cenário, que traz o referencial teórico das políticas sociais, dos direitos sociais, humanos, pobreza, a “questão social” entre outros, deparandonos com autores que trazem a discussão, que também, estão a tantas anos escrevendo sobre as desigualdades sociais, a forma de ver a pobreza não como culpa do indivíduo, porém da sociedade que gera as desigualdades, quando aceita o sistema capitalista como seu ideário. A “questão social” não pode, nem deve estar dissociada da busca de alternativas ecologicamente consistentes. Será uma busca para conferir cidadania a essa população vulnerável ao aplicar critérios de sustentabilidade, numa melhoria da sua qualidade de vida. BIBLIOGRAFIA ABREU, Maria de Fátima. Do lixo à Cidadania: Estratégias para a ação. Brasília: Caixa, 2001. BRASIL, Constituição Federal de 1988, de 05 de outubro de 1988. 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Através deste instrumento de controle do fluxo de caixa a empresa deve extrair a informação mais precisa possível, pois através dela o gestor financeiro da empresa estará preparado para determinar as melhores estratégias e oportunidades de aplicação de recursos disponíveis, podendo ainda antecipar decisões de financiamentos que visem evitar a falta de dinheiro no período e ainda determinar quais os itens que podem ser manipulados para evitar ao máximo esta possível insuficiência de caixa. Palavras-chave: Organização, planejamento, administração financeira e resultado. 1 O que é fluxo de caixa Conforme Sá (1995), o controle do fluxo de caixa possibilita a empresa e ao administrador ter conhecimento de todas as entradas e saídas (desembolso) de recursos monetários no âmbito de uma empresa em determinado intervalo de tempo. Com isso, através deste gerenciamento do fluxo de caixa é possível saber a capacidade da empresa de liquidar seus compromissos e também ter conhecimento do retorno de seus investimentos. Com seu uso pode se identificar como está a empresa e a sua continuidade, que é o alvo da controladoria. Segundo Matarazzo (1998, p. 369), "fluxo significa movimento. Assim, fluxo de caixa pode ser definido como movimento de caixa". Para Marion (1998, p. 380), "A Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) indica a origem de todo o dinheiro que entrou no Caixa, bem como a aplicação de todo o dinheiro que saiu do Caixa em determinado período, e ainda, o Resultado do Fluxo Financeiro". Conforme Marion (1998, p. 381), "A rigor, a intitulação DFC não é a mais correta, uma vez que englobamos as conta de Caixa e Bancos. Dessa forma, seria mais adequado denominar Demonstração do Fluxo de Disponível". Conceitualmente, o fluxo de caixa é um instrumento que relaciona os ingressos e saídas (desembolsos) de recursos monetários no âmbito de uma empresa em determinado intervalo de tempo. A partir da elaboração do fluxo de caixa é possível prognosticar eventuais excedentes ou escassez de caixa, determinando-se medidas saneadoras a serem tomadas (ASSAF NETO, 1997, p. 35). Conforme mencionado acima se entende que a Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) pode ser conceituada como um instrumento que visa apurar as entradas e saídas financeiras da empresa em um determinado período de tempo, possibilitando ao administrador, entre diversas outras coisas, condições de diagnosticar antecipadamente problemas, por exemplo, de falta ou excesso de capital disponível, e solucionar adequadamente algum problema. O Fluxo de Caixa tem como característica principal o auxílio na administração do disponível (caixa, bancos e aplicações financeiras de disponibilidade imediata). Os principais ingressos de caixa são: vendas à vista, recebimento de duplicatas, aumento de capital social, vendas de itens do ativo imobilizado, entre outros. As principais saídas são: compras à vista, pagamentos de duplicatas, pagamentos de despesas operacionais e administrativas diversas. 2 Objetivos do Fluxo de Caixa Conforme Ferreira (1999), o Fluxo de Caixa tem como objetivo facilitar a análise e cálculo na seleção das linhas de crédito a obter, detectar antecipadamente as carências de recursos, planejar desembolsos evitando acúmulo de compromissos vultosos em época de pouco encaixe, quantificar os recursos próprios disponíveis para investimentos, usar eficientemente/eficazmente recursos disponíveis, financiar necessidades sazonais ou cíclicas da empresa, prover recursos para expansões (planta, operacional, etc.), ver resultados, manter determinado nível de caixa em função do capital de giro, auxiliar na análise dos valores a receber e estoques, para verificar sua conveniência, aplicar os excedentes de caixa, programar convenientemente empréstimos ou financiamento, projetar um plano efetivo de resgate de débitos, e integrar os controles financeiros da empresa. Conforme Martins (1998), inicialmente é necessário definir as subcontas, o Fluxo de Caixa possibilita prever, dentro de um determinado período, a movimentação dos recursos financeiros, a receber e a pagar, bem como a tomada de decisões visando o ajuste e o equilíbrio dos saldos de caixa. Sobras: Quando for verificada sobra de recursos, decide-se pelo investimento mais favorável para a empresa, tais como: compras de matéria-prima e/ ou mercadorias; aplicações financeiras (com o maior prazo é possível buscar e negociar melhores taxas). Faltas: Quando verificados saldos negativos (falta de recursos), faz-se necessária uma análise dos motivos desta situação, como exemplo: atraso nos recebimentos; análise dos prazos de recebimento x pagamento. Para suprir essas faltas é possível, em tempo hábil, buscar negociações com os fornecedores, antecipação de vendas, promoções, antecipação de recebimento de títulos a vencer e como último recurso, empréstimos bancários, porém a taxas menores. 3 Administração do Fluxo de Caixa Para Assaf Neto (1997) um dos pontos que precisa de uma atenção especial nas micro e pequenas empresas é a escassez de capital de giro, o que pode contribuir para o fracasso do empreendimento ou até mesmo determinar o seu fechamento. Daí ser imprescindível a correta e minuciosa administração de caixa para que a micro e pequena empresa tenham sucesso. Este tópico visa demonstrar alguns pontos fundamentais que são necessários à eficiente administração de fluxo de caixa. Para que seja possível um pronto pagamento das obrigações de curto prazo, é necessário manter um saldo adequado de caixa, saldo este que não pode ser muito alto, pois a entidade pode estar aplicando esta “sobra” de caixa em outros itens do ativo, fazendo com que este excesso de caixa traga um retorno maior; todavia, o saldo de caixa não pode ser muito baixo, pois certamente faltarão recursos para pagamentos de obrigações de curto prazo e a entidade tem como opção tomar empréstimos, que têm um custo, por exemplo, temos hoje no mercado vários produtos, tanto de curto como também de longo prazo, como de curtíssimo prazo de 1 a 5 dias pode ser o cheque especial ou limite da conta corrente que os juros são caros, mas o prazo sendo curto não tem nenhuma burocracia é ágil, e de longo prazo tem outras opções como CDC, Leasing, e outros... O fluxo de caixa pode ser elaborado em função do tempo de sua projeção. Se projetado para o curto prazo, atenderá basicamente as necessidades de capital de giro, se projetado para o longo prazo, tem por objetivo definir e programar as decisões de investimentos. O fluxo de caixa abrange todas as áreas de uma empresa, não deve, pois, ser uma preocupação exclusiva da área financeira: todos os setores devem operar baseados no que determina o planejamento de fluxo de caixa da empresa. Segundo Matarazzo (1998), o fluxo de caixa de uma empresa não depende exclusivamente do administrador financeiro, pois decorre de múltiplas decisões de diferentes áreas, como nível de estocagem, prazos concedidos aos clientes, prazos obtidos de fornecedores, expansão, estabilização ou redução de volume de atividades (produção e vendas), investimentos no ativo permanente, bem como as possibilidades de aportes de capital. Para que o fluxo de caixa não tenha impactos negativos, tem que haver uma integração das demais áreas com a financeira, e esta deve avaliar criteriosamente o perfil de seu endividamento, de forma que os desembolsos necessários ocorram simultaneamente à geração de caixa da empresa. Exemplo de um fluxo de caixa: Tabela 1: Fluxo de Caixa FLUXO DE CAIXA Descrição 1 Vendas à vista (previsão) 2 Recebimento de Clientes 3 Empréstimos 4 Outras entradas previstas 5 Saldo (Bancos) 6 7 8 TOTAL DE ENTRADAS 9 Fornecedores S 10 Agua/Energia/Telefone A 11 Aluguel I 12 Salários D 13 Encarhos Sociais A 14 Impostos S 15 Honorários 16 Outras saídas previstas 17 TOTAL DE SAÍDAS SALDO DA SEMANA SALDO ACUMULADO E N T R A D A S Semana1 5.435,04 MENSAL Empresa: Exemplo S/A Semana 2 Semana 3 Semana 4 2.450,00 2.577,17 9.123,25 1.580,00 7.015,04 5.212,88 36,50 19.585,46 1.580,00 2.450,00 2.470,00 475,00 2.577,17 3.996,00 9.123,25 2.464,00 600,00 2.400,00 376,00 525,00 738,00 250,00 8.550,38 (1.535,34) (1.535,34) Total 1.425,00 4.370,00 (1.920,00) (3.455,34) 4.846,00 (2.268,83) (5.724,17) 325,00 3.527,00 5.596,25 (127,92) 21.165,46 14.142,88 511,50 600,00 3.138,00 376,00 525,00 250,00 1.750,00 21.293,38 (127,92) Fonte: Martins, 1998. 4 Transações que aumentam o Caixa (Disponível) Marion (1998) relaciona as principais transações que afetam o caixa: Integralização do Capital Social pelos Sócios ou Acionistas: São os investimentos realizados pelos proprietários. Se a integralização não for em dinheiro, mas em bens permanentes, estoques, títulos, etc., não afetará o Caixa. Empréstimos Bancários e Financiamentos: São os recursos financeiros das Instituições Financeiras. Normalmente, os Empréstimos Bancários são utilizados como Capital de Giro (Circulante) e os Financiamentos, para aquisição do Ativo Permanente (Fixo). Vendas de Itens do Ativo Permanente: Embora não seja comum, a empresa pode vender itens do Ativo Fixo. Neste caso, teremos uma entrada de recursos financeiros. Venda a Vista e Recebimento de Duplicatas a Receber: A principal fonte de recursos do Caixa, sem dúvida, é aquela resultante de vendas. Outras Entradas: Juros recebidos, dividendos recebidos de outras empresas, indenizações de seguros recebidas, etc. 5 Transações que diminuem o Caixa (Disponível) Pagamentos de Dividendos aos Acionistas: Se os investimentos dos proprietários da empresa representam entrada em Caixa, os dividendos pagos, em cada exercício, significam diminuição do Caixa. Pagamento de Juros, Correção Monetária da Dívida e Amortização da dívida. O resgate das obrigações junto às Instituições Financeiras bem como os encargos financeiros (juros, comissão, correção monetária etc.) significam saída de dinheiro do Caixa. Aquisição de Item do Ativo Permanente: São as aquisições as vistas de Imobilizado e de itens do subgrupo Investimentos (ações etc.). Compra a Vista e Pagamentos de Fornecedores: São aquelas saídas de numerário referente à matéria-prima e material secundário. Pagamentos de Despesa/Custo, Contas a Pagar e Outros: São os desembolsos com despesas administrativas de vendas, com itens do custo e outros. 5 Transações que não afetam o caixa Marion (1998) também descreve as principais transações que não afetam o Caixa, como segue: Depreciação, Amortização e Exaustão. São meras reduções de Ativo, sem afetar o Caixa. Provisão para Devedores Duvidosos. Estimativa de prováveis perdas com clientes que não representa desembolso para a empresa. Reavaliação. Embora haja aumento do valor do Permanente e do Patrimônio Líquido (PL) pela atualização monetária, não representa desembolso ou encaixe. Acréscimos (ou Diminuições) de itens de investimentos pelo método de equivalência patrimonial. Para a correta administração do fluxo de caixa, é imprescindível levar em consideração não somente as saídas de caixa que encontramos facilmente no fluxo como, por exemplo, os desembolsos com as despesas operacionais e administrativas, mas também devem ser lembrados e considerados as provisões e depreciações, que representam uma saída de caixa no futuro. 6. Métodos de Análise de Investimentos Segundo Ross (1995) a avaliação de investimentos possui uma metodologia de análise que envolve critérios que possuem diferenças significativas em sua concepção e, conseqüentemente, em sua utilização no processo de tomada de decisões. Podem ser citados como os mais utilizados o Valor Presente Líquido (VPL), Taxa Interna de Retorno (TIR) e o Payback. 6.1. Payback Para Ross (1995) o método tem como objetivo determinar qual o tempo que se gasta para recuperar o investimento de um determinado projeto, explicitando qual será a capacidade de pagamento do projeto, ou seja, em quanto tempo ele será pago. Este método apresenta limitações, por exemplo, não considerar o valor do dinheiro no tempo, forçar a adoção de uma visão artificial de curto prazo e não existir um período padrão para fins de comparação. Em contrapartida, como vantagem do método, pode se destacar que ele é o único a contemplar o aspecto de liquidez na análise de alternativa de investimento. 6.2. Valor Presente Líquido (VPL) Conforme Souza e Clemente (1995) o valor presente líquido, método mais utilizado, representa a confrontação entre as entradas e saídas trazidas para a data que se inicia a análise do investimento de um determinado fluxo de caixa, descontada a uma taxa que representa o custo de oportunidade do investimento. Para identificar a viabilidade do projeto é necessário observar se o VPL é positivo, ou seja, se as entradas do fluxo de caixa do Investimento são superiores às saídas. 6.3. Taxa Interna de Retorno (TIR) Conforme Souza e Clemente (1995) o método visa mostrar a rentabilidade efetiva que ocorrerá durante todo tempo de análise desse projeto. A TIR é a taxa utilizada para igualar as entradas e saídas trazidas para a data que se inicia a análise do investimento. Para identificar a viabilidade do projeto é necessário observar se a TIR é superior ao custo de capital utilizado para descontar as entradas e saídas do fluxo de caixa do Investimento. 7. Conclusão Este trabalho se propôs a evidenciar a importância do fluxo de caixa para micros e pequenas empresas na sua tomada de decisão, pois é o mecanismo mais adequado para obtenção das informações referentes as entradas e saídas de numerários através dos relatórios geridos por essa prática e determina-se medidas saneadoras no tocante as discrepâncias existentes nos controles financeiros. O empreendedor, no papel de administrador de sua empresa, pode planejar suas ações, voltando-as para uma correta administração do caixa, aplicando os recursos disponíveis da melhor forma possível. Por meio do fluxo de caixa se torna possível preparar planos de investimentos eficazes, otimizando o grau de risco dos investimentos, informando o provável retorno com base nas estimativas efetuadas. Concluímos que a utilização da projeção do fluxo de caixa dos investimentos da empresa é um importante meio, utilizado pela controladoria, para avaliar alternativas de investimento e medir o reflexo monetário de determinada decisão de longo prazo para uma empresa. Essa técnica, bem executada, dá subsídios para a projeção do desenvolvimento da empresa, objetivando preservar a sua continuidade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSAF NETO, A.; SILVA, C.A.T. Administração do capital de giro. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1997. FERREIRA, J. A., ABC das finanças. São Paulo: Editora STS, 1999. MARION, J.C Contabilidade Empresarial, 7. ed. São Paulo: Atlas, 1998. MARTINS, E., Contabilidade de Custos. 6 ed. São Paulo: Atlas, 1998. MATARAZZO, D.C. Análise financeira de balanços. 5. ed. São Paulo; Atlas, 1998. ROSS, S.A.; WESTERFIELD, R.W., JAFFE, J.F.; tradução Antônio Zorato Sanvicente. Administração Financeira. São Paulo: Atlas, 1995. SÁ, A.L, Dicionário de Contabilidade. 9 ed. São Paulo: Atlas, 1995. SOUZA, A.; CLEMENTE, A., Decisões Financeiras e Análises de Investimentos. São Paulo: Atlas, 1995. ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO Adelaide Borges Angelita Borges Daniela Preschlak Debora Claudiane Felisberto de Souza Orientadora: Gressiele Valessa Fernandes Fazoli RESUMO A administração do capital de giro é um fator altamente relevante na administração financeira das empresas, visto que envolve os recursos necessários para o giro das atividades operacionais da organização. Para que esses recursos sejam controlados de forma eficaz, torna-se necessário que o administrador adote meios eficientes de controle das suas disponibilidades, bem como das contas a receber e dos estoques, já que esses recursos dizem respeito ao ativo circulante da empresa, e, assim, representam o montante que a empresa possui para o giro do negócio. É fundamental que as saídas e entradas de caixa sejam planejadas de forma a evitar possíveis faltas em determinados períodos, e no caso de faltas, buscar no mercado financeiro as alternativas mais vantajosas para a empresa, além disso, os estoques devem ser administrados de forma que não prejudiquem o fluxo de caixa, pois estoques em excesso geram custos de manutenção. Outro fator importante na administração financeira, é o controle da necessidade de capital de giro, a qual revela se os passivos operacionais estão sendo suficientes para financiar as atividades operacionais da empresa, onde a política de contas a receber e estoques estão intimamente relacionadas a sobra ou falta desses recursos. Palavras-chave: capital de giro, estoques, administração financeira. 1. ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO. De acordo com Sanvicente (2007), a administração do capital de giro diz respeito à administração do giro, ou seja, dos ativos e passivos circulantes e a relação existente entre eles. Uma boa administração das disponibilidades representa um ponto essencial da função financeira, visto que se refere aos recursos que a empresa disponibiliza. O administrador financeiro deve preocupar-se em manter um saldo de caixa adequado, níveis de estoques adaptados a necessidade da empresa podendo atender seus clientes sem a preocupação de sobras ou faltas, preocupar-se também com a administração das contas a receber, avaliando as políticas de crédito e cobrança aplicadas, definindo prazos e garantias e conseqüentemente podendo avaliar riscos. Para que tudo isso seja administrado com eficácia, a organização precisa ter real conhecimento da sua necessidade líquida de capital de giro, que revela o nível de recursos necessários para manter o giro dos negócios. Caso ocorram modificações ou alterações na política de estoques ou de crédito e cobrança, haverá efeitos imediatos no fluxo de caixa, neste sentido o acompanhamento da necessidade líquida de capital de giro se torna o verdadeiro leme da situação financeira da empresa. Sendo assim, no presente estudo aborda-se a administração do capital de giro, dentro do qual torna-se importante ressaltar a administração das disponibilidades da empresa, as contas a receber, a administração dos estoques e a necessidade de capital de giro, onde o administrador financeiro dispõe do fluxo de caixa como ferramenta de controle das suas entradas e saídas de caixa, conforme segue. 1.1. ADMINISTRAÇÃO DAS DISPONIBILIDADES Para Braga (1989), as disponibilidades compreendem o numerário mantido em caixa, saldos bancários e as aplicações financeiras de liquidez imediata, se as disponibilidades forem baixas haverá o comprometimento da capacidade de solvência da empresa, por outro lado o excesso prejudica a rentabilidade. A administração das disponibilidades deve buscar o equilíbrio, não sendo tarefa fácil, visto que poderá ocorrer descompasso entre os fluxos de pagamentos e de recebimentos diários da organização. Assim, conforme Matarazzo (1998), caixa é a quantidade de dinheiro que a organização possui em mãos. O caixa é o valor mais real existente na organização, que representa o dinheiro ou cheques recebidos de clientes que serão depositados para crédito em conta corrente. Na visão de Lemes Junior et al. (2005), caixa também é denominado disponível e representa os ativos que tem como característica principal possuir liquidez imediata, ou seja, a sua utilização independe de ações de terceiros ou de outras ações que não a de seu uso. Dessa forma, a empresa deve adotar meios que garantam um controle eficiente das saídas e entradas de caixa, de forma a evitar desfalques ou desvios desses recursos. Já a conta bancos, de acordo com Silva (2006), refere-se ao montante disponível em contas correntes para saque, ou qualquer movimento que a organização pretenda executar. Para Braga (1989), um bom relacionamento com os bancos é primordial na administração das disponibilidades. Nas operações com os bancos comerciais, a empresa conta também com a cooperação das demais instituições financeiras do conglomerado, como, por exemplo, banco de investimento, financeiras, arrendamento mercantis, créditos mobiliários, seguradora, corretora e distribuidora. A compensação de cheques é somente o produto mais visível da atividade bancária. Além deste produto, os bancos fornecem extratos e cartões magnéticos; contratam operações ativas, incluindo desconto de promissórias e cheques especial; transferem fundos; recebem carnês; efetuam cobranças; arrecadam tributos; oferecem ligações diretas entre o computador do cliente e o computador do banco (home banking), etc. (ASSAF NETO; SILVA, 2002, p.103). Segundo Braga (1989), a movimentação de numerários corresponde às operações contratadas com instituições financeiras. A liquidação pode ser feita mediante emissão de cheques ou através de débito em conta, as tarifas sobre serviços, os encargos financeiros e as amortizações de empréstimos são debitados na conta bancária. Ainda segundo o autor citado acima, caso a empresa adote a emissão de duplicatas em carteira, terá custos com a manutenção da equipe de cobrança, neste caso, os cheques e os numerários terão que ser depositados diariamente, para que ela tenha condições de saldar suas dívidas. Colocando as duplicatas em cobrança bancária, a empresa prolonga o ciclo financeiro, mas envolve custo de oportunidades, por outro lado tais recursos reforçam a reciprocidade bancária e, conseqüentemente, as linhas de crédito da empresa. Outro aspecto importante a considerar é o número de contas bancárias que deve ser mantido pela empresa. O excesso de contas bancárias poderá comprometer a administração do capital de giro. Dessa forma, é conveniente trabalhar com menor número de contas bancárias e operar intensamente com cada banco podendo, assim, contar com apoio financeiro quando houver necessidade, porém trabalhar com apenas um banco poderá causar dependência e dificuldades no poder de barganha por descontos e melhores taxas de juros para a empresa. Ou seja, é necessário avaliar as alternativas que o mercado oferece e buscar um equilíbrio, o qual irá variar de uma empresa para outra, dependendo do ramo, do ambiente no qual está inserida e do tamanho da mesma. A administração das disponibilidades requer formas de controle adequado desses recursos, conforme Assaf Neto e Silva (2002), o fluxo de caixa é um método bastante eficiente, o qual oferece informações que permitem a empresa determinar o valor que precisa manter em caixa em determinados períodos. Conforme Matarazzo (1998), fluxo significa movimento, então fluxo de caixa pode ser definido como movimento de caixa. A demonstração de Fluxo de Caixa é fundamental para qualquer atividade empresarial, na maioria das vezes problemas com o capital de giro das empresas ocorrem por falta de administração adequada de fluxo de caixa. O principal objetivo dessa previsão é fornecer informações para a tomada de decisões, tais como: avaliar a necessidade de buscar recursos e, quando for o caso, aplicar os excedentes de caixa nas alternativas mais rentáveis para a empresa. As decisões relacionadas à compra, venda, investimentos, retiradas de capital pelos sócios, captação ou pagamento de empréstimos, constituem um fluxo contínuo entre as fontes geradoras e as utilizadoras de recursos. Recomenda-se a utilização por empresas de qualquer porte, dado a sua importância e simplicidade. Outro aspecto relevante na administração do capital de giro são as contas a receber, pois representam créditos a prazo da empresa, e necessitam serem controlados de forma que não prejudiquem a liquidez da organização, conforme observa-se a seguir. 1.2. ADMINISTRAÇÃO DAS CONTAS A RECEBER Segundo Groppelli e Nikbakht (1999), o volume de contas a receber é determinado pelos padrões de créditos fornecidos pela organização. Se os padrões de créditos forem rigorosos poucos clientes serão qualificados para o crédito, pois em muitos casos não atendem as exigências propostas pelas políticas empresariais. Por outro lado se os padrões de créditos forem flexíveis, mais clientes serão atraídos para o consumo em uma determinada empresa, o que fará com que o volume de vendas da mesma aumente. As contas a receber de uma organização têm suas vantagens e desvantagens. As vantagens refletem no aumento do volume das vendas e nos lucros. As desvantagens estão refletidas na maior probabilidade de mais contas incobráveis e no custo do financiamento adicional de contas a receber, fazendo com que a margem de lucro final das empresas não alcance as expectativas propostas pelo negócio. As contas a receber são parecidas com empréstimos sem juros para clientes, porque os vendedores devem pagar despesas de juros à medida que seu capital fica empatado nas contas a receber. Antes de decidir pela redução dos padrões de créditos, deve-se comparar o custo de contas a receber adicionais e os benefícios pelo aumento das vendas. Se o resultado dessa análise de custo/benefício for um lucro líquido, a empresa deve relaxar os padrões de créditos (GROPPELLI; NIKBAKHT, 1999, p. 386). Para Lemes Junior et al. (2005), contas a receber é o crédito facilitador das vendas, por este meio as empresas podem vender mais. O crédito é a disposição de alguém ceder por determinado período seu patrimônio ou prestar um serviço a terceiros com a expectativa de receber de volta este valor. Na visão do autor citado anteriormente, a concessão de crédito resulta nos ativos que além de Contas a Receber possui também outras denominações diferentes, como: Valores a Receber, Duplicatas a Receber, que formam junto com o estoque as principais contas do ativo circulante. As políticas de crédito são a base eficiente da administração de valores a receber, que orientam a forma como é concedido o crédito definindo padrões de créditos, prazos, riscos, garantias e diretrizes de crédito. Ainda conforme Lemes Junior et al. (2005), conceder crédito implica em recebimento de valor de crédito no futuro, que torna a emissão de documentos denominadas faturas. Faturar é emitir faturas com qualidade, é fator primordial para obtenção de bons resultados nas empresas. O sistema de contas a receber de uma empresa deve estar munido de todas as informações possíveis para a tomada de decisões e a administração de recursos financeiros da organização, verificando-se as datas dos vencimentos e possíveis descontos concedidos ou até mesmo juros que algumas duplicatas podem gerar. Para fortalecer o andamento e o controle do departamento de contas a receber, as empresas utilizam-se de recursos ou procedimentos que facilitam a entrada dos valores a serem recebidos em seu caixa, tais como; aderir a recebimentos via banco, reforçar cobrança de duplicatas em atraso, efetivar a baixa dos títulos quitados, formalizar e manter um controle dos descontos a serem concedidos, solicitar carta de fiança aos funcionários que tem cargo de confiança ou trabalhem com numerários na empresa, separar as funções entre custódia e guarda de valores, liberar a baixa de duplicatas em sistemas somente por alguém autorizado pela empresa e monitorar as possíveis baixas por falta de pagamento, são atitudes que fortalecem o adequado controle do capital de giro da organização. Outro ponto que deve ser observado na administração do capital de giro são os estoques, conforme se verifica no próximo item. 1.3. ADMINISTRAÇÃO DOS ESTOQUES Conforme Lemes Junior et al. (2005), os estoques são constituídos de bens destinados à venda ou à produção, vinculados aos objetivos da empresa. Existem diferentes tipos de estoques, caracterizados pela sua condição ao nível de produção e comercialização. Como o investimento em estoques possui um peso significativo nas empresas, eles são representados basicamente pelos produtos de revenda, que podem ser apresentados de várias formas dependendo do segmento da empresa. A responsabilidade direta pela administração dos estoques é do administrador financeiro. Na produção, a matéria-prima necessária para produzir precisa estar disponível em tempo hábil, assim o controle e planejamento são essenciais para garantir a continuidade do processo de produção. A falta de matéria-prima, ou o excesso, causam sérios danos econômicos e financeiros na empresa. Outros itens que podem contribuir para a produção são os componentes e insumos. As empresas comerciais que possuem estoques de produtos acabados em grande volume ocasionam uma liquidez demorada, pois é necessário primeiramente vender este estoque para transformá-lo em caixa. Como geralmente as empresas investem grande parte de seus recursos e, também, de terceiros em seus estoques, assim surgiram, vários modelos ou sistemas de operacionalização de estoques, entre eles os denominados just-in-time e Kanban. Por meio desses modelos, foi possível reduzir sensivelmente o volume de dinheiro investido nesses ativos. Ainda seguindo a idéia de Lemes Junior et al. (2005) às finalidades básicas para justificar a existência de estoques nas empresas refere-se aos estoques operacionais, funcionais ou mínimos que representam a quantidade necessária de estoque destinada a garantir o desenvolvimento e a operacionalização da produção e nas empresas comerciais devem estar adequados às expectativas de vendas. Estoques de segurança destinam-se a segurança de entrega do bem aos clientes, desta forma mantém-se um volume maior que o necessário no caso de ocorrer qualquer imprevisto. E estoques especulativos são aqueles para se beneficiar das variações que surgem no mercado, esta ferramenta deve ser momentânea e considerar a relação custo-benefício. Em se tratando de custo, as políticas de administração de estoques devem estar focadas na determinação do nível ideal de estoques de cada produto ou grupo de produtos. O nível ideal deve ser estabelecido em relação à flexibilidade operacional proporcionada pela manutenção dos estoques. Quanto maior for o volume de estoque maior será a flexibilidade da empresa e vice-versa e é necessário avaliar as vantagens dessa flexibilidade. Os custos vinculados aos estoques estão classificados em três diferentes categorias: custos de manter o estoque, onde é necessário considerar os custos que estão diretamente ligados a sua manutenção tais como o investimento aplicado, armazenagem, impostos, seguros, perdas, controle e desuso e obsolescência, também conhecidos como custos de carregar o estoque. Também dentro do custo para comprar ou repor estoques é necessário considerar os custos relacionados a essa compra, pois este custo irá determinar os níveis de estoque. Assim, os principais custos de compra podem ser relacionados como pesquisa de preço, comunicação, negociação com fornecedores, recepção e conferência dos produtos comprados e possíveis devoluções. Outro fator é o custo de faltas que pode trazer conseqüências negativas para a empresa. Pois o tempo necessário para a reposição do estoque consumido é fator relevante para a determinação do nível ideal de estoques. A duração do ciclo de produção influi na decisão de estoques, onde os hábitos de compras dos clientes requerem maiores volumes de estoques, justamente para atender com rapidez as expectativas dos clientes, salienta-se que o tempo de durabilidade do produto é também um fator importante, pois produtos perecíveis exigem ambientes especiais. A administração de estoques vincula-se com várias áreas organizacionais da empresa, desta forma, é necessário que a empresa possua políticas de administração de estoques bem definidas e claras e principalmente que as áreas funcionais sejam acordadas, antes de serem implantadas. Com isso pretende-se esclarecer as responsabilidades de cada setor, onde o setor de compras administra a aquisição de matéria-prima, já a produção preocupa-se em estocar produtos e componentes para atender sua atividade, pois quanto maior for o ciclo de produção, maiores serão os volumes de estoque. O Gestor de Marketing tem interesse nos produtos acabados para que as vendas não sejam prejudicadas por falta de estoque. E a área financeira tende a demandar esforços com o objetivo de minimizar todos os tipos de estoque, pois os estoques requerem recursos financeiros. Encontram-se duas situações na administração dos estoques, o tempo de trânsito ou Transit Time tempo entre o produto acabado e a entrega até o cliente e tempo de ciclo ou Lead Time tempo entre cliente efetuar o pedido e o produto estar disponível para coleta. Quanto menor for este tempo de trânsito e de ciclo, menores serão os estoques. Assim, uma eficaz administração do capital de giro relaciona-se como uma política de estocagem adequada, onde todos os setores percebam a importância do planejamento e controle desta área. Depois de conhecer alguns dos princípios da administração das disponibilidades, das contas a receber e dos estoques, torna-se possível analisar a necessidade de capital de giro da empresa, conforme se apresenta a seguir. 1.4. NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO Conforme Matarazzo (1998), a Necessidade de Capital de Giro (denominada NCG), é de fundamental importância para a análise financeira das empresas, bem como das estratégias de financiamento, que interferem diretamente no crescimento e na lucratividade da organização. Dessa forma, uma boa administração do capital de giro está diretamente ligada a uma eficiente análise da Necessidade de Capital de Giro da empresa, visto que revela o nível de recursos necessários para manter as suas atividades operacionais, ou seja, o giro do negócio. A Necessidade de Capital de Giro envolve operações de curto prazo, as quais possuem efeitos rápidos, ao contrário do que se observa nos investimentos no Ativo Permanente, que são constituídos de decisões de longo prazo e representam uma recuperação mais lenta do capital. Assim, uma modificação na política de estoque, crédito e compras interferem imediatamente no fluxo de caixa da empresa. Para a determinação da NCG, torna-se necessário reclassificar o ativo e o passivo circulante do Balanço Patrimonial em contas operacionais e financeiras. Matarazzo (1998, p. 344) define que “o ativo circulante operacional (ACO) é o investimento que decorre automaticamente das atividades de compra/produção/estocagem/venda, enquanto o passivo circulante operacional (PCO) é o financiamento, também automático, que decorre dessas atividades”. Dessa maneira, as demais contas do Balanço são definidas como financeiras e não fazem parte da NCG. Assim, a diferença entre o ACO e o PCO é quanto a empresa necessita para financiar seu giro. Para encontrar a Necessidade de Capital de Giro da organização tem-se a seguinte fórmula: NCG= ACO-PCO Onde: NCG: Necessidade de Capital de Giro; ACO: Ativo Circulante Operacional; PCO: Passivo Circulante Operacional; Ainda seguindo a idéia de Matarazzo (1998), após a realização do cálculo, têm-se as seguintes situações: a) ACO maior que PCO: é a situação mais encontrada nas empresas, onde existe necessidade de capital de giro e a empresa deve encontrar formas adequadas para financiar essa necessidade. Porém, é necessário ressaltar que ao se deparar com essa situação, o administrador não deve se precipitar e captar recursos no mercado financeiro, pois poderá ter recursos excedentes em sua tesouraria, os quais poderão ser utilizados para financiar as atividades operacionais. b) ACO igual a PCO: nesse caso não há necessidade de capital de giro, onde os investimentos igualam-se ao montante de financiamento. c) ACO menor que PCO: nessa situação existe sobra de recursos das atividades operacionais, a qual poderá ser utilizada para a aplicação no mercado financeiro ou outras formas de investimento que tragam alguma rentabilidade para a empresa. Torna-se necessário que o administrador, ao se deparar com uma necessidade de capital de giro, avalie o seu capital como um todo, ou seja, é fundamental analisar as suas disponibilidades, como está sendo administrada a política de contas a receber e os estoques. É importante controlar rigorosamente o ciclo financeiro e operacional da organização, de forma que os fornecedores financiem, se não a totalidade, mas a maior parte dos estoques, já que representam a fonte mais barata de recursos. Além disso, devese ter o cuidado de não manter mercadorias estocadas por prazos muito longos até que sejam vendidas, pois recursos que poderiam estar sendo investidos na empresa e na manutenção do seu giro podem estar permanecendo parados em estoque. Os prazos de recebimento também são muito importantes, onde a empresa deve planejar seus recebimentos de acordo com seus prazos de pagamentos. Enfim, a Necessidade de Capital de Giro é um importante indicador da situação financeira da empresa, visto que demonstra se a empresa possui ou não recursos operacionais disponíveis e, dessa forma, deve ser utilizada para controle do seu capital de giro. REFERÊNCIAS ASSAF NETO, A. SILVA, C. A. T. Administração do Capital de Giro. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2002. BRAGA, R. Fundamentos e Técnicas de Administração Financeira. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1989. GROPPELLI, A. A. e NIKBAKHT E. Administração Financeira. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 1999. LEMES JUNIOR, A. B.; RIGO, C. M. e CHEROBIN, A. P. M. S. Administração Financeira: Principios, Fundamentos e Práticas Trabalhistas. 2. ed. Rio de Janeiro: Elseveir, 2005. MATARAZZO, D. C. Análise Financeira de Balanços. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1998. SANVICENTE, A. Z. Administração Financeira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2007. SILVA, J. P. Análise Financeira das Empresas. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2006. ARQUITETURA E HOTELARIA HOSPITALAR, NA BUSCA DA CURA. Claudia Alves Sauter Gladys Mari Rodrigues Glória Patrícia Ressoni Márcia Gonzales Maria Clarice de Araujo Galeski Orientador: William A. Guimarães Jr RESUMO Como os hospitais são empreendimentos complexos, que abrigam pessoas em confronto com emoções e incertezas nos momentos mais críticos de existência humana: nascimento, sofrimento profundo, medo, dor, doença, cura, qualidade de vida e de morte; a arquitetura destes deve tratar de humanizar o que é feito para o ser humano, buscando transformá-lo no espaço que cura. Partindo desta premissa a hotelaria hospitalar é o conjunto de serviços disponibilizados aos clientes internos e externos, objetivando oferecer condições de conforto, bem-estar, assistência, segurança e qualidade no atendimento, agregando todas as práticas profissionais existentes nas instituições de saúde, visando modificar o ambiente nos aspectos humanos e estruturais. No caso dos edifícios hospitalares, a arquitetura pode ser um instrumento terapêutico se contribuir para o bemestar físico do paciente com a criação de espaços que, além de acompanharem os avanços da tecnologia, desenvolvam condições de convívio humanizadas. Nesse panorama vemos também a acessibilidade como o meio pelos quais os indivíduos com uma perspectiva de vida aumentada, buscam cuidados com doenças crônicas e mais qualidade para os anos que se somam, buscando continuar a ser produtivo e completo sem restrições e barreiras físicas que limitem o seu gozo. Palavras-chave: saúde, humanização, arquitetura, acessibilidade, hotelaria. 1 Introdução De acordo com Santos (2004), o novo modelo de atenção à saúde, centrado na promoção da saúde, vem exigindo a constituição de modelos de assistência humanizada, focado na necessidade de autonomia e na qualidade de vida do paciente. Neste novo contexto, surgem requisitos para a arquitetura no que tange ao planejamento de espaços e estabelecimentos de assistência à saúde, buscando proporcionar em seus ambientes, o desenvolvimento de atividades que poderão cumprir seu papel de prestação de cuidados com a cura de enfermidades, agregando qualidade e um verdadeiro senso de humanização no contato com os usuários. Segundo Toledo (2006), os diversos movimentos que propõem a humanização do ambiente hospitalar, tem adotado “tratamentos” arquitetônicos, melhorando as condições de conforto dos pacientes e acompanhantes, por meio de alojamentos conjuntos, tem usado cores, onde os espaços começam a ser tratados de forma a reproduzir, sempre que possível, o ambiente familiar. Como os hospitais são empreendimentos complexos, que abrigam pessoas em confronto com emoções e incertezas nos momentos mais críticos de existência humana: nascimento, sofrimento profundo, risco de vida, dor, doença, cura, qualidade de vida e morte; a arquitetura destes EAS – Estabelecimentos de Assistência a Saúde, deve tratar de humanizar o que é feito para o ser humano, buscando transformá-lo no espaço que cura. Propostas mais radicais que defendem para as edificações hospitalares a retomada de um papel mais relevante no processo de cura, buscando uma maior integralidade entre as práticas e procedimentos médicos e espaços que lhes são reservados. Onde a arquitetura tem a capacidade de contribuir, de uma forma mais efetiva, para a recuperação dos pacientes e, consequentemente, então para o processo de cura. (TOLEDO, 2006). O conceito de humanização do atendimento tem sido largamente aplicado nos mais recentes projetos em arquitetura da saúde, representando o desdobramento de um novo enfoque centrado no usuário, que passa a ser entendido de forma holística como parte de um contexto e não mais como um conjunto de sintomas e patologias a serem estudadas pelas especialidades médicas (SANTOS, 2004). 2 HOTELARIA HOSPITALAR A mudança da configuração política dos setores de saúde traz exigências claras no que se refere à necessidade de qualificação de recursos humanos e melhoria na estrutura física afim de que acompanhem os avanços científicos e tecnológicos na área da saúde. A hotelaria hospitalar é o conjunto de serviços disponibilizados aos clientes internos (funcionários) e aos clientes externos (pacientes e acompanhantes), objetivando oferecer condições de conforto, bem-estar, assistência, segurança e qualidade no atendimento, agregando todas as práticas profissionais existentes nas instituições de saúde, visa modificar o ambiente nos aspectos humanos e estruturais, administrando setores como: higienização, lavanderia, rouparia, costura, recepção, internamento, telefonia entre outros. A hotelaria hospitalar surgiu para agregar valor ao atendimento humanizado e a qualidade dos serviços prestados nas instituições de saúde. Corbella (2003), cita algumas estratégias de projeto, baseadas em princípios bioclimáticos: • Controlar o acúmulo de calor; • Procurar dissipar a energia térmica do interior do edifício; • Retirar toda umidade em excesso, promovendo o movimento do ar; • Privilegiar o uso da iluminação natural; • Controlar as fontes de ruído. Hotelaria Hospitalar não está relacionada ao luxo e sim à qualidade dos serviços prestados determinando o grau de satisfação e fidelização dos clientes. 3 HUMANIZAÇÃO NO AMBIENTE HOSPITALAR Para Corbella (2003), uma pessoa está confortável em um ambiente quando se sente em neutralidade em relação a ele. No caso dos edifícios hospitalares, a arquitetura pode ser um instrumento terapêutico se contribuir para o bem-estar físico do paciente com a criação de espaços que, além de acompanharem os avanços da tecnologia, desenvolvam condições de convívio humanizadas. O movimento que deu origem a humanização na arquitetura hospitalar foi a criação de espaços destinados aos pacientes crônicos ou terminais, que até então não recebiam nenhum tipo de cuidado. Espaço físico e atendimento são essenciais para o processo de humanização hospitalar. A estrutura física pode influenciar no restabelecimento dos pacientes, elementos como jardins, uso de cores e espaços abertos podem amenizar o impacto causado pela rotina hospitalar. Em 2001 o Ministério da Saúde instituiu no âmbito do SUS o Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar – PNHAH que propõe um conjunto de ações integradas visando mudar substancialmente o padrão de assistência ao usuário nos hospitais públicos do Brasil, melhorando a qualidade e a eficácia dos serviços hoje prestados por estas instituições. Segundo o manual do PNHAH estão relacionados à qualidade das instalações, equipamentos e condições ambientais do hospital: Adequação/criação de áreas de espera; Sinalização das áreas e serviços do hospital; Instalações físicas e aparência do hospital; Equipamentos; Refeições; Meios para efetivação de queixas e sugestões; Espaço de recreação e convivência dos pacientes; Clareza das informações oferecidas aos usuários; Identificação dos profissionais; Informações aos familiares sobre o atendimento do usuário; Informações sobre prevenção de doenças e educação em saúde e Informações sobre outros serviços de saúde e serviços sociais disponíveis na comunidade. O Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar – PNHAH tem como objetivo fundamental aprimorar as relações entre profissional de saúde e usuário. 4 Espaços Lúdicos Miquelin (1992), lembra que o desconforto ambiental nos hospitais não pode ser um problema a mais nesses espaços, construídos para, muitas vezes, situações estressantes de atendimento associadas a pacientes com risco de vida ou sofrimento profundo. A criação de espaços lúdicos como: brinquedoteca, cantinho do sossego, cafeteria, restaurantes, lojas e jardins, fazem parte de estratégias inovadoras para tornar o ambiente hospitalar o mais confortável e agradável. O espaço lúdico tem caráter educativo e de entretenimento proporcionando a socialização e aprendizagem. 5 Cromoterapia Cromoterapia é uma ciência que usa a cor para estabelecer o equilíbrio e a harmonia do corpo, da mente e das emoções, através de suas cores energéticas, reestabiliza o equilíbrio, propiciando a cura, no tratamento cromoterápico, podemos utilizar várias técnicas como fonte de equilíbrio ou harmonização, como luz do espectro solar, lâmpadas coloridas, alimentação natural, mentalização das cores e ainda contato com a natureza. A cromoterapia também é uma técnica utilizada na humanização do ambiente hospitalar, relacionando cada cor a um significado: Vermelho: pesquisa em Berlim demonstrou que mil portadores de insuficiência cardíaca rejeitaram a cor. Efeitos Fisiológicos: vitalizadora do sangue, dos tecidos e do sistema esquelético do corpo, superestimula o sistema nervoso, estimula emoções e auxilia na recuperação de cansaço e enfraquecimento geral. Efeitos Emocionais: Perturba o equilíbrio de pessoas “normais”, produz o nervosismo, estimula o mau temperamento, produz fortes dores de cabeça, produz a morbidez; Laranja: Indicado para depressivos ou pessoas com disritmia. Efeitos fisiológicos: aumenta a vitalidade do sistema nervoso, acelera o metabolismo ósseo, auxilia nas doenças renais e da bexiga, e na constipação. Efeitos emocionais: inquietação; Amarelo: Indicado para hepatite e doenças do baço e medula óssea e para trabalhos intelectuais. Efeitos fisiológicos: Influência no sistema nervoso simpático e parassimpático, aumenta a pressão arterial e auxilia no fortalecimento à saúde dos tecidos, órgãos e ossos. Efeitos Emocionais: estimula a concentração; Verde: Indicado para ambientes hospitalares. Efeitos fisiológicos: acelera o metabolismo hepático, incrementa a velocidade de cicatrização de tecidos em pós- operatório, baixa a febre e é destruidor ou decompositor de células doentes e mortas. Efeitos Emocionais: Tranquiliza o paciente perturbado e melhora o equilíbrio; Azul: Indicado para crianças e para pacientes maníacos e violentos. Efeitos fisiológicos: diminui a pressão arterial, é calmante e anestésico suave, refrescante. Efeitos Emocionais: reduz a ansiedade, o estresse, elimina a dor e induz ao relaxamento e ao sono; Branco: é uma cor neutra, não tendo efeito fisiológico e nem emocional; Rosa: responde emocionalmente trazendo o amor fraterno; Violeta: é usado no tratamento de infecções graves, como sífilis. Não usar no tratamento de doenças respiratórias, pois ele estimulará o crescimento de vírus pulmonar. É usado nos EUA em banhos de luz contra a psoríase e dermatite, é usada também para o mau funcionamento da tireóide. Efeitos fisiológicos: antiséptico, regenerador do sistema nervoso esgotado e estressado com fadiga prolongada e auxilia nos processos tumorais. A Cromoterapia é uma terapia holística por tratar o ser como um todo, cada cor tem uma vibração específica, atuando desde o nível físico até níveis mais sutis. Humanização da assistência hospitalar é um termo abrangente utilizado para definir um movimento em busca da valorização da pessoa que faz uso dos serviços de saúde, considerando o paciente e o profissional como parte essencial do processo, sendo o primeiro o principal foco da atenção, utilizando artifícios de organização espacial e ambientação. 6 ACESSIBILIDADE Dentro da nova concepção dos projetos arquitetônicos tem se incorporado um sentido efetivo de acolhimento e receptividade aos pacientes e seus acompanhantes que são portadores de necessidades especiais, sem restrições e barreiras físicas que limitem o seu acesso. Acessibilidade significa não apenas permitir que pessoas com deficiências participem de atividades que incluem o uso de produtos, serviços e informação, mas a inclusão e extensão do uso destes por todas as parcelas presentes em uma determinada população. Na arquitetura e no urbanismo, a acessibilidade tem sido uma preocupação constante nas últimas décadas. Atualmente estão em andamento obras e serviços de adequação do espaço urbano e dos edifícios às necessidades de inclusão de toda população. Acessibilidade é a possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento da utilização com segurança e autonomia de edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e elementos. A norma brasileira que rege os critérios de acessibilidade para pessoas portadoras de deficiência é a NBR 9050 editada em 2004, tornando-se lei sendo assim obrigatória. O objetivo desta norma é estabelecer critérios e parâmetros a serem observados quando do projeto, construção, instalação e adaptação de edificações. Segundo o Censo 2000, 14,5% da população brasileira tem algum tipo de deficiência, esta norma visa proporcionar a maior quantidade possível de pessoas, independente da idade, estatura ou limitação de mobilidade ou percepção, a utilização de maneira autônoma e segura do ambiente, edificação ou elemento. Os estabelecimentos de saúde também obedecem aos critérios da NBR 9050, buscando a adequação da estrutura física das instituições, promovendo sinalização visual, sonora e táctil e treinando pessoas para inclusão de portadores de deficiência como usuários e colegas de trabalho. Existe uma infinita quantidade de ações voltadas a implantação da acessibilidade em um estabelecimento de saúde como: Remover obstáculos físicos e construir rampas de acesso; Adequar a recepção para a acessibilidade universal; Promover comunicação visual, táctil e sonora; Adequar telefones públicos; e Adequar salas de procedimentos, consultórios e internações. Esses novos conceitos são considerados apenas um incremento na qualidade do atendimento à saúde, o que efetivamente se procura nestes tempos de busca, de humanização do atendimento, e itens de acessibilidade e conforto, para apressar a cura e a alta de pacientes em unidades de saúde. 7 CONCLUSÃO Sob essa nova a ótica de atendimento humanizado, os ambientes devem agregar itens de conforto ambiental, agilidade de fluxos, incorporando biossegurança, tendo com principal foco de atenção e de cuidados atender os desejos, as aspirações e as necessidades do paciente, respeitando à sua individualidade, objetivando sua recuperação e promoção da saúde física, psicológica, social e espiritual. COSTEIRA (2006), conclui sabiamente dizendo que a arquitetura hospitalar enfrenta um novo desafio: incorporar aos projetos a dimensão do conforto ambiental - agregando a dimensão humana aos hospitais, adequando a tecnologia de ponta ao exercício da medicina segundo a visão e os anseios do paciente, pesquisando suas aspirações e angustias - para estabelecer relações do indivíduo com o espaço que o acolhe, nessas instituições, como elemento fundamental da desejada cura. REFERÊNCIAS CORBELLA, Oscar. Em busca de arquitetura sustentável para os trópicos – conforto ambiental. Rio de Janeiro: Revan, 2003. COSTEIRA, E.M.A.; Feitos para curar: arquitetura hospitalar e processo projetual no Brasil, Rio de Janeiro: ABDEH, 2006 MIQUELIN, Lauro Carlos. Anatomia dos edifícios hospitalares. São Paulo: CEDAS, 1992. SANTOS, M.; BURSZTYN, I.; (ORGS) Saúde e arquitetura - caminhos para a humanização dos ambientes hospitalares, Rio de Janeiro: Editora Senac, 2004. TOLEDO, L,C. Feitos para curar: arquitetura hospitalar e processo projetual no Brasil, Rio de Janeiro: ABDEH, 2006 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO Danielle Cristina Mazieiro Laura Adriana De Souza Marcio Robson De Souza Marcos Luiz Taija Margareth Alves Campos Orientador: Edirson Maggi RESUMO O Demonstrativo do Resultado do Exercício (DRE), é um importante auxílio na analise das operações realizadas pelas organizações. A DRE contém as receitas e os custos das mercadorias, produtos e serviços vendidos, com elaboração de demonstrações mensais ou anuais. É um relatório detalhado contendo informações sobre receitas e despesas operacionais e não operacionais, despesas administrativas e financeiras, visualizando o resultado das operações realizadas por uma empresa ( lucro ou prejuízo). Sua característica é demonstrar o resultado gerado das operações realizadas em uma empresa suprindo as necessidades de informação para uma adequada administração, tendo como fator importante a venda, na obtenção do lucro ou prejuízo. Palavras-chave: Lucro, prejuízo, receitas e despesas. 1- DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO Definição: Silva (2005, p. 95), define que “a demonstração do resultado do exercício, conforme o próprio nome sugere, demonstra o resultado obtido pela empresa em determinado período, isto é, lucro ou prejuízo”. Na demonstração de resultado deve conter as receitas, o custo das mercadorias, produtos ou serviços vendidos e as despesas relativas ao período, que normalmente é de um ano. A demonstração do exercício é um resumo ordenado das receitas e despesas da empresa em determinado período. É representada de forma dedutiva (vertical), ou seja, das receitas subtraem-se as despesas e, em seguida, indica-se o resultado (lucro ou prejuízo) (IUDÍCIBUS, 1988, p. 61). Conforme Lemes Junior et al. (2005), a Demonstração de Resultado expressa os valores econômicos de período especifico. Ao longo do ano as empresas podem elaborar demonstrações mensais, porém as mesmas não possuem o detalhamento das demonstrações de resultados anuais. A DRE mostra como surge o lucro ou prejuízo final de cada período ou exercício de uma empresa. Para Iudícibus (1988), a DRE pode ser simples para micro e pequenas empresas, onde evidencia as despesas deduzindo das receitas, apurando-se assim o lucro sem informar os grupos de despesa, enquanto que a completa, exigida por lei, destacará os grupos de despesas existentes na empresa. Depois de conhecer o conceito básico da DRE, torna-se possível apresentar as principais contas que compõem a Demonstração de Resultado do Exercício, conforme exposto a seguir. 2 - CONTEÚDO DA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO A Demonstração de Resultado abriga as receitas e despesas da empresa, as quais se encontram classificadas e ordenadas em grupos. Conforme Silva (2005), a Receita Operacional é o resultado das operações normais e habituais da empresa. Em uma indústria a Receita Operacional é a venda dos produtos fabricados, no comércio é a venda de mercadorias e na prestação de serviços o resultado dos serviços que foram prestados. Conforme Marion (1998), a receita operacional, muitas vezes descriminada como vendas brutas, é o total bruto vendido no período, onde estão inclusos os impostos sobre vendas e ainda não foram descontadas as devoluções e os abatimentos. As vendas canceladas ou devoluções são mercadorias devolvidas por estarem em desacordo com o pedido de compra. O abatimento é um desconto concedido em favor do cliente para evitar uma possível devolução. Os impostos e taxas sobre venda são valores gerados no momento da venda e variam conforme a movimentação, os mais comuns são IPI, ICMS, ISS, PIS e COFINS. Subtraindo-se as vendas canceladas, os abatimentos e os impostos sobre vendas da receita operacional bruta encontram-se a receita operacional liquida, a qual é efetivamente à parte da receita que ficará para a empresa cobrir seus custos e gerar lucro. O custo dos produtos, mercadorias ou serviços vendidos também são especificados na DRE. Segundo Iudícibus (1988), o custo das vendas deve ser especificado por setores da economia. Para empresas industriais encontra-se o custo dos produtos vendidos (CPV), para as comerciais o custo das mercadorias vendidas (CMV) e para as prestadoras de serviços, o custo dos serviços prestados (CSP). Para Iudícibus (1988), Lucro Bruto é a diferença entre a venda de mercadorias e o custo da mercadoria, produto ou serviço vendido, sem considerar as despesas com vendas, despesas financeiras e administrativas. Então, para calcular o lucro bruto, subtraise da receita de vendas o valor do custo das mercadorias, produtos ou serviços. Conforme Almeida(1995), outras receitas e outras despesas operacionais são obrigados, desde de que não classificadas como despesas administrativas ou como despesas com vendas As despesas operacionais são todas as despesas necessárias às atividades da empresa. Entre elas encontramos as despesas com vendas, que compreendem as despesas necessárias às atividades comerciais da empresa, tais como comissões de vendas, salários e encargos do pessoal de vendas, promoção e propaganda, marketing, estimativa de perdas derivadas de vendas a prazo, ou seja, a provisão para devedores duvidosos. As despesas administrativas são os gastos necessários para dirigir a empresa, entre os quais estão os honorários administrativos, salários e encargos sociais do pessoal administrativo, aluguéis de escritório, depreciação de móveis e utensílios, entre outros Segundo Almeida (1995), as despesas financeiras são despesas derivadas da utilização de recursos de terceiros, tais como juros, correção monetária, variação cambial, impostos sobre operações financeiras descontos concedidos, etc. Silva (2005), distingue a obrigatoriedade de uso do método de equivalência patrimonial para avaliação dos investimentos relevantes em sociedades coligadas, sob cuja administração participe com 20% ou mais do capital social, e em sociedades controladas. Quando o resultado de equivalência patrimonial for positivo, indica que está havendo lucro na empresa na qual foi feito o investimento, do contrário, ou seja, se o resultado for negativo significa que está havendo prejuízo na empresa investida. O lucro operacional liquido é o lucro bruto menos as despesas operacionais mais o efeito de ganho ou perda de equivalência patrimonial. As receitas não operacionais são os valores decorrentes de transações eventuais, que não se repetem habitualmente, como por exemplo, o lucro obtido na venda de um ativo imobilizado da empresa. Já os valores decorrentes de perdas em transações eventuais são considerados despesas não operacionais. Somando-se as receitas não operacionais ao Lucro Bruto e subtraindo-se as despesas não operacionais obtêm-se o lucro antes dos impostos, contribuições e participações. A provisão para Imposto de Renda constituída pela empresa é debitada no resultado do exercício social subseqüente e creditada como obrigação no passivo circulante ou no exigível a longo prazo, conforme o prazo que tenha de ser recolhido à Receita Federal. Segundo Silva (2005), a contribuição social é outra parcela prevista na constituição calculada com base no lucro da empresa. As participações são representadas pelas parcelas dos lucros destinadas a empregados, diretores, debenturistas, etc. Para Almeida (1995), as participações dos empregados administradores, debenturistas, no lucro da sociedade é também as contribuições para instituições ou fundo de assistência ou previdência de empregados, percebe-se que a participação é o retorno que as pessoas tem após investimentos na empresa seja através ou de injeção de capital. Após computado a totalidade das receitas de vendas, a dedução dos custos dos produtos, mercadorias ou serviços vendidos, a dedução das despesas operacionais, as receitas e despesas financeiras em geral, o resultado da equivalência patrimonial, as receitas e despesas eventuais, o imposto de renda, a contribuição social e as participações encontramos o lucro ou prejuízo do exercício. 3 - LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO Neste tópico apresenta-se a importância do lucro liquido do exercício nas empresas. Segundo Almeida (1995), o lucro líquido do exercício também pode ser classificado como receita anual da empresa, após os descontos dos impostos devidos será esse saldo que ira determinar se a empresa teve retorno ou se ela fechou no vermelho. Conforme Silva (1999), lucro líquido do exercício, o indica o resultado do exercício após calcular as receitas de vendas, deduzirem os custos, as despesas operacionais, as despesas e receitas financeiras em geral, a equivalência patrimonial, as receitas e despesas eventuais, imposto de renda, contribuição social e as participações. Assim, lucro líquido é a parcela do resultado do exercício que sobrou para os sócios ou acionistas. O lucro líquido é um dos itens mais importantes para os proprietários das empresas, pois possibilitará o retorno sobre seus investimentos. É necessário ressaltar que o lucro líquido do exercício pode ser classificado como a receita anual da empresa. Pois os valores apresentados irão determinar se a empresa obteve lucro ou prejuízo em determinado período, incorporando o patrimônio da empresa. Acompanhando o raciocínio do autor acima, o Art. 193 das Leis Sociedades por Ações, determina que 5% do lucro líquido deverão constituir reservas e essas reservas não pode exceder a 20% do capital social, ou seja, toda empresa deve destinar parte dos seus dividendos para criar reservas de capital para posteriormente distribuir esses valores aos demais interessados ou ligados as organizações. Segundo Silva (1999), o lucro líquido pode ser considerado um dos itens mais importantes para a organização, pois é ele quem demonstra se a empresa esta em boas condições econômicas perante os olhos do proprietário ou acionista e também é ele quem determina e proporciona o retorno dos investimentos ou injeções de capitais na empresa. No próximo tópico será abordado sobre o lucro liquido por ação dentro das organizações. 4 - LUCRO LIQUIDO POR AÇÃO É o resultado de um exercício que é repassado aos acionistas de acordo com o numero de ações que cada um detém de determinadas organizações. Conforme Iudicibus (1998), o lucro dos acionistas é todo resultado ou saldo final do demonstrativo do resultado do exercício, e é ele quem determina ou estipula o que cada um ira receber. Vale ressaltar que o lucro por ação deve ser divulgado no próprio DRE utilizando-se do critério utilizado para seu calculo, outra forma é utiliza-se de notas explicativas quando se tratar de cálculos muitos complexos. Ë também importante, em face dessa complexidade e da diversificação possível de formas de calcular o lucro por ação, que a empresa considere cuidadosamente sua situação particular em seu calculo e divulgue nas demonstrações financeiras ou em nota explicativa o critério de calculo utilizado (IUDICIBUS, 1998, p. 5). Conforme Silva (1999), o calculo do lucro por ações se da pela divisão do lucro liquido de um exercício pelo numero de ações que foram disponibilizadas no mercado, mas deve-se ressaltar que esse cálculo pode ser complexo se a estrutura do capital social da empresa for muito complexa, ou se no decorrer do período do exercício houve uma injeção de capital, gerando assim um aumento no numero de ações em circulação. Conforme Assaf Neto (2006, p. 92), “a Lei das S.A determina também a identificação do montante do lucro (ou prejuízo) liquido do exercício por ação do capital social. Esse indicador é conhecido por Lucro por Ação (LPA), sendo registrado normalmente logo após o resultado liquido do exercício”. 5 CONCLUSÃO A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é a informação resumida do resultado das atividades de uma empresa de um determinado período, através dela os proprietários tem a visualização de seus custos e despesas e se suas vendas tiveram queda ou aumento, tendo como maior objetivo demonstrar o resultado apurado do exercício, lucro ou prejuízo. Esse demonstrativo visa orientar o administrador desenvolver uma melhor performance na sua administração no que diz respeito à queda ou aumento das vendas e nos custos e despesas elevados, acontecimentos fundamentais para o desenvolvimento da sua organização, na obtenção do resultado esperado. REFERÊNCIAS ALMEIDA, M. C. Curso Básico de Contabilidade. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1995. ASSAF NETO, A.; SILVA, C.A.T. Estrutura e análise de balanço. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2006. IUDICIBUS, S. Análise de balanço 5. ed. São Paulo: Atlas, 1988 IUDICIBUS, S. Análise de balanço 7. ed. São Paulo: Atlas, 1998. LEMES JUNIOR, A.B.; RIGO, C.M.; CHEROBIM, A.P.M.S. Administração financeira. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. MARION, J. C. Contabilidade Básica. São Paulo: Atlas, 1998. SILVA, J. P. Análise Financeira das Empresas. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2005. O AMBIENTE ORGANIZACIONAL NA ERA DA INFORMAÇÃO Suzana Almeida Vosniak Orientador: Pedro Alves RESUMO O objeto a ser discutido nesta pesquisa são as relações formais e informais no ambiente organizacional. O objetivo é aprimorar a discussão acerca do instituído, enquanto organização formal e os grupos informais, como relações de amizade e coleguismo no ambiente de trabalho; visa apresentar estas duas tendências e promover um maior aprofundamento da temática. Como resultados, apontam-se algumas reflexões: estamos em constante formação e busca de um futuro próximo respaldado por atributos formais, como preparação técnica e profissional, no entanto, deve-se almejar por uma preparação ímpar no quesito formação humana. Para tanto, o ambiente formalmente instituído e institucionalizado, reportando-nos aos aspectos sociológicos da nova ordem mundial, pois o mesmo requer um novo sujeito no trabalho, que também preze pelas relações humanas no cotidiano das atividades laborais. O novo administrador – no limiar do século XXI –, tem que estar atento para a tomada de decisões inovadoras. Neste sentido, a discussão entre o instituído e o instituinte, ou seja, entre o formal – indispensável – mas que privilegia o cumprimento de funções essencialmente, e o instituinte – o novo, a inserção do novo homem no trabalho, as relações informais – se fazem necessárias para o administrador moderno, frente à sociedade do trabalho que apresenta cotidianamente novas determinações diariamente. Por fim, no que concerne ao âmbito organizacional, exalta-se a ética profissional, como atributo indispensável para os dois aspectos, o formal e o informal. PALAVRAS-CHAVE: relacionamento, fator humano, desempenho, informação, conhecimento. 1 Fundamentação Teórica Por organização formal entende-se que são os procedimentos e regras formais da empresa, pode-se dizer que OSM – Organização, Sistemas e Métodos está voltada para esta organização. A estrutura formal dá ênfase às posições em termos de autoridades e responsabilidades. É aquela que tem planejamento e é formalmente representada por gráficos, como organograma, fluxograma, cronogramas, manuais, entre outros. Esta organização é sempre intencional e limitada ao local físico e ao horário de trabalho, e tem por base os valores pessoais e sociais de proprietários ou da hierarquia de empresários. Conforme observa Lakatos (1997), destacam-se dois aspectos nesta análise: a organização funcional, determinada pela divisão do trabalho e a organização hierárquica, que se origina da diferenciação das esferas de autoridade existente na empresa. Contudo, nas relações entre esses dois aspectos, o que predomina é o caráter hierárquico e dominador do sistema. Para melhor entender, esta formalidade aparece como um plano de organização contínuo, que é descrito de cima para baixo, num caráter hierárquico. Uma das características desta organização é o seu racionalismo, onde as pessoas trabalham de acordo com as normas lógicas de comportamento prescritas para cada um deles, que varia de uma empresa a outra. A hierarquia funcional, existente na organização formal nem sempre prevalece nos grupos informais. Judith Mair, publicitária alemã, defende com maior expressão as relações formais no ambiente de trabalho10. Isto prova que as interações sociais – aqui denominadas de relações 10 Mair prega a implantação dos rígidos valores prussianos no cotidiano corporativo. Defende por exemplo, o fim da jornada flexível – ou a volta do cartão ponto. Execra o espírito de equipe e proíbe conversas pessoais entre os funcionários por mais de cinco minutos. E, para deixar claro que não se trata de mero discurso, a matrona deixa um cartaz com dizeres informais – não são inteiramente defendidas, ou seja, ainda existem organizações que prezam com maior ênfase pelo aspecto formal. As empresas precisam voltar a oferecer um princípio obrigatório de trabalho com vantagens e limites claros. E isso também significa: fazer com que a vocação se torne novamente uma profissão e dedicar-se à satisfação dos funcionários, em vez de prometer prazer no trabalho. Substituir a visão enaltecida pelo plano claro e valorizar habilidades, experiências e conhecimento especializado, em vez de utilizar sempre o mesmo catálogo de soft skills (MAIR, 2005, p. 12-13). Entende-se, deste modo que a autora não vê benefícios em um trabalho ser prazeroso para o colaborador, que antes de mais nada o trabalho é uma função, na qual gostando ou não tem de desempenhar. Contemporaneamente, com a globalização da economia e as mudanças que ocorrem nas empresas com a valorização da mão-de-obra, muitas pessoas aceitam essas mudanças e procuram adaptar-se a elas, melhorando seu trabalho e aperfeiçoando-se com cursos, palestras, graduação, pós-graduação, mestrado ou MBA, doutorado, dependendo do sonho ou meta de cada indivíduo, onde muitos sonham com seu próprio negócio por alguns motivos como baixa remuneração, tempo (que poderão dedicar à família, ao lazer, ao esporte, ao estudo, etc), entre outros fatores. As organizações que não querem perder funcionários de talentos se adaptam aos anseios de seus colaboradores, dando liberdade de ir e vir, de fazer o trabalho como querem e na hora que desejam, mas os mesmos deverão cumprir metas estipuladas pela empresa. Para Mair (2005) isso que entende-se por valorização não passa de sutil pressão, porque a autora descreve que estas metas são estipuladas e/ou desenvolvidas por pessoas da cúpula diretiva sem a participação efetiva dos colaboradores, portanto, culminando em excesso de trabalho. O funcionário, no entanto, aceita agradecido o seu papel-chave no novo mundo econômico. Feliz pelo simples fato de poder participar desse mundo, ele aceita o fundo falso do parquet profissional. [...] Aquilo que de bom grado é aceito pelo chefe como extrema exploração espontânea muitas vezes nasce no empregado como sentimento de libertação dos grilhões do horário e do desempenho rígidos, coletivo (MAIR apud DIECKMANN, 2005, p. 25). A autora faz uma crítica no que tange a hierarquia da empresa, dizendo que hoje é superficial e que há uma quebra de paradigmas, expressa ainda que a liberdade de uma parceria comum ou com igualdade de direitos é uma farsa, escondendo a verdadeira intenção dos empresários. Diferentemente das hierarquias, nas quais em geral as informações e orientações eram passadas de cima para baixo de modo seletivo e estruturado na forma de uma pirâmide, as hierarquias rasas apostam na comunicação horizontal; as informações passam a circular em rede, cobrindo setores através dos campos. A responsabilidade é prontamente encaminhada dos andares superiores para os inferiores, o pouco convidativos na entrada de sua agência: Aqui não há lugar para quem pensa que trabalho bom é aquele que dá prazer. espaço de ação do indivíduo é continuamente ampliado (MAIR, 2005, p. 62). Percebe-se que a autora não acredita que possa existir ordem e obediência, comando e controle na moderna organização, dizendo que a hierarquia foi abolida e que o lema hoje é que todos fazem tudo, sem funções distintas, e que para o colaborador não está claro o que realmente se espera dele. Critica ainda o trabalho em grupo argumentando que nem todos trabalham e alguém sempre deixa a desejar ficando na retaguarda de outro. Judith escreve que na década de 70, os gerentes e funcionários das firmas e empresas fundadas nesta época haviam tentando a política do movimento alternativo, que atualmente estão empregando nas empresas, o que ela chama de problema, e que com isso “tramou-se uma contraposta ao capitalismo como sistema de poder”, cujos esforços são muito semelhantes. Acrescenta ainda que as “empresas e o management precisam hoje suportar a acusação de terem copiado as histórias e os manuais do movimento alternativo”, alegando que eles não leram a história até o fim (MAIR, 2005, p. 70). Numa outra perspectiva, há os grupos informais, contrapondo-se na prática à formalidade. Por organização informal entende-se que são as disposições paralelas à organização formal que tendem a surgir com o tempo, são tácitas e exercem considerável influência sobre o funcionamento da organização. As relações estão implícitas na organização, porém não tem regras. Esta organização surge da interação social das pessoas, apresentando relações que usualmente não aparecem no organograma. Isto implica que ela desenvolve-se naturalmente quando as pessoas se reúnem entre si. No entanto, muitas vezes é vista como prejudicial ao funcionamento da companhia – isto do ponto de vista organizacional. Para LAKATOS (1997, p. 105), “esta reunião constante de pessoas em um mesmo lugar de trabalho, tem sido encarado, mais do que com desconfiança pelos administradores da empresa industrial, que procuram na estrutura burocrática, impessoal, sua fonte de eficiência”. Esses grupos podem representar o fator de integração mais importante, bem como, se não for bem trabalhado pode gerar conflitos na empresa. Independente de quão útil ou prejudicial ela é, o executivo logo percebe que a primeira característica da estrutura informal é não poder ser extinta (OLIVEIRA, 2002). CHIAVENATO (1999) apresenta as origens da organização informal. Primeiro, as pessoas passam a identificar interesses comuns, com relação a vários assuntos; segundo, para que as responsabilidades sejam cumpridas na companhia, o cargo que cada indivíduo ocupa exige contatos e relações formais com outras pessoas; terceiro, a rotatividade das pessoas, as transferências que ocorrem nas empresas, causam mudanças na estrutura informal, pois as interações se alteram e com elas os vínculos humanos também; e quarto, os intervalos de tempo nos quais as pessoas não trabalham, permitem uma interação entre as pessoas, e fortalecem os vínculos entre as mesmas também fora da organização. Esta informalidade, que na maioria das vezes é chamada como grupos de amizade, se organizam naturalmente e voluntariamente quando os indivíduos se identificam. Como conseqüências, apresentam-se algumas características desta organização, segundo CHIAVENATO (1999); as pessoas em diferentes níveis e setores da empresa formam grupos e criam relações pessoais de simpatia e antipatia; cada um desses indivíduos interage em grupos informais e independentemente da sua posição na organização formal, adquire uma posição social “status” em função do seu papel ou da sua participação e integração dentro do grupo; [...] “Esta organização caracteriza-se pelo alto índice de colaboração espontânea que pode e deve ser aplicado a favor da empresa” (CHIAVENATO, 1999, p 104); se for manipulada inadequadamente, a informalidade pode se desenvolver em oposição à formalidade e em desarmonia com os objetivos da empresa; Segundo o mesmo autor [...] “Os grupos informais desenvolvem padrões de relações e de atitudes aceitos e assimilados pelos seus componentes, pois traduzem interesses e aspirações do grupo” (1999, p. 104); as pessoas acabam participando de vários grupos informais, pois esses grupos tendem a se alterar com as modificações na organização formal; o trabalho e os padrões de desempenho estabelecidos pelos grupos informais dependem do grau de motivação das pessoas quanto aos objetivos da empresa, pois, nem sempre correspondem aos padrões estabelecidos pela administração. Na organização informal não existe chefe e subordinados, mas sim líderes e equipes, onde todos participam efetivamente do processo de trabalho. Cada líder surge sob circunstâncias diferentes nas organizações, ou seja, A estrutura informal é um bom lugar para líderes formais se desenvolverem, mas deve-se lembrar que nem sempre um líder informal se constitui no melhor dirigente formal. Alguns líderes informais falham como líderes formais porque temem responsabilidade formal, algo que eles não tem como líderes informais (OLIVEIRA, 2002, p. 87). Para o autor, as principais vantagens são: proporciona maior rapidez no processo; reduz distorções existentes na estrutura formal; complementa a estrutura formal; reduz a carga de comunicação dos chefes; e motiva e integra as pessoas da empresa. As principais desvantagens são: desconhecimento das chefias; dificuldade de controle; e possibilidade de atritos entre as pessoas (OLIVEIRA, 2002, p. 88). Ao mesmo tempo que os grupos informais podem representar um fator de integração importante para a empresa, eles também podem gerar insatisfação na mesma, tudo vai depender de como será gerida esta estrutura, que poderá ser melhor utilizada ou desenvolvida se os objetivos traçados pela empresa forem idênticos aos do indivíduo, bem como, se as pessoas souberem lidar com as interações sociais. Para os padrões atuais não existe um meio de deixar uma empresa existir apenas formalmente, isso poderá acontecer se o administrador da empresa for um carrasco, não admitir conversas no ambiente, nem cafezinhos e outros afins, onde esta atitude estará restringindo o acesso dos clientes e fornecedores, fazendo com que seus funcionários procurem por outras empresas e/ou organizações. Outro fator determinante é a relação entre a teoria e a prática, ou seja, aspectos teóricos fornecem elementos a contribuírem para a realidade e vice-versa. BERNARDES & MARCONDES (2000) afirmam: [...] são incompletas, tanto as pesquisas que apenas explicam fenômenos sem indicar aplicações práticas, quanto as propostas que fazem recomendações sem base teórica e geral. Para solucionar esse problema, é importante que, por um lado, cientistas levem a efeito estudos de comportamentos dentro das organizações com o fim de fazer avançar os conhecimentos das ciências sociais e, por outro lado, administradores, com base nessas pesquisas, instruam como tornar mais produtivos e satisfeitos seus participantes a fim de melhor atender às necessidades dos clientes (p. 13). Uma empresa não pode ser apenas formal porque a condição humana já é de associação entre si, quer dizer que as pessoas crescem num ambiente onde já existe a interação social. Este fator requer uma relação de ética profissional, uma vez que as relações interpessoais no trabalho implicam integridade; assim como a necessidade da ética nas empresas do ponto de vista dos desafios éticos do início do novo milênio; e por fim a necessidade da filosofia e da ética no âmbito empresarial, com o intuito de formar administradores completos – competentes tecnicamente, mas maduros intelectualmente. Segundo D’Elia (1997) precisamos aprender a lidar com uma série de mudanças [...] que influem de modo profundo na organização da sociedade e em nossas próprias vidas, sendo que uma das grandes mudanças é a busca frenética das empresas de todo o mundo por um novo tipo de profissional, cujo perfil de desempenho seja holístico e sistêmico. [...] vivemos um momento de transição da sociedade industrial para a da informação. Essa transição aparece claramente no trabalho, que deixou de ser basicamente de produção e passou a ser cada vez mais de serviços. A boa relação de um ser humano com o outro é muito importante. A produção em massa, e sua forma mecanizada de fazer, dá lugar à percepção das necessidades do indivíduo, em que o grande diferenciador é o aspecto humano (D’ELIA, 1997, p. 17). Estamos na era da cooperação, do trabalho de equipe, do compartilhar erros e acertos. Nada de departamentos isolados, preocupado apenas com sua tarefa. Na sociedade da informação o que conta não é somente o ter, mas o ser, onde o mero acúmulo de bens materiais dá lugar ao crescimento pessoal de todos. (D’ELIA, 1997). Mediante o que expõe D’Elia (1997) sobre as mudanças exigidas para o novo profissional e o exposto por Mair (2005) na seguinte frase: empresas e o management precisam suportar a acusação de terem copiado as histórias e os manuais do movimento alternativo do passado, alegando que eles não leram até o fim [...] subentende-se que este movimento alternativo empregado atualmente nas organizações fardará a um fracasso não longíqüo. Será que realmente as organizações da atualidade fardarão ao fracasso devido esta abertura para o campo da informalidade? Observa-se não apenas na obra de D’Elia (1997), mas no mercado de trabalho da atualidade que as organizações estão cada vez mais seletivas, exigindo e investindo no capital intelectual, partindo desse pressuposto, será que as empresas irão à bancarrota? Nota-se através do mercado de trabalho que as organizações contemporâneas estão sedentas por profissionais polivalentes, que saibam dividir tarefas ou projetos, que busquem a interação com os colegas, que procuram o aperfeiçoamento, etc., e quando encontram este tipo de profissional não deixam de investir (D’ELIA, 1997). Fica evidente que estas organizações apóiam as relações informais e cada vez mais procuram mantê-las para o limiar do seu desenvolvimento, observa-se dia após dia a expansão e o sucesso dessas organizações devido a um conjunto de fatores, principalmente pelo capital intelectual, então como pensar que esta empresa no auge do seu desenvolvimento fardará ao fracasso, simplesmente porque apostou suas fichas no movimento alternativo. O bem-estar da humanidade como um todo e, em contrapartida, a maior valorização do indivíduo parecem estar refletidos em duas tendências atuais: a globalização, de um lado, e a apreciação das particularidades culturais, de outro. Esses dois pólos aparentemente opostos estão procurando harmonizar-se pela primeira vez na História da humanidade. A ciência de modo geral vem buscando a mudança de seus padrões referenciais para desfazer possíveis distorções criadas pelos próprios homens, em passado recente, quando construíram a sociedade industrial (D’ELIA, 1997, p. 42). Entende-se que através da valorização do indivíduo, estão sendo quebradas as barreiras da formalidade criando um bem-estar na humanidade, onde as jornadas de trabalho flexíveis, os ambientes agradáveis criados para melhorar o rendimento do colaborador, também agregam valor à qualidade de vida no trabalho e somam para o crescimento e/ou desenvolvimento da organização. Segundo D’Elia (1997, p. 44) “é hora de nutrir as necessidades autênticas da sociedade contribuindo para o processo de construção de um mundo alinhado com os valores que colocam a preocupação com a integridade do ser humano em primeiro lugar”. A discussão Para uma maior clareza do assunto estudado – A diferença entre organização formal e informal –, desenvolveu-se uma pesquisa com pessoas de diferentes empresas de Cascavel, as quais responderam a um questionário, onde observou-se que as mesmas se identificam de forma significativa com os grupos informais, pelos motivos a seguir: a amizade contribui para o ambiente de trabalho; a amizade não pode gerar favorecimentos entre patrão e subordinado; o clima organizacional se torna mais tranqüilo, tem maior facilidade de resolver qualquer dificuldade; cria relações sadias e produtivas; existe a possibilidade de formação de famílias; gera novas oportunidades. Contudo, em momento algum os entrevistados deixaram de citar a formalidade, pelos motivos abaixo relacionados: a amizade não pode prejudicar as tarefas; a amizade não pode interferir nos interesses gerais da empresa; a amizade também não pode interferir na tomada de decisões da empresa. Analisando as entrevistas, pôde-se observar que não há como conceber uma empresa que seja apenas formal, ou então, apenas informal. É preciso que exista um equilíbrio entre ambas, para que haja um bom funcionamento da organização. Conclusão Após aprofundamento teórico e análise do objeto em questão, pode-se concluir com este estudo que, para uma boa administração precisamos das duas organizações: formal e informal. Entretanto, cabe aqui discordar de CHIAVENATO (1999, p 104), quando o mesmo afirma que “a organização informal se caracteriza pelo alto índice de colaboração espontânea [...]”. Tudo o que as pessoas fazem, tem um propósito ou interesse a favor de si próprio, lembrando que as pessoas são ambiciosas por natureza. Para que os funcionários sintam-se bem e desempenhem com êxito suas funções, e a empresa obtenha seus lucros, é essencial que a mesma faça a junção da formalidade com a informalidade. As relações formais e informais devem manter um inter-relacionamento para que a empresa tenha um bom desempenho onde seus objetivos e o de seus colaboradores sejam compatíveis. Ao final deste estudo, pôde-se concluir que não há como trabalhar apenas com um dos conceitos organizacionais. Uma depende da outra para o bom desempenho de suas funções. Significa dizer que a produtividade da empresa depende tanto do fator organizacional, estrutural ou institucional, bem como do fator humano. Pode-se dizer que o fator técnico ou formal é essencial, determinante, indispensável, mas nunca o fator humano esteve expresso com tamanha evidência. A era do conhecimento aponta para tal fato. Bibliografia. ARRUDA, Maria Cecília Coutinho de.; WHITAKER, Maria do Carmo & RAMOS, José Maria Rodrigues. Fundamentos de ética empresarial e econômica. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2003. BERNARDES, Cyro & MARCONDES, Reynaldo C. Sociologia Aplicada à Administração. 5 ed. São Paulo: Saraiva, 2000. CHIAVENATO, Idalberto – Introdução à Teoria Geral da Administração. 3 ed. Rio de Janeiro: Campus, 1999. D’ELIA, Maria Elizabete S. Profissionalismo: não dá para não ter. São Paulo: Gente, 1997. LAKATOS, Eva Maria. Sociologia da Administração. São Paulo: Atlas, 1997. MAIR, Judith. Chega de Oba-Oba. São Paulo: Martins Fontes, 2005. MATTAR, João. Filosofia e ética na administração. São Paulo: Saraiva, 2004. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Sistemas, Organização e Métodos: uma abordagem gerencial. 13 ed. São Paulo: Atlas, 2002. SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2004. Disponível em: http://www.amanha.terra.com.br/edicoes/190/index.asp <Acesso em: 30/11/2007> ORIGEM E EVOLUCAO DA QUALIDADE André Baggio Carlos Augusto Pereda Junior Eli Stefanello Flávio Délcio Bin Mauri Silva Nelson Cruz Mendonça Cleumar Luiz Garbin Orientadora: Cristiane Corrêa dos Santos Resumo No inicio do século XX era o próprio artesão que controlava a qualidade de seus produtos. Com o aumento da produção surge o inspetor que controlava a qualidade. Durante a Segunda Guerra e no inicio da Guerra Fria, com a necessidade de garantir que os materiais bélicos fossem confiáveis, as normas militares passaram a estabelecer padrões de qualidade para equipamentos e matérias. Muitas empresas tiveram grandes problemas para cumprir os apertados cronogramas e as rigorosas especificações dos órgãos governamentais, ficando evidente que a grande deficiência constituía-se na falta de meios para a prevenção de defeitos, mesmo ainda persistindo a figura do inspetor. Devido á grande ênfase dada aos métodos de controle estatístico de qualidade, muitos administradores formaram a idéia de controle estatístico nas indústrias. Esta distorção enfraqueceu a noção do “controle da qualidade” como um mecanismo regular. Na década de 50, junto com a Engenharia da Qualidade surgiu um movimento que visava resgatar o conceito de que o controle de qualidade devia conter uma abordagem ampla, envolvendo um conjunto de dispositivos para regular todo o ciclo produtivo, do qual o controle estatístico constituiria apenas um elemento. Esse movimento recebeu varias designações, dentre as quais a mais conhecida é Controle Total da Qualidade. O Controle Total da Qualidade procura estabelecer uma estrutura capaz de alterar as linhas de produção, sugerir novos projetos a serem desenvolvidos e avaliar o desempenho desses projetos, através de pesquisas, antes de liberá-los para fabricação. O fato de existir a auditoria dos recursos para o controle da qualidade implica em uma opinião favorável ou desfavorável expressada sobre a qualidade de sua força no trabalho e do modo como é administrada, no sentido de responder ás necessidades da organização. Assim, as técnicas já conhecidas de controle estatístico uniram-se a novas técnicas de movimentação, de confiabilidade, de gerência, além de conhecimento sobre metrologia. 1 - CONCEITOS DE QUALIDADE O termo Qualidade vem do latim Qualitate e está relacionado sobre diversas situações como: qualidade de vida, qualidade de produtos e serviços oferecidos pelas empresas; entre outros. FALCONI (1992) conceitua qualidade no seguinte contexto: um produto ou serviço que atende perfeitamente, de forma confiável, acessível, segura e no tempo certo as necessidades do cliente. E, acrescenta que, o verdadeiro critério da boa qualidade é a preferência do consumidor. PIRSIG (apud GARVIN: 1992), diz que a qualidade não é uma idéia ou uma coisa concreta, mas uma terceira entidade das duas, embora não se possa definir qualidade, sabe-se o que ela é. Para RODRIGUES, SILVA e HARGREAVES (1996), quem de fato constrói a qualidade são as pessoas, a começar pelo trabalhador. É necessário que o trabalhador tenha consciência da importância de realizar bem seu trabalho com padrões de qualidade. No início dos anos 90 no Brasil, as organizações passam a ser exigidas com maior ênfase quanto ao planejamento estratégico, as formas de gestão da mão-de-obra, mais compatíveis com a necessidade de flexibilização do trabalho, envolvimento dos trabalhadores com a qualidade e a produtividade, estabilização da mão-de-obra, treinamento de pessoal, simplificação de estruturas de cargos e salários e diminuição de níveis hierárquicos. De acordo com RUAS (apud VIEIRA, 1996), foi a partir da difusão de programas de qualidade e produtividade que as empresas passaram a se preocupar mais com a melhoria do relacionamento entre os operários dentro das fábricas. HUMPHREY e RUAS (apud VIEIRA, 1996), identificam que as circunstâncias que levam os operários a reagirem de forma positiva as mudanças organizacionais, geralmente estão ligadas a melhores condições de emprego, melhoria imediata do ambiente de trabalho, política diferenciada de benefícios, participações nos lucros participativos. Esses fatores são, na verdade, indicadores de qualidade de vida no trabalho. Ainda de acordo com RODRIGUES, SILVA e HARGREAVES (1996), o primeiro requisito ou condição para se trabalhar é ter interesse, e com isso buscar comprometimento. Para ter comprometimento é preciso entender o que se quer da pessoa e do que ela é capaz, que só é possível quando essa pessoa conhece seu desempenho, a sua competência para o trabalho. A harmonia no local de trabalho também é importante, pois possibilita melhor desempenho das pessoas, e é alcançada quando o ambiente é fisicamente atraente, agradável, sadio, organizado e limpo. É necessário também que haja cordialidade entre as pessoas, além do humor, solidariedade, tolerância e espírito de equipe. Ninguém terá desempenho satisfatório em clima de desconfiança, atrito e provocação. 2- QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO Antigamente, as empresas se importavam em adquirir máquinas, uma vez que o fator diferencial era a mecanização e a produção em série. Um dos principais objetivos era o de aumentar a produção e, assim, gerar crescimento e lucro para a empresa. Nesse período, a empresa estava orientada para o produto. A infelicidade causada no ambiente de trabalho foi retratada, no filme, “Tempos Modernos” de Charlie Chaplin, e esta tem de ser banida. De acordo com CHIAVENATO (1998), pesquisas recentes demonstram que, para alcançar qualidade e produtividade, as organizações precisam ser dotadas de pessoas participantes e motivadas nos trabalhos que executam e recompensadas adequadamente por sua contribuição. Desse modo, a competitividade organizacional passa obrigatoriamente pela qualidade de vida no trabalho. Para o cliente externo, as organizações precisam antes satisfazer seus funcionários responsáveis pelo produto ou serviço oferecido. A gestão da qualidade total em uma organização depende fundamentalmente da otimização do potencial humano e isto depende de quão bom se sentem as pessoas trabalhando dentro da organização. Para MORAES (apud BÙRIGO, 1997) o referencial mais remoto é encontrado na década de 30, na escola das Relações Humanas, onde algumas teorias enfatizavam os aspectos psicossociais e motivacionais, a fim de proporcionar maior bem-estar ao trabalhador e sua adaptação a tarefa executada. Já a Escola Comportamental, destaca-se como primordial para a QVT (Qualidade de Vida no Trabalho), ao propor a teoria dos fatores higiênicos e motivacionais, de Herzberg. Na teoria da motivação, chamada também de teoria dos dois fatores, HERZBERG (apud BOWDITCH e BUONO, 1999), levanta a hipótese de que os fatores que produziam satisfação no trabalho, eram distintos dos que produziam insatisfação e dividiu os fatores em higiênicos, capazes de produzir insatisfação e motivadores, os fatores que fazem com que as pessoas realizem as coisas e, com isso se realizem se desenvolvam psicologicamente. De acordo com HAMPTOM (1990) os fatores higiênicos compreendem: a) administração e política da empresa; b) supervisão; c) relacionamento com o supervisor; d) condições de trabalho; e) salário; f) relacionamento com os colegas; g) vida pessoal; h) relacionamento com subordinados; i) status; e j) segurança. Ainda de acordo com HAMPTON (1990) os fatores motivacionais compreendem: a) realização; b) reconhecimento; c) o trabalho em si; d) avanço; e e) crescimento. Estudos ligados a qualidade de vida no trabalho foram iniciados nos anos 50. Eric Trist e seus colaboradores do Tavistok Institute, Londres, são apontados como os precursores das pesquisas ligadas à qualidade de vida no trabalho. Nessa época eles iniciaram estudos que deram origem a uma abordagem sociotécnica em relação à organização do trabalho, que se preocupava com a satisfação e o bem-estar no trabalho. Porém, somente na década de 60 que o movimento tomou impulso, a partir da conscientização da importância de se buscarem melhores formas de organizar o trabalho. A QVT teve como base a saúde, a segurança e a satisfação dos trabalhadores (TOLFO E PICCININI, 2001). Entretanto VIEIRA (1996), diz que a expressão qualidade de vida no trabalho só foi introduzida no inicio da década de 70. O movimento pela QVT estendeu-se até 1974, quando a crise energética e alta inflação atingiram os países ocidentais, diminuindo o interesse pelo tema. Porém, em 1979, ressurge o interesse pelo tema, principalmente nos EUA, causado pela constatação de que houve uma diminuição do compromisso dos empregados com seus trabalhos. A década de 80 foi marcada fortemente pela idéia de uma maior participação do trabalhador nas decisões das organizações que se sentiram obrigadas a repensar suas condutas e buscar soluções participativas. Já na década de 90 a QVT tornou-se foco de programas que estudam a saúde na organização, resgatando valores ambientais e humanísticos negligenciados em favor do avanço tecnológico. Atualmente, a QVT está sendo difundida e desenvolvida em muitos países, buscando atender as necessidades psicossociais dos trabalhadores, de forma e elevar seus níveis de satisfação no trabalho (BÙGIO, 1997). VIEIRA (1996) aponta quatro estágios para o entendimento do movimento pela qualidade de vida no trabalho, resultado de conquistas sociais, do avanço das teorias administrativas e do desenvolvimento econômico das sociedades. O primeiro estágio, que data de meados do século XIX, diz respeito as condições de subsistência, como salário compatível com a função, segurança, prevenção de acidentes, seguridade social e aposentadoria. O segundo estágio refere-se a incentivo salariais, participação nos lucros e eficiência administrativa, onde destacam-se as idéias de Fayol e Taylor. A partir dos trabalhos de Escola e das Relações Humanas, desenvolve-se o terceiro estágio, onde destaca-se o reconhecimento social, a liderança democrática, o treinamento, a participação e a moral do grupo, como dimensões de qualidade de vida no trabalho. No quarto e último estágio, que baseia-se nas teorias comportamentais e no movimento da qualidade de vida no trabalho, desenvolve as teses de auto-desenvolvimento, criatividade, flexibilidade no horário de trabalho, pequeno grupos e meio ambiente. Nos dias atuais as empresas estão cada vez mais pensando nos seus colaboradores, pois através deste a empresa pode alcançar suas metas, e conseqüentemente seus objetivos. Para TOLFO E PICININI (2001), o termo qualidade de vida no trabalho engloba aspectos como motivação, satisfação, condições de trabalho, estilos de liderança, entre outros. WALTON (apoud TOLFO e PICININI, 2001), diz que a idéia de QVT é calcada em humanização do trabalho e responsabilidade social da empresa, envolvendo o entendimento de necessidade e aspirações do individuo, através da restauração do desenho de cargos e novas formas de organização o trabalho, aliado a uma formação de equipes de trabalho com maior poder de autonomia e melhoria do meio organizacional. Segundo CODO (1993), a QVT trata da experiência emocional da pessoa com seu trabalho, valorizando aspectos subjetivos dessa relação, hoje sujeita as mudanças de caráter social e tecnológico que interferem intensamente em nossa vida. Também coloca a vida com qualidade como um grande desafio de nossos dias, cujos principais aspectos são: salários dignos, auto-realização, controle emocional, auto-estima, boa imagem empresarial, momentos de lazer suficientes, horários de trabalho corretos, aproveitamento potencial, chances de carreira e respeito aos direitos do trabalhador. Muitos funcionários renderiam bem mais para a organização se fossem simplesmente trocados de setores, por exemplo, pessoas altamente criativas, trabalhando na linha de produção, funcionários nos setores que se sentem necessários, que gostem do que estão desempenhando automaticamente se sentem motivados, e auto-realizados, melhorando seu desempenho em um todo. Para BOM SUCESSO (1997), os obstáculos mais citados a qualidade de vida no trabalho são os conflitos decorrentes de insatisfação com a profissão ou empresa, dificuldades decorrentes dos conflitos nas relações interpessoais, a falta de estrutura doméstica para a mulher que trabalha fora e finalmente o sofrimento decorrente das crises e insatisfações da pessoa consigo mesma. De acordo com LEVY (1987), uma baixa motivação dos empregados para o trabalho acarreta baixa produtividade, conflitos pessoais entre subordinados e superiores, faltas ao trabalho e alta rotatividade. Por outro lado, um bom nível de motivação estimula a criatividade, proporciona um bom desempenho profissional, o cumprimento de deveres e forte espírito de grupo, o que leva é um aumento da qualidade do trabalho. A QVT coloca os trabalhadores como recursos humanos que tem que ser desenvolvidos e não simplesmente usados, incentivar os trabalhadores a desenvolver suas capacidades. O enriquecimento do trabalho faz com que o trabalhador se autorealize na profissão e melhore seu papel social. O trabalho é feito de forma a encorajar a motivação intrínseca. Como conseqüência do aumento da motivação, o desempenho deverá melhorar, proporcionando assim, um trabalho mais humano e produtivo. Os efeitos negativos também tendem a ser diminuídos, tais como: rotatividade, faltas, queixas e perdas de tempo (DAVIS e NEWSTROM, 1996). Segundo LIMA (apud VIEIRA, 1996), na busca de humanizar as relações de trabalho, a QVT deve estar à associada tanto á satisfação dos trabalhadores quanto ao desenvolvimento da organização, considerando que as pessoas serão mais produtivas quanto mais satisfeitas e envolvidas com seu trabalho. Para VIEIRA (1996), no terceiro milênio, quando a qualidade dos produtos e serviços será o referencial diferenciador das organizações, acredita-se na importância da QVT para as organizações. O que reforça esses argumentos é o fato de alguns autores terem desenvolvido modelos de QVT no intuito de apresentarem categorias ou indicadores que possam conceituar, predizer e avaliar os esforços de QVT nas organizações. O conceito de qualidade vem ao longo dos séculos se aperfeiçoando, portanto podemos conceituar qualidade como sendo essencial para a sobrevivência de qualquer produto ou empresa no mercado, esta tem de buscar constantemente elevar o nível de satisfação de seus colaboradores no trabalho, pois um bom nível de motivação estimula a criatividade, proporcionando assim um bom desempenho profissional, buscando sempre também a qualidade de seus produtos ou serviços oferecidos no mercado, procurando não somente promover a qualidade do produto final como também garantir a satisfação de seus clientes em todas as fases de seu processo, desde o projeto até a entrega e a pós venda, com isto visando abranger cada vez mais clientes/consumidores. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS BOM SUCESSO, Edina de Paula. Trabalho e qualidade de vida, Rio de Janeiro: Qualitymark/Dunya ed., 1997 BOWDITH, James L. e BUONO, Anthony F. Elementos de comportamento organizacional. São Paulo: Pioneiros, 1999. BÙRGIO, Carla Cristina Dutra. Qualidade de vida no trabalho: dilemas e perspectivas. Florianópolis: Insular, 1997. CHIAVENATO, Idalberto. Recursos humanos. 5 ed. São Paulo: Atlas, 1998. CODO, W., et al . Indivíduo, trabalho e sofrimento: uma abordagem interdisciplinar. 2 ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1993. DAVIS, Keith e NEWSTROM, John W. Comportamento humano no trabalho. Vol. ll. São Paulo: Pioneira, 1996. Falconi, Vicente C. Controle de qualidade total. Rio de Janeiro: Bloch, 1992. FERNANDES, Edna Conte. Qualidade de vida no trabalho. 2 ed. Salvador: Casa da Qualidade, 1996. GARVIN, David A. Gerenciamento a qualidade. Rio de Janeiro: Qualitymark Editora, 1992. HAMPTON, David R. Administração – comportamento organizacional. São Paulo: McGraw-Hill, 1990. ISHIKAWA, Kaoru. Controle de qualidade total: á maneira japonesa; tradução de Iliana Torres. Rio de Janeiro: Campus, 1993. Levy, Elias. Relações humanas na indústria. 7 ed. Rio de Janeiro: CNI, 1987. MILKOVICH, George T. e BOUDREAU, John W. Administração de recursos humanos. 1 ed. São Paulo: Atlas, 2000 RODRIGUES, Francisco F. de A. SILVA, Neise F da. E HARGREAVES, Lourdes. Qualidade em recursos humanos. Rio de Janeiro: SENAC/IDN/DFP, 1996. TOLFO, Suzana da Rosa e PICININI, Valmíria Carolina. As melhores empresas para trabalhar no Brasil e a qualidade de vida no trabalho: disjunções entre teoria e pratica. Revista de administração contemporânea. V 5, nº 1, jan/abr. Rio de Janeiro: ANPAD, 2001. PLANEJAMENTO, CONTROLE E ORÇAMENTOS Ana Paula Amaral Maria Aparecida de Azevedo Sidnei dos Santos Barbosa Silmara Fabian Taciane Cristina Grigolo Knieling Orientador: Paulo Sérgio Ferreira RESUMO Com a globalização, as novas tecnologias e a melhoria das produtividades foram se desenvolvendo. Com isso se exigiu das organizações um melhor aprimoramento, uma modernidade em seus produtos e serviços. A contabilidade e o orçamento empresarial são importantes instrumentos e dão apoio as gestões apesar de algumas diferenças fundamentais. O orçamento pode ser definido como uma ferramenta de controle por todo o processo operacional da organização, pois envolve todos os departamentos da empresa, o orçamento quando implantado deverá satisfazer a vários objetivos, pois ele se relacionará em todas as áreas e atividades na empresa. O planejamento e controle também caminham juntos, pois planejar significa decidir antecipadamente, e controlar no ponto de vista orçamentário é controlar seu próprio futuro. O planejamento de negócio é aquele que considera o orçamento como a forma de controle do resultado futuro. Controlar é fundamental para o entendimento do grau de desempenho atingindo determinada etapa, é possível redirecionar, enfatizar, ajustar as ações para atingir os objetivos previamente traçados. Já as demonstrações de resultado projetado, são elaboradas a partir do planejamento econômico financeiro, através dos orçamentos de vendas, orçamentos de produção e orçamento de despesas operacionais. Palavras chaves: planejamento, controle, orçamento e tomada de decisão 1 Orçamento empresarial Conforme Machado (1995), inter-relacionados intimamente a contabilidade e o orçamento empresarial são importantes instrumentos e dá apoio a gestão, apesar de se relacionar, no entanto apresentam algumas diferenças fundamentais que causam, inclusive, certas dificuldades de relacionamento entre as áreas fundamentais responsáveis por este instrumento de gestão da empresa, estas dificuldades bem compreendidas devem ser evitadas, pois existe uma grande dependência entre estas duas funções administrativas. De acordo com o mesmo autor ele apresenta algumas diferenças importantes: Contabilidade: tem uma função fiscal; obediência total em determinados procedimentos legais; não admite múltiplas interpretações. Sendo que no Orçamento: função essencialmente gerencial; não está sujeito de forma integral a especialidades legais e contábeis; lida com futuro e incertezas; múltiplas interpretações; O autor acima citado diz que apesar das diferenças existem algumas (inter) relações importante tais como: As contas do orçamento são as mesmas contas utilizadas nas demonstrações financeiras; Ênfase excessiva a detalhes de natureza contábil ou mesmo de controle; Evitar erros de projeção busca precisão nas contas e se retira toda flexibilidade que o orçamento precisa; Adotam margem de erros contábil; A contabilidade fontes de preparação para os orçamentos desempenha papel de apoio; Portanto apesar das diferenças entre eles é a contabilidade que apresenta algumas diretrizes para que orçamento ou planejamento empresarial tenha alguns fundamentos e saiba qual caminho percorrer, a contabilidade permite um grau de detalhamento, em geral muitas vezes maior que aquele recomendado para o orçamento, que apenas dá uma interpretação monetária aos grandes rumos traçados pelos planos de negócio da empresa. 2 Definição de Orçamento O orçamento pode ser definido como uma ferramenta de controle por todo o processo operacional da organização, pois envolve todos os departamentos da empresa. Também é a expressão de um plano de ação que ajuda a coordenar e implementar um plano. Segundo Zdanowicz (1995) o conceito de orçamento se identifica com a proposta do orçamento financeiro que é um instrumento que descreve o plano geral de operações de capital na alta cúpula da organização. É uma técnica de planejamento global com objetivos traçados pela gerencia superior, também é o método de planejamento e controle financeiros ligados aos planos operacionais ou de investimentos, enfim pode ser conceituadas como a expressão quantitativa e qualitativa em unidades físicas medidas no tempo em valores monetários. Os orçamentos podem ser de desempenho, caso em que as previsões e estimativas se referem a objetivos de lucros, receita e despesa, ou de recursos, indicando as fontes e as épocas em que os meios necessários poderão ser obtidos ou não. (SANVICENTE, 2007 p.213) Compreende-se que o orçamento auxilia na tomada de decisão, como forma de planejar e visualizar qual será o desempenho da organização tanto no presente como no futuro. Demonstrando o período e quais as fontes a serem analisadas. 3 Objetivos do Orçamento Conforme Zdanowicz (1995) o orçamento quando implantado deverá satisfazer a vários objetivos, pois ele se relacionará em todas as áreas e atividades na empresa. Segundo o mesmo autor o orçamento como instrumento de tomada de decisão terá como principal objetivo, apresentar o programa orçamentário, com padrões, normas e procedimentos que regulamentarão a organização na execução de suas atividades. O principal objetivo do orçamento esta relacionado com duas funções básicas da administração que são o planejamento e o controle. O planejamento esta relacionado com os orçamentos no sentido de fixar os objetivos e programar quais as atividades essenciais para que as metas sejam alcançadas. Enquanto o controle avalia os resultados atingidos comparando com as estimativas elaboradas verificando e corrigindo as anomalias e indicando o que precisa ser modificado. 4 Processo para a elaboração de um orçamento Conforme Padoveze (2005), o sistema orçamentário compreende o conjunto de pessoas, tecnologia administrativa, sistema de informação, recursos materiais disponibilizados e administração do sistema para execução dos planos orçamentários. A organização do orçamento compreende um conjunto de medidas e estruturas, segue abaixo uma relação para a organização do processo orçamentário e de implantação anual e execução: Comitê Orçamentário: comitê que decidirá pela visão maior do orçamento anual, composto normalmente das diretorias, mais o controller e o responsável direto pelo processo orçamentário; Premissas Orçamentárias: cabe ao comitê orçamentário a definição das regras maiores e gerais a vigorarem para o próximo orçamento, que são as premissas orçamentárias; Modelo de Processo Orçamentário: cabe ao comitê orçamentário a definição do modelo de condição do processo, modelo que seja coerente ao sistema da empresa, decorrente de suas crenças e valores; Estrutura contábil: Cabe ao controller, considerando a missão e os objetivos da empresa, estruturar e monitorar o sistema de informação contábil que atenda todos os princípios orçamentários definidos pela empresa. Dentro deste tópico constam as seguintes necessidades: Definição dos critérios de contabilização das receitas e despesas; Definição dos critérios de distribuição de gastos se houver necessidades; Manualização dos procedimentos citados anteriormente; Estruturação da conta contábil; Definição das áreas de responsabilidade para incorporação á conta contábil; Definição e criação das tabelas de unidades de negócios, centros de lucros e centros de custos e suas respectivas ligações hierárquicas; Estruturação do plano de contas contábil. Sistema de Apoio: cabe ao controller a definição das tecnologias de informação e sistema de apoio para execução de cálculos e lançamentos orçamentários no sistema de informação contábil; Relatórios: cabe ao controller a definição dos relatórios orçamentários de preparação dos orçamentos, bem como dos relatórios para acompanhamento e controle; Cronograma: cabe ao controller a liderança da execução do cronograma orçamentário, em todas as suas etapas (previsão, reprojeção e controle) O mesmo autor citado ainda passa os passos de preparação do plano orçamentário: Estabelecer a missão e os objetivos corporativos; Estruturar as assunções ambientais, a partir destas, determinar o fator limitante, normalmente vendas (é possível que em determinados empreendimentos o fator limitante seja a produção, tipo jazidas minerais etc.); Elaborar o orçamento a partir da função restritiva do fator limitante; Elaborar os outros orçamentos, coordenando-os com o fator limitante e os objetivos corporativos; Sintetizar todos os orçamentos para produzir o orçamento mestre; Rever o orçamento mestre à luz dos objetivos corporativos; Aceitar o orçamento mestre, ou, se este não estiver de acordo com os objetivos coorporativos, voltar ao passo 2 e repetir o processo até o orçamento ficar aceitável; Monitorar resultados reais contra os resultados orçados e reportar variações; Como resultado das variações, tomar ações corretivas para eliminar as variações ou revisar os orçamentos mestres ou subsidiários para acomodar as variações. Observa-se que a elaboração e passos para estruturação do sistema orçamentário variam de acordo com cada política de cada empresa, os passos mencionados poderão ser alterados de acordo com a estruturação e visão da empresa. 5 Orçamento em moeda Corrente e em moeda forte Conforme Padoveze (2005), o sistema orçamentário em ambientes econômicos fica sob condições de inflação, o sistema orçamentário é valido para qualquer entidade em qualquer situação conjuntural. Para tanto é necessário o entendimento dos efeitos diversos da inflação nos diversos segmentos do sistema. Quando há ocorrência de inflação, a gestão do custo dos recursos e das receitas tende a ficarem mais complexas, há uma tendência de gerir a entidade com números mais agregados, pois os dados detalhados, transacionados na moeda fraca do país, tendem a perder significância nos períodos seguintes. Conforme o mesmo autor independente de qualquer situação de utilização de orçamento em outro padrão monetário há elaboração do orçamento em moeda corrente. Por que mesmo que exista algum indexador como, correção monetária, taxa de câmbio, evidentemente todas as transações são efetivas da moeda corrente do país. Sendo que todas as projeções dos demonstrativos contábeis deverão ser feitas necessariamente em moeda corrente, tendo em vista que todos os tributos do país serão calculados e medidos de acordo com a moeda corrente. De acordo com Padoveze (2005), orçamento em moeda estrangeira ou moeda forte, é independente do fenômeno inflacionário, caso a empresa faça parte de um grupo transnacional que deva consolidar seus demonstrativos projetados o orçamento em moeda estrangeira se faz necessário. O orçamento em moeda estrangeira se faz necessário para fins de comparabilidade com concorrência externa, avaliação de investimento etc. O mesmo autor ainda cita a estruturação do orçamento em moeda estrangeira que está baseada nos seguintes critérios: Dados históricos em moedas estrangeiras, para parametrizar os dados a serem incorporados ao orçamento; Dados previstos passíveis de serem mensurados em moeda estrangeira; Previsão das taxas de câmbio para transformação dos dados em moeda corrente previsto em moeda estrangeira; Adoção de um critério de transformação (taxa mensal, taxa média, taxa diária e etc.); Introdução dos critérios de transformação dos demonstrativos contábeis em outras moedas. 6 Orçamento como ferramenta de apoio à tomada de decisões Conforme Sanvicente (2007), para que o orçamento ser torne uma ferramenta para apoiar na tomada de decisão são necessárias algumas medidas na empresa, sendo que uma das principais medidas é que a contabilidade esteja em dia, pois em grande parte, os relatórios que compõem os planejamentos, expressam a implantação da atividade de controle que são fornecidos por ela. Além de que os relatórios devem ser emitidos de maneira rápida e com responsabilidade. Pois são eles que vão fornecer dados para serem analisados e atender a sua finalidade. O feedback como uma das finalidades apresenta os aspectos passíveis de uma intervenção corretiva e avaliação de necessidade de correção. Conforme o mesmo autor, a utilização de um sistema de relatórios por área de responsabilidade requer a própria geração de dados reais em bases idênticas. Uma condição importante para uso eficaz de orçamento, mas principalmente do ponto de vista da função de controle, é a instalação de um sistema de contabilidade, ou seja, um plano de contas que também corresponda à mesma estrutura de responsabilidade na qual se apóiam os planos, orçamentos e relatórios de controle. 7 Planejamento, execução e controle associados aos orçamentos. Observa-se que o planejamento e controle caminham juntos, pois planejar significa decidir antecipadamente, e controlar no ponto de vista orçamentário é controlar seu próprio futuro. Nessa visão bastante proativa no que se refere ao processo de gestão de certa organização. De acordo com Frezatti (2000), abordagem adequada do planejamento de negócio é aquela que considera o orçamento como a forma de controle do resultado futuro. Planejar sem controlar é um desperdício de tempo e energia. Controlar é fundamental para o entendimento do grau de desempenho atingindo e quão próximo resultado almejado se situou em relação ao planejado. Uma vez atingida tal etapa, é possível redirecionar, enfatizar, ajustar as ações para atingir os objetivos previamente traçados. Conforme o autor acima citado embora os enfoques dos processos de planejamento e controle possam ser distintos em termos de ênfase e mesmo foco, o planejamento precede o controle em termos de desenvolvimentos nas organizações. Para obter resultado com convicção é necessário que os dois caminhem juntos, significa que os dois estão evidentemente ligados, tem impactos mútuos, fazendo com que o desenvolvimento do planejamento traga o próprio aperfeiçoamento do controle e vice-versa. 8 Condições para a implantação de um planejamento financeiro orçamentário De acordo com Sanvicente (2007), inicialmente não há muito sentido em elaborar planos para empresa como um todo e para as suas unidades sem que haja um acompanhamento e comprometimento do progresso na direção das metas e dos objetivos incorporados nesses planos. Do mesmo modo, não há sentido em se falar de controle sem que os resultados efetivamente alcançados e registrados sejam comparados a algo considerado desejável e expresso através dos planos orçamentários de receitas, despesas e recursos. O mesmo autor ainda, diz que os relatórios de controle, como documentos representativos desse acompanhamento, devem corresponder a unidades administrativas da empresa. Assim como os orçamentos parciais devem consistir em objetivos de desempenho dos setores sob a responsabilidade dos diversos executivos da empresa, também os relatórios devem acompanhar essa estruturação do sistema orçamentário. Além do aspecto responsabilidade de determinados indivíduos por certas atividades, há também o da controlabilidade, isto é, a capacidade de afetar o comportamento de certos resultados em cada unidade a qual deve estar ajustado o sistema de avaliação e desempenho. Observa-se que para a implantação de um planejamento financeiro o principal ponto inicialmente a ser analisado é o comprometimento e responsabilidade no geral da equipe da empresa, e a determinação da empresa em sua direção e metas. 9 Demonstração de resultado projetado De acordo com Zdanowicz (1995), as demonstrações de resultado projetado ou também conhecido como plano econômico da empresa é elaborado a partir do planejamento econômico financeiro, através dos orçamentos de vendas, orçamentos de produção e orçamento de despesas operacionais. A projeção do Demonstrativo de resultado do exercício será uma das peças orçamentárias mais importantes dentro do sistema planejamento global da empresa. Conforme o autor citado anteriormente, diz que este demonstrativo permite a visualização, de forma sintética, todos os instrumentos auxiliares, que comporão o planejamento econômico financeiro, ou seja, os orçamentos de venda, produção e despesas operacionais, bem como o lucro líquido operacional ou prejuízo operacional projetado. Com essas informações analistas conseguem visualizar retorno sobre o investimento será ou não aceitável. Este demonstrativo deve ser elaborado, observando os seguintes aspectos: Receitas operacionais projetadas, considerando-se as vendas de produtos ou mercadorias à vista e a prazo, bem como a prestação de serviços pela empresa no período orçado; Custo projetado dos produtos vendidos ou das mercadorias vendidas, fundamentando-se em custos-padrão atuais e futuros da empresa, constituídos pelo custo de matérias-primas , mão-de-obra direta e despesas indiretas de fabricação; Despesas operacionais resultantes do somatório de todos os gastos que irão incorrer na empresa no período projetado, ou seja, despesas administrativas, despesas de vendas, despesas tributarias e despesas financeiras; Lucro líquido operacional ou prejuízo operacional, que será obtido pela diferença positiva ou negativa entre a receita operacional e o custo dos produtos vendidos ou das mercadorias vendidas mais as despesas operacionais projetados, no período considerado; De acordo com Zdanowicz (l995), este demonstrativo projetado, será a demonstração financeira, que permite o conhecimento antecipado sobre a capacidade da empresa em gerar lucros, bem como taxas de retorno sobre investimento projetado. Observa-se que depois de todo processo montado e aprovado dos instrumentos auxiliares, o comitê de planejamento financeiro e orçamentário terá condições de fazer uma análise em todo o plano de operações, conseguindo identificar o ponto de equilíbrio, a taxa de retorno sobre o investimento projetado, lucro líquido operacional, os recursos financeiros necessários à execução dos objetivos e das metas propostas, serão satisfatório ou não. De acordo com Zdanowicz (l995), o demonstrativo de resultado do exercício projetado é a demonstração financeira, que será estruturada com base nos orçamentos auxiliares bem como: vendas, produção e despesas operacionais, em termos econômicos e de reflexos financeiros e patrimoniais. Ele é de suma importância para tomada de decisão e será elaborado a partir dos orçamentos operacionais de apoio, permitindo saber, antecipadamente, se a empresa, no período orçado, irá operar com lucro ou prejuízo, ele permite também estimar o resultado econômico da empresa para o próximo período, será instrumento gerencial que irá informar o desempenho econômico da empresa, no período considerado, bem como suas repercussões financeiras e patrimoniais. 10 Fluxo de caixa projetado O fluxo de caixa é umas das demonstrações financeiras mais úteis, porém não são divulgadas pela empresa, são exclusivamente para uso interno, proporcionando-lhe identificar o processo de circulação de dinheiro, é um relatório imprescindível na mais elementar atividade empresarial. É tão importante sua análise que se ele mal administrado, quase sempre levam as empresas a iliquidez. Conforme Sanvicente (2007), para complementar o balanço projetado, ainda é necessário examinar os efeitos da movimentação decorrente das operações planejadas em termos de entrada e saídas de dinheiro. Quando chega a hora de elaborar o orçamento de caixa, já temos informações suficientes para calcular o saldo final de disponibilidades, por diferença entre totais de ativos e passivos. Conforme o autor acima citado, o fluxo de caixa projetado ou por precaução ele demonstra as entradas e saídas. Interessa a empresa evitar insuficiência de caixa. A alternativa mais desfavorável é aquela em que as diferenças entre previsões e fatos levam a déficits superiores aos esperados. Por isso, temos esta segunda parcela de saldo, cuja finalidade é proporcionar uma margem de segurança contra essas variações incertas e desfavoráveis. 11 Balanço Patrimonial Projetado O balanço patrimonial projetado é utilizado pela organização para observar a situação financeira e patrimonial entre os períodos realizado e orçado, facilitando a visualização dos valores que o integram. Segundo Zdanowicz (1995) o balanço patrimonial projetado é um instrumento que possibilita o setor de planejamento financeiro e orçamentário visualizar a situação financeira e patrimonial da empresa, antes que ela aconteça. Ele é uma demonstração financeira onde deverá constar informação sobre os aspectos financeiros e patrimoniais da organização para o período considerado. Conforme e autor citado anteriormente o balanço patrimonial projetado é a peça contábil que auxilia o setor financeiro a verificar quais as possibilidades de liquidez no período estimado, demonstrando também os bens, direitos e obrigações da empresa para o mesmo período. De acordo com Zdanowicz (1995), o Balanço Patrimonial Projetado irá relevar a situação financeira e patrimonial da empresa entre os períodos realizado e orçado, tornando, assim, possível a comparação dos valores que o integram. O mesmo autor acima citado, diz que no ativo deverão estar projetadas todas as futuras aplicações de recursos, enquanto no passivo e no Patrimônio Líquido estarão dispostas as origens dos recursos de terceiros e próprios, desta forma, o balanço patrimonial projetado ira relacionar, no lado esquerdo, todos os futuros bens e direitos e, no lado direito, todas as futuras obrigações de curto e longo prazo assumidas com fornecedores, bancos, governo e acionistas da empresa. REFERÊNCIAS BIO, SERGIO RODRIGUES, Sistemas de Informações: um enfoque gerencial. São Paulo: Atlas, 1996 FREZATTI, FÁBIO, Orçamento empresarial: planejamento e controle gerencial. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2000. HERSEY, PAUL, Psicologia para administradores: A Teoria e as Técnicas da Liderança Situacional. São Paulo: EPU, 1996 MACHADO, A. ROGERIO. Orçamento Empresarial. Suma econômica. 2.ed. São Paulo 1995 PADOVEZE, CLÓVIS LUÍS, Introdução a Administração Financeira. Planejamento e Controle Orçamentário. São Paulo: Editora Thomson, 2005. SANVICENTE, ANTONIO ZORATTO, Administração Financeira. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2007 ZDANOWICZ, JOSE EDUARDO, Planejamento Financeiro e orçamento. Porto Alegre: Sagra: DC Luzzatto, 1995 Previdência Privada – Garantia de Aposentadoria! Luciana Pavan Bonotto Marcio Marques Foletto Pollyanna Tibes Bastiani Sandra Regina Bonotto Orientadora: Danieli Moreira Resumo Com as regras aprovadas pela Reforma da Previdência fica fácil perceber que para uma pessoa manter o atual padrão de vida na época de sua aposentadoria, precisará de uma renda complementar, que pode ser proporcionada pela previdência privada. Todos já ouviram muitas histórias sobre pessoas que não conseguem se aposentar, porque o que receberiam da previdência oficial não seria suficiente para manter seu padrão de vida. Ou então, sobre pessoas que após terem se aposentado, precisam continuar trabalhando ou desfazer-se de seus bens, muitas vezes simplesmente para sobreviver. Infelizmente estas situações são cada vez mais comuns e reflete a crise do sistema previdenciário brasileiro. A previdência privada é a solução para quem não deseja abrir mão do patrimônio e do padrão de vida que conquistou, quando quiser parar de trabalhar. E os planos de aposentadoria funcionam de forma simples: paga-se um pouco por mês, de acordo com as disponibilidades, e decide quanto e quando quer começar a receber renda mensal vitalícia. Quanto antes começar a participar de um plano, menor serão as contribuições mensais e maior o valor da aposentadoria. 1 INTRODUÇÃO Há alguns anos atrás, previdência privada no Brasil era sinônimo de aposentadoria. Só quem estava pensando em garantir um futuro tranqüilo aplicava em fundos de previdência - os depósitos normalmente eram feitos mensalmente em pequenos valores, de forma a acumular, ao longo do tempo, um montante compatível com a vida pós-trabalho. A lógica era simples: mantidos por um período longo, aportes modestos eram suficientes para fazer o montante aumentar. Exatamente por contar com mais tempo até a aposentadoria, os jovens formavam o público-alvo desse tipo de aplicação. Com o tempo esse cenário começou a mudar, em decorrência da nova tributação do imposto de renda. Com a possibilidade de optar pela tabela regressiva, cujo imposto diminui à medida que aumenta o tempo de aplicação, investidores de várias idades, inclusive os mais velhos, perceberam uma maneira de pagar menos tributos e aplicar na previdência privada não para ter retorno em três décadas, mas num prazo de dez anos. Ou seja, a previdência virou uma opção interessante de investimento. 2 PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL Na antiguidade, os povos já se preocupavam com a sua sobrevivência, poupando reservas alimentares, nas épocas de bonança e de fartura, para os dias de necessidade. Sabe-se que o primeiro modelo previdenciário surgiu na Alemanha em 1883 e difundiu-se pela Europa, dando inicio ao sistema de seguridade social. Segundo Pinheiro(1999, p. 24), o primeiro grande marco no sistema previdenciário brasileiro, surgiu com a Lei n° 3.724, de 15.01.1919, ao instituir a responsabilidade dos próprios empregados pelas conseqüências dos acidentes de trabalho. A partir de 1930, com a criação do ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, ocorreu um importante progresso na evolução do sistema, com o advento do Decreto n° 20.465, de 01.10.1931, que reformulou a legislação, estendendo o regime para todos os setores. De acordo com a Lei n° 13 de 24 de julho de 1991, art. 1°: A previdência social, mediante contribuição, tem por fim assegurar aos seus beneficiários meios indispensáveis de manutenção, por motivo de incapacidade, desemprego involuntário, idade avançada, tempo de serviço, encargos familiares e prisão ou morte daqueles de quem dependiam economicamente. O segurado contribuinte garante por sua contribuição, em tese, receber como aposentado o que recebia quando trabalhava. O propósito é o de assegurar um horizonte de certezas e uma velhice tranqüila. O princípio básico é o de que o trabalhador de hoje financia o trabalhador de ontem. Com as novas regras aprovadas com a Reforma da Previdência ficou estabelecido que para se aposentar integralmente, os homens têm que comprovar 35 anos de contribuição e idade mínima de 60 anos e as mulheres, 30 anos de contribuição e idade mínima de 55 anos. Assim, a contribuição paga durante 35 anos sobre um percentual do salário, por um fundamento atuarial, assegura o beneficio que será compatível com a remuneração em atividade. Na previdência não existe beneficio sem contribuição, ou seja, o beneficio é definido. Por mais que se contribua com a Previdência Social, a renda oferecida na época em que se aposentar terá um teto máximo, ou seja, com a reforma da previdência limitou-se em até dez salários mínimos o teto de aposentadoria e, existem discussões sobre uma nova alteração nos benefícios oficiais, com o objetivo de reduzir o rombo da previdência brasileira, uma vez que o Sistema Social foi criado para suprir apenas as necessidades básicas dos contribuintes, sem levar em conta o padrão de vida de cada pessoa. Portanto, quanto maior for o salário mensal, maior será a diferença entre o que as pessoas ganharão e o que a Previdência Social vai pagar. Sendo assim, por mais que as pessoas contribuam com a Previdência Social, a renda que ela poderá oferecer na época da aposentadoria, é de no máximo R$ 2.400,00 (set/2008). Essa situação ocorre porque o atual Regime Financeiro da Previdência Social estabelece que os trabalhadores ativos contribuam para os inativos e existe uma grande defasagem nessa relação, por exemplo: A expectativa de vida crescente aumentou o número de aposentados; A diminuição das taxas de natalidade têm influência no número dos futuros contribuintes; A economia informal e o desemprego fez com que diminuísse o número de contribuintes; Logo, mantendo-se o ritmo atual, em breve chegará a um contribuinte para cada cidadão aposentado, para ter uma idéia da situação, o déficit da Previdência - o coração do déficit público nacional - é superior a 50 bilhões de reais, desses, 39 bilhões referem-se ao setor público e 17 bilhões correspondem ao setor privado. Essa diferença ocorre apesar de existir apenas 3,2 milhões de aposentados no setor público e cerca de 16 milhões no setor privado. 3 PLANO DE PREVIDÊNCIA PRIVADA Cada vez mais as pessoas começam a cuidar de seu próprio futuro, e uma das alternativas é iniciando os planos de previdência privada. E, como a expectativa de vida do brasileiro está cada vez maior, é preciso saber qual plano de previdência que melhor se adapta às reais necessidades de cada um para não ter de depender de uma renda muito baixa no final da vida. A previdência privada é uma forma de garantir uma renda complementar para manter o padrão de vida durante a aposentadoria, e consiste em duas fases: a primeira é a de acúmulo de capital e a segunda é a de recebimento dos benefícios. Em linhas gerais, aquele que contrata um plano de Previdência Complementar o faz pelo desejo de garantir, principalmente na aposentadoria, uma renda próxima àquela que recebia enquanto inserido no mercado de trabalho. Deste modo, a previdência complementar surgiu como a melhor alternativa de médio e longo prazo para garantir uma estabilidade financeira, pois permite o planejamento do futuro de forma flexível e de acordo com as necessidades de cada um. É a opção ideal para os trabalhadores que querem ter uma aposentadoria tranqüila, realizar um projeto de vida, ou ainda para quem planeja custear a educação de seus filhos. A existência dos planos de previdência privada se justifica pela seguinte razão: a Previdência Social não tem se mostrado suficiente para garantir aos trabalhadores seu padrão e qualidade de vida durante a aposentadoria. De acordo com Sandroni (1996, p. 426) “previdência privada é o sistema de pensão gerido por instituições financeiras, independentemente da previdência pública oficial e com vistas a complementar a aposentaria”. O regime de previdência privada, de natureza complementar é organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de Previdência Social, é facultativo, baseado na constituição de reservas que garantem o beneficio contratado. (PINHEIRO, 1999, p.33). De maneira clara e objetiva pode-se dizer que a previdência complementar consiste basicamente em economizar no presente para garantir uma renda no futuro, tendo em vista que a fase de acumulação é o período do investimento e a fase de concessão do benefício, onde, a companhia escolhida para guardar a reserva acumulada paga os benefícios contratados ao cliente, com a vantagem que a forma para esse pagamento é definida sempre pelo cliente. Segundo Chiavenato(1999, p.281), “os planos de previdência privada são planos baseados em contribuições feitas mensal ou periodicamente durante vários anos e que constituem um montante acumulado em nome do participante, o qual funciona como um bolo que servirá de capital suficiente para pagar os benefícios futuros”. As principais normas que regem a previdência privada no Brasil são: Lei nº 6.435, de 15 de julho de 1977, Lei Complementar nº 109, de 29 de maio de 2001, e Lei nº 11.053, de 29 de dezembro de 2004. Sendo assim, é função do Estado zelar pela boa condução de todos os planos de previdência complementar, sendo responsável por fiscalizar as entidades e proteger os interesses dos participantes dos planos. 3.1 TIPOS DE PREVIDÊNCIA No Brasil, há dois tipos de entidades de previdência complementar: a fechada e a aberta. Uma entidade fechada de previdência complementar é uma instituição sem fins lucrativos que administra os planos de previdência de uma determinada sociedade, chamada de patrocinadora, normalmente uma empresa pública ou privada, pelos chamados fundos de pensão. O que a caracteriza como “entidade fechada” é o fato de atender exclusivamente aos empregados de suas patrocinadoras. Já uma entidade aberta de previdência complementar pode ter fins lucrativos e o objetivo principal é administrar planos de previdência de qualquer pessoa. Essas são as instituições privadas, normalmente ligadas a seguradoras. Chiavenato, define plano fechado e plano aberto conforme citação abaixo: Plano fechado de previdência privada é o fundo de pensão oferecido por empresas ou grupos econômicos para seus empregados. É um fundo fechado criado especificamente por uma empresa para constituir recursos para pagamento de complementação de aposentadoria dos seus funcionários e nos quais as contribuições são rateadas entre a empresa e os empregados em proporções que variam. Plano aberto de previdência privada é disponível em seguradoras, instituições bancarias e nas empresas do setor. Para ter direito a um renda vitalícia no futuro, o participante terá de fazer contribuições periódicas durante determinado tempo de contribuição. (CHIAVENATO, 1999, p.281) No caso da previdência complementar aberta existem duas possibilidades: o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre). Ambos permitem o acúmulo de recursos por um prazo determinado. Durante esse período, o dinheiro das suas contribuições é aplicado pela seguradora em cotas de Fundo de Investimento (FIE). Existem diversas modalidades de fundos e planos e os rendimentos das aplicações financeiras são repassados integralmente para os clientes. Na seqüência faz-se uma explanação diferenciando as duas possibilidades de aplicação em previdência privada: o Plano VGBL -Vida Geradora de Benefício Livre, e o Plano PGBL - Plano Gerador de Benefício Livre. 3.1.1 Vida Gerador de Benefício Livre -VGBL A sigla indica um plano chamado Vida Gerador de Benefício Livre. É um seguro de vida com cobertura por sobrevivência. Em outras palavras, em caso de morte seu beneficiário terá acesso aos recursos. O objetivo do mecanismo é possibilitar a formação de uma poupança que será transformada em renda de aposentadoria no futuro. Neste formato, a tributação incidirá sobre o rendimento e ocorrerá no momento do saque. O Plano VGBL é mais indicado a autônomos e profissionais liberais, e também oferece possibilidades de acordo com o perfil do investidor. A principal diferença entre os dois tipos de planos está na forma como é cobrado o imposto de renda. O VGBL - Vida Gerador de Benefício Livre, se aplica melhor para quem faz a declaração simplificada do Imposto de Renda. As contribuições a estes planos não são descontadas da base de cálculo do IRPF, mas a, no momento do resgate, alíquota progressiva incidirá somente sobre os rendimentos. 3.1.2 Plano Gerador de Benefício Livre-PGBL Nessa opção o indivíduo faz os aportes e tem a liberdade de escolher o fundo de investimento em que seus recursos serão aplicados como, por exemplo, renda fixa, câmbio etc. Pode também definir a periodicidade e o valor das contribuições. O PGBL - Plano Gerador de Benefícios Livres oferece planos específicos para cada tipo de investidor. A carteira de investimentos desses planos varia desde 100% de renda fixa, até 49% com renda variável, para quem deseja um investimento de maior risco. A grande vantagem dos PGBLs é a flexibilidade, já que o investidor pode transferir seu dinheiro para outro plano ou, até mesmo, outra instituição. Há ainda vantagens fiscais oferecidas pelo governo para quem faz a declaração completa do Imposto de Renda, e as contribuições podem ser deduzidas no limite de 12% da renda bruta anual. Mas a alíquota progressiva do imposto incide sobre o total resgatado, sendo que até este momento 100% dos rendimentos líquidos das aplicações financeiras são repassados para uma reserva 11. A tributação ocorrerá somente no momento do saque e incidirá sobre o valor retirado. 4 RENDIMENTOS A aplicação renderá conforme a modalidade do fundo escolhido no início do investimento, descontadas as taxas, como a de carregamento e a de administração. Se escolher um fundo de renda fixa, o dinheiro aplicado renderá basicamente os juros do governo (taxa Selic), descontados os encargos. Se escolher um fundo cambial, renderá a variação do dólar, menos as taxas. Portanto a escolha da categoria depende do grau de risco que o indivíduo quer correr. Existem os fundos de renda fixa tradicionais, indexados ao câmbio, balanceados, renda fixa multi-índices e multimercados, dentre outros. Cada modalidade limita a ação dos gestores. Na renda fixa tradicional, por exemplo, o administrador só incluirá títulos prefixados ou pósfixados, do governo ou privados, não podendo investir em dólar, bolsa ou outros mercados, como no multimercado, por exemplo. É essencial que o indivíduo escolha a melhor remuneração para o capital investido e se previna contra surpresas desagradáveis no futuro. Usados de forma adequada, visando o longo prazo, e observando as taxas cobradas, os planos de previdência são a melhor maneira de acumular reserva de capital para a aposentadoria. Isso também ocorre e é amplificado quando comparado à aplicação na caderneta de poupança. As vantagens da previdência privada são o regime tributário de alíquotas decrescentes, a isenção da cobrança do Imposto de Renda sobre o ganho da capital durante a fase de acumulação e os papéis de renda fixa atrelados à Selic. Na poupança não há cobrança de imposto sobre o rendimento, mas ele é substancialmente inferior ao oferecido pelos fundos de previdência, por conta do redutor que incide sobre a Taxa Referencial (TR). 5 VANTAGENS DE UM PLANO DE PREVIDÊNCIA Muitas pessoas podem se perguntar por que iniciar um plano de previdência complementar se já contribuem mensalmente para o INSS. Em primeiro lugar, é preciso ressaltar como já visto anteriormente, que a previdência pública está em crise não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. Para tentar colocar as contas em equilíbrio, os países adotam uma série de medidas que normalmente são desfavoráveis aos participantes. Elas visam retardar a concessão da aposentadoria ou reduzir o valor do benefício a ser recebido no futuro. Assim, os participantes contribuem por mais tempo e recebem menos. Uma das vantagens dos planos de previdência privada é a flexibilidade na composição dos benefícios e valores de contribuição, através do qual a pessoa define o valor e a periodicidade das suas contribuições, e quais benefícios contratarem para sua proteção e de sua família, de acordo com sua disponibilidade e necessidade; Outra vantagem é a opção de investimento respeitando o perfil econômico de cada um, podendo escolher entre produtos com garantia de rentabilidade; produtos com aplicação em papéis de renda fixa, ou renda variável; Sem falar na possibilidade de reduzir os impostos pagos, podendo deduzir o valor das contribuições na base de cálculo do Imposto de Renda, conforme legislação em vigor. E ao contrário dos fundos de investimento, não há tributação sobre os ganhos de rentabilidade, o que aumenta ainda mais a rentabilidade do investimento, permitindo a manutenção do padrão de qualidade de vida no futuro. 11 Reserva é o valor financeiro acumulado pelas contribuições periódicas, mais os rendimentos. Os valores formarão a base de cálculo da renda na época da aposentadoria Portanto, tendo em vista todas as vantagens expostas e existindo um alerta que os especialistas não descartam novas alterações na idade mínima para a aposentadoria, um aumento da rigidez das regras para a concessão do benefício e até mesmo redução do teto dos recebimentos, é mais do que necessário que as pessoas comecem a se preocupar com o futuro que os aguarda. O ideal é que o participante inicie o mais cedo possível uma aplicação e garanta o futuro com um plano de previdência complementar e, quanto mais cedo se começa a investir, mais tempo o dinheiro tem para render. Vale lembrar que, no começo, os depósitos são mais importantes do que a rentabilidade. Hoje, para cada R$ 1 mil aplicados tem-se aproximadamente R$ 15 de rendimento por mês, o que é muito pouco. Assim, quem opta por um plano de previdência ainda jovem tem mais vantagens, tanto no presente quanto no futuro, pois, além do maior efeito dos juros na formação da reserva, quanto mais jovem o cliente, mais baixos os valores das parcelas mensais a serem depositados para receber o mesmo valor de aposentadoria. 6 CONCLUSÃO Pelo presente artigo, verifica-se que a Previdência é um instrumento que permite ao trabalhador acumular recursos para garantir a sua tranqüilidade no futuro, seja para manter o padrão de vida na aposentadoria, para realizar um projeto de vida ou até mesmo para garantir o custeio da educação dos filhos. Divide-se em dois sistemas: a Previdência Social que é uma instituição pública, no Brasil representada pelo INSS e sua função é oferecer aos trabalhadores o direito à aposentadoria, seja por tempo de contribuição, idade ou invalidez. Porém, a manutenção da Previdência Social está cada vez mais delicada em virtude do crescimento dos aposentados nesse sistema e em função da redução dos que contribuem para o INSS, além do aumento da expectativa de vida dos brasileiros. Outro fator é o limite de valor para o pagamento de aposentadoria pela Previdência Social, que vem diminuindo historicamente. Tendo em vista os acontecimentos com o setor de previdência social o sistema de previdência complementar surgiu como a melhor alternativa de médio e longo prazo para garantir uma estabilidade financeira, pois, permite o planejamento do futuro de forma flexível e de acordo com as necessidades de cada um. Em suma, aquele que contrata um plano de Previdência Privada o faz pelo desejo de garantir, principalmente na aposentadoria, uma renda próxima àquela que recebia enquanto inserido no mercado de trabalho. E a sua existência se justifica pela seguinte razão: a Previdência Social não tem se mostrado suficiente para garantir aos trabalhadores seu padrão e qualidade de vida durante a aposentadoria. REFERÊNCIAS Instrução Normativa SRF Nº 487, de 30 de dezembro de 2004 - DOU de 30.12.2004, Edição Extra. Disponível no site <http://www81.dataprev.gov.br/sislex/paginas/43/2001/109.htm> Acesso em 20 set. 2008. Legislação Social- Cidadania, Políticas Públicas e Exercício Profissional- 2 Edição Atualizada- Curitiba- Pr 2007. Lei Complementar Nº 109, de 29 de maio de 2001 – DOU de 30/05/2001. Disponível no site <http://www81.dataprev.gov.br/sislex/paginas/43/2001/109.htm> Acesso em 12 set. 2008. Lei nº 11.053, de 29 de dezembro de 2004 - DOU de 30.12.2004. Disponível no site < http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/Leis/2004/lei11053.htm> Acesso em 20 out. 2008. Lei Nº 6.435 - de 15 de julho de 1977 - DOU de 20/7/77. Disponível no site <http://www81.dataprev.gov.br/sislex/paginas/42/1977/6435.htm> Acesso em 12 out. 2008. site da Superintendência de Seguros Privados (Susep) na internet Perfil Profissional do Controller Adriano Basso Ana Paula Gemelli Jussara Guzzi Marcia Regina Dall Nora Galvão Maycon Alfredo Nonnemmacher Da Silva Orientador: Kelly Regina de Mathias Resumo A função da controladoria é fornecer aos gestores das empresas a informação que eles precisam para atingir os objetivos empresariais. Na busca da otimização dos resultados econômicos da empresa, durante as últimas cinco décadas houve uma transformação significativa nas funções do Controller. Na década de 50 o Controller era a pessoa que estava encarregada primordialmente de preparar as demonstrações financeiras. Nos anos recentes, com o aumento da complexidade na organização das empresas, criou-se a necessidade de um sistema mais adequado para um controle gerencial efetivo, ocorrendo o desenvolvimento de uma função diferenciada, e a controladoria cresceu em importância. O Controller tem assumido diferentes posturas, nos mais diversos tipos de empresas. Através dos inúmeros estudos voltados à área de controladoria, nota-se, certa dificuldade em identificar e listar as funções desenvolvidas pelo Controller. Palavras chaves: Contabilidade, Controller, Gestão, Organizações 1. Controladoria A Controladoria funciona como setor de observação e controle da Administração, é por meio dela que os dados e informações serão minuciosamente detalhados com o intuito de detectar possíveis dificuldades de estrangulamento na capacidade de geração de resultados. Conforme Almeida, et al in Catelli(1999, pg 370), a Controladoria não pode ser vista como um método, voltado ao como fazer. Para uma correta compreensão de todo, devemos dividir em dois vértices, permitindo uma adequada visão e entendimento sobre o papel da Controladoria no processo de controle gerencial. a) o primeiro vértice como ramo de conhecimento responsável pelo estabelecimento de toda base conceitual. Analisado o primeiro vértice, identifica-se o objetivo de estabelecer toda base conceitual de sua atuação, contribuindo para o processo de gestão da organização e apóiase na teoria da contabilidade e numa visão multidisciplinar, de forma a suprir adequadamente as necessidades informativas dos gestores e os induzirem durante o processo de gestão, quando requerido, a tomarem decisões. Neste vértice, como objetivo da Controladoria é necessário o estudo dos seguintes aspectos: * conceitos utilizados para a correta mensuração da riqueza gerada pela empresa; * estabelecimento das bases teóricas e conceituais necessárias para a modelagem, construção e manutenção do sistema de informação e modelo de gestão econômica; * estudar os diversos aspectos em relação ao modelo de gestão, processo de gestão, modelo organizacional, modelo de decisão (teoria da decisão), modelo de mensuração (teoria da mensuração), modelo de identificação e acumulação e modelo de informação (teoria da informação). b) o segundo vértice como órgão administrativo que responde pela disseminação de conhecimento, modelagem e implantação do sistema de informação. No segundo vértice, a Controladoria é responsável por manter o sistema de informações, necessárias ao alcance dos objetivos das empresas e, também, como órgão aglutinador e direcionador de esforços dos demais gestores que conduzam à otimização do resultado global da organização. A definição constante da clássica obra de Mossimann & Fisch(1999, pg88), já deixava clara a existência de duas grandes possibilidades mutuamente excludentes por representarem categorias lógicas diversas acerca de controladoria: A Controladoria consiste em um corpo de doutrinas e conhecimentos relativos à gestão econômica. Pode ser visualizada sob dois enfoques: a) como órgão administrativo, com uma missão, função e princípios norteadores definidos no modelo de gestão do sistema empresa; e b) como uma área do conhecimento humano com fundamentos, conceitos, princípios e métodos oriundos de outras ciências. Segundo Beuren (2000, pg. 60), é atribuição da Controladoria dar suporte informacional em todas as etapas do processo de gestão, com vista a assegurar o conjunto de interesses da empresa. A atuação da Controladoria abrange todas as etapas necessárias para se atingir o resultado da empresa. Portanto, variando de acordo com a atividade da organização, ela irá utilizar recursos tecnológicos, quantitativos, operacionais e quaisquer outros que sejam necessários para a eficácia empresarial. Em relação a função da Controladoria, os autores afirmam que o controller deve estender as suas funções para aplicações gerenciais, contribuindo para uma combinação mais eficaz das operações das organizações. Verifica-se, que a Controladoria é uma unidade administrativa com a missão de apoiar o processo de gestão no cumprimento de suas tarefas. Frente a esta constatação deveria contar com um profissional capaz de articular, compor e agregar dentro do ambiente empresarial, de modo a gerir a informação de forma eficiente e eficaz, para responder aos desafios da gestão. O Controller é o profissional de finanças com conhecimento em: contabilidade, orçamento, auditoria, planejamento de lucros, relatórios de desempenho, planejamento tributário e outras atividades da empresa. Hoje esse campo de atuação para os profissionais de contabilidade requer o conhecimento e o domínio de conceitos de outras disciplinas, como: administração, economia, estatística, informática, marketing, matemática financeira, legislação fiscal e trabalhista. 2. Controller Em função das diversas mudanças no cenário econômico mundial atribuídos a globalização, um novo tipo de administradores e uma nova estrutura organizacional estão entrando em cena, isso inclui o Controller. Estes profissionais precisam ser efetivos, motivar pessoas, saber resolver problemas financeiros, entre outros. Ao Controller cabe considerar os pontos financeiros fortes e fracos da empresa, identificar problemas atuais e futuros que venham afetar o desempenho da organização, apresentar alternativas de solução para eles e monitorar os gestores para que as políticas e objetivos estabelecidos no planejamento da empresa sejam cumpridos. Habilidades são requisitos e qualidades necessárias para se desempenhar esta função com agilidade e eficiência. Das quais as mais relevantes são descritas abaixo: Análise da informação: o Controller precisa compreender o significado das variações dos índices e o que eles anunciam para a companhia; Habilidade de comunicação: A chave para a função do Controller é compilar informações e comunicar para os gestores; Conhecimento da organização: O Controller deve ter um bom conhecimento das operações realizadas na companhia e na indústria, de forma, a saber, como estas operações impactarão no departamento contábil; Habilidade gerencial: O Controller provavelmente será um cargo de staff, e ele terá considerável controle sobre a produtividade daquele grupo. Portanto, o Controller precisa conhecer planejamento, organização, direção e mensuração das funções necessárias para gerenciar o departamento contábil; Senso de urgência e custo efetivo do serviço: O Controller deve gerir o departamento contábil como um centro de lucro, pois somente assim ele utilizara métodos eficientes para completar cada tarefa e a atenção do departamento estará focada nas mais urgentes; Conhecimento técnico: Para criar uma demonstração financeira fidedigna especialmente para a publicação, o Controller deve ter considerável conhecimento das normas contábeis e legislação fiscal. O profissional da controladoria precisa saber controlar processos e pessoas de uma maneira sutil, sem que isso tenha interferência negativa na organização, pois o Controller exerce influência junto aos gestores da empresa, e exercer influência significa estar ao lado deles na tomada de decisões. No Brasil, na última década, a função do Controller passou a ter grande relevância no meio acadêmico, em cursos de pós-graduação e mestrado e no mercado de trabalho em geral, que procura profissionais especializados, com visão de gestão, planejamento gerencial, fiscal, financeiro e de Contabilidade. Exercer a função de Controller requer conhecimento da atividade da empresa para poder executá-la adequadamente, requer interação e liderança para assim, acompanhar a dinâmica do processo e da exata dimensão do negócio para o qual está recebendo total confiança. Vê-se que a atuação nessa área não constitui um modismo, e também não se restringe a uma função específica, pois, para que um processo de gestão se complete, o profissional, por excelência deve ter visão ampla, atuando e controlando todas as áreas da organização. As atividades desempenhadas pelo Controller variam entre as organizações, dependendo do ramo de atividade e estrutura organizacional, já que nem todos os negócios são iguais. Para Kanitiz (1977), a função básica do Controller consiste em dirigir e na maioria das vezes implantar os sistemas de: Informação: Que compreende os sistemas contábeis e financeiros da empresa, sistemas de pagamento e recebimento, folhas de pagamento, etc; Motivação: Cabe a ele prever o efeito de novos sistemas de controle sobre o comportamento das pessoas diferentemente atingidas; Coordenação: O Controller é o primeiro a tomar conhecimento de eventuais inconsistências dentro da empresa; e cabe a ele orientar e implantar ações soneadoras e de controle, evitando assim que a empresa tenha prejuízos. Avaliação: Interpretar os fatos e avaliar se determinado resultado é bom, e em caso de negativo, identificar os pontos que precisam ser corrigidos; Planejamento: Avaliar o passado é uma das primeiras etapas para planejar o futuro; Acompanhamento: Consiste em acompanhar de perto a evolução dos objetivos adquiridos em períodos anteriores. Segundo Nakagawa (1993), o Controller tem como tarefa manter o executivo principal da companhia informado sobre os rumos que ela deve tomar, aonde pode ir e quais os caminhos que devem ser seguidos. O Controller é a fonte interna da empresa. É fundamental entender todas as operações da organização e ter eficiência para desenvolver sugestões concretas baseadas em seus conhecimentos e análises. Esse profissional é de fato um dos poucos gerentes que tem a visão necessária para avaliar os fatos imparcialmente e objetivamente como consultor da alta administração nas decisões importantes da empresa. O controller deve aprender a delegar, ter confiança em seus subordinados e tomar decisões rápidas e não aguardar informações para decidir. Buscar somente a especialização de uma área dentro da empresa não se identifica com a Controladoria, o conhecimento da organização como um todo sim. Muitos profissionais e empresas não estão totalmente cientes do potencial dessa área. 3. Perfil do Controller no Mercado Brasileiro A luz da nova legislação brasileira, fiscal, trabalhista, etc, o perfil do profissional Controller tem ganhado bastante destaque em vista de que as informações, operações e resultados atinentes a empresa já não estão mais atreladas a uma simples análise de balanços anuais. Com o advento da lei 11.638/2007, a nova lei das S.As, iniciou-se uma nova fase para a Contabilidade e mais do que nunca para a Controladoria. O profissional desta área tem como principal desafio estar em sintonia com os padrões internacionais de contabilidade, que a partir de agora se tornam parte integrante de suas atividades. Com o intuito de dar maior nitidez nas operações das empresas e atrair novos investidores, o Controller deve estar atento para interpretar e demonstrar estas operações para que os gestores das empresas possam tomar as melhores decisões. O mercado traz fortes perspectivas de maior crescimento das organizações, e com isto a gestão torna-se mais complexa. Kanitz (1976) destaca que na medida em que vai aumentando a complexidade das organizações empresariais, acentua-se cada vez mais a importância da Contabilidade como instrumento capaz de proporcionar os elementos necessários à administração eficaz dos vários departamentos ou divisões da empresa. Acrescenta que a Contabilidade evoluiu para um sistema chamado Controladoria, cuja função é avaliar e controlar o desempenho das diversas divisões da empresa. A necessidade e a consequente preocupação com o conceito de controle derivou da descentralização empresarial e da delegação de poderes a vários departamentos. Em vez de centralizar todas as decisões, o responsável pela empresa delega poderes, em troca do direito de estar informado periodicamente, de estabelecer alguns parâmetros para decisões futuras e de criticar as decisões tomadas. Kanitz enfatiza que esse modelo permite uma administração transparente, mais próxima dos problemas da empresa e, ainda valoriza os profissionais que nela trabalham. Atualmente no mercado de trabalho, encontramos nas empresas profissionais não habilitados de várias áreas (administração, estatística, economia, engenharia, matemática, etc.) atuando na função de controller, o que pode gerar grandes prejuízos futuros, pois não entendem a dinâmica patrimonial. Dentro da rotina do Controller inserem-se agora mais alguns requisitos necessários ao desenvolvimento de sua função, sendo eles o conhecimento da legislação internacional e dos relatórios contábeis internacionais. Não podemos deixar de destacar a grande importância do domínio da língua inglesa – assim como também outros idiomas – e sua constante atualização, que é uma ferramenta indispensável ao exercício da profissão. Com tantas mudanças, o Controller precisar estar sempre atento as alterações na legislação, procurando antecipar e prever os impactos nos negócios das empresas. 4. Accountability Podemos definir segundo Nakagawa: “A obrigação de se prestar contas dos resultados obtidos em função das responsabilidades que decorrem de uma delegação de poder”. A accountability pode ser utilizada tanto em administração pública quanto em privada, apesar de ter mais afinidades com a pública. É responsabilidade da Controladoria ser a indutora dos gestores, no que diz respeito á melhora das decisões, pois sua atuação envolve implementar um conjunto de ações cujos produtos materializam-se em instrumentos disponibilizados aos gestores. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: CATELLI, Armando. Controladoria: uma abordagem da Gestão Econômica – GECON. São Paulo: Atlas, 1999. MOSSIMANN; ALVES; FISCH. Controladoria: seu papel na administração das empresas. Florianópolis: Ed. da UFSC, Fundação ESAG, 1993. BEUREN, Ilse Maria; MOURA, Verônica de Miglio. O papel da controladoria como suporte ao processo de gestão empresarial. Revista Brasileira de Contabilidade. Brasília, NOV/DEZ2000. NAKAGAWA, M. Introdução à controladoria: conceitos, sistemas e implementação. São Padulo: Atlas, 1999. PERÍCIA TRABALHISTA EM APURAÇÃO DE HAVERES / ESTUDO DE CASO Eliane braun Elizabeth wander hardt golff Takesh sato Orientador: Rodrigo Fiori RESUMO Conforme estudo realizado na área de perícia trabalhista, constata-se que o perito, precisa ser habilitado em um órgão de competência e de grande conhecimento na área trabalhista, como calcular os haveres de uma pessoa, ou mesmo de uma perícia na área trabalhista, deve-se saber calcular as horas extras, verbas rescisórias, apurar multas, FGTS e outras, e também ter conhecimento prático para verificar se realmente foi efetuado corretamente e como foi feito. Ter um grande conhecimento principalmente na Consolidação das Leis de Trabalho (CLT). PALAVRA CHAVE: Perícia, Haveres e Trabalhista. 1 A PERÍCIA TRABALHISTA Este trabalho propõe-se a relatar o trabalho do perito contador na área trabalhista. O nome perícia já diz, deve ser aquela procedida por peritos habilitados, a fim de examinar os livros contábeis no sentido de constatar a veracidade dos fatos registrados. Para ser um perito contábil, o mesmo deverá ser contador, com registro no CRC, ter um grande conhecimento na área contábil. Verificado também que o contador poderá atender a diversas exigências tais como: de ordem particular, judicial, fiscal, parcial e total. Na aplicação da perícia contábil constata-se também que o perito também pode atuar em outras áreas específicas. Este trabalho foi efetuado com os documentos pesquisados na Vara do Trabalho de Cascavel, e também analisados as decisões tomadas pelo juiz após a perícia executada. 2 APLICAÇÃO DA PERÍCIA CONTÁBIL Segundo D’Àuria (1962 p.17) “Perícia é conhecimento e experiência das coisas. A função pericial é portanto aquela pela qual uma pessoa conhecedora e experimentada em certas matérias e assuntos examina as coisas e os fatos, reportando sua autenticidade e opinando sobre as causas, essência e efeitos da matéria examinada”. Para Alberto (2002, p. 19) “Perícia é um instrumento especial de constatação, prova ou demonstração, científica ou técnica, da veracidade de situações, coisas ou fatos”. Os raciocínios já desenvolvidos até aqui nos indicam que perícia é um modo definido e delimitado, é um instrumento, portanto, este por sua vez é especial porque se concretiza por uma peça ou relatório com características formais, intrínsecas e extrínsecas, também definidas (o laudo pericial). Esta peça contém, por outro lado, o resultado materializado, fundamentado cientifica ou tecnicamente, dos procedimentos utilizados para constatação, prova ou demonstração conclusiva sobre a veracidade do estado do objeto sobre o qual recaiu a situação, coisa ou fato. De acordo com Magalhães (2004 p. 15). “É um trabalho de notória especialização no que diz respeito a ciência contábil, com o objetivo de esclarecer ao juiz de direito, ao administrador judicial, ou a quem contratou a perícia, fatos que envolvam ou modifiquem o patrimônio das entidades”. Conforme Nagib Slaibi Filho e Geraldo Magela Alves diz: (1999 pg. 602) Do latim peritia habilidade saber na linguagem jurídica, designa especialmente em sentido lato, a diligência, realizada ou executada por peritos a fim se que se esclareça ou se evidenciem certos fatos. Significa, portanto, a pesquisa, o exame, a verificação acerca da verdade ou da realidade de certos fatos, por pessoas que tenham reconhecido habilidade ou experiência na matéria de que se trata. Assim, a denominação dada a esta habilidade ou saber passou a distinguir a própria ação, ou investigação levada a efeito para o esclarecimento pretendido. A perícia tem como espécie: os exames, as vistorias, as avaliações. Todas elas, genericamente, também se dizem exames periciais. A perícia segundo principio da lei processual, é portanto a medida que vem mostrar o fato quando não haja por meio de prova documental ou quanto se quer esclarecer circunstancias a respeito do mesmo que não se acham perfeitamente definidas. A perícia, por via de regra, importa sempre em exame que necessite ser feito por técnicos, isto é por perito ou pessoas hábeis ou conhecedoras da matéria que se refere. O exame, a diligencia, ou qualquer medida que não tem por escopo a descoberta de um fato que dependa de habilidade técnica ou de conhecimentos técnicos, não constitui propriamente uma perícia no rigor do sentido vocábulo. Segundo Fabio de Vasconcellos Menna (2006, pg.82 e 83): Frise-se que o juiz, mesmo que possua formação técnica em outra área, não poderá aplicar seus conhecimentos ao caso concreto, dispensando a prova pericial, visto que é um órgão jurisdicional, tendo, portanto a função de solucionar o conflito de conhecimento. Salienta-se que o juiz, em face do principio do livre convencimento, não está obrigado a julgar conforme a conclusão do laudo pericial, podendo analisa-lo livremente. Também se o juiz não se convencer do laudo pericial apresentado, poderá, com força no artigo 437 do CPC, determinar, de oficio ou a requerimento da parte, a realização de prova pericial que tenha por objetivo os mesmos fatos sobre os quais recaiu a primeira, destinando-se a corrigir eventual omissão ou inexatidão dos resultados que a esta conduziu. 3 RESPONSABILIDADE MORAL De acordo com Wilson Alberto Zappa Hoog e Solange Aparecida Petrenco: (pg. 49) A autocrítica com total rigor é a mola propulsora da responsabilidade moral do perito que desprovida de preconceito e dogmas, imprime a certeza de que hoje o seu serviço deve ser melhor do que ontem e amanhã será melhor do que hoje. Pois este vivente, parte integrante da criação divina, está em constante evolução o que nos traz a certeza de que esta evolução não está indexada única e exclusivamente a cursos de reciclagem continuada, pois vai muito além a essência da sua conduta que tem como alvo a ética, estribada na dignidade moral de servir com a mais elevada das prestações de serviço, à justiça. Aquele profissional que tem a honra de iluminar o Magistrado, responde ilimitadamente pelo conteúdo de seu trabalho, atitude de assegurar a cada um com lastro e tecnologia de vanguarda o seu direito, materializado pela realização da prova contábil. A responsabilidade moral remete o profissional a um exame minucioso ético-social que vai garantir a paz, o direito de ampla defesa do sentido holístico de um trabalho sinergético de auxiliar a justiça. O dever de bem servir imprime ao profissional a fé pública de sua opinião, que corresponde necessariamente a sua responsabilidade moral. 4 RESPONSABILIDADE CIVIL E CRIMINAL Segundo Juarez de Oliveira (1997, pg. 46): De acordo com o Código de Processo Civil em seu artigo 145, determina quando a prova do fato depender do conhecimento técnico ou cientifico o juiz será assistido por perito segundo o disposto do artigo 421 do CPC que nomeará o perito fixando de imediato o prazo para entrega do laudo. Os peritos serão escolhidos de nível universitário devidamente inscrito no órgão de classe competente, respeitando o disposto do capítulo sexto seção 7 do CPC. Os peritos comprovarão sua capacidade na matéria sobre o que deverão opinar mediante do órgão profissional em que estiverem escritos no artigo 146 do CPC o perito tem o dever de cumprir o oficio no prazo que lhe assina a lei. Empregando toda a diligência; pode, todavia escusar-se do encargo alegando motivo legítimo. No caso de excesso de trabalho o prazo é o mesmo quando estipulado pelo juiz. A escusa será apresentada dentro de cinco dias contados da intimação ou do impedimento superveniente, sob pena de se reputar renunciado o direto a alegá-lo. No artigo 147 do CPC o perito, que por dolo ou culpa prestar informações inverídicas responderá pelos prejuízos que causar a parte, ficará inabilitado por dois anos a funcionar em outras perícias e incorrerá na sanção que a lei penal estabelece. 5 APLICAÇÃO DA PERICIA CONTÁBIL Segundo Valder Luiz Palombo Alberto (2002, p.113) discriminar os campos e as situações em que é possível a aplicação da perícia contábil é tarefa que somente pode ser tomada em caráter de exemplificação, pois inumeráveis são as situações em que a perícia pode atuar. Isto decorre do próprio caráter de abrangência que pode ter a perícia e no caso de perícia contábil, mais ainda, em face de ao se manifestar sobre situações, coisas ou fatos oriundos ou de natureza contábil, por extensão também tem acepção ampla, como o tem a própria ciência contábil. 6 AVALIAÇÃO, VERIFICAÇÕES E APURAÇÕES DE HAVERES Esta é senão a principal, uma das mais importantes aplicações da perícia contábil, pois que se inserem os haveres no próprio objetivo da contabilidade, o patrimônio, e, naturalmente, o grande fator determinante dos dissídios individuais ou coletivos, completos, potenciais ou latentes, se fundam, certamente nos haveres de uma entidade (física ou jurídica) que, em menor ou maior parcela de tempo encontram-se agregados ao patrimônio de outra entidade. A perícia contábil cuja finalidade principal é apontar os haveres monetariamente mensurados ou avaliados pode ser necessária em variadas situações judiciais ou não. Ações de Alimentos: Para que o juízo possa fixar os valores de alimentos devidos pelo cônjuge o responsável, de forma justa, ou seja, atender as necessidades dos dependentes, mas também avaliando a capacidade econômica daquele que responderá pela prestação pecuniária, torna-se muitas vezes necessário a realização da perícia contábil para verificar os haveres do réu. Ações de Inventário: Do mesmo modo, havendo que mensurar o patrimônio do inventariado (o de cujus) e se este detiver haveres em pessoa jurídica, ou transitoriamente retidos com aquela, para que a cada herdeiro possa ser atribuída a parte que lhe cabe, perfeitamente identificada e mensurada, a perícia torna-se quase necessária, principalmente quando na menores herdeiros, pois que as curadorias, visando preservar o interesse daqueles provavelmente requererá o exame, avaliação ou apuração pericial. Em Dissoluções de Sociedade: Quer seja a dissolução total ou parcial se de judicialmente ou por acordo entre os sócios, há necessidade de apurar os haveres dos sócios ou do sócio que se retira, para que a cada um se dê o que a si pertence com o devido rigor, não deixando margem de dúvida ou questionamento de outra ordem. Esta apuração de haveres é atividade tipicamente pericial. Em Desapropriações: Tratando-se de entidade que explore atividade econômica, os haveres totais atingidos pelo ato do poder público certamente incluem o “fundo de comercio” e este terá que ser apurado para fins de mensuração dos haveres convolados compulsoriamente em pecúnia. Em Reclamatória Trabalhista: Os haveres do trabalhador, transitoriamente retidos junto ao patrimônio do empregador, não deixam, por isso de ser haveres e como tal hão que ser apurados por perícia contábil, notadamente quando se tratar de tornar líquidas sentenças que concluíram pela obrigação de dar (entregar) tais haveres ao reclamante. Fundo de Comércio: Seja judicialmente, seja nas apurações de haveres ou para fins de avaliação, venda da empresa, fusões, cisões etc. a apuração do chamado fundo de comercio (goodwil) da entidade econômica é tarefa atribuída precipuamente a peritos contábeis, que podem ou não vir a utilizar outros especialistas em seu trabalho. Exige tal apuração grande rigor técnico e moral do indicado, principalmente conhecimento amplos não só de contabilidade, mas também de outros fatores que compõem a vida empresarial. 7 ESTUDO DE CASO Realizado pesquisa sobre a determinação de uma perícia na justiça do trabalho no qual o autor ingressou com uma Reclamatória Trabalhista, pedindo diferenças de comissões pagas ao logo do contrato de trabalho, e deferido pelo Juiz. As partes apresentaram quesitos e designaram um perito e assistente técnico. Após a determinação para a realização da perícia os profissionais foram até a sede da Empresa, em pesquisa realizada foi constatado que o autor realmente teria direito as diferenças de comissões que era o objetivo da perícia. Foi possível a apurar as diferenças de comissões pagas a menor pelo empregador com base nas Notas Fiscais de vendas mês a mês e o valor das comissões recebidas constantes nos Recibos de Pagamento de Salário. Neste caso específico o autor informou em seus pedidos que a comissão devida era de 7% sobre o total das vendas e de sua equipe e também das vendas direta efetuada pela reclamada. Diante das Notas Fiscais apresentadas (sobre o total das vendas) foi possível apurar que realmente havia haveres em favor do autor, com base nas comissões recebidas e o valor das vendas, constatou-se percentual menor recebido. Pela decisão constante na sentença observa-se que: (cópia do processo) “ Isto posto, a sentença reconheceu que o autor devia receber o percentual de 7% sobre o valor bruto das vendas realizadas”. No entanto o empregador em sua contestação informou que pagava o percentual de 6% e 1% refere-se ao descanso semanal remunerado. “... Defiro, portanto, o pagamento das comissões durante todo o contrato de trabalho”. Neste caso específico o empregador entendia que o percentual contratado era de 6% e 1% de DSR, no entanto sobre as comissões pagas no percentual de 6% não discriminou o DSR sobre as comissões, isto caracterizou as comissões pagas com o DSR acumulado o pagamento (comissões e DSR com o percentual de 7%), o que não é permitido em nossa legislação trabalhista. Pela orientação fornecida pelo perito indicado no processo, não foi juntado cópia do laudo por questão de ética, sendo que o processo no momento encontra-se em fase de liquidação de sentença pelo próprio profissional e pelas determinações, quando o processo encontra-se em poder do auxiliar do juízo o mesmo não tem autonomia de fornecer cópia sem a devida autorização. Sendo que após a devolução e conclusão do juiz o processo encontra-se a disposição do público. Outro fato verificado, a autora era empregada doméstica e que a empregadora não pagou corretamente o piso salarial devido. Após o desligamento a ex-funcionária ingressou com uma reclamatória trabalhista pedindo as diferenças salariais do período laborado. Na audiência inaugural a reclamada juntou os comprovantes de pagamento informando que não havia diferença salarial a ser paga, com base nos documentos juntados a autora verificou que houve a alteração de valores na rescisão contratual com acréscimo do algarismo “1” (valor pago 300,00), acrescentado o algarismo 1 o que totalizou R$1.300,00. Constatado esta alteração pela autora e determinado pelo juiz o serviço de perícia grafodocumendoscópicas e constatou a adulteração do valor. Com base nestes elementos a reclamada foi condenada ao pagamento das diferenças salariais pretendidas como também uma multa por litigância de má-fé, no valor de R$ 1.000,00. “a conduta da ré configurada em litigância de má-fé, pois alterou a verdade dos fatos conforme determina o artigo I7, II do CPC, e procedeu de modo temerário artigo 17, V do CPC. A penalidade encontra-se amparada no artigo 18 do CPC, e condenado a parte ré a pagar a indenização pela litigância de má-fé”. 8CONCLUSÃO No primeiro estudo de caso, verificou-se que a empresa cometeu erro administrativo pois não apurou corretamente as comissões do autor e consequentemente gerou problemas na contabilidade, pois foi apurado tudo novamente e a empresa teve que recolher todos os encargos com juros, dessa forma sacrificando o seu patrimônio líquido. No segundo caso à reclamada, cometeu uma fraude, gerando problema administrativo e também a sua idoneidade, devido a adulteração do documento. Concluído que ao efetuar pesquisas na Vara do Trabalho em alguns processos em que foi designado o perito ao efetuar a perícia na área trabalhista, verificado que o trabalho foi cauteloso e objetivo, mostrando ao juiz a veracidade dos fatos e clareza nas dúvidas que surgiram nas audiências. Podendo dessa forma o juiz ter mais certeza e segurança ao sentenciar a reclamatória trabalhista. O perito teve critérios bastante sucinto para auxiliar o juiz nas decisões em que houveram dúvidas por parte do reclamante e ou reclamada. BIBLIOGRAFIA Código de Processo Civil, Editora Saraiva, São Paulo/SP, 27ª Edição, 1997. Alberto, Valder Luiz Palombo, Perícia Contábil, Editora Atlas, 3ª edição, São Paulo, 2002. HOOG, Wilson Alberto Zappa, Prova Pericial Contábil, Editora Juruá, 3ª edição, Curitiba, 2003. Menna, Fabio de Vasconcellos, Elementos do Direito, Processo Civil, 5ª edição, Editora Premier Máxima, São Paulo, 2006. Ornelas, Martinho Mauricio Gomes de, Perícia Contábil, Editora Atlas, 3ª edição, São Paulo, 2000. SILVA, De Plácido, Vocabulário Jurídico, Editora Forence, Rio de Janeiro/RJ, 1999. CONCEITOS BÁSICOS SOBRE A FORMAÇÃO DA PERSONALIDADE PAUTADA EM SIGMUND FREUD Aylson Valeci Dalferth Carla Vanessa Rieger Claudia Luiza Mioranza Daniel Camargos de Azevedo Danieli Mioranza Debora Graziele Pizápio Lenise Antunes Pereira RESUMO O presente artigo vem em encontro a esclarecer e definir de modo simples e básico, pautado na teoria Freudiana, o que se tem definido por personalidade e o estágios de evolução da psique. Para tanto se faz necessário discutir que a formação de cada indivíduo nos remete ao desenvolvimento de sua personalidade. Percebe-se que vários conceitos atribuídos a personalidade estão baseados em termos relativos. Pois não há como limitar o estágio da maturidade a uma espécie de padrão comportamental nem cultural. A singularidade é fundamental na essência humana e fundamental para a vida em sociedade. Ao passar do tempo nota-se que respostas ao que estudiosos buscam, está na interação entre os diferentes aspectos responsáveis pela formação da personalidade, assim como: aprendizagem, percepção e motivação. Na intenção de iniciar uma trivial discussão acerca do tema começamos a estudar e pincelar o que Sigmund Freud descreveu a respeito. 1. A TEORIA PSICANALÍTICA DE FREUD Sigmund Freud despontou para o mundo em 1900 com a publicação da obra: Interpretação dos Sonhos. É considerado Pai da psicanálise. Na época era somente compreendida por enfermidades nervosas “funcionais”, que até então, eram realizadas por terapias dos estados nervosos, as quais consistiam em medicações, choques elétricos e tentativas de influenciar sob conselhos, repreensões e ameaças. De início a psicanálise sofreu rejeição, mas posteriormente tornou-se a terapia mais difundida no tratamento de problemas psíquicos. Atualmente ela abrange três aspectos: método de investigação, método de terapia e teoria da personalidade. Para tanto neste artigo vamos somente abordar o que se entende por teoria da personalidade. O estudo realizado por Freud define que a personalidade está representada nos relatos verbais de idéias, sentimentos e autodescrição dos pacientes, descrevendo nesta circunstância que casos patológicos eram nada mais que exageros das atividades normais. Outra característica da psicanálise é o fato dela ter como base os pensamentos e sentimentos dos pacientes, nos quais são resultados de lutas e acordos entre motivos, impulsos e necessidades. Por isso comportamentos semelhantes expressam diferentes forças e estas podem ser representadas por comportamentos diferentes, ocorrendo em vários níveis de consciência. 2. A QUALIDADE DA VIDA PSÍQUICA SEGUNDO FREUD O estudioso não vinculava processos conscientes aos pré-conscientes e inconscientes. Os conscientes têm como base a percepção imediata do mundo exterior e estão definidos claramente em nossa mente. Processos que podem vir à consciência são denominados de pré-conscientes, e os processos de difícil acesso são os inconscientes. Nesta teoria os processos inconscientes estão sempre presentes de forma indireta e quando se manifestam vêm camuflados com um simbolismo próprio. Estes processos são dinâmicos, apresentando uma transformação em nossos conteúdos, tendo em vista o que pode ser verdade hoje pode não ser amanhã. Existem processos que podem persistir, ser substituídos e extinguir-se. Freud afirma que os processos pré-conscientes podem irromper na consciência em qualquer tempo, podendo os mesmos ser captados pela consciência por meio de técnicas especiais. 3 DEFININDO A ESTRUTURA DA PERSONALIDADE PARA FREUD “Roubar ou não roubar.' Eis a questão'”. Conforme Freud, a nossa personalidade é composta pelo id, ego e o superego. A frase citada acima nos remete a duas situações a serem descritas. Na primeira situação, suponhamos que um sujeito resolve roubar um carro. Essa vontade de roubar pode se concretizar para seu próprio prazer vindo da necessidade real de ter um carro. No entanto, o instinto de roubar por mera satisfação é definida por Freud como “id”, sendo uma força ou um impulso que opera dentro do princípio prazeroso, e que está presente desde o nascimento. Já na segunda situação temos um sujeito que parte do princípio de obter o prazer mediante seu esforço ou trabalho, agindo de forma racional, para não mais precisar roubar. Isso Freud define como “ego”, que é a transformação do “id” por agentes do mundo externo, medindo as conseqüências dos atos destinados a sua satisfação em questão. É portanto, o equilíbrio entre o impulso do que a realidade exige como comportamento. Outro constituinte do aparelho mental apresentado por Freud foi o “superego”, que se desenvolve desde a infância, através de impostações, normas, regras e limites, que ao contrário do ego que tenta equilibrar os impulsos do id, o superego abona por completo. 4. A DINÂMICA DA PERSONALIDADE NA PERSPECTIVA FREUDIANA Cada ser humano tem uma personalidade, e essa, por sua vez é caracterizada por sua dinâmica. A dinâmica da personalidade estuda as maneiras pelas quais a energia do id é liberada ou bloqueada. Instinto é denominado por Freud como as forças que atuam nas tensões causadas pela necessidades do id. Essas forças são cobranças somáticas que atuam na vida psíquica, são impulsos orgânicos e desejos inconscientes – pulsões sem organização regídas pelo princípio do prazer que exige satisfação imediata. Os procedimentos do id não tem qualquer lógica de pensamento nem contradição. Não há relação alguma com tempo nem negação para o id. Acontecimentos diferentes podem estar interligados a uma mesma manifestação. Ele também não distingui a moral, nem o bem ou mal. Todos os demais instintos procedem de dois instintos fundamentais: Autoconservação e conservação da espécie – o qual tem finalidade de formar, manter e aumentar unidades. Destruição – ao contrário do anterior, este tem como objetivo romper ligações, diminuir a substância viva ao estado inorgânico, ou seja, sem vida. Mas isso não significa que eles não podem combinar-se. Um exemplo dessa antagonização é que ao comer, estamos destruindo um objeto com a finalidade de incorporá-lo ao nosso organismo. Porém, se ocorrerem modificações na dimensão de um dos dois instintos durante a combinação, levam a ocorrer várias conseqüências, podendo preponderar o amor ou a agressão. Por não ter qualidade, os instintos não podem atuar nem comandar imediatamente na consciência. O conteúdo do id pode ir em direção a dois caminhos distintos. O primeiro é o caminho direto, por onde os instintos passam, ou seja, deliberação dos instintos. O segundo é o caminho realizado por meio do ego ideal, que são as reações do ego ideal para a coerção dos instintos. Esse processo de liberação e bloqueio de energia é chamado por Freud de catexe e anticatexe (ou catexe contrária). Com a energia do id, o superego e o mundo exterior – três forças distintas – o ego se sente em perigo constante. Com isso surge a ansiedade que é uma reação emocional que para proteger-se da impotência psicológica, motora ou em situação de trauma, faz com que o ego entre em alerta, avisando que sua integridade está em perigo. Na teoria Freudiana se defini três tipos de ansiedade: Real – é o tipo de ansiedade em que o ego sente sem condições ou meios para enfrentar um objeto ou situação do mundo exterior tendo em vista que possa por em risco sua sobrevivência ou sua integridade psicológica. Neurótica – consiste no bloqueio total de uma necessidade do id. É uma experiência dolorosa. Complexo de culpa – é a ansiedade produzida pela consciência oral. Esse complexo ocorre quando a pessoa possui um superego muito rígido e quando pensa ou faz forçadamente algo que vá além do código moral ao qual foi educado. Esses estados dolorosos da ansiedade não podem ser controlados por muito tempo. Para escapar desse estado, o ego desenvolve mecanismos de defesa. Os mecanismos de defesa são: Projeção – ocorre quando os desejos, idéias ou pensamentos causadores da ansiedade, são descartados da consciência. E quando alguém tenta falar sobre o assunto, a pessoa resiste energeticamente. Reativa – a pessoa percebe seu impulso indesejável, porém, reage impedindo sua expressão, liberando energia do impulso imediato ao oposto. Esse tipo de indivíduo não expõe os sentimentos, a não ser, de forma exagerada. A bondade é a formação reativa da bondade, a filantropia com doses de exagero pode ser a ocultação ou impedir que venha a tona o prazer que sente diante da vulnerabilidade de outras pessoas e usam a hostilidade e ao mesmo tempo começam a falar mal ou ignorar os seus benefícios como justificativa de que eles foram ingratos ou não souberam do valor a quem tanto ajudou. Outra forma de lidar com a ansiedade é o isolamento, mas o sentimento associado a ele é reprimido. 5. A LÍBIDO DE FREUD Freud interpretou a Madona de Leonardo da Vinci como uma sublimação dos desejos libidinosos que o artista sentia por sua progenitora. Um dos maiores conhecimentos que Freud trouxe à psicologia foi quando mencionou que a experiência da infância tem uma forte influência sobre a personalidade adulta. “O desenvolvimento da personalidade envolve uma série de conflitos entre o indivíduo, que quer satisfazer os seus impulsos instintivos, e o mundo social (principalmente a família), que restringe este desejo.” (CLONINGER, 1999, p. 55). Existem cinco fases universais do desenvolvimento que são chamadas de fases psicossexuais. Freud acreditava que a personalidade estaria essencialmente formada ao fim da terceira fase, por volta dos cinco anos de idade, quando o indivíduo possivelmente já desenvolveu as estratégias fundamentais para a expressão dos seus impulsos, estratégias essas que estabelecem o núcleo da personalidade. Na fase oral, o desenvolvimento ocorre desde o nascimento aos doze meses de vida. Nesta fase a zona de erotização é a boca, as atividades prazerosas são em torno da alimentação (sucção). A fase anal ocorre durante o segundo e o terceiro ano de vida, onde o prazer está no ânus. Nessa fase a criança tem o desejo de controlar os movimentos esfincterianos e começa também a entrar em conflito com a exigência social de adquirir hábitos de higiene. Na fase fálica que ocorre dos três aos cinco anos, a área erógena fundamental do corpo é a zona genital. Freud sustenta que nessa fase o pênis é o órgão mais importante para o desenvolvimento, tanto dos homens quanto das mulheres, por isso Freud é fortemente criticado e acusado de ser falocêntrico. O desejo de prazer sexual se expressa por meio da masturbação, acompanhada de importantes fantasias. A fase de latência que ocorre desde os 5 anos e vai até a puberdade é considerado um período de relativa calma na evolução sexual, sendo que pouco é colocado por Freud com relação a tensão libidinal. Na fase genital que tem início na puberdade, o indivíduo desenvolve a capacidade de obter satisfação sexual com um parceiro do sexo oposto. “O caráter genital é o ideal freudiano do desenvolvimento pleno, que se desenvolve na ausência de fixações ou depois da sua resolução por meio de uma psicanálise.” (CLONINGER, 1999, p.63). 6. CONCLUINDO Analisando a teoria psicanalítica, a personalidade resulta do desenvolvimento de duas estruturas: o ego e o superego. A vida psíquica é composta por várias partes, sendo a mais primitiva o id, que tem por conteúdo tudo o que é herdado. Com a influência da sociedade, uma parte do id passa por uma transformação, sendo este o setor psíquico de nossa vida, que é o ego, tendo o dever de atuar na autoconservação, que é realizada de duas maneiras: 1.Processo de aprendizagem – onde ele se adapta ao mundo exterior, compreendendo as conseqüências dos estímulos, a partir disso consegue desviar a atenção daquilo que é desagradável e se aproxima das situações agradáveis. 2.Caracterização e domínio – o ego passa, a saber, lidar com a estimulação interior ou (instinto do id). É depois que se adquire esse domínio que ele seleciona o que será bom. Essa atividade do ego é direcionada por impulsos provocados pelas tensões do id, e também pelas que formam através do meio social. Quando o ego está em busca de prazer fica ansioso, respondendo as situações de desprazer, porém só deixa transparecer a ansiedade quando há um acúmulo de experiências. A satisfação realizada pelo ego vai trocando valores entre princípio do prazer pelo princípio da realidade. Existe certo predomínio de aprendizagem, consciência, memória e lógica. Em alguns casos o ego se desliga do mundo exterior. Segundo Freud, “as manifestações que ocorrem nesses estados são muito importantes para o conhecimento do aparato psíquico, porque nesses momentos vem à tona parte do que estava sendo reprimido pelo ego.” BILBLIOGRAFIA: VBREUER, J.; FREUD, S. (1895[1893]). Comunicação Preliminar. In: FREUD, S. Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. v. 2. Rio de Janeiro: Imago, 1990, p. 15-297. FREUD, S. (1895[1894]). Sobre os fundamentos para destacar da neurastenia uma síndrome específica denominada “neurose de angústia”. In: FREUD, S. Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. v. 3. Rio de Janeiro: Imago, 1990, p. 87-114. FREUD, S. (1914a). Recordar, repetir e elaborar. In: FREUD, S. Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. v. 12. Rio de Janeiro: Imago, 1990, p. 189-203. FREUD, S. (1921). Psicologia das massas e análise do ego. In: FREUD, S. Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. v. 18. Rio de Janeiro: Imago, 1990, p. 89-179. FREUD, S. (1923). O Ego e o Id. In: FREUD, S. Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. v. 19. Rio de Janeiro: Imago, 1990, p. 11-83. FREUD, S. (1926[1925]). Inibições, Sintomas e Ansiedade. In: FREUD, S. Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. v. 20. Rio de Janeiro: Imago, 1990, p. 93-201. FREUD, S. (1920). Além do Princípio de Prazer. In: FREUD, S. Escritos sobre a psicologia do inconsciente. v. 2. Rio de Janeiro: Imago, 2006, p. 123-198. O MÉTODO DE EDUCAÇÃO MUSICAL DE SHINICHI SUZUKI Solange Ferreira Bueno RESUMO A educação de uma criança é essencial para que ela tenha uma vida plena, em todos os aspectos, especialmente no aspecto emocional. O respeito à evolução da criança deve estar refletido na educação que ela recebe, por meio da utilização de métodos de ensino adequados ao seu desenvolvimento. As idéias sobre educação musical, ensinadas por Shinichi Suzuki, mostra que o ensino da música é importante para a formação geral da criança e que o método utilizado pelos professores pode deturpar ou facilitar o desenvolvimento das mesmas. O autor apresenta a educação musical como uma planta que deve ser cultivada corretamente, para que cresça e produza e, portanto, o método utilizado deve ser reavaliado. 1. DESCRIÇÃO IDEOLÓGICA DO MÉTODO SUZUKI apresenta um prólogo, afirmando que “talento não é um acaso do nascimento” (p. 9). Todos nascem com tendências naturais para aprender, mas o ambiente, muitas vezes, limita ou danifica seu desenvolvimento. O destino da pessoa está no fato de ela não poder fazer nada por ter nascido ou por ter de morrer; porém, uma vez nascidos, pode-se desenvolver habilidades, se integralizar, melhorar, desenvolver aptidões que transformam um indivíduo mediano em alguém nobre e excelente músico, por meio de uma educação musical adequada, o método da educação do talento. O ser humano deve formar sua vida, gerar frutos, pois o sentido da vida humana é a busca do amor, da verdade, da virtude e da beleza, e isso vale para todos os homens. SUZUKI explica que as crianças aprendem, com facilidade, a falar sua língua materna, o que é bastante difícil para os estrangeiros. Isso mostra que todas as crianças têm capacidade para aprender, mediante um método educacional adequado. A utilização de um método que faça uso da língua materna permite o desenvolvimento da capacidade ou do talento. O método de ensino da língua materna considera a educação desde o início de sua infância. Todas as crianças podem ser bem educadas, mesmo aquelas que apresentam atrasos na aprendizagem. O Método de Educação do Talento, desenvolvido por Suzuki, permite o aprendizado da música tal como a criança aprende sua língua materna. Educação é amor. Assim inicia a obra, propriamente dita. Suzuki considera que habilidade gera habilidade, ou seja, que uma semente, ou a criança, precisa de tempo para germinar, para aprender. O ensino da criança exige perseverança, energia e paciência. O desenvolvimento da capacidade exige a repetição constante; a prática diária desenvolve o talento, ou a capacidade. Preparação, tempo e ambiente formam a motivação. Afirma o autor que: “a personalidade de cada pessoa, isto é, suas capacidades, sua maneira de pensar e sentir, é polida e lapidada pelo treinamento e pelo ambiente” (p. 16). O ambiente mostra o que pode ser desenvolvido ou não. Talentos e qualidades especiais não são inatas ou herdadas; as influências psicológicas, vindas do ambiente, formam o núcleo da habilidade. Boas condições ambientais produzem habilidades superiores. Um ambiente superior tem maior efeito na criação de habilidades superiores. As habilidades nascem e se desenvolvem pelo trabalho das forças vitais do organismo, procurando adaptar-se ao ambiente, desde o começo da vida. “A única habilidade superior que a criança pode ter ao nascer é a de se adaptar com maior rapidez e sensibilidade ao seu ambiente que as outras crianças” (p. 21). Através do estudo musical pelo método da educação do talento, a criança se torna nobre, de mente e coração. O princípio da educação do talento baseia-se “na premissa de que o talento não é inato e que qualquer criança adquire habilidade, através da experiência e repetição” (p. 26). O movimento de Educação de Talento começou em 1945, na Escola de Música de Matsumoto. O treinamento da memória também é enfatizado, pois é importante que os alunos saibam a música de cor e não precisem consultar as partituras. A habilidade cresce com o treinamento. Uma mente pura é indispensável para se conseguir alto valor artístico e senso musical. O próprio autor foi uma criança que acreditava não possuir talento, embora praticasse cinco horas por dia. Mesmo desanimado com a lentidão de seu progresso, estava determinado a ir em direção ao objetivo, que era tornar-se um ser humano integral e equilibrado. A devoção à arte ajudou a desenvolver e educar a própria habilidade. Habilidade especial só é conseguida com concentração e dedicação completa. Demora anos para desenvolver completamente um talento (o autor indica 10 anos). Deve-se praticar e educar os talentos, repetindo atividades até que elas aconteçam naturalmente. Talento é produzido por nós mesmos, não se desenvolve sozinho. A repetição é a chave para o desenvolvimento da habilidade, que se aperfeiçoa na repetição. É preciso paciência e perseverança, não abandonar um estudo pelo meio e iniciar outro, pois assim não haverá bom resultado. Sem pressa de executar, mas sem descanso, deve-se continuar a treinar. O desenvolvimento da sensibilidade é importante, a intuição também deve ser treinada. O princípio maior da escola de Suzuki é o de que o caráter vem em primeiro lugar, depois a habilidade. O ensino da música deve ser feito com amor, e está no poder do professor educar as crianças para que sejam felizes e melhores. “Se um músico deseja ser um bom artista, precisa se tornar uma pessoa melhor. Uma obra de arte é a expressão da personalidade do sentimento e da capacidade de uma pessoa” (p.80). Na concepção de Suzuki, a linguagem da música vai além das palavras e das letras, é uma arte viva, quase mística. A educação do talento, portanto, é uma educação para a vida e deve ser uma forma educacional adequada para o desenvolvimento integral da força da vida. A pessoa não pode ser avaliada por provas, mas pelas habilidades que consegue produzir. A ação é mais importante que pensar, mas pensar e agir não podem ser separados. Quanto melhor a pessoa, mais seu pensamento é positivo e construtivo. A autocrítica serve para substituirmos uma habilidade errada por uma correta. No desenvolvimento de uma nova capacidade, o pensamento é seguido por uma ação correta, para adquirir um hábito melhor que o anterior. O prazer de brincar, leva ao prazer de tocar. “Começar dando às crianças o prazer de brincar com um brinquedo, deixando o espírito de divertimento levá-las pelo caminho certo – é assim que deveria iniciar toda a educação das crianças” (p. 91). CONCLUSÃO O método Suzuki foi criado e é praticado em todo o mundo, atualmente, por algumas escolas que vêem no ensino da música uma parte para a educação integral da criança. Embora muitos outros métodos sejam bons e possam ser adequados ao tipo de personalidade da criança, o método Suzuki leva em conta algo muito importante: o amor. Educar com amor faz a diferença. A educação integral só é possível quando o professor conduz o aluno a melhorar a si mesmo. O professor, e eu falo por experiência própria, deve estar pronto a remediar sua própria educação, se ela foi danificada por um método educacional errado, e tentar, com todas as forças, melhorar a si mesmo. Tal como afirma o autor, todos nascemos com grandes possibilidades e potencialidades, e o ambiente nos molda em muitos aspectos. Porém, se trabalharmos duro, podemos nos tornar pessoas especiais com novos talentos e habilidades. É preciso agir, com paciência e perseverança, utilizando o método de educar o talento que pode ser desenvolvido, tal como se desenvolve a personalidade de uma pessoa. O método Suzuki, quando aplicado corretamente, auxiliará a criança, o professor e os pais, e beneficiará a todos, pois a música faz parte da vida e, mediante uma educação correta, fará germinar a semente do talento dentro da pessoa, transformando-a e tornando o seu sonho uma realidade. REFERÊNCIA SUZUKI, Shinichi. Educação é amor: um novo método de educação. 2. ed. Santa Maria-RS: Gráfica Pallotti, 1994. CONCEITOS BÁSICOS DE MOTIVAÇÃO Cícera xavier Edinéia Martins Fabiani Diel Faustino Josiane de Oliveira Letícia Alves Dionizio Marislei Salles Nandréa da Silva Yu Shan Hsieh Orientadora: Heladio Balerini Resumo O objetivo desta pesquisa é explicarmos melhor a motivação, muitas empresas tem seus funcionários desmotivados e porque isso ocorre? Primeiramente vamos definir motivação como o processo responsável pela intensidade, direção e persistência dos esforços de uma pessoa para determinada meta. De acordo com Robbins (2002) existem muitas teorias de motivação são ainda provavelmente as explicações mais conhecidas sobre a motivação dos trabalhadores, são elas as hierarquias das necessidades, as teorias X e Y e as teorias dos fatores. Será abordada toda teoria de motivação as necessidades social, material, psicológica, satisfação intima, reconhecimento, auto-realização, relacionamento e amizade, ambiente de trabalho, carreira, emprego e salário enfim muitos fatores importantes para que um ser humano se sinta motivado em tudo e com todos. Dentro das organizações é importante que os funcionários se sintam incentivados e valiosos para o crescimento das empresas, mas infelizmente os executivos não conseguem entender a importância da motivação e será nesse trabalho que vamos apresentar os conceitos para elaborar programas de motivação.Uma pessoa motivada significa alguém que demonstra alto grau de disposição para realizar uma determinada tarefa. Algumas pessoas alcançam a motivação porque são esforçadas e buscam expectativas, existe a motivação através do ganho material, a do reconhecimento social e a interior da realidade pessoal entre outras. Palavras chaves: Motivação, teoria, satisfação e comportamento. 1.TEORIA DA HIERARQUIA DAS NECESSIDADES Existe uma hierarquia de cinco necessidades fisiológicas, de segurança, socias, de estima e auto-estima, e, à medida que cada uma delas é satisfeita, a seguinte torna-se dominante. Podemos afirmar que a mais conhecida teoria sobre motivação é, provavelmente, a das necessidades, de Abrahan Maslow. Segundo este autor, dentro de cada ser humano existe uma hierarquia de cinco necessidades são elas: 1) Fisiológica: Incluem fome, sede, abrigo, sexo e outras necessidades corporais. 2) Segurança: Inclui segurança, e outra proteção contra danos físicos e emocionais. 3) Sociais: Incluem afeição, aceitação, amizade e sensação de pertencer a um grupo. 4) Estima: Inclui fatores internos de estimas como respeito próprio, realização e outonomia, e fatores de estimas, como status, reconhecimento e atenção. 5) Auto-realização: A intenção de tornar-se tudo aquilo que a pessoa é capaz de ser, inclui crescimento, autodesenvolvimento a alcance do próprio potencial. Maslow separou os cincos necessidade em patamares mais altos e mais baixos. As necessidades fisiológicas e de segurança são descritos como necessidades de nível baixo, e aqueles relacionados como auto-realização são chamadas de necessidades de nível alto. A Teoria das necessidades, de Maslow foi amplamente reconhecida, especialmente entre executivos formados na prática. Isto pode ser atribuído à lógica intuitiva da teoria e sua facilidade de compreensão. Maslow não fornece comprovação empírica substancial, são vários estudos que buscaram validar a teoria não conseguiram encontrar embasamento para ela. A Teoria das Necessidades foi proposta por Abraham Maslow em 1908-1970, esta Teoria parte da idéia das necessidades subdivididas em grupos, que serão transpostos pelas pessoas à medida que forem satisfeitos os níveis inferiores. Bem por isso é representada por um triângulo configurado em níveis de hierarquia, sendo um modelo rígido de desenvolvimento contínuo, onde as pessoas “sobem” aos níveis mais altos, alcançando a auto-realização. Na base inferior da pirâmide proposta por Maslow, encontram-se as necessidades fisiológicas, com grande ênfase na preservação e sobrevivência do ser humano por serem inatas ou orgânicas, como, por exemplo, a fome, moradia (abrigo), repouso, sexo, etc. O nível seguinte constitui o segundo nível em prioridade, procurado quando as necessidades básicas estão relativamente satisfeitas, se insere no contexto da necessidade de segurança, a exemplo da proteção contra qualquer perigo real ou imaginário, a doença, o desemprego, o roubo. As necessidades sociais, que são as relacionadas com a vida associativa do indivíduo com outras pessoas, só serão consideradas para o comportamento humano quando as necessidades anteriores - fisiológicas e de segurança - estiveram relativamente satisfeitas. Exemplo deste nível são necessidades de associação, participação e aceitação por parte dos colegas, tal como amizade, afeto e amor. O nível posterior às necessidades sociais é o nível das necessidades de estima, relacionadas com a maneira pela qual a pessoa se vê e se avalia, como auto-avaliação e auto-estima. Envolve a auto-apreciação, a autoconfiança, necessidade de reconhecimento e aprovação social, como status, prestígio e consideração. O último nível, as necessidades mais elevadas no topo da pirâmide de hierarquia, é denominado de necessidades de auto-realização, podendo ser satisfeita somente pelo próprio indivíduo ao interpretar seu “eu”. Esta análise interior expressa pelo impulso interno de desejar ou querer mais, estando relacionadas com a plena realização daquilo que cada pessoa tem de potencial e considera questões como autonomia, independência, autocontrole e competência. Para Maslow, a satisfação plena de um determinado nível de necessidade jamais será alcançada, porém, estando relativamente satisfeita não significa maior motivação. Resta então para o administrador identificar em qual nível desta hierarquia encontra-se determinada pessoa, para concentrar ações que satisfaçam suas necessidades referentes àquele nível ou ao nível superior. 2.FRUSTRAÇÃO Para Maslow, é consenso entre as teorias, que as necessidades humanas atuam de diferentes formas no comportamento. Em um primeiro plano a própria manifestação das necessidades, conforme sua intensidade e natureza impulsiona as pessoas a procurar objetivos como empregos, realização pessoal ou outros interesses individuais. Em um segundo plano, a incapacidade de satisfazer uma necessidade produz um sentimento de frustração, que também pode nascer da falta de eqüidade. A necessidade insatisfeita gera outras manifestações do comportamento humano como fuga, compensação, agressão ou deslocamento. A seguir analisam-se os efeitos da frustração: a -Compensação – forma alternativa de satisfação de uma necessidade ou busca da satisfação de uma necessidade alternativa. b- Resignação – estado de desânimo. c- Agressão – comportamento de fundo emocional, ataques físicos ou verbais, associados aos sentimentos de ira e hostilidade. d- Substituição ou Deslocamento – impossibilidade de descarregar a agressão contra o objeto ou pessoa que a provocou. Daí a importância de o líder conhecer a si próprio, saber identificar o que causaria frustração em sua equipe, conhecendo o ambiente, os temperamentos das pessoas com quem convivem e procurar harmonizar estes fatores. 3.TEORIA X E TEORIA Y Segundo McGregor, um dos mais famosos autores behaviorismo da Administração, preocupou-se em compara dois estilos opostos e antagônicos de administração: de um lado, um estilo baseado na Teoria tradicional, excessivamente mecaniza e pragmática (que deu nome teoria X), e de outro, um estilo baseado nas concepções modernas a respeito do comportamento humano (a que denominou teoria Y). a) TEORIA X É a concepção tradicional da administração e se baseia em convicções errôneas e incorretas sobre o comportamento humano, Falta-lhe ambição: não gosta de assumir responsabilidades e prefere ser dirigido e sentir-se seguro nessa dependência. A sua dependência o torna incapaz de autocontrole e autodisciplina: ele precisa ser dirigido e controlado pela administração. Em função dessas concepções e premissas a respeito da natureza humana, a teoria X reflete um estilo de administração dura, rígido e autocrático e que se limita a fazer as pessoas trabalharem dentro de certos esquemas e padrões previamente planejados e tendo em vista exclusivamente os objetos da organização. b) TEORIA Y ● È a moderna concepção de administração, de acordo com a teoria comportamental. A teoria Y baseia-se em concepção atual e sem preconceitos a respeito da natureza humana. ● O homem médio não tem desprazer em trabalhar, dependendo de condições controláveis, o trabalho pode ser uma fonte de satisfação e de recompensa (quando é voluntariamente desempenhado) ou uma fonte de punição (quando é evitado sempre que possível pelas pessoas), a aplicação do espaço físico ou mental em um trabalho é tão natural quando jogar ou descansar. Em função dessas concepções e crenças a respeito da natureza humana, a teoria Y desenvolve um estilo de administração muito aberto e dinâmico extremamente democrático, segundo o qual administração é um processo de cria oportunidades, liberam potencialidades, remove obstáculos, encorajar o crescimento individual e proporcionar orientação quanto a objetivos.Administração com base na Teoria Y se caracteriza pelos seguintes aspectos ● A motivação, o potencial de desenvolvimento, a capacidade de assumir responsabilidades, de dirigir o comportamento para os objetivos da empresa, todos esses fatores estão presentes nas pessoas. ● A Teoria Y propõe um estilo de administração francamente participativos e democráticos, baseados nos valores humanos e sociais. ● Enquanto a Teoria X é uma administração por meio de controlesexternos impostos ao individua, a Teoria Y é uma administração por objetivo que realça a iniciativa individual, as duas são opostas entre si. 4. A TEORIA DE DOIS FATORES Teoria proposta pelo psicólogo Frederick Herzberg, segundo ele existem dois fatores que explicam o comportamento das pessoas no trabalho: os higiênicos e os motivacionais. De acordo com Herzberg, os fatores que levam à insatisfação são diferentes e separados daqueles que levam à insatisfação. Portanto os executivos que procuram eliminar fatores que geram insatisfação nem sempre conseguirão gerar a motivação entre os funcionários. São caracterizados como fatores higiênicos: salário, benefícios sociais, condições físicas de trabalho, modelo de gestão, relacionamento com os colegas, segurança no emprego.Enquanto esses fatores estiverem apropriados as pessoas não ficarão insatisfeitas. Fatores motivacionais são intrínsecos estão associados aos sentimentos de autorealização e reconhecimento, sugere-se a ênfase nos fatores associados com o trabalho em si ou nos resultados diretos dele, como oportunidades de promoção, oportunidades de crescimento pessoal, reconhecimento responsabilidade e realização. São características consideradas intrinsecamente e recompensadoras. A teoria de Herzberg sofreu muitas críticas, mas foram amplamente divulgados poucos são os executivos que não conhecem suas recomendações. 5. TEORIA ERG A Teoria ERG, denominada Teoria ERC em português, tem sua origem nos estudos de Clayton Alderfer é a hierarquia das necessidades de Maslow aliada a pesquisa empírica, a qual revisada foi chamada de Teoria ERG, Segundo Clayton a Teoria ERG é composta por três grupos de necessidades essenciais: Existência, Relacionamento e Crescimento. O Grupo das necessidades de Existência: Refere-se aos nossos requisitos materiais básicos, incluindo as necessidades fisiológicas e de segurança. O Grupo das necessidades de Relacionamento: Refere-se ao desejo de manter importantes relações interpessoais. Este desejo de status e sociabilidade precisa de interação com outras pessoas para ser atingido, e compara-se às necessidades sociais de Maslow e aos componentes externos de sua classificação de estima. O Grupo das necessidades de Crescimento: Refere-se ao desejo intrínseco de desenvolvimento pessoal, incluindo as características de auto-realização. Embora a Teoria ERG seja uma revisão da Teoria de Maslow, se compararmos veremos que as duas se diferem em alguns pontos. A Teoria ERG mostra que mais de uma necessidade podem estar ativas ao mesmo tempo e se uma necessidade de nível elevado for reprimida o desejo de satisfazer outra de nível inferior torna-se maior. Outro fator que difere as duas teorias é que a Teoria de Maslow segue uma progressão rígida em etapas consecutivas, enquanto que a Teoria ERG não assume a existência de uma hierarquia rígida, segundo a qual o ser humano segue linearmente a satisfação de suas necessidades, mudando de um nível inferior para outro superior quando o mesmo foi substancialmente satisfeito, pode estar trabalhando em seu crescimento pessoal, mesmo que as necessidades de existência e as necessidades de relacionamento não tenham sido atingidas ainda, ou as três necessidades podem estar operando juntas simultaneamente como motivadoras, e a frustração em tentar satisfazer uma necessidade de nível elevado pode resultar na regressão de satisfazer uma necessidade de nível inferior. Para Alderfer, a transferência de um nível para o outro não ocorre somente após a satisfação do nível inferior: Uma pessoa pode, por exemplo, estar registrando crescimento mesmo que as necessidades de existência ou de relacionamento não estejam satisfeitas ou todas as três categorias de necessidade podem estar operando ao mesmo tempo. Neste sentido, a proposta de Alderfer aproxima-se mais de uma versão revista da teoria de Maslow, onde acredita que a satisfação das necessidades não é seqüencial, mas sim simultânea, com base em dois princípios: Mais de umas necessidades podem funcionar ao mesmo tempo; na hipótese de uma necessidade na parte superior permanecer insatisfeita; Aumenta o desejo de satisfazer a uma necessidade da parte inferior. De forma geral, a Teoria ERG representa uma versão mais válida da hierarquia das necessidades. As diferenças entre as Teorias de Alderfer e as Teorias de Maslow Podemos observar algumas diferenças entre as teorias de Alderfer e as teorias de Maslow: Para Alderfer, os povos podem satisfazer as suas necessidades simultaneamente, já Maslow considera que os povos devem somente satisfazer suas necessidades na ordem apropriada. Para Alderfer, os povos têm necessidades diferentes em ocasiões diferentes, mas Maslow considerada que as necessidades dos povos seguem um único teste padrão similar. Para Alderfer, os povos podem regressar se uma necessidade mais elevada for insatisfeita, quando que Maslow diz que uma vez as necessidades de um nível dos povos são satisfeitas podem somente se mover para frente. 6. TEORIA DAS NECESSIDADES DE McCLELLAND Em David McClelland, um psicólogo americano, realizou uma pesquisa mundial para conhecer o que havia de comum entre as pessoas bem-sucedidas nos negócios, procurando detectar se as características mais observadas eram comuns entre os países. McClelland identificou dez principais competências e as dividiu em três conjuntos de necessidades ou motivos como os responsáveis pelo comportamento humano. A essa teoria chamou de Teoria da Motivação pelo Êxito e / ou Medo: Realização Busca de Oportunidades Iniciativa Correr Riscos Calculados Exigência da Qualidade Eficiência Persistência Comprometimento Planejamento e Busca de Informações Estabelecimento Metas e Planejamento e Monitoramento Sistemático Poder Persuasão de Rede de Contatos Independência Autoconfiança A Teoria das necessidades de McClelland foi desenvolvida por David McClelland e sua equipe, a qual enfoca três tipos de necessidades importantes que ajudam a explicar a motivação: Realização, Poder e Associação, que não se encontram em um nível hierárquico, mas inter-relacionam-se e se apresentam em níveis variados de intensidade nas pessoas, conforme seus perfis psicológicos e os processos de socialização aos quais estiveram submetidas. Dessa forma, a motivação no trabalho irá depender da qualidade dos arranjos entre esses três tipos de necessidades. A necessidade de Realização: Nesta teoria busca a excelência, de se realizar em relação a determinados padrões, de lutar pelo sucesso. Onde algumas pessoas parecem ter uma inclinação natural para o sucesso, buscam a realização pessoal mais do que a recompensa pelo sucesso em si, elas tem o desejo de fazer alguma coisa melhor ou mais eficiente do que já foi feito no passado. Buscam situações, em que possam assumir a responsabilidade de encontrar soluções para seus problemas, nas quais possam receber um feedback mais rápido e saber assim se estão melhorando e para as quais possam estabelecer metas moderadamente desafiadoras. McClelland acrescenta ainda que essas pessoas evitam tarefas que vêem como muito fáceis ou muito difíceis. Querem superar os obstáculos, mas para isso precisam sentir que tanto o fracasso quanto o sucesso depende de suas próprias ações. A necessidade de Poder: Nesta teoria busca a necessidade de fazer as outras pessoas se comportarem de uma maneira que não o fariam naturalmente. Onde algumas pessoas sentem o desejo de impactar, de ter influencia e de controlar outras pessoas. Os indivíduos que sentem de forma muito elevada esta necessidade, que gostam de estar no comando, buscam a influência sobre os outros, preferem estar em situações competitivas e de status e tendem a se preocupar mais com o prestigio e a influencia do que propriamente com os desempenhos eficazes, fazendo com que as pessoas se comportem de maneira que não o fariam naturalmente. A necessidade de Associação: Nesta teoria busca o desejo de relacionamento interpessoal próximo e amigável. Podendo ser comparado com as metas de Dale Carnegie, busca o desejo de ser amado e ser aceito pelos outros. As pessoas que tem essa necessidade procura amizade, preferem situações de cooperação em vez de competição e desejam relacionamento que envolva um alto grau de compreensão mútua. A base da Teoria afirma que quando um indivíduo consegue algo através de algum motivo, o mesmo meio será utilizado para resolver outros problemas. Isto caracteriza o estilo da pessoa. Essas necessidades apontadas por McClelland correspondem aos níveis mais altos da pirâmide de Maslow e aos fatores motivacionais de Herzberg. Atualmente a teoria de McClelland é utilizada para medir o Clima Organizacional de uma empresa. McCLelland afiram que em alguns executivos a necessidade de realização é tão forte que é mais motivadora que a busca de lucros. Para maximizar sua satisfação, os indivíduos com altas necessidades de realização estabelecem metas pra si mesmo que são desafiadoras, mas atingíveis. Embora essas pessoas desejam assumir um risco, elas avaliam-no com muito cuidado porque não querem fracassar. Esta teoria sustenta que diferente indivíduo tem diferentes níveis de cada motivo, mas nunca a inexistência de qualquer deles, em especial o da realização (motivação pelo êxito), aprendido inicialmente na infância. Esses motivos têm relação íntima à resolução de problemas. Sendo assim, quando o indivíduo obtém sucesso, utilizando-se de determinado meio (motivo), tenderá a repeti-lo para a solução de outros problemas, o que caracterizará o estilo da pessoa. A teoria de McClelland equivale aos níveis mais elevados da hierarquia de Maslow e se aproxima dos fatores motivacionais de Herzberg e, a exemplo deles, também não teve seus pressupostos comprovados cientificamente. McClelland obteve, no entanto, reconhecimento, à medida que suas idéias têm auxiliado largamente para a definição de Clima Organizacional (Escala para Avaliação do Clima Organizacional), como sendo um fator que aumenta a eficácia da entidade, na proporção em que contribui para o alinhamento dos interesses individuais aos da organização. Necessidade de poder Segundo McCLELLAND, as pessoas com alta necessidade de poder são muito motivadas para influenciar outros e para assumir responsabilidade pelo comportamento dos subordinados. Elas provavelmente buscam o progresso assumindo atividades no trabalho com responsabilidade cada vez maior. Portanto, evitarão tarefas que envolvam riscos demais. As pessoas com baixa necessidade de realização, por outro lado, em geral evitam desafios, responsabilidades e riscos. Necessidade de filiação De acordo com McCLELLAND, pessoas com alta necessidade de filiação têm um estilo gerencial colaborador, centrado em equipes. Eles preferem influenciar os subordinados a completar tarefas por meio de esforços em equipe. O perigo é que os gerentes com alta necessidade de afiliação podem perder sua eficácia se sua necessidade de aprovação social de amizade interferir em sua disposição para tomar decisões gerencias 7. TEORIA DA AVALIAÇÃO COGNITIVA Uma teoria sobre liderança que propõe que o estresse afeta desfavoravelmente a situação e que a inteligência e a experiência do líder podem diminuir essa influencia sobre ele. Fiedler e Joe Garcia, reconceitualizaram a teoria original. Mais especificamente, concentra-se n papel do estresse como forma de desvantagem situacional e em como a inteligência e a experiência de um líder influenciam sua reação ao estresse. Deram o nome de TEORIA DO RECURSO COGNITIVO a essa reconceitualização. A essência da nova teoria é a de que o estresse é o inimigo da racionalidade. È difícil para o líder e para qualquer outra pessoa pensar lógica e analiticamente quando esta sob forte tensão. Além disso, a importância da inteligência e da experiência do líder difere nas situações de alta e baixa tensão. Basicamente, Fuedler e Garcia descobriram que a inteligência e a experiência interferem uma na outra. Isso os levou a três conclusões: 1) O comportamento diretivo resulta em bom desempenho apenas quando vinculado à alta inteligência em situações apoiadoras e de baixa tensão. 2) Nas situações de alta tensão, existe uma relação positiva entre experiência no trabalho e desempenho. 3) As habilidades intelectuais do líder se correlacionam com o desempenho do grupo nas situações percebidas por ele como de baixa tensão. Apesar de ser novidade, a teoria do recurso cognitivo já possui um embasamento significativo em pesquisa para sua sustentação. O mais importante na verdade é que a sua maior contribuição parecer ser a inclusão do estresse como uma variável situacional relevante na equação da liderança. 8. TEORIA DA FIXAÇÃO DE OBJETIVOS É uma técnica de direção de esforços através do planejamento e controle administrativo. Para organizar e atingir resultados é preciso definir em que negocio esta atuando e aonde pretende chegar. É um sistema dinâmico que integra a necessidade da pessoa ou empresa de alcançar os seus objetivos. Na empresa é um método no qual as metas são definidas em conjunto entre administrador e seus superiores. A intenção de lutar por um objetivo é a maior fonte de motivação. Metas para conseguir um nível salarial ou um destaque profissional é uma grande motivação para o funcionário. Quando o funcionário aceita um desafio considerado difícil, o desempenho do funcionário é melhor do que quando é proposta um objetivo fácil. Quando o funcionário se compromete com o objetivo difícil, ele tende a despender um alto nível de esforço até que seja atingido o seu objetivo. As pessoas que se comprometem mais com as escolhas de que participam conduz a melhores desempenhos. Motivação, em sua conceituação literal é uma espécie de energia psicológica ou tensão que põe em movimento o organismo humano Também pode ser definida como a disposição de um indivíduo para fazer alguma coisa que ao mesmo tempo seria condicionada pela capacidade dessa ação trazer a satisfação de uma necessidade desse indivíduo. Esta necessidade seria uma deficiência física ou psicológica que torna certa ação atraente. Assim, as pessoas motivadas desempenham melhores suas tarefas do que as desmotivadas. A partir desta definição podemos compreender que uma necessidade não satisfeita gera tensão, o que estimula a vontade do indivíduo. Esta vontade desencadeia uma busca de metas específicas que, uma vez alcançadas, terão como conseqüências a satisfação da necessidade e a redução da tensão. Assim, a motivação de um trabalhador é momentânea, necessitando de outros desafios. Este modelo administrativo identificado com o espírito pragmático da Teoria Neoclássica apareceu por volta de 1954, com a publicação do livro Administração por Objetivos de Peter Drucker. Nesta época atenção até então fixada nas “atividade-meio” foi deslocada para os objetivos. Deixou-se de dar importância ao “como” administrar e passouse a focar o “porque” ou “para que” administrar. A ênfase deixou de ser a eficiência e passou a ser a eficácia. Características: Estabelecimento conjunto de objetivos entre executivo e seu superior; Estabelecimento de objetivos para cada departamento; Integração dos objetivos departamentais; Elaboração de planos táticos e operacionais; Mensuração e controle dos resultados; Sistema continuo de avaliação; Revisão e reciclagem do plano; Participação atuante da chefia; Apoio intensivo do Staff. Características dos objetivos: Os objetivos devem traduzir as aspirações fundamentais da empresa; Devem fazer com que todos os órgãos da empresa contribuam com uma parcela do esforço geral; Devem levar em conta a necessidade de varias alternativas para sua execução, assim como a relativa eficiência e o custo de cada uma delas; Devem ser comunicados a todos os interessados que cada qual compreenda as metas da respectiva função e suas relações com os objetivos fundamentais da empresa; Devem ser periodicamente re-examinados e reformulados, para serem atualizados de acordo com as mudanças das condições de mercado. Estratégia ou tática: Estratégia: é a mobilização de todos os recursos da empresa no âmbito global visando atingir os objetivos em longo prazo; Tática: É um esquema especifico de emprego de recursos dentro de uma estratégia feral. 9. TEORIA DO REFORÇO Conforme Bergamini o mundo acadêmico e principalmente administrador fora dele atribuem ás ações condicionadas pelas variáveis do meio ambiente a denominação de comportamento motivado. De acordo Bergamini pressupõem que o comportamento humano possa ser planejado, modelado ou mudado por meio da utilização adequada dos vários tipos de recompensas ou punições disponíveis no meio ambiente. É a isso que se chama de reforçadores de comportamento.Quando são administrados prêmios, está-se lançando mão do reforço positivo. A premiação oferecida após a ocorrência de um comportamento verdadeiramente desejável ilustra uma situação de feedback positivo que estimula a adoção desse comportamento de forma mais permanente. O feedback ou reforço negativo caracteriza – se como uma forma de punição que é aplicada após um comportamento indesejável e tem o poder de diminuir a freqüência do uso de tal ação chegando a extinguir especificamente esse tipo de comportamento. Já a teoria do reforço é uma abordagem comportamentalista, que argumenta que o reforço condiciona o comportamento. A teoria do reforço ignora as condições internas do indivíduo, concentrando –se apenas no que acontece a ele quando realiza uma ação qualquer. Mas não devemos ignorar que o reforço tem diversos defensores de sua utilidade como arma motivacional. Em sua forma mais pura, contudo, a teoria do reforço ignora sentimentos, atitude, expectativas e outras variáveis cognitivas que sabe se tem impacto sobre o comportamento. Os comportamentos que você assume no trabalho e a quantidade de esforço que despende em cada tarefa são afetadas pelas conseqüências de seu comportamento. Principais tipos de reforço: 1- Positivo: todo estímulo que quando está presente aumente a probabilidade de que se produza uma conduta “premiação, promoção, e simples elogio a um trabalho bem feito”. 2- Negativo: todo estímulo aversivo que ao ser retirado aumenta probabilidade de que se produza a conduta. ”Condiciona o funcionário á não se comportar de maneira desagradável atuando através repreensões chegando até demissões”. 3- Extinção: a qual se apresenta quando um estímulo que previamente reforçava a conduta deixa de atuar. 4- Castigo: igual ao da extinção, funciona para reduzir a conduta. A idéia principal desta teoria condiciona o comportamento sendo que este é determinado por experiência negativas ou positivas, devendo o gerente estimular comportamento desejável e desencorajar comportamentos não agradáveis. 10. TEORIA DA EQÜIDADE É um sentimento de justiça relativa, quando nos comparamos com os outros. Centrada nas percepções que o individuo tem sobre a justiça de tratamento em relação aos outros indivíduos da organização.Comparação de rácios esforço – recompensa entre os indivíduos. Segundo os autores da teoria, as pessoas sentem-se motivadas sempre que esperam receber da organização (seja em forma monetária, reconhecimento publico, promoção transferência ou outros) uma compensação, e avaliada pelas pessoas através da comparação entre o que recebem outras pessoas cujos contributos são semelhantes. No caso da compensação ser injusta (inferior à compensação atribuída a outras pessoas) as pessoas sentem-se insatisfeitas e tendem a reduzir as suas contribuições ou seja , se estas “injustiças” se repetirem, pode mesmo sair da organização .Quando a compensação é justa (equilibrada com a de outras pessoas) as suas contribuições continuam idênticas. Sempre que a compensação esta acima da recebida pelas outras pessoas, verifica-se a tendência para um maior esforço. A percepção da iniqüidade pode verificar – se em numerosas situações entre quais as definições de funções , as promoções, as transferências os elogios públicos, e obviamente nos salários e outras compensações monitorias. Equidade é a relação entre contribuições que o individuo dá em seu trabalho e as recompensas que recebe, comparada com as recompensas que os outros recebem em troca dos esforços empregados. É uma relação de comparação social. Focaliza a relação dos resultados para os esforços empreendidos em relação à razão percebida. A pesquisa também mostra que as mulheres costumam receber menos que os homens para trabalhos iguais, e tem expectativas mais baixas quanto a remuneração. De acordo com a teoria da equidade quando o trabalhador percebe uma injustiça, espera-se que ele faça uma destas escolhas: 1- Modificar suas entradas (fazer menos esforço): 2- Modificar seus resultados (funcionários que recebem por peça produzida podem aumentar seus rendimentos produzindo mais peças com – qualidade). 3- Distorcer sua auto imagem (eu achava que trabalhava em um ritmo moderado, mas agora percebo que trabalho muito mais do que os outros). 4- Distorcer a imagem dos outros (o trabalho de não é tão interessante quanto pensei que fosse). 5- Buscar outro ponto de referencia (posso não estar ganhando tão bem quanto meu cunhado, mas certamente mais do que meu pai ganhava quando tinha minha idade). Em relação remuneração: A. O pagamento for feito por tempo, os funcionários super - remunerados vão produzir mais do que os funcionários pagos com equidade. Os funcionários que recebem por hora vão gerar maior qualidade ou quantidade de produção para aumentar a entrada na relação e restabelecer a equidade. B. Quando o pagamento for feito por quantidade de produção, os funcionários super renumerados vão produzir menos que os funcionários pagos com equidade, mas com unidades de qualidade melhor. Os indivíduos pagos por peça produzida vão aumentar seu empenho para conseguir a equidade o que poderá resultar em melhor qualidade ou quantidade. E por isso o aumento da quantidade só fará aumentar a injustiça, já que resultará em maior pagamento . C. Quando o pagamento for feito por tempo os funcionários sub-remunerados vão produzir menos ou com menor qualidade. O empenho diminuíra, o que resultará em menor produtividade ou produção de qualidade pior, em comparação com funcionários pagos com equidade. D. Quando o pagamento for feito por quantidade de produção, os funcionários sub-remunerados produzirão um grande número de unidade de baixa qualidade, em comparação com os funcionários pagos com equidade. Os indivíduos pagos por peça produzida conseguirão assim a equidade, pois troca da qualidade pela quantidade vai resultar em aumento na recompensa com pouco aumento das contribuições. 11. TEORIA DAS EXPECTATIVAS De acordo com Robbins (2002), um indevido age de conforme a expectativa que ele tem, de que essa ação trará certo resultado, e da atração que esse resultado exerce sobre o indivíduo. Ou seja, essa teoria sugere que um colaborador se sente motivado a dedicar-se na realização de alguma tarefa quando o mesmo acredita que vai ter uma boa avaliação de desempenho, e que esta avaliação resulta em recompensa organizacionais, como promoções, aumento de salário e bonificações. Segundo Hampton (1990), as características básicas da teoria, podem ser descritas com três conceitos: Esforço; Desempenho - Esperado; Desempenho; Recompensa Esperada e Atratividade ou Validade de Recompensa. Esforço – Desempenho Esperado: Um indivíduo sente-se motivado a trabalhar porque acredita que esse esforço conduzirá ao desempenho. As crenças e expectativas de que esforços conduzem ao desempenho representam um fator na equação psicológica pessoal que irá influenciar na realização de mais esforços em seu trabalho. Robbins (2002), afirma que através da teoria da expectativa podemos compreender porque tantos trabalhadores não sentem motivados em seu trabalho, e acabam fazendo o mínimo que é necessário para manterem-se empregados. Uma das possíveis causas da falta de motivação de um funcionário é a sua convicção de que por mais que se esforce, nunca terá uma boa avaliação de desempenho. O desempenho de uma pessoa também corresponde ao seu desejo de adquirir dinheiro, pois este lhe permitirá obter tanto a satisfação de suas necessidades fisiológicas (comida, padrão de vida, conforto, etc.), necessidades de segurança (estabilidade e segurança financeira), como também a satisfação das necessidades sociais, estima e autorealização. (CHIAVENATO, 2002). Se uma pessoa acredita que melhorando seu desempenho conduza a aumento na sua remuneração, salário (dinheiro), pode vir a ser um excelente motivador do desempenho. Conforme Robbins (2002), a essência da teoria da expectativa é a compreensão dos objetivos de cada pessoa e a relação entre recompensa e alcance das metas pessoais. Robbins (2002), ainda afirma que essa teoria é um pouco idealista, pois, se as organizações recompensassem os colaboradores pelo seu desempenho, ao invés de usar critérios como tempo de casa, nível de capacidade ou dificuldade de tarefa, essa teoria teria maior consideração. CONCLUSÃO Foram examinadas varias teorias sobre motivação. Seria muito mais simples se apenas uma delas tivesse sido validada, mas não há competições entre elas pelo contrário muitas delas se complementam. A teoria da expectativa sustenta que um funcionário vai despende um alto nível de esforço se perceber que uma forte relação entre esforço e desempenho, desempenho e recompensa e recompensa e satisfação de metas pessoais. A relação desempenho-recompensa será fortalecida se o funcionário perceber que o desempenho é recompensado. Na teoria ERG a motivação será alta à medida que as recompensas recebidas pela pessoa satisfazem as suas necessidades dominantes coerentes com suas metas individuais. A teoria do reforço aparece em nosso modelo por meio do reconhecimento de que as recompensas organizacionais reforçam o desempenho individual. A recompensa tem um papel fundamental na teoria da equidade. As possíveis injustiças podem influenciar o esforço a ser despedindo. A maioria das teorias de motivação foi desenvolvida nos Estados Unidos, por isso deve ter cuidado, pois, as características dos norte-americanos são, individualismo e conquistas materiais, tanto a teoria da fixação de objetivos como da expectativa enfatizam a conquista de objetivos, bem como o pensamento racional e individualista. A hierarquia das necessidades sustenta que as pessoas começam no nível fisiológico e se movem progressivamente para o topo da hierarquia, necessidades: fisiológicas, de segurança, sociais, de estima e de auto-realização. A teoria da eqüidade obteve uma adesão muito grande nos Estados Unidos, a remuneração e a eqüidade são muito vinculadas. Mas evidências recentes sugerem que na Europa Central e do Leste, levem em conta suas necessidades pessoais, bem como seu desempenho. Em países como Rússia e outros ex-comunistas esses achados sugerem as praticas de remuneração norte-americana devem ser modificadas. O desejo de trabalhos interessantes parece ser comum a quase todos os trabalhadores, independente de sua origem cultural. Trabalhadores na Bélgica, na Inglaterra, e em Israel e nos Estados Unidos classificam trabalho interessante em primeiro lugar entre 11 metas, já em países como Japão, Holanda e Alemanha este fator ficou em segundo ou terceiro lugar. Da mesma forma, em estudo comparativo estudantes universitários nos Estados Unidos, Canadá, na Austrália e em Cingapura os itens mais bem classificados foram, crescimento, realização e responsabilidade. BIBLIOGRAFIA http://prof.santana-e-silva.pt/gestao_de_empresas/trabalhos_06_07/ppt/MotivacaoTeoriasdeconteudo.pdf http://www.12manage.com/methods_mcclelland_theory_of_needs_pt.html 02/10/08 ás 23:45 http://www.htmlstaff.org/xkurt/projetos/portaldoadmin/modules/news/article.php?storyid=1005 http://www.knoow.net/cienceconempr/gestao/teorianecessidadesalderfer.htm http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos/Teoria_de_McClelland_Motivacao_e_necessida des.htm http://www.selfhelpselfimprovement.com/pt/articles/motivation/alderfer-erg-motivationaltheory/ data 03/10/08 ás 15:30 CHIAVENATO, Idalberto. Administração Teoria, Processo e Prática.São Paulo, 3º edição, 2000. CHIAVENATO, Idalberto. Teoria da Administração II. São Paulo, 5º edição, 1990. HAMPTON R, David. Administração Comportamento Organizacional, 1990 http://www.administradores.com.br/artigos/motivacao_profissional_e_suas_terorias/21249/ ROBBINS P, Stephen. Comportamento Organizacional. São Paulo, Prentice Hall, 2002. CULTURA ORGANIZACIONAL Angela Luiza de Cristo Edna Borges de Lima Gisele Cristina Leite Jaqueline Hoffelder Marcia Cibele da Silva Nilce Lopes Simone Betiatto Paly Orientador: Rodrigo Sotana RESUMO A cultura pode ser entendida como um sistema simbólico, tal como a arte, o mito, a linguagem, em sua qualidade de instrumento de comunicação entre pessoas e os grupos sociais, que permite a elaboração de um conhecimento consensual sobre o significado do mundo.; e também como um instrumento de poder e legitimação da ordem vigente. As organizações por estarem inseridas num contexto de mudanças constantes precisam se adaptar às novas realidades com as quais se defrontam. Palavras chaves: Cultura organizacional, compreensão, mudança 1 CULTURA ORGANIZACIONAL Cultura Organizacional refere-se a um sistema de significados partilhados mantido por seus membros que distingue a organização de outras organizações. (ROBBINS, 1998, pág. 374). Ainda para o autor Robbins (1998, pág. 374), este sistema de significados partilhados é, num exame mais detalhado, um conjunto de característica-chave que a organização valoriza. A pesquisa mais recente sugere que há sete características básicas, que agregadas, apreendem a essência da cultura de uma organização. Inovação e tomada de riscos. O grau em que os empregados são estimulados a serem inovadores e assumir riscos. Atenção aos detalhes. O grau em que se espera que os empregados demonstrem precisão, análise e atenção aos detalhes. Orientação para resultados. O grau em que a administração concentra-se em resultados ou produção mais do que em técnicas e processos usados para atingir esses resultados. Orientação para pessoas. O grau em que as decisões da administração levam em consideração o efeito de resultados nas pessoas dentro da organização. Orientação para equipes. O grau em que as atividades de trabalho estão organizadas mais em torno de equipes do que em torno de indivíduos. Agressividade. O grau em que as pessoas são agressivas e competitivas mais que sociáveis. Estabilidade. O grau em que as atividades organizacionais dão ênfase à manutenção do status que em comparação com o crescimento. Para Andrade & Amboni, (2007, pág. 159), “a cultura compreende um conjunto de propriedades do ambiente de trabalho, percebidas pelos empregados, constituindo-se numa das forças importantes que influenciem o comportamento”. Ainda para os autores, “a cultura organizacional abrange, além das normas formais, o conjunto de regras não escritas que condicionam as atitudes das pessoas na organização. Por esse motivo, o processo de mudança é muito difícil, exigindo cuidado e tempo”. Os autores afirmam ainda que, para obter-se uma mudança duradoura, não se tenta mudar pessoas, mas as restrições organizacionais que operam sobre elas. A organização, apesar de não admitir, grande parte das vezes, acaba se entregando aos sistemas de valores diferentes daqueles que são sustentados dentro do ambiente de trabalho, aceitando ou até incentivando a competição entre os funcionários. Estes fatores, na realidade, interferem na ética das relações entre os indivíduos que compõem a organização. Para Andrade & Amboni (2007, pág. 159), “na cultura da organização existem pressupostos que a compõe como: normas, valores, recompensas e o poder, sendo atributo intrínseco à organização”. Ainda para os autores, o entendimento desses quatro pressupostos da cultura da organização é um ponto básico para o sucesso do diagnóstico organizacional. As Organizações são cheias de histórias e narrativas de eventos que já ocorreram, os quais podem acarretar em reforço dos comportamentos existentes e enfatizar o ajustamento destes comportamentos no ambiente organizacional. Geralmente, a cultura organizacional de uma empresa especifica o comportamento que seria considerado adequado para que os indivíduos se enquadrem no sistema social da Organização; estes elementos são conhecidos como regras e papéis culturais, os quais aparecem como formas de controle diário e de certa forma, influenciam nas relações mantidas entre os funcionários. A partir destas regras, os indivíduos são recompensados ou punidos e dependendo da organização, a violação de regras condizentes ao comportamento ético pode acarretar em sérias conseqüências. 1.2 CASE A Mitsubishi Motors anunciou recentemente que teve um prejuízo de U$$ 846 milhões em um ano fiscal, quase o triplo do que havia sido estimado. Em comparação com as concorrentes como a Honda e a Daimler-Chrysler, essa fábrica japonesa de automóveis estava com sérios problemas. O grande investimento da empresa no fraco mercado asiático de caminhões e ônibus e a sua incapacidade de responder rapidamente ao aumento da demanda por minivans e veículos do tipo utilitários/esportivo contribuíram para suas perdas financeiras. Mas a grande responsável pela situação foi a cultura profundamente arraigada da Mitsubishi. Sua cultura altamente tradicional estava mais bem adaptada ao mercado automobilístico dos anos 70 do que ao cenário atual. Katsuhiko Kawasoe, Presidente da Mitsubishi Motors, é quem vai enfrentar o grande desafio. Ele vai tentar mudar essa cultura. A divisão automobilística da Mitsubishi Heavy Industries se parece como o restante da organização. Ela “se enclausurou”, ficando fora do mundo real da concorrência. Enquanto outras empresas japonesas romperam com as convicções sobre a importância das tradições e da história, a Mitsubishi continua a fazer as coisas em seu próprio ritmo. Por exemplo, as outras empresas descartaram o conceito de emprego vitalício, por não ser mais realista em um mercado globalizado altamente competitivo. Não a Mitsubishi. Ela continua, de maneira quase arrogante a fazer as coisas a sua maneira. Quando recentemente, perguntou-se ao presidente da Mitsubishi Heavy sobre previsões de demissões na empresa, ele respondeu: “Empregos são mais importantes que lucros! não estamos pensando em retorno sobre a equidade... Se os investidores estrangeiros não vêem valores em nossas ações, que as vendam”. Foi exatamente isso que aconteceu, obviamente! Um consultor que trabalha para a Mitsubishi diz que a empresa vem sendo constrangida pela falta de incentivos pela pressão do mercado sobre seus dirigentes. Em resumo, ninguém responsabiliza a direção da empresa, por seus resultados. Quando alguma coisa dá errada, os dirigentes simplesmente dizem que seria “não-japonês” demitir pessoas e fechar fábricas. Mas isso não está ocorrendo com outras empresas japonesas. Infelizmente, o futuro não parece sorrir para a Mitsubishi. Os novos funcionários não recebem qualquer advertência sobre a importância da competitividade e da lucratividade. Pelo contrario: seus executivos continuam falando sobre o “papel especial da Mitsubishi na historia” e seu respeito ao país. “Em qualquer organização, existem as limitações a serem ultrapassadas e aquelas a serem respeitadas.” (R. Ritti and G. Funkhouser). Segundo Robbins (2002, pag. 49), “a idéia de enxergar as organizações como cultura, onde existe um sistema de convicções compartilhado por todos os membros, é um fenômeno relativamente recente”. Ainda para o autor, até meados da década de 80, as organizações eram vistas quase sempre apenas como uma forma racional de coordenar e controlar um grupo de pessoas. Conforme Robbins (2002, pag. 498), é interessante notar, entretanto, que a origem da cultura como uma variável independente que afeta as atitudes e o comportamento dos funcionários pode ser rastreada a mais de 50 anos, a partir da noção de institucionalização. Quando uma organização se torna institucionalizada, ela assume uma vida própria, independente de seus fundadores ou quaisquer de seus membros, dos bens e serviços que produz. O autor ainda afirma que a institucionalização opera para produzir uma compreensão comum entre os membros da organização, sobre aquilo que é o comportamento apropriado e fundamentalmente significativo. Assim, quando uma organização adquire uma permanência institucional, os modos aceitáveis de comportamento se tornam amplamente auto-evidenciados para seus membros, isso é essencialmente o que faz a cultura organizacional. Ainda para o autor, compreender em que consiste a cultura de uma organização, como ela é criada, sustentada, e aprendida pode melhorar nossa capacidade de explicar e prever o comportamento das pessoas no trabalho. Para Cohen (2003, pag. 206), a cultura de uma organização é muitas vezes um reflexo da cultura mais abrangente de onde saem seus integrantes. Para Robert Henry Srour (1998, pág. 174) a cultura é aprendida, transmitida e partilhada. Não decorre de uma herança biológica ou genérica, porém resulta de uma aprendizagem socialmente condicionada. Nas organizações, a cultura impregna todas as práticas e constitui um conjunto preciso de representações mentais, um complexo muito definido de saberes. Forma um sistema coerente de significações e funciona como um cimento que procura unir todos os membros em torno dos mesmos objetivos e dos mesmos modos de agir. A cultura organizacional exprime então a identidade da organização. É construída ao longo do tempo e serve de chave para distinguir diferentes coletividades. Sob o aguilhão da concorrência, irrompe a necessidade de inovar a tecnologia, alterar a forma de gerir, adotar uma nova postura moral ou mudar o processo produtivo. Nessa hora acontece um choque cultural, desorientando os agentes, podendo paralisar o dia-a-dia das atividades e, na ânsia da resistência, põe-se a nu os padrões culturais da organização. 1.3 CULTURAS NACIONAIS Nos últimos anos, a cultura vem se tornando um tema central em diversos debates na área de Estudos Organizacionais. O interesse pelo assunto surgiu principalmente em razão da conexão estabelecida entre cultura e desempenho organizacional. Entretanto, poucos são os estudos que tem pesquisado a finco a relação entre cultura organizacional e cultura nacional. Negligenciando esta relação, muitos estudos acabam tratando a organização como algo isolado do contexto nacional e social no qual ela está inserida. De acordo com Thomaz Wood Jr. (2000, pag. 34) no Brasil, os trabalhos que envolvem cultura organizacional, tanto em nível teórico como em nível de aplicação, tem sido muito influenciados pela corrente gerencialista americana. Consultores e executivos, envolvidos em processos de mudança organizacional, têm concentrado atenção e energia na importação de valores culturais e na tentativa de modificação de traços de cultura e comportamento. Busca-se com isso garantir às empresas condições para enfrentar os chamados desafios de competitividade que a concorrência em nível mundial e a abertura de mercados trouxeram. Muitas culturas nacionais colocam as relações acima das tarefas e desestimulam qualquer tipo de conversação direta que deixa os colegas constrangidos; algumas poucas, como a dos EUA, estimulam uma concentração na realização de tarefas. Para Cohen (2003, pag. 206), quanto mais aberto o estilo interpessoal habitual da organização, maior a probabilidade de que quaisquer duas pessoas interajam abertamente; quanto maior a politicagem, a competição, a agressividade e a hostilidade vigentes numa organização, maior a probabilidade de que quaisquer duas pessoas se mostrem cautelosas, uma em relação à outra; e quanto mais sociável e pessoal o clima reinante, maior a probabilidade de que duas pessoas compartilhem informações e sentimentos paralelamente ao intercambio mínimo necessário às tarefas. Pois percebemos como as pessoas são influenciadas pelo que acontece em volta delas e em geral reagem, pelo menos em parte ao que percebem como sendo as expectativas gerais. Ainda para Cohen (2003, pag. 207), a cultura organizacional geral pode ter uma poderosa influência nas relações (tanto exigidas, quanto emergentes) que ocorrem em seu ambiente. O clima da organização pode ser amigável ou hostil, e isso depende, de modo geral, de os membros da organização merecer confiança e se supor que estão motivados ou de serem objeto de suspeita e considerados irresponsáveis, as discordâncias serem ocultadas ou incentivadas, a individualidade suprimida ou promovida, e assim por diante, tudo isso fazendo diferença em termos daquilo que as pessoas trazem para seu grupo de trabalho. Toda organização tem normas gerais de algum tipo e todos os grupos da organização estão sujeitos a essas normas e as refletem de algum modo. Contudo, o reflexo nem sempre é claro porque cada grupo tende a desenvolver um caráter singular – em parte como decorrência de seus próprios integrantes. Consequentemente, as normas de um grupo serão uma elaboração, uma distorção ou um reflexo direto da cultura (costumes) da organização maior. 1.4 CLIMA VERSUS CULTURA ORGANIZACIONAL O clima organizacional mapeia o ambiente interno que varia segundo a motivação dos agentes, apreende suas reações imediatas, suas satisfações e insatisfações pessoais; desenha um retrato dos problemas que a situação do trabalho, a identificação com a organização e a perspectiva de carreira eventualmente provocam; e, por fim, expressa a distribuição estatística das atitudes coletivas ou da atmosfera social existente como metáfora de um momento determinado. Segundo Srour (1998, pág. 176) “As culturas organizacionais constituem sistemas de referencias simbólicas e moldam as ações de seus membros segundo um certo figurino. Ao servir de elo entre passado e presente, contribuem para a permanência e a coesão da organização. E, diante das exigências que o ambiente externo provoca, diante das necessidades de integração interna que se renovam de maneira incansável, formam um conjunto de soluções relativas à sobrevivência, manutenção e crescimento da organização”. 1.5 IDEOLOGIAS E CULTURAS ORGANIZACIONAIS Segundo Srour (1998, pág. 178) as ideologias podem ser definidas como núcleos que estruturam o universo simbólico. Nesse sentido, as ideologias correspondem a sistemas de princípios, valores e crenças. Expressam e justificam os interesses de agentes coletivos e orientam suas ações no confronto com outros agentes. Na medida em que as culturas organizacionais exprimem a identidade das organizações, devemos dispor de instrumentos adequados para poder classificá-las, analisálas e prever transições possíveis entre elas. O caminho para distinguir uma organização da outra é pelas ideologias. Entende-se assim que as ideologias constituem parte do núcleo estruturador das culturas organizacionais. 2 REFERÊNCIAS ANDRADE, Rui Otávio B. & AMBONI, Nerio. Teoria Geral da Administração – Das Origens às Perspectivas Contemporâneas. São Paulo: Editora M-Books do Brasil Editora LTDA, 2007. 1º Edição. COHEN, Allan R. & FINK, Stephen L. Comportamento Organizacional, Conceitos e estudos de casos. Rio de Janeiro: Editora Campus, 2003, tradução da 7ª Edição Americana. ROBBINS, Stephen P. Comportamento Organizacional. Rio de Janeiro: LTC Livros Técnicos e Científicos Editora S.A, 1998. Tradução Christina Ávila de Menezes – Revisão Cristina Bacellar. 8ª Edição. ROBBINS, Stephen P. Comportamento Organizacional. São Paulo: Editora Prentice Hall, 2002, 9ª Edição. SROUR, Robert Henry . Poder, Cultura e ética nas Organizações. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1998, 7ª Edição. WOOD, Thomaz Jr. Mudança Organizacional. São Paulo. Editora Atlas, 2000, 2ª Edição. MOTIVAÇÃO: DO CONCEITO ÀS APLICAÇÕES João Ary Miranda Martins Elizabeth Rodrigues de Mello Keila Cristina Effting Catiuscia Simone Melara Zen Vanessa Cristina Gorski Borges Orientadora: Josimara de Almeida Dalmut Resumo Administração por objetivo: enfatiza a fixação participativa de metas tangíveis, verificáveis e mensuráveis. Esta proposta é como um meio de usar os objetivos para motivar as pessoas em vez de controlá-las. Em sua ênfase é converter os objetivos gerais da organização em metas especificas para cada unidade organizacional e para cada membro individual da empresa. Para o autor a administração por objetivos operacionaliza o conceito de objetivos por meio de um processo que gera um efeito de cima para baixo na organização. A administração por objetivos é um processo participativo de planejamento e avaliação, no qual ocorre a descentralização das decisões, e pode ser iniciada a partir de um planejamento estratégico por meio do qual se estabelece metas, ainda com base no autor pode ser caracterizada pelo estabelecimento dos objetivos que é feita entre superiores e subordinados de modo que seja possível de ser alcançado e distribuído nos departamentos da empresa de maneira que cada meta é relacionada a outra, o que resulta em interatividade pessoal e conhecimento dos resultados. Ainda pode ser caracterizada pela reciclagem dos funcionários, o que os torna cada vez mais qualificados. 1 Motivação Conforme o autor Robbins (2002), há quatro ingredientes comuns aos programas de administração por objetivos, são eles: a especificidade, a decisão participativa, um período determinado de tempo e o feedback do desempenho. Para o autor os objetivos devem ser estabelecidos na forma de declaração concisa sobre as realizações almejadas. Não se deve, por exemplo, simplesmente expressar o desejo de cortar custos, melhorar os serviços ou aumentar a qualidade, estas intenções precisam ser convertidas em metas tangíveis, que possam ser mensuradas e avaliadas. Os objetivos não são fixados unilateralmente pelos chefes e então, repassadas aos subordinados. A administração por objetivos substitui as metas impostas por outras determinadas de maneira participativa. Ainda para o autor, cada objetivo tem um tempo determinado para ser atingido. Geralmente o prazo é de 03 meses, 06 meses ou 01 ano. O ingrediente final da administração por objetivos é o feedback do desempenho. É um aspecto importante avaliar constantemente os progressos em relação as metas estabelecidas. A maneira ideal de fazer isto é fornecer feedback contínuo aos indivíduos, para que possam monitorar e corrigir suas próprias ações, isto é, complementado por uma avaliação periódica por parte da chefia quando o processo é revisto. 2 A Administração por objetivos na prática De acordo com Robbins (2002) o quanto a administração por objetivos é utilizada na vida prática? As revisões dos estudos feitas para responder a esta questão sugerem que ela é uma técnica bastante popular. É possível encontrar sua utilização em diversos setores, como educação, saúde, administração pública e organizações sem fins lucrativos. A administração por objetivos oferece aos administradores um instrumento para a implementação da teoria da fixação de objetivos. Programas de reconhecimento dos funcionários, de acordo com Robbins (2002, pag. 185) os programas de reconhecimento dos funcionários podem tomar diferentes formatos. Os melhores utilizam múltiplas fontes e reconhecem tanto as realizações do individuo como as do grupo. Para o autor o reconhecimento pode ter várias formas. Você pode cumprimentar um subordinado em particular pelo seu bom desempenho, pode também enviar um bilhete ou uma mensagem por email com um elogio a respeito de algo positivo que o funcionário tenha feito. Para reforçar a coesão e a motivação dos grupos, pode celebrar sucesso das equipes. Segundo Robbins (2002) na economia atual quanto balizada e altamente competitiva a maioria das organizações, se vê sob fortes pressões de contenção de custos isto torna os programas de reconhecimento particularmente atraentes. Programas de envolvimento dos funcionários Conforme o autor Robbins (2002) o envolvimento dos funcionários tornou-se um termo genérico que cobre grande variedade de técnicas. É um processo participativo que utiliza todo o contingente de funcionários e é elaborado para estimular o crescente comprometimento com o sucesso da organização. 3 programas de envolvimento De acordo com o autor Robbins (2002) a gestão participativa é a utilização do processo decisório coletivo. Isto quer dizer que os subordinados realmente compartilham um grau significativo de poder decisório com seus chefes imediatos. Participação por representação, isto quer dizer que em vez de participar diretamente das decisões, os funcionários o fazem por meio de um pequeno grupo de representantes. De acordo como autor os dois formatos mais comuns de participação por representações são conselhos de trabalhadores. São grupos de funcionários nomeados ou eleitos que devem ser consultados quando os dirigentes tomam qualquer decisão que envolve a força de trabalho. Representante do conselho uma forma de participação por representação funcionários sentam-se fundamente com o conselho de diretoria da empresa e representam os interesses dos trabalhadores. 4 Circulo de Qualidade Grupo de funcionários que se reúnem regularmente para discutir seus problemas de qualidade, investigar as causas destes problemas, recomendar soluções e tomar as ações corretas. Planos de participação acionária para os funcionários São planos de benefícios estabelecidos pela empresa nos quais os funcionários compram ações da companhia como parte de seus benefícios. Para os autor os planos de participação acionária tem o potencial de aumentar a satisfação com o trabalho e a motivação. Vinculando os programas de envolvimento dos funcionários ás teorias sobre motivação Segundo Stephen Robbins 2002, esses programas podem oferecer os funcionários uma motivação intrínseca, aumentando as oportunidades de crescimento, responsabilidade e envolvimento com o trabalho em si. A oportunidade de tomar decisões e poder observá-la funcionando podem ajudar os funcionários nos termos de responsabilidade, realização, reconhecimento, crescimento e melhoria da auto-estima. 5 Os programas de envolvimento dos funcionários na prática De acordo com Stephen Robbins 2002, os países escandinavos têm praticado alguma forma de participação há décadas sendo que as mesmas avançaram muito mais lentamente nas Organizações da América do Norte, atualmente os programas de envolvimento dos funcionários estão se tornando a norma, mas ainda alguns administradores resistem á idéia de compartilhar o seu poder de decisão. O nome das empresas que tem utilizado este instrumento pode citar alguma “HewlettPackard, General Electric, Texas Instruments, General Motors”, mas o sucesso dos círculos de qualidade não foi absoluto, pois se tornaram populares na década de 80 por serem muito fáceis de implementar algumas organizações começaram a substituir os círculos de qualidade por outras estruturas de trabalho em equipe mais abrangentes. Os planos de participação acionária se tornaram a forma mais popular de co-propriedade para os funcionários, muitas empresas já implementaram esses planos de participação acionário. Uma recente mudança nas leis norte-americanas que englobam a maioria das pequenas empresas possa estabelecer planos de participação acionária para seus funcionários. 6 Aspectos especiais da motivação Conforme o autor Sthephen Robbins vários grupos oferecem desafios em termos de motivação; Motivando os profissionais Conforme o autor Sthephen Robbins na geração passada os típico funcionário dos dias de hoje tende a ser um profissional altamente treinado com diploma universitário e não aquele operário de fabrica. Esses profissionais costumam ser bem remunerados, para se manter atualizado, o profissional precisa estar sempre renovando seus conhecimentos e seu comprometimento com a profissão. O que motiva um profissional? O que é valorizado é o desafio no trabalho, dinheiro e promoções estão no final da lista de prioridades. Eles gostam de enfrentar problemas e encontrar soluções, também valorizam o apoio, querem que as pessoas considerem importante o que eles fazem. Houve um número crescente de empresas vem criando planos de carreiras alternativas para seu pessoal profissional/técnico permitindo que eles possam ter mais status e ganhar mais dinheiro sem precisar assumir responsabilidades administrativas. 7 Motivando a força de trabalho diversificada Para Sthephen Robbins, 2002, nem todos são motivados pelo dinheiro e nem desejam um trabalho desafiador. Os funcionários que estudam costumam dar muito valor a flexibilidade de horário do trabalho, essas pessoas se sentem atraídas por empresas que oferecem horários flexíveis. Quando se pretende maximizar a motivação desses funcionários é necessário compreender e responder a essa diversidade, podendo incluir horários flexíveis ou a permissão para os funcionários estudantes para que ajustem seus horários a cada novo semestre letivo. 8 Motivando os trabalhadores. Conforme Sthephen Robbins, 2002, em empresas como loja de varejo e lanchonetes, a questão é como motivar funcionários que ganha salários baixos e tem poucas oportunidades de aumentar os rendimentos. Esses funcionários geralmente são pessoas com baixo nível educacional e poucas habilidades seus salários ficam pouco acima do mínimo. A rede Taco Bell vem tentando motivar seus funcionários, mas com resultados limitados. A experiência foi feita com planos de incentivos de participação acionarias para cozinheiros e caixas, também oferecidos tabelas de horários e contratações, mas no período de 4 anos o resultado que se obteve foi reduzir a rotatividade de 223% para 160%. 8 Motivando pessoas que realizam tarefas. Os trabalhadores que exercem funções padronizadas e repetitivas como, por exemplo, trabalhos como os de linha de montagem, costumam ser vistos como aborrecedores e até estressantes. A motivação desses funcionários pode ser facilitada através de um processo de seleção, muitos funcionários preferem trabalhos que envolvam o mínimo possível de variedade de decisão, esses se adaptam melhor aos trabalhos padronizados. Muitos trabalhos padronizados pagam bem, o que torna as vagas fáceis de serem preenchidas embora a alta remuneração não elimine o problema. Há tarefas que são muito mais eficientemente realizadas em linhas de montagem do que em trabalhos de equipes, isso pode incluir o oferecimento de um ambiente saudável e atraente., amplas pausas de descanso, possibilidade de socialização com os colegas durante essas pausas e supervisores capazes de sentir empatia pelos subordinados. REFERÊNCIA POLÍTICAS E PRÁTICAS DE RECURSO HUNANOS Alessandra Regina da Silva Cilaine da Silva Rodrigues Cristiane Ferreira da Silva Elizângela Mattos Schoffen Jéssyca Caroline Angélico Laressa Samara Vieira Maria Rivandete Simeão de Oliveira Simone Amaral Tainná Silva Barbosa Hübner Orientador: Ronaldo Perez Vieira Resumo Sabendo da necessidade dos administradores e estudantes desta área, vimos a necessidade de esclarecer mais aprofundado RH, o presente artigo apresenta a prática de recrutamento de pessoas via subsistema de recrutamento e seleção de pessoal, o conteúdo abarca informações que permitirão, uma reflexão sobre as etapas, técnicas, fontes e processos de recrutamento, captação e atração de pessoas. A Administração de Recursos Humanos abrange o conjunto de técnicas e instrumentos que permitem as organizações atrair, manter e desenvolver os talentos humanos. A Gestão de Recursos Humanos freqüente é atribuída à função que ocupa para desenvolver, adquirir, usar e reter os colaboradores da organização. O objetivo básico que persegue a função de Recursos Humanos (RH) com estas tarefas é alinhar as políticas de RH com a "estratégia" da organização, que reservará para implantar a estratégia através dos trabalhadores. Estas tarefas podem ser realizadas por uma pessoa ou um departamento (profissionais em recursos humanos) junto dos diretores da organização. As organizações estão procurando contribuir para o desenvolvimento pessoal e profissional de seus colaboradores, através da capacitação e do incentivo para o ingresso e conclusão de Cursos de Graduação, pois a valorização do capital humano, passou a ser uma prioridade dentro das organizações visto que, se agregarmos valor às pessoas, estas se sentirão motivadas,valorizadas e consequentemente contribuirão de forma produtiva, para o alcance dos objetivos estratégicos da organização. Palavras chave: humanos, profissional, seleção, recrutamento 1 A FUNÇÃO DO RECURSOS HUMANOS 1.1 O perfil profissional de recursos humanos É fato concreto que lidar com pessoas nas organizações uma grande responsabilidade, pois a área de recursos humanos tem como objetivo principal administrar as relações da organização com as pessoas que compõe, consideradas hoje em dia, parceiras do negócio, e não mais meros recursos empresariais. Esse passou a ser o mais importante desafio interno das empresas, em plena era da informação – uma função estratégica demais para ficar centralizada e monopolizada nas mãos de poucos especialistas, que atuam simplesmente na esfera tática ou operacional. O Profissional de recursos humanos deve possuir o poder de diferenciar as pessoas com as quais lida em seu dia-a-dia, pois seres humanos são dotados de personalidades próprias, profundamente diferentes entre si, com uma história particular e diferenciada, além de possuírem conhecimentos, habilidades, destrezas e capacidades, indispensáveis à adequada gestão dos recursos humanos organizacionais. Esse profissional tem de considerar as “pessoas como pessoas”, e não como meros recursos da organização. É essencial que o profissional tenha não só uma formação humanista, mas, principalmente, que seja dotado de uma empatia profunda para estabelecer relações proveitosas com os executivos da empresa, seja com trabalhadores de “chão-de-fábrica” ou não. A gestão de pessoas é uma das áreas que mais tem sofrido mudanças e transformações nos últimos anos. O profissional de recursos humanos pode aplicar e gerenciar o processo de avaliação do perfil de funcionário e candidatos, de acordo com as necessidades especificas da organização. A Tendência atual, porém, está voltada para muito mais além: fala-se, agora, em administração com pessoas. Administrar com as pessoas significa tocar a organização juntamente com os seus colaboradores e os parceiros internos que mais entendem dela e de seu futuro. Trata-se de uma nova visão das pessoas, não mais como um recurso de uma organização, mas como um objetivo. 2 A NOVA FUNÇÃO PARA O PROFISSIONAL DE RECURSOS HUMANOS O treinamento e o desenvolvimento – juntamente com a função de buscar e escolher os melhores profissionais para a empresa – encabeçam a área de recursos humanos que deve se preocupar em treinar os funcionários para o exercício de suas tarefas presentes e, também realizar programas que visem o desenvolvimento dos empregados, para um desempenho cada vez melhor no futuro. A área de recursos humanos é responsável por ações como recrutamento, seleção, treinamento, planos de cargo e salários, contratação, remuneração e questões trabalhistas. Contudo, para uma atuação estratégica, deve, ainda, adotar medidas para desenvolver talentos e criar um ambiente de trabalho aberto a novas idéias. 3 DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS HUMANOS Segundo Ribeiro (2xxx), sistemas, processos e pessoas trabalhando de forma desalinhada alimentam informações descoordenadas que geram desatualização e descontentamento. Para garantir mercados e competências, é necessária a gestão de sistemas integrados, e para que isso ocorra de modo funcional o fator humano é de grande importância, é este fator que garantirá um bom sucesso nas mudanças ou a falha total. Ainda segundo o autor, para que a falha não exista a organização precisa garantir um ambiente propício que leve o seu staff a absorver as mudanças, e repassarem as informações de maneira mais organizada fazendo com que a empresa se torne mais eficiente. No decorrer, se a eficiência é alcançada a competitividade se torna visível e eleva o desempenho e aperfeiçoamento das equipes, que será refletido nos clientes. Por isso os executivos devem estar preparados para trabalhar com o aperfeiçoamento de lideranças e planos que levantem riscos, melhore a comunicação a cada dia, e o conhecimento seja sempre transmitido, fazendo com que novos colaboradores avancem como os demais. A educação e capacitação ou “gestão do conhecimento”, como é conhecida no meio organizacional, para colaboradores da organização é um foco cada vez mais crescente nas empresas. Com a globalização a exigência do conhecimento se torna o diferencial para o sucesso. É evidente que essa capacitação buscada e propiciada pela organização sempre estará ligada ao conhecimento especifico desejado para o sucesso e excelência dos serviços prestados pela mesma. Nessa busca pela capacitação entra a aprendizagem que “diz respeito a aquisição de novos hábitos, atitudes e comportamentos, após um treinamento específico ou novas experiências”.(...) O autor ainda referencia que na aprendizagem existem alguns princípios que devem ser aplicados durante treinamento dos recursos humanos como: O princípio da freqüência, que existe a repetição do novo método para a melhor assimilação; O princípio da formação de novos hábitos formados pela prática; Princípio da proximidade entre o tempo de ensino teórico e prático; Princípio da intensidade de estimulo na forma da passagem de informação; Princípio da receptividade do aluno ao saber do que se trata o ensinamento; O princípio do efeito diz respeito ao modo de transmissão do conhecimento, se for de uma forma agradável será mais rápido o aprendizado; Princípio de continuidade para a necessidade pelo colaborador de estar sempre assimilando novos conhecimentos. Todos estes princípios serão mais bem aproveitados se existir a motivação do colaborador, que é bem assegurada pelo inter-relacionamento entre instrutor e aprendiz, é esse gestor que elaborará os programas de treinamento, avaliará o desempenho dos aprendizes, cooperará para os levantamentos das necessidades de treinamento. O gestor deve ter grande conhecimento sobre as matérias aplicadas, estar atualizado constantemente e estar interessado no aprendizado do aluno. Para o autor os princípios não devem servir de modelo padronizado de treinamento, mas sim de parâmetro para condução de treinamentos. 4 CENÁRIOS DE RECURSOS HUMANOS Avaliação de Cenários: A área de Recursos Humanos necessita de adaptar a cenários que se modificam com certa rapidez. Os profissionais de RH precisam revelar grande capacidade de adaptação para atuar com eficácia em qualquer cenário. Cenários são apresentados sempre com duas visões: favorável e desfavorável. Seguridade social: Favorável: A previdência social fará uma reforma básica e alcançara elevado grau de eficiência, cobrindo adequadamente uma população idosa, que no inicio do século XXI, contara com mais de 7 milhões de pessoas. Desfavorável: A falência da previdência é inevitável, e todos pagarão a conta, o trará sofrimentos para milhões de pessoas. Os governantes aumentarão as contribuições de previdência para as empresas. Conflitos Sociais: Favorável: Os empregados assumirão uma postura conformista, evitando o conforto com as organizações em busca de melhorias de salários e de condições de trabalho, e as empresas viverão uma luminosa paz interna e externa. Desfavorável: O Brasil continuara com uma situação dramática quanto a distribuição de renda, com excesso de pobreza, corrupção, criminalidade e conflitos. Os governantes não implementarão programas e planos de saneamento, saúde, água, luz e habitação popular. Legislação do trabalho: Favorável: A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e seus remendos serão abolidos. A redução de burocracia e papelada será fantástica. Desfavorável: Mais de 5 mil artigos sobre as relações de trabalho serão considerados ainda insuficientes por deputados e senadores, que produzirão, com freqüência, novas obrigações legais para as empresas, aumentando a burocracia. Serviços públicos e privados: Favorável: Os serviços públicos e privados necessários ao dia-a-dia do empregado e de sua família serão melhorados drasticamente. Desfavorável: Tais serviços ficarão piores, em razão da falta de recursos e do atraso tecnológico. A disputa pelos serviços aumentará a corrupção na vida brasileira. Burocracia e desburocratização: Favorável: Será instalado no país um forte ambiente de confiança e desburocratização. As empresas, seguindo essa corrente, adotarão praticas mais liberais de controle, baseadas na confiança mútua. Desfavorável: Continuará a haver debate entre duas empresas concorrentes: uma pregando mais confiança, e a outra alegando a necessidade de controles em nome dos interesses dos acionistas. Nesse cenário, conviverão praticas mais liberais e regras de controles clássicos. Sindicalismo: Favorável: Os sindicatos amadurecerão e se sentarão a mesa com as empresas, como parceiros leais, visando a melhoria das condições do trabalho, o bem-estar do trabalhador e sua empregabilidade. Desfavorável: Aproveitando a confusão existente, os sindicatos atingirão alto grau de especialização e se transformarão em maquinas corporativas. Ecologia e Meio Ambiente: Favorável: Esse assunto será uma febre passageira. Haverá recursos para corrigir situações de agressão ao meio ambiente. Desfavorável: As pressões contra as empresas serão fortes e com intensidade crescente. Não haverá recursos para corrigir todas as situações, no médio prazo. Competição no mercado e mão-de-obra: Favorável: O mercado oferecerá farta mão-de-obra qualificada e de elevado padrão, assegurando tranqüilidade para as empresas. Desfavorável: A competição levará os indivíduos a mudarem mais de emprego, e profissionais de alto padrão serão avidamente disputados. Vencerão as companhias que tiverem ambiente desafiador e forem modernas, dispondo de excelente pacote de remuneração e benefícios, além de oportunidades de carreira. Quadro de pessoal e terceirização: Favorável: A terceirização de atividades dará um grande salto para frente, e todas as autoridades, legisladores, empresários e sindicatos, adotarão cada vez mais essa opção. Empregados efetivos e trabalhadores terceirizados conviverão harmoniosamente no mesmo local de trabalho. Esse trabalho será feito na base da confiança e de boa-fé. Desfavorável: A terceirização ficara restrita a algumas áreas já consagradas e será combatida severamente por sindicatos e legisladores. A grande empresa ficara perdida entre o discurso de que “é preciso valorizar a pequena empresa”. A terceirização será usada para contornar a burocracia trabalhista, e não por praticidade operacional. Automação e Renovação – tecnológicas das fábricas: Favorável: Independentemente do tipo de produto, a empresa passará por um rápido e profundo processo de automação e renovação tecnológica, gerando ambientes fabris. Os recursos para a automação estarão disponíveis. Desfavorável: A automação continuará a ser gradual, e preferencialmente, nas atividades com plena justificativa econômica. No mesmo parque fabril, conviverão atividades automáticas com outras, de processo tradicional e empregadoras de mão-de-obra pouco qualificada. Delegação e descentralização: Favorável: A descentralização e a delegação de tarefas serão os princípios praticados comumente, baseados na confiança mútua e na ética nos negócios. Desfavorável: Após um período de aplicação desses princípios, ocorrerá um recuo, com um retorno as formas corporativas mais clássicas. O discurso enfatizará a delegação, mas a realidade será diferente. Automação de RH: Favorável: A área de Recursos Humanos passará por rápida e eficiente automação. Desfavorável: A automação de área será gradual e demorada, dado o custo do processo. Conviverão, lado a lado, sistemas modernos e práticas tradicionais. Remuneração: Favorável: A forma de remunerar o trabalho evoluirá rapidamente, com ampla liberdade para as empresas e os departamentos estabelecem programas de incentivos. A tradicional resistência dos acionistas de pagar adicionais por um trabalho bem feito será quebrada. Desfavorável: Após um período de mudanças, voltarão as práticas parecidas com o clássico sistema de salário fixo e previsível. O Brasil continuara a ser um fornecedor de mãode-obra barata, e os salários reais não sairão dos patamares práticos no final do século XX. Aquisições de Novos Negócios: Favorável: As aquisições de empresas não serão realizadas, e os negócios existentes deverão gerar o crescimento requerido pela empresa. Desfavorável: Aquisições deverão ocorrer, o que acarretará pesado trabalho adicional pra aculturar negócio, práticas, sistemas e pessoas. A demissão de pessoal nas empresas adquiridas continuará a ser o procedimento comum. Dignidade e valorização do ser humano serão mero discurso na empresa. 5 QUAIS SERÃO OS CENÁRIOS DO RH DAQUI A DEZ ANOS? Você imagina como a sua empresa estará trabalhando na gestão de pessoas em 2020? Por meia de uma pesquisa, a PricewaterhouseCoopers constatou que três possíveis cenários farão parte deste dia-a-dia nas empresas. Segundo a pesquisa, há um modelo de RH que prevalecerá nas empresas em cada um dos cenários no mundo azul, o setor se tornará o coração da empresa; no mundo verde, o RH será o impulsionador da pauta de responsabilidade social corporativa; já no mundo laranja, o RH será visto como transacional e será, quase inteiramente, terceirizado. Apesar desta divisão, os três mundos poderão estar acontecendo ao mesmo tempo, e nos mesmos lugares, afirmou Olga Colpo, advisoty da PricewaterhouseCoopers. 6 OS CENÁRIOS Segundo a pesquisa, no mundo azul as estratégias de carreiras estarão cada vez mais complexas, e o tema risco em gestão de pessoas será levado mais a sério. Outro fator apontado refere-se a preocupação na retenção de talentos. Estes serão obrigados a destacarem-se melhor nos resultados, para não correrem o risco de serem descartados. Para Alessandro Bonorio, diretor de RH da IBM e representante do mundo azul, a cultura organizacional é fundamental nessas horas. O RH da empresa tem foco principalmente em desenvolvimento tanto interno quanto externo. Nós somos os gestores do crescimento. O mundo verde, por sua vez, está orientado a trabalhar para o cliente. Nestes casos, o sucesso das empresas é caracterizado pelas suas credenciais sócio-ambientais, o que significa que os incentivos não estarão relacionados apenas a remuneração. Representante deste cenário, a diretora executiva de desenvolvimento de pessoas do Banco Real, Mônica Cardoso, falou que a receita está na junção ética, profissionalismo e sustentabilidade. Não acreditamos na formação das pessoas, e sim na identificação de seus valores, opinou. O indivíduo, seja ele qual for, tem que estar no centro da estratégia. No mundo laranja, o papel do RH será o de recrutar pessoas, sem estar diretamente ligada com a retenção e desenvolvimento delas. O tabu de demitir os funcionários também será deixado de lado. Por outro lado, as empresas de pequeno porte utilizarão o capital intelectual como ferramenta, e trabalharão sempre com tecnologia de ponta, o que pode favorece a competição com as grandes organizações do mundo azul, por exemplo. 7 CENÁRIO EM 2010 – UMA ODISSÉIA EM RECURSOS HUMANOS O mundo está mudando com rapidez jamais vista, e a velocidade da mudança impacta as organizações de maneira muito forte. Como adaptar as essas mudanças e criar ferramentas para continuar competitivo? Como administrar as pessoas para gerar mudanças necessárias? Estaremos percorrendo, de maneira cada vez mais veloz, uma estrada que conhecemos cada vez menos. Por isso mesmo, antecipar os cenários de 2010 será um atributo não teórico, mais ligado ao verdadeiro diferencial competitivo das organizações. Os talentos humanos serão ainda mais escassos. Na eterna lei da oferta e da demanda, os profissionais talentosos escolherão as empresas que oferecerem o ambiente humano mais propicio ao seu desenvolvimento e recompensar de forma mais justa o seu real valor. No segmento de refeição, o fast food é o que mais crescerá. Já entre as modalidades, a franquia é a que mais se expandirá em 2010, as grandes lojas de conveniência continuarão a se expandir. Em resumo, o verdadeiro fator crítico em 2010 será, sem duvida, a competência, num nível de exigência muito maior, onde as pessoas serão “profissionais fora de serie” em tudo que estiver fazendo, seja a cada mês, a cada semana, a cada dia. 8 RECRUTAMENTO PESSOAL Diferença entre recrutamento e seleção: O recrutamento são técnicas e procedimentos e procura atrair candidatos que sejam qualificados para o cargo específico. O recrutamento existe quando a empresa tem necessidade de anunciar uma vaga a ser preenchida. A seleção de pessoal permite que algumas pessoas possam ingressar na empresa, ou seja, aquelas que possuem as características exigidas. Para que ocorra a admissão de um funcionário, é necessário que haja o recrutamento, e para que isso aconteça, deve-se analisar quatro pontos: - Quantidade de candidatos: se o número de candidatos for grande, as chances de encontrar um bom profissional aumentam. - Qualidade dos candidatos: o nível dos candidatos no recrutamento deve ser compatível ao exigido. - Permanência: quando há um bom recrutamento, a possibilidade de permanência do candidato é maior. - Custo do recrutamento: deve-se levar em conta o que eleva o custo do recrutamento no caso de: anúncios ludibriadores de agências inadequadas, demora para finalização do processo caso a agência seja contratada. Existem dois tipos de recrutamento, o interno e o externo. O recrutamento interno é uma das primeiras opções para a empresa, e estimula o desempenho dos profissionais que exercem outras funções dentro da empresa. Com o recrutamento interno, costuma-se promover transferências de pessoal, promoções, planos de carreira. Além disso, diminui gastos com anúncios e agências de emprego. Vale lembrar que o recrutamento interno deve ser feito somente depois de analisar os funcionários e averiguar se algum candidato tem condições de exercer tal função. O recrutamento externo existe quando há procura de candidatos que estão espalhados no mercado de trabalho. Porém, o recrutamento externo traz mais custos para a empresa, pois é necessário anunciar em jornais, rádio, contratar agências de recrutamento etc. 9 SELEÇÃO DE PESSOAL \ Atualmente, as empresas estão diante de um interessante desafio no que se refere aos seus processos de seleção de pessoal. Existe uma enorme preocupação das organizações em selecionar profissionais que, ao lado de uma necessária competência técnica e uma sólida formação acadêmica, possuam a indispensável habilidade de interagir harmoniosa e produtivamente com os demais, em favor dos resultados esperados. Como já vimos, o mundo do trabalho é composto de milhares de empregos, os quais são compostos de um sem número de tarefas, que apresentam determinadas exigências; pôr outro lado, as qualificações humanas, necessárias para a realização das tarefas, variam muito de um para outro tipo de função. As etapas de qualquer processo de seleção devem seguir determinada ordem onde podemos ilustrar alguns passo para facilitar a admissão de um novo colaborador. 9.1 Planejamento de entrevista: A entrevista tem a função de selecionar o melhor candidato, que preencha a vaga a disposição; Ler o currículo obtendo maiores informações. Sempre verificar o currículo para ver se o candidato chamado é qualificado para o cargo solicitado. Verificar todos os pontos do currículo, para ver com o candidato se todas as dúvidas foram esclarecidas. Certifique de algumas perguntas chaves para fazer ao candidato. 9.2 Desenvolvimento da Entrevista Sempre escute o candidato demonstrando interesse pelo seu currículo.Evitando emitir opiniões ou comentários. Observação do Candidato Em uma entrevista ‘e muito importante verificar a higiene do candidato; verificando se as unhas estão curtas e limpas, se ele esta vestido adequadamente e discreto para a entrevista. 9.3 Preconceito Já mais espere que o candidato seja igual a você, e também não espere que ele se igual ao antigo funcionário. 9.4 Preparação Para A Entrevista Sempre mantenha a sala arejada e limpa com cadeiras suficiente onde todos os candidatos se sintam confortáveis. Providencia uma sala para a entrevista individual, de preferência com um aviso convencional na porta, e obtenha todos os matérias necessário para a execução da entrevista. 9.5 Abertura Da Entrevista Sempre cumprimente o candidato dizendo o seu nome e o cargo que ocupa na empresa. Procure observar se o candidato tem algum problema físico que o impreca de ocupar o cargo. (Lembre-se que ‘e o medico do trabalho quem deverá decidir sobre a adequação física do candidato ao cargo, o entrevistador cabe apenas informar ao medico do trabalho sobre sua observação). Faça perguntas com algum propósito; Ex: Fale-me mais sobre suas experiências nos outros trabalhos. Sempre faca perguntas indiretas para conseguir a verdade, pois a final é importante que a pessoa fale não apenas responda. 9.6 Impressão Sobre o Candidato Impressão Bem: Chegar com antecedência para a entrevista; Revelar atitudes positivas; Apresentar um currículo bem feito e com aparência; Comportar-se naturalmente; Atem-se as perguntas; Da respostas espontâneas; Falar bem das pessoas Impressão Negativa: Chegar atrasado; Mostrar atitudes fracas; Apresentar-se muito nervosismo.: Mudar de assunto sem responder as perguntas; Criticar aos outros. 9.7 Roteiro de Entrevista Algumas perguntas chaves para avaliar a um candidato; O que você mais gosta de fazer. Qual sua formação escolar; Quanto tempo você tem de experiência? ;Quais os aspectos do trabalho que mais o estimula?; Qual o cargo de maior importância que você alcançou?; Já trabalhou em outra ária? Porque trocou? Gostou da experiência? ;Qual seria o motivo que faria você deixar a empresa?; Porque se interessou nesta empresa? ;Quais são seus objetivo para o futuro; Que cursos de treinamento você realizou? 9.8 Avaliação Da Entrevista Após da entrevista registre as informação sobre o candidato para evitar esquecimentos. Quando anotar comentários, você deve ser bastante perspicaz em relação ao comportamento que o candidato teve durante a entrevista. Lembre-se que a entrevista é uma sintuação criada para obter algum conhecimento dos entrevistado, facilitando em uma escolha. Questão Salarial. Compare o ultimo cargo com o atual e veja a diferença de salário. Faça uma proposta razoável. Cargo É importante você fornecer informação objetiva sobre a vaga existente. A Empresa Venda a imagem da empresa para o candidato; A empresa de modo geral. Os beneficio oferecidos O ambiente da empresa Política da empresa Colaboradores da empresa. Encerramento Demonstra que a entrevista chegou a o final diga ao candidato que ele saberá o resultado da seleção, seja claro a relação à data, despensa com a mesma cordialidade que você demonstrou durante a entrevista. Roteiro Referenciais Profissionais Conduta Pessoal: Relacionamento com colegas ; Relacionamento com chefes e superiores; Assiduidade Pontualidade; Lealdade; Honestidade; Conduta Profissional: Desempenho Profissional; Tipo de Potencial Para Promoção; Cargo mais alto que ocupou; Pontos fortes; Limitação Demissão: Motivo ; ossibilidade de admissão caso houvesse oportunidade. 10 PROGRAMAS DE TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO Robbins(2002), em seu livro “Comportamento Organizacional, fala sobre Programas de Treinamento e Desenvolvimento, o qual diz ser muito importante para as empresas. Pois com o passar do tempo vão surgindo novas tecnologias as quais os funcionários devem se aperfeiçoar para melhor desenvolvimento e desempenho dentro da empresa. Em seu livro ele cita que muitas empresas norte-americanas gastam bilhões de dólares com esses treinamentos. Ainda em seu livro Robbins sita tipos de treinamentos, os quais ele resumiu em quatro categorias básicas de habilidades – linguagem, técnica, interpessoal e solução de problemas. Ele ainda discute sobre o treinamento ético. O autor ainda comenta sobre Métodos de Treinamento, os quais são classificados como formais ou informais, e no trabalho ou fora do trabalho. Formal sendo aquele planejado com antecedência e com formato estruturado, porém ele alega que o método mais utilizado pelas organizações é o informal – não estruturado, não planejado e facilmente adaptável às situações e aos indivíduos. Seguindo em seu livro Comportamento Organizacional, ele nos trás tópicos como “Individualização do Treinamento Formal Para ajustar-se ao Estilo de Aprendizado do Funcionário” e “Desenvolvimento de Carreira”. Entretanto dentro do tópico “Desenvolvimento de Carreiras”, encontramos: As Responsabilidades da Organização, o qual nos trás quatro tipos de ofertas de apoio aos funcionários para que continuamente melhorem suas habilidades, capacidades e conhecimento, onde se incluem os seguintes – A comunicação clara das metas e das futuras estratégias da empresa; Criação de oportunidades de crescimento; Oferta de assistência financeira e Oferta de tempo para que os funcionários se eduquem. Ainda dentro do tópico “Desenvolvimento de Carreiras” esta: As Responsabilidades dos Funcionários, onde diz que os funcionários devem ministrar suas carreiras como empresários que cuidam de um pequeno negocio. Então nos trás também algumas sugestões que são consistentes com a visão de que você, e apenas você, é o responsável básico pela sua carreira, as quais são: Conheça a si mesmo; Administre sua reputação; Construa e mantenha contatos; Mantenha-se atualizado; Equilibre suas competências especializadas e generalistas; Documente suas realizações e Mantenha suas opções em aberto. 11 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO Ribeiro diz em seu livro “Gestão de Pessoas”, que em uma empresa, seja ela de qual ramo for, é essencial a Avaliação de Desempenho, pois, é através desta avaliação, que o gerente ou dono da empresa fica sabendo qual tem sido a atuação e o desempenho profissional de seu funcionário, se ele está, ou não, satisfazendo as necessidades da empresa. É, no entanto, neste momento que o gerente cita as realizações e pontos positivos de seu funcionário, mas também, é o exato momento para se estabelecer os novos desafios e identificar pontos a serem melhorados por parte dele, com isso o funcionário se sente motivado e mais confiante naquilo que faz. Robbins em seu livro “Comportamento Organizacional”, revela que a Avaliação de Desempenho oferece para a empresa informações de suma importância para tomada de decisões. Decisões estas como promoções, transferências, demissões, identifica também, se há ou não, necessidades de treinamento pessoal e desenvolvimento. As avaliações, com tudo, atendem ao propósito de como a empresa em si, vê o trabalho de seu funcionário, oferecendo o chamado Feedback aos funcionários e ainda proporciona ao gerente ou dono da empresa, informações de quem está apto para receber aumento de remuneração por mérito e outras recompensas que a organização dispõe. O autor ainda dá sugestões de como obter um avaliação mãos precisa e exata de cada funcionário, como: enfatizar mais os comportamentos do que os traços; documentar os comportamentos de desempenho em um diário; utilizar múltiplos avaliadores; avaliar seletivamente; treinar os avaliadores e oferecer aos funcionários um processo legal e vantajoso. Segundo o autor, enfatizando estes itens, com certeza, tanto o funcionário como a organização se satisfazerá com os resultados obtidos. 12 RELOCAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS As organizações se expandem e se instalam em vários locais,dependendo das necessidades dos seus negócios.isso acontece por diversos fatores um deles é porque nem sempre encontram profissionais adequados as suas necessidades,nesses casos o RH precisa adotar política adotada para a movimentação. Segundo Ribeiro a relocação de recursos humanos é uma mudança de local trabalho,mudança de a domicilio por prazo indeterminado,atendendo assim os interesses da empresa. Diz também que o propósito de uma política de relocação de pessoal é estabelecer um programa para disponibilizar gerentes e profissionais, técnicos, e especialistas para diferentes unidades. Oferece alguns benefícios para o funcionário como: Viajem pagas, transporte de pertences/mudança/hospedagem/alimentação e outros. BIBLIOGRAFIA RIBEIRO, Antonio de Lima. Gestão de Pessoas .editora Saraiva, SãoPaulo, 2006 ROBBINS, Stephen Paul. Comportamento Organizacional. Tradução Técnica Reynaldo Marcondes. 9ª ed. São Paulo: Prentice Hall,2002. RIBEIRO, Antonio de Lima.Gestão de Pessoas.1 ª Ed. São Paulo:Saraiva,2006. CHIAVENATO, I .Recursos Humanos (ed compacta). São Paulo: Atlas, 1986. LUCENA, M. D. S. Planejamento de Recursos Humanos. São Paulo: Atlas, 1990. TAYLOR, F. W. Princípios de Administração Científica. 5 ª Ed. São Paulo:Atlas, 1963 FAYOL, H. Administração Industrial e Geral.São Paulo : Atlas, 1968. Serviço Social X Empresas Privadas Sandra Luisa de Oliveira Pavan Iracema Alamo Maria Fatima Dalamaria Sandra Luisa de Oliveira Pavan Orientador: Resumo Com o final do Feudalismo, o início do capitalismo, com revolução industrial, as expressões da questão social se tornaram muito presentes, o povo agora assalariado, vendendo sua mão de obra, sem estrutura de sobrevivência sofria as conseqüências dessa transformação. Para Marx 12 nem sempre o interesse do capital é o interesse da sociedade, o poder está nas mãos de poucos, levando a desigualdade que a cada contexto histórico, se torna mais presente na sua existência, na realidade concreta que hoje é covardemente mascarada, tornando o homem cada vez mais dependente do capital, num processo de dominação. Palavras chaves: Capital, Transformações, Serviço Social, Conhecimentos, Intervenção 1 Serviço Social Nada mais é incompreensível que o egoísmo do homem como a alienação que para Hangel 13 o ser humano, o homem é equivalente à autoconsciência, consequentemente, toda a alienação do ser humano se reduz a alienação da autoconsciência. Para Martinelli a caminhada do trabalhador se deu oposta a da burguesia, deixou suas terras para um trabalho assalariado que mal conseguiam se sustentar enquanto a burguesia se enriquecia. O intenso desenvolvimento do capitalismo, em sua fase mercantil, se fez acompanhar da criação de uma força de trabalho assalariada e destituída de meios de produção. A trajetória do trabalhador se deu em rota oposta à da burguesia, pois à medida que ela foi determinada seu alisamento dos meios de produção, a começar da terra, passando em seguida por suas atividades artesanais, o trabalhador foi sendo compelido a se submeter ao trabalho assalariado indispensável para prover sua subsistência familiar. MARTINELLI (2005:32) Buscando em seu processo histórico, Martinelle em seu livro Serviço Social se refere as três vertentes do capitalismo, com ênfase na terceira vertente, inicialmente pela idéias de Marx, o capitalismo passa da fase de simples produção para uma nova fase a de relações sociais de produção, uma nova estrutura social, com a economia nas mãos de poucos surgindo uma nova classe social, aqueles que nada tinham a não ser a sua força de trabalho para vender. Com a traumática ruptura entre o homem e a terra, com a falsa liberdade do trabalho, o acumulo e aumento da pobreza, durante muito tempo segundo Martinelli (2005: 57), a Burguesia utilizava do seu poder para manipular dispositivos legais, tanto nas condições de trabalho como nos salários, agora o Homem era 14ser de outro. Editora Martin Clarete – coleção e Obra prima - Manuscritos Econômicos-Filosóficos de Karl Marx Pensamento de Hengel escrita pela Editora Martin Clarete – coleção e Obra prima - Manuscritos EconômicoFilosóficos (2005: 180) 14 Martinelle enfoca a idéia de Hangel (1941, v 2:50) significando o extremo estado de alienação, as pessoas se tornam coisas, e não mais pertencem a si mesmas. 12 13 Para Iamamoto (2005: 125) o aparecimento da questão social está diretamente relacionada à generalização do trabalho livre, com o seu passado recente de escravidão, e a economia moldada pelo capitalismo, a força de trabalho se torna uma mercadoria, e a sua sobrevivência está vinculada ao trabalho, sujeita a exploração desenfreada do capital. Na década de 1920 com a exploração abusiva por parte do capital as expressões da questão social aumentam, ao contrário que se pensava o proletariado não era portador de uma 15ignorância natural, fruto de baixo nível cultural eles lutavam pelos seus direitos então se eles são portadores de consciência houve a necessidade do controlar a força do trabalho. [...] a luta defensiva que o operário desenvolve aparecerão em determinado momento, [...] como uma ameaça a seus mais sagrados valores, a moral, a religião e a ordem publica. Impõe-se, a partir daí a necessidade do controle social da exploração do trabalho. A compra e a venda dessa mercadoria saem da pura esfera mercantil pela imposição de uma regulamentação jurídica do mercado de trabalho através do Estado. IAMAMOTO (2005: 127) Mesmo com várias leis criadas em favor do trabalhador livre enquanto cidadão lhes era negado esses direitos na prática. [...] o operário era possuidor de direitos que a própria revolução francesa proclamara, entre os quais se colocava desde o direito à liberdade e à vida digna [...] Ocorre que tal sociedade plena de contradições, negava na prática, aquilo que anunciava no discurso. MARTINELLI (2005:61) O homem é o que é, por natureza ou condição de classe, de poder, não avalia seus interesses no ponto de vista moral e da ética Marx em seu livro o Capital ele afirma: Deixando de lado os motivos de índole nobre, o interesse mais egoísta impõe às classes dominantes que eliminem todos os obstáculos legalmente removíveis que estorvam o progresso da classe trabalhadora [...] Uma palavra para evitar possíveis equívocos; não foi róseo o colorido que dei as figuras capitalista e do proprietário de terra. Mas aqui, as pessoas só interessam na medida em que representam categorias econômicas, em que simbolizam relações de classe e interesses de classe. (Marx, 1980, I: 6.) O Serviço Social nasceu dessa necessidade, do Estado, do Capital junto com a igreja Católica, para amenizar as expressões da questão social, trabalhar para o mundo capitalista, servir como ponte intermediaria entre capital e proletariado. O Assistente Social, ao mesmo tempo em que deverá atuar no sentindo de garantir ao trabalhador e a sua família um nível de vida moral, físico e econômico normal, e a correta aplicação das leis trabalhista, deverá combater o absenteísmo, o relaxamento no trabalho, velar pela moralidade, [...] “o agente de ligação entre patrão e operário”. Atendendo a um a outro [...]. IAMAMOTO (2005:209) Serviço Social é uma profissão de nível superior, regulamentada por lei e seus princípios estão definidos no código de ética do Assistente Social e atua nas expressões da questão social, novas áreas de atuações estão surgindo, a necessidade de instituições privadas e escolas requererem os serviços da assistente social. No processo histórico da profissão podemos analisar a dificuldade de romper com a idéia de assistencialismo, de serem profissionais e não caridosas. Visão da burguesia na década de 1920 – enfocada por IAMAMOTO – Relações Sociais e serviço Social no Brasil (2005: 205) 15 As transformações economias e capitalistas tem sofrimento muitas transformações nesses últimos 20 anos, afetando e mudando o comportamento das empresas em relações aos seus funcionários e comunidade. Com isso as 16empresas vêem forçadas a adotar medidas mais responsáveis em suas ações, como a Responsabilidade Social empresarial que é a práticas de gestão, ações sociais internas e externas, que a empresa gerência, realiza e investem, essas ações devem ser distributivas, sustentável e transparente relacionadas à execução de ações de cunho social e de forma continuada dentro da cadeia de negócios. As empresas agora prestam contas das suas ações para os funcionários, à mídia, ao governo, ao setor não governamental e ambiental e também com a comunidade onde está inserida, promovendo assim a imagem da empresa como um todo e levando ao crescimento econômico, possibilitando a prevenção de riscos futuros, como o impacto ambiental ou processos judiciais. Para que isso aconteça, existe que envolvem uma equipe de profissionais, tais como assistentes sociais, administradores de Recursos Humanos, levando a uma maior segurança frente às dificuldades dos setores público e privado no combate às mazelas sociais do país, além do Estado o setor privado também está voltado para o atendimento das necessidades coletivas da sociedade. Uma visão interessante e que merece ser citada é a do Sr. Edson Luis Cardoso Araújo, gerente administrativo da Empresa ARAUPEL S.A “Não há mais espaços para empresas que não se preocupam com a saúde, a qualidade de vida de seus funcionários e familiares [...]” e ainda “para aquelas empresas que não oferecem um ambiente adequado de trabalho [...]. para que 17ele possa trabalhar motivado e assim produzir mais e com melhor qualidade aquilo que ele antigamente fazia por obrigação ou necessidade”. Outra citação importante quando o Sr. Edson no seu modo de ver e gerencia a empresa afirma que “[...] uma empresa somente poderá ser considerada responsável socialmente quando ela priorizar o Ser humano.”. Veicular o Serviço Social as empresas, analisar a relevância e a necessidade do profissional dentro da instituição é um grande desafio. Pouco se fala nos cursos sobre o serviço social nas empresas privadas, as matérias são voltadas geralmente, para a área pública, no contexto da modernização, no desenvolvimento industrial, as empresas contratavam assistentes sociais no intuito de contribuir na produtividade e nos lucros, e para criar programas para amenizar conflitos internos. Segundo a Assistente Social Caren em sua Monografia (2002) a intervenção do Serviço Social na Empresa incorpora novas demanda, sendo uma das experiências mais ricas da profissão, mais pronunciada nas empresas privadas do que nas empresas estatais. Na empresa é fundamental que a Assistente Social tenha condições de compreender as necessidades funcionais, identificar alternativas de encaminhamentos dessas demandas e ter argumentação e negociação que considere os limites institucionais, inserida dentro de uma equipe interdisciplinar que atuam em programas que englobam a Política de Recursos Humanos, destacam-se os programas de Prevenção e Tratamento do Alcoolismo, Tabagismo, DST/AIDS, diabetes, combate ao Stress, acompanhamento as comissões de Prevenção de Acidente, os programas de Qualidade de Vida, as ações e orientações sobre legislação Previdenciária, programas de integração familia-empresa, além da abordagem sócio-funcional às situações conflituosas que possam ser originadas das relações de trabalho. Merece ênfase ainda o potencial educativo da profissão nas experiências de Capacitação/Treinamentos de gerentes, supervisores e demais trabalhadores em temas referentes as situações de trabalho. 16 17 Tese defendida na Monografia da Assistente Social Carem da Empresa Araupel S.A O funcionário. O poder institucional terá que ser sustentado pelo poder de influência, pela capacidade de relacionamento interpessoal e pelo respeito às competências requeridas pelas responsabilidades dos cargos. A relação “mandar-obedecer” terá que ser substituída pela interação de experiências, pelo diálogo, pela participação e pelo comprometimento com resultados de trabalho. LUCENA ({1995:59}). Aliviar expressão da questão social, servindo como suporte, “ponte” entre o capital e o proletariado, eu, particularmente não gosto do significado da palavra “ponte” algo suspenso que pode cair, deixa as pessoas sem rumo tendo somente uma direção, a profissão Serviço Social não é uma profissão somente para resolver problemas dos funcionários, mas são preparadas para educar ensinar, preparar o individuo para ser cidadão de direito. Segundo Lucena (2005:30) “um povo educado é um povo livre” ou “um povo livre é um povo educado”, os Recursos Humanos possui uma nova postura de comunicação entre capital-trabalho, e um dos seus principais objetivos é o bem estar do trabalhador, fazer com que os representantes do capital acreditem que os trabalhadores são seres humanos e não máquinas, e que são capazes de empenhar positivamente suas funções quando produtividade-reconhecimento-realização-satisfação entre as duas partes andarem no mesmo sentido, na mesma direção. [...] Com relação à sua força de trabalho, falta ainda, uma política de Recursos Humanos que identifique claramente o que a empresa pensa sobre seus recursos humanos, qual a sua importância para o desenvolvimento empresarial e o que espera dele. [...], o investimento no seu desenvolvimento e reciclagem tecnológica, no maior aproveitamento interno, através de planos de sucessão e de facilidades de carreira, abrindo espaço para o comprometimento com o trabalho e a integração com os objetivos empresariais. LUCENA (2005:39) Através da educação e do profissionalismo os empregados terão uma oportunidade de serem livres, e automaticamente um funcionário satisfeito com o seu lado profissional, cultural e com os seus direitos garantidos, reduzindo a alienação e tendo o seu tempo ócio para o seu bem estar social e da família, ele produzirá mais, trazendo mais lucro ao capital e podendo assim vender melhor sua força de trabalho, precisamos do capital para sobreviver, por que não fazer uma junção entre funcionários x capital. Hoje o que vemos a busca em atender as necessidades dos funcionários em forma de benefícios oferecidos pelas empresas e seus projetos sociais, tendo uma visão do todo, ainda vemos muitos funcionários com stress, e insatisfeitos no seu campo de trabalho, gerando assim baixa produtividade, insatisfação social acarretando alto custo para o empregador, como Lucena (2005:53) refere que a própria etimologia da palavra trabalho tem vários conceitos como, ação, fadiga, produto, sofrimento, peso, carga, “o trabalho como uma benção” ou o “trabalho como um castigo” cita também “o trabalho como contribuição social” ou “o trabalho como exploração econômica” ou meio de vida, seja qual for o significado, temos a certeza que é o trabalho que faz esse mundo funcionar, e é através dele que o homem se transforma. As empresas devem treinar seus funcionários, através de projetos educativos e culturais, assim verão nos benefícios algo que agrega valores, não somente uma obrigação da empresa. 18Precisamos ensinar, educar, oferecer meios dignos de trabalho para depois cobrar. 18 Frase dita pelo Sr. Edson Bueno Gerente de Recursos Humanos da Empresa Araupel S.A em uma reunião realizada no setor. Uma nova demanda está se articulando na profissão, para Goleman (2002: 30) a consciência Social dá sustentação a bons lideres as atitudes do líder afetam o estado de espírito de seus liderados. A capacidade do líder em administrar e direcionar o grupo a cumprir suas metas depende da ressonância do ambiente de trabalho e seus trabalhadores. A ressonância ocorre naturalmente para os lideres inteligentes emocionalmente, sua paixão e energia vigorosa ressoa por toda a equipe. [...] Esse tipo de ressonância é tão decisiva no reforço da sincronia quanto o entusiasmo, porque faz com que as pessoas sintam-se compreendidas e cuidadas. GOLEMAN (2002:20) Ver as pessoas primeiro realizar diagnósticos, função do Serviço Social, é isso que se aprende nos cursos de Serviço Social, saber observar, conhecer a realidade, criar projetos, modelar as normas existentes na visão Goleman esses são os atrativos para um líder: As pessoas primeiros depois a estratégias, [...] modelam normas que vêem apoiar o compromisso, o envolvimento, a busca ativa da visão [...] Quando o líder concentra-se nas pessoas, criam-se laços emocionais que constituem o solo [...] e as pessoas vão seguir seus líder nos bons e nos momentos. [...] Para que isso aconteça todos precisam integrar-se em tempo real. GOLEMAN (2002:220) O Assistencialismo deve ficar para trás e ver na responsabilidade social um caminho para realizar o trabalho do serviço social dentro das instituições privadas, fazer com que realmente o trabalhador seja portador de conhecimento, um cidadão de direito, se o Serviço Social assumir o papel de liderança com todas essas mudanças tecnológicas e reestruturações produtivas o assistente social poderá conquistar seu espaço como educadoras sociais. Mas qual será o verdadeiro papel da assistente social, redimensionando seu aprendizado na prática? Bibliografia MARTINELLI, Maria Lucia. Serviço Social. São Paulo: Cortez, 2005. IAMAMOTO, Marilda Villela. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil. São Paulo: Cortez, 2005. LUCENA, Salete da Diva Maria, Planejamento de recursos Humanos – 1ª edição - São Paulo: Atlas 1995. MARTINELLI, Maria Lúcia. Serviço Social. São Paulo: Cortez, 2005. CESUMAR – Caren Denise dos Santos, M.B. A – Monografia , Atuação do profissional de Serviço Social em Recursos Humanos relacionada a treinamentos para Empresa, Um indicador de valor humano. Maringá 2002. GOLEMAN, Daniel. O Poder da Inteligência Emocional – Rio de Janeiro: Campus, 2002. UNIVEL – Edson Luiz Cardoso Araújo – Monografia, Segurança do Trabalho: é uma Responsabilidade Social?. Cascavel 2006. CLARETE Martin Editora – Coleção e Obra Prima - Manuscritos EconômicosFilosóficos de Karl Marx 2005.