DEZ FALÁCIAS DA “INTELLIGENTZIA” BRASILEIRA E OS RESPECTIVOS CONTRA-ARGUMENTOS A VERDADE •Primeiro, não são países (interesses coletivos) que decidem sobre as atividades econômicas, mas empresas e indivíduos (interesses individuais). Segundo, não existe “neoliberalismo”, mas sim liberalismo. PRIMEIRA FALÁCIA Terceiro, a globalização foi uma conseqüência natural do processo O é fruto doespontânea” Consenso de Washington, de de 1989, em quee os de“neoliberalismo” mercado (uma “ordem na linguagem Hayek) países ricos,uma particularmente os Estados deliberada Unidos, reuniram-se e resolveram que o nunca decisão previamente ou planejada. mundo deveria ser globalizado, para que eles pudessem explorar melhor os pobres. Quarto, os países ricos de hoje, em sua maioria, são os países pobres de ontem, os Estados Unidos sendo o maior exemplo disso. João não é pobre necessariamente porque Antonio é rico! Quinto - e cá entre nós - imaginemos quão grotesca seria uma reunião em que uma porção de ricos (banqueiros, empresários e representantes de governos) fizessem planos para explorar os países pobres. Os defensores das “políticas conspiratórias”parecem desconhecer que essas pessoas, definitivamente, têm mais o que fazer. A VERDADE Reforma agrária não é e nunca foi instrumento de redistribuição de renda. SEGUNDA FALÁCIA AOquestão não estápromover no tamanho propriedades, emossua Brasil precisa umadas “reforma agrária”mas com produtividade. objetivos de redistribuir a renda e de fixar o homem no campo. O percentual da população que vive no campo nas sociedades adiantadas e cujas agriculturas são mais produtivas é inferior, em média, a 3%. Nos EEUU, é de 1,5%. A VERDADE Definitivamente, o que explica a pobreza de Fulano não é a riqueza de Beltrano, sejam eles pessoas, países ou regiões. As causas da riqueza são FALÁCIA as recíprocas daquelas da TERCEIRA pobreza. O desenvolvimento econômico é como uma peça de teatro: paraeser bom,regiões exige um razoávelsão “script”, O Brasil, a América Latina outras do mundo pobres um cenário adequado e excelentes atores.nações O “script” porque são explorados por outras ricas.é a ampliação contínua da capacidade de produção ao longo do tempo, isto é, a acumulação de capital; o cenário são as instituições e os atores a população. Assim, para se gerar riqueza de maneira a não concentrá-la, são necessários investimentos, leis estáveis e que incentivem as pessoas a darem vazão à sua criatividade e priorização da educação e da saúde. A VERDADE O Brasil precisa, sim, de uma reforma tributária, mas que desonere cidadãos e empresas em geral. Temos quase sessenta impostos e muitos são em “cascata”. A carga tributária subiu escandalosamente nos últimos anos e hoje é superior a 34% do PIB. A função dos impostos não é a de redistribuir a riqueza, mesmo porque não se pode redistribuir algo que não é fixo, pois a economia não é um jogo de soma zero. A função dos QUARTA FALÁCIA tributos é a de, simplesmente, manter o Estado funcionando. Ademais, todos os países que tentaram, mediante impostos altamente progressivos, O País precisa de uma reforma tributária que estabeleça impostos redistribuir a riqueza, conseguiram apenas desestimular o trabalho, a mais progressivos, com o objetivo de redistribuir a riqueza. inteligência e o esforço individuais, estimulando o comodismo, provocando apatia, evasão fiscal e fuga de capitais e nivelando todos inteligentes e “burros”, diligentes e preguiçosos, sortudos e “azarados”por baixo. E isto é profundamente injusto.Além disso, não podemos nos esquecer da conhecida “Lei de Reagan”, segundo a qual o imposto gera a sua própria despesa: quanto maior o furor arrecadatório dos governos, maior também o seu apetite gastador! O Brasil precisa de menos impostos, alíquotas menores e de um Estado bem menor do que o atual. A VERDADE Poucas falácias são tão repetidas como essa, que virou um chavão. Na verdade, não há escolha entre inflação e desemprego, pela mesma razão que não se pode escolher entre comer demais e ter indigestão: se comemos muito, a indigestão é certa. Nenhuma economia cresce o que deseja crescer, mas sim oQUINTA que podeFALÁCIA crescer, que é determinado não pelos nossos desejos,voltar mas por nossas mesmo capacidades. A inflação é provocada O País precisa a crescer, que isto signifique abrirmos por investimentos mal geralmente falsamente emexiste crédito mão do controle dafeitos, inflação. Entre a inflação e o lastreados crescimento, artificialmente barato e, na medida eme que o caráter mau desses um dilema e todos os “progressistas” “desenvolvimentistas” têm a investimentos é revelado pelo tempo, surge o desemprego. Ou seja, a obrigação de optar pelo crescimento e pela geração de empregos, inflação ocorre os governos, achando quedeestão optando pelo mesmo que issoquando signifique aceitar taxas maiores inflação. “crescimento”, geram empregos artificiais e o desemprego é a conseqüência inevitável dessas más políticas. Desenvolvimentistas todos somos, mas primeiro temos que saber direito o que é desenvolvimento e, portanto, que ele não pode ocorrer na presença de inflação. Será que a “intelligentzia” não aprendeu isso com a História? A VERDADE Essa é de houve doer! Os juros nãobem são altos porque Presidente do Banco Nunca experiência sucedida, poro parte de qualquer Central e o Ministro da Fazenda sãoe pessoas má índole,mediante que adoram Governo, de combater a inflação de gerarde crescimento provocar eles são altos porque das em contas doque governo políticasrecessões; de juros artificialmente baixos.oOdéficit erro está supor essas é alto. Ora,estimularão déficits só podem sero financiados com mais impostos, mais políticas a oferta, que pode ocorrer em um primeiro inflação, mais dívida interna e/ou mais dívida externa. Se o Copom SEXTA FALÁCIA momento, pois, com a queda da taxa de juros, valores de baixar a taxa básica de juros movido apenas peloosdesejo depresentes que ele seja projetos designifica longo prazo aumentam, o que viabiliza investimentos menor, isto que estará aumentando as reservas dos bancos ee, Essa política de juros altos do governo favorece os banqueiros nesses setores. Mas ocorre que, em um segundo momento, a queda da portanto, promovendo umapor expansão artificial do crédito, cujo efeito provoca desemprego, isso o Banco Central deve baixar a taxa de jurosser estimulará a demanda. Ora, como a velocidade da efeitos inicial poderá o de estimular econômica, mas cujos taxa de juros para estimular ao atividade crescimento da economia, eliminar demanda está para a -da oferta assim comoestão a do Schumacher está para a finais são, certamente décadas de História aí para nos garantir esta o desemprego, gerar maior produção e, assim, combater a ênfase - uma combinação inflação recessão. Por outro como do Rubinho Barrichello,de haverá umacom disputa pelo crédito, umlado, “caboinflação. asde-guerra”entre contas do governo estão longe de estarem estruturalmente demanda e oferta, cujo efeito será, primeiro,ajustadas, o de seelevar a taxaadetaxa juros for puxada baixo “na marra” de básica juros; segundo, de para inviabilizar muitos daqueles (artificialmente), surgirá umasetendência para a fugaartificialmente de capitais doe,país investimentos que haviam tornado lucrativos (em busca de melhores remunerações), o que conduzirá a uma terceiro, o de do provocar desemprego. desvalorização real perante o dólar. As taxas de juros só vão cair no Brasil quando o Estado, em todas as suas dimensões, for reformatado, ou seja, quando o regime fiscal mudar definitivamente. A VERDADE Esses argumentos são como que remendar uma colcha nova com retalhos velhos, o que estraga toda a peça. Só que, aí, nem a colcha é nova, pois trata-se apenas de uma tentativa dissimulada de defender velhos argumentos protecionistas. Estes são o remendo. O protecionismo e a substituição de importações não têm mais espaço no mundo de hoje. Se SÉTIMA FALÁCIA os Estados Unidos e a Europa adotam práticas protecionistas, pior para eles, no longo prazo, pois“política vão perder. Se meupara vizinho resolver drogar-se O Brasil precisa de uma industrial” fortalecer setores porque acha isso bom, eu vou imitá-lo, só porque ele eé essa rico?política As tão deve previamente selecionados, tornando-os competitivos faladas “políticas industriais”, na verdade, passam dede um processo ser conduzida de forma a se promover umanão “substituição político em que os tecno-burocratas do Estado selecionam setores para importações”. ganhar e, conseqüentemente, setores para perder. E quem perde mais, mais até do que os setores produtores não contemplados com as benesses, é o consumidor, pois terá menos produtos à sua disposição, de pior qualidade e mais caros. Será atingido em sua satisfação e em sua liberdade de escolha. Quem não se lembra da famigerada lei de “reserva de mercado” para a indústria nacional de informática? A VERDADE Dívidas devem ser pagas, sob o ponto de vista moral. A dívida externa já foi objeto da tão falada “auditoria”, caso a caso, e nada de errado seria encontrado, se fosse feita outra. O que o Estado precisa fazer é ganhar credibilidade para alongar OITAVA voluntariamente os perfis de ambas as dívidas, FALÁCIA o que só conseguirá quando mudar o regime fiscal de forma definitiva. As dívidas e externa são calotes impagáveis. Poreisso, precisam ser Além disso, ointerna Brasil já deu vários internos externos e a situação uma auditoria e, um se for o caso, não devem ser pagas.ao que se só objeto tendeude a piorar. Ademais, calote interno, contrariamente Afinal, que estásobre em primeiro lugar povoosbrasileiro e não os ou pensa, nãooincidirá os bancos, masé osobre seus depositantes, banqueiros, sejam eles estrangeiros ou não. seja, a população. O mesmo se dará com calotes externos. O primeiro paralisará o setor financeiro do País e o segundo inviabilizará qualquer entrada de capital externo. Ambos, portanto, tenderão a provocar sérios danos à economia nacional, em que os maiores perdedores serão exatamente os mais desprotegidos, ou seja, os trabalhadores e as pequenas empresas. A VERDADE Nada contra o mercado interno. Só que a economia não é um jogo de soma zero, em que, para A vencer, é preciso que B perca. Fortalecer o mercado interno, portanto, não significa que temos que fechar a economia. Pelo contrário, a economia brasileira ainda é uma das mais NONAexporta FALÁCIA fechadas do mundo! O México muito mais do que nós! O comércio internacional foi einterno. vai continuar ser umaem das Precisamos fortalecer sempre o mercado Não háasentido principais fontesprincipalmente de enriquecimento das nações. exportarmos, alimentos, quandoPara um fortalecer número o mercado precisamos fortalecerfome. a economia como um todo enormeinterno, de brasileiros está passando Essa globalização só e, para isso, primeiro, dos de estabilidade veio paraprecisamos, servir aos interesses países ricos.de preços; segundo, de normas de conduta estáveis; terceiro, para que haja crescimento, de poupança interna e externa. O Brasil precisa abrir mais a sua economia e reduzir tarifas protecionistas e não o oposto! O Brasil precisa de um esforço exportador considerável. Só assim poderemos crescer de forma sustentada e, portanto, fortalecer o tão badalado “mercado interno”. O Brasil precisa de um banho de bom senso! A VERDADE Salários dependem basicamente de duas coisas: escolaridade e experiência. que do a educação no Brasil tem é: sido um Portanto, oTodos que sesabemos deve exigir Estado, nesse sentido, desastre: em plena era da informação o País convive com milhões de 1. Fazer da educação uma verdadeira nacional, analfabetos e semi-analfabetos e isto nãoprioridade será resolvido com “cotas” ou despolitizando-a e pagandoOspara que todos estudem bem mais o com “políticas afirmativas”! salários são baixos no (sai Brasil porque DÉCIMA barato do queéoainda sistema estatizado atual); capital humano muito escassoFALÁCIA e porque o chamado “custo Brasil”, uma estrutura ensandecida impostos,dos taxas, encargos Osdado salários no Brasil são destributando, baixos porquede a ganância 2. Reduzir opor “custo Brasil”, desregulamentando, e contribuições, encarece o custo da mão-de-obra. Na empresários não temsobremaneira e o Governo não fazum nada contra abolindo diversas taxas elimites contribuições, instituindo sistema de média,isso. um trabalhador que ganha, digamos, 500 reais por mês, sai pelo previdência com liberdade de escolha e que obedeça ao princípio dobro para o seu empregador. Isto provoca desemprego a da capitalização ( e não ao da repartição, como hoje) ee estimula reformando economia informal, que é eenorme no País. Quanto ao salário mínimo, a legislação trabalhista sempre foi e será pura demagogia populista. O salário mínimo é 3. Acabar de uma vez por com o conceito dedasalário mínimo invenção de políticos para setodas promoverem às custas ignorância em nacionaldas e estabelecer os salários mínimos e máximos serão economia populações.que O salário “mínimo” deve ser definido dentro dentro de cada pois estabelecimento. de definidos cada unidade produtiva, cada um é que sabe onde lhe doem os próprios calos. “INTELLLIGENTZIA” ? OU “BURRITZIA”?