UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS CURSO: Comunicação Social DISCIPLINA: Metodologia Científica CAIO ANDRADE FRANCISCO BEZERRA NAYRA ALBUQUERQUE SAMIR EWERTON PLANEJAMENTO EM COMUNICAÇÃO São Luís 2007 CAIO ANDRADE FRANCISCO BEZERRA NAYRA ALBUQUERQUE SAMIR EWERTON AUDITORIA DE IMAGEM Trabalho apresentado à disciplina de Planejamento em Comunicação como requisito parcial para a obtenção da 2a nota. São Luís 2007 1. INTRODUÇÃO Antes de partirmos para a explicação dos conceitos de auditoria de imagem é necessário primeiramente esboçar uma ligeira idéia do que é imagem. Imagem, segundo José Penteado (p. 128, 1969), “quer dizer representação: é a representação da empresa impressa no espírito do público”. Imagem é o conjunto de conceitos, impressões e idéias inconscientes que temos de determinada empresa, entidade ou pessoa. A imagem é a projeção pública e simbólica da identidade, que é o conjunto das características principais de uma organização, o que compõe a sua essência. A imagem é a avaliação externa que se faz dessa organização a partir das informações abstraídas de sua identidade. Com o avanço dos meios e comunicação, após a Primeira Guerra Mundial, e o surgimento da sociedade da informação, a imagem passou a ser uma parte essencial de qualquer empresa. Notícias circulam incessantemente sobre os mais variados assuntos, e um maior número de pessoas tem acesso a essas informações através dos vários tipos de mídias. A globalização também tornou a informação global, e ela passou a ter ainda mais importância. Por isso, mais do que nunca, a imagem tornou-se um fator essencial para o sucesso de uma organização, porque a idéia que o público tem dela definirá sua posição no mercado. “Concretamente, a imagem é a conseqüência de uma opinião, da mesma forma que uma opinião é uma resultante da informação” (PENTEADO, p. 130, 1969). Por isso é essencial para uma empresa controlar ou monitorar as informação veiculadas sobre ela nos diversos meios de comunicação, seja pela publicidade (mídia paga) seja pela imprensa (mídia não-paga). A auditoria de imagem vem ser um instrumento de controle dessas informações. Ela é de fundamental importância no mundo globalizado, já que um estrito controle de como o público enxergará uma organização ditara seu sucesso, da mesma forma que falta de monitoramento dessas informações podem levar ao fracasso. 2. IMAGEM X IDENTIDADE Imagem e Identidade, palavras tão usadas na literatura corrente das Organizações, mas que possuem diferentes significados. Em resumo, poderíamos dizer que identidade é aquilo que a organização é, faz e diz, sendo a imagem, a forma como ela é percebida por seus diferentes púbicos. E é justamente nesse tocante que se torna difícil definir o que é Imagem, já que tem a ver com o imaginário das pessoas, algo não-tangível, fluído, uma representação transitória. A Imagem é projetada para o interior da organização (auto-imagem) e para o exterior (imagem pública) e é sempre mais ou menos dissonante daquilo que a organização é. Tanto a imagem projetada para o interior quanto para o exterior, devem ser entendidas como uma variável de gestão. Uma empresa com uma boa imagem pública, por exemplo, pode conseguir uma carteira de clientes bem maior do que uma empresa com má imagem pública. A auto-imagem por sua vez, influencia, certamente, a eficácia e eficiência organizacionais. 3. AUDITORIA DE IMAGEM A auditoria de imagem, ao contrário do que muitos pensam, não é só o controle das informações que são veiculadas na imprensa sobre uma determinada organização. Como a imagem de uma organização não é construída apenas pelo que se noticia sobre ela, mas também pela qualidade de seu serviço ou produto, sua relação com os clientes, funcionários, fornecedores e acionistas, a logomarca, o logotipo, publicidade, etc. a auditoria de imagem deve se ater a muito mais do que ao mero clipping, embora ele também seja de extrema importância. Suas características da auditoria de imagem: Ferramenta de avaliação do posicionamento da imagem da empresa e suas marcas frente a seus mercados de atuação, à concorrência e ao cenário político-econômico. Avalia a exposição positiva e negativa na mídia e revela o saldo de imagem no período. Calcula o espaço ocupado, a valoração do clipping e o tamanho da audiência receptora das mensagens emitidas Fornece corte comparativo de avaliação por veículo, tipo de mídia, importância do espaço e região geográfica. Apresentação de fácil leitura e visualização, que auxiliam no entendimento das comparações. Avaliar o posicionamento da imagem da empresa se refere ao monitoramento constante das informações que se faz da empresa tanto nos grandes meios de comunicação como na imprensa alternativa. Deve-se levar em conta também as informações que circulam informalmente na sociedade. Preferencialmente, a auditora de imagem deve ser feita por uma empresa externa, pois a neutralidade da avaliação é essencial para a credibilidade da auditoria. A partir do momento que se colhem as informações, passe-se, então, ao balanço do caráter valorativo das exposições feitas, daí tira-se o saldo. Na imprensa, por exemplo, pode sair notícias boas ou ruins sobre a organização. Tirar o saldo Clipping: conjunto de notas noticias ou reportagens publicadas sobre uma empresa, entidade ou pessoa. dessas notícias é comparar as negativas com as positivas, medindo não só o conteúdo como a relevância e a visibilidade da informação e o meio de comunicação que a está veiculando. Por exemplo, se uma notícia ruim sai sobre um determinado artista em uma revista de fofoca reles, consumida por um numero ínfimo de pessoas em um espaço geográfico restrito, ao mesmo tempo em que sai uma ótima notícia em um grande meio de comunicação de visibilidade em todo o país, o saldo das exposições de imagem será extremamente positivo. Feita a auditoria, a empresa que a executa deve então elaborar uma apresentação baseada no documento feito. Essa apresentação deve ser simples e bem especificada, fazendo comparações das diversas exposições avaliadas de forma a dar uma conclusão bem clara ao cliente. 4. FUNÇÕES DA AUDITORIA DE IMAGEM A auditoria de imagem é sempre muito requisitadas em momentos de crise. A empresa que a faz deve conduzir ao seu cliente soluções para a reversão dessa “crise de reputação”. Geralmente, as soluções das crises se encontram em utilizar os mesmos meios de comunicação que a provocaram para resolvê-la. Isso se faz com o uso da mídia paga. A criação de campanhas publicitárias que elevem o conceito da organização são muito utilizadas. Ações também podem ser ferramentas para a recuperação da imagem de uma empresa, desde que essas ações cheguem ao conhecimento do público. Uma empresa de papel, por exemplo, que derruba milhares de arvores por ano, pode investir parte de seus recursos em reflorestamento e assim ter seu conceito elevado perante os olhos do público. 5. TÉCNICAS E INSTRUMENTOS A realização da auditoria de imagens é complexa, pois trabalha com a imagem, a reputação de uma corporação. Por isso é necessário que sejam utilizadas as técnicas e os procedimentos adequados para obter um bom resultado. Há uma diversidade de técnicas e instrumentos utilizados para a realização da auditoria de imagem. Alguns pesquisadores desenvolveram propostas de como realizar auditorias de imagem. O método de pesquisa da autora Maria Schuler é de fácil aplicação para avaliar a imagem da organização diante de um público específico. Consiste em entrevistar o público-alvo estimulando as respostas, valendo-se do “termo indutor” (citando o nome ou o logotipo da empresa, por exemplo), para que as informações adquiridas não fujam do interesse da organização e a entrevista corra de forma espontânea. Quando eu digo (termo indutor), qual a primeira coisa que lhe vem à cabeça? O que você gosta na (termo indutor)? O que você não gosta na (termo indutor)? O clipping é um método bastante utilizado para a realização da auditoria midiática. Consiste no recorte ou gravação de uma unidade informativa (nota em coluna, editorial, notícia, reportagem, artigo de um colaborador etc), que consolida o processo de interação da empresa ou entidade com um determinado veículo de comunicação. O pesquisador e especialista Wilson da Costa Bueno afirma que o clipping é incompleto, impreciso e equivocado, mas é fundamental para a realização da auditoria de imagem na mídia. Segundo o autor, “Ele é a matéria-prima para o trabalho de auditoria, a ser feito a posteriori”. Encaminhar os releases ou pré-pautas para veículos que já são conhecidos pela assessoria é importante. É provável que o jornalista (editor, redator da redação etc) descarte a pré-pauta ou o release sem nem mesmo abrir. Ou que as informações não estejam de acordo com nenhuma linha editorial específica. É importante também conhecer previamente a organização e os públicos a ela vinculados. Aproveitar outras pesquisas e auditorias que possam contribuir com a montagem, execução e avaliação de uma auditoria de imagem. 6. CONCLUSÃO A auditoria de imagem, portanto, só faz sentido em um ramo amadurecido da economia, onde tenha sempre a presença da concorrência. Em ramos em que todo o mercado é monopolizado, a auditoria de imagem se faz menos importantes, já que uma empresa não precisa tanto dar satisfações ao publico, que não tem escolha senão utilizar dos produtos e serviços daquela empresa. Por isso, em uma economia incipiente não há muita procura por esses serviços. Porém, em um mercado selvagem e competitivo, sai na frente que tem mais capacidade de criar boas relações com seus clientes, funcionários, fornecedores e acionistas; quem tem uma boa logomarca, um bom logotipo e tem boa visibilidade no mercado, já que tudo isto está atrelado à imagem. REFERÊNCIAS FASCIONI, Lígia Cristina. Índice de Fidelidade à Identidade Corporativa: uma medida entre ser e parecer. Santa Catarina, artigo apresentado no 3o Congresso Internacional de Pesquisa em Design (Rio de Janeiro), 2005. KUNSCH, Margarida Maria R. Planejamento de Relações Públicas na Comunicação Integrada. São Paulo, Summus, 2003. PENTEADO, José Roberto Whitaker. Relações Públicas nas empresas modernas. Lisboa, Centro do Livro Brasileiro, 1969. TORQUATO, Gaudêncio. Tratado de Comunicação Organizacional e Política. São Paulo, Pioneira Thomson Learning, 2002.