Embolia Pulmonar

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EMBOLIA PULMONAR
Dr.ª Manuela Soares
Joana Oliveira
João Cardoso
SUMÁRIO



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





Introdução
Epidemiologia
Factores de Risco
Fisiopatologia
Sinais e Sintomas
Diagnóstico Diferencial
Pontuações de Genebra e Wells
Complicações
Exames Complementares de Diagnóstico
Terapêutica
TEP na Grávida
Prevenção
INTRODUÇÃO
Embolia pulmonar: «Obstrução súbita da artéria pulmonar ou de
um dos seus ramos por um êmbolo».
Êmbolo: «Corpo de natureza gasosa, líquida ou sólida que viaja
na corrente sanguínea e ao parar num vaso provoca a sua
obstrução.»
Tipos de êmbolos:
- Gasosos (mergulho, iatrogénicos)
- Líquidos (gordura, líquido amniótico)
- Sólidos (trombo, medula óssea, neoplasia,
algodão, pelos, talco)
INTRODUÇÃO
Tromboembolismo Pulmonar (TEP)

Entidade clínica frequente (3ª DCV mais freq.)

Mortalidade elevada, apesar de terapêutica eficaz

Diagnóstico difícil




Clínica muitas vezes subtil
Sintomas comuns a outras patologias
Necessidade de diversas técnicas de diagnóstico
Não existência de um método “gold standard” acessível e disponível
EPIDEMIOLOGIA

EUA

13,4 milhões doentes hospitalizados por TEP



300 000 mortos




5,8 milhões doentes cirúrgicos
7,6 milhões doentes com co-morbilidades (IC, AVC, Neoplasia)
7% Diagnosticados
34% morte súbita
59% não detectada
Europa

370 000 mortos

Custo estimado com TEP: 3 mil milhões €
EPIDEMIOLOGIA
*Dados da Coordenação Nacional de Doenças Cardiovasculares 2007
FACTORES DE RISCO

Inatos






Deficiência Antitrombina III
Mutação gene pro-trombina
Factor V de Leiden ou resistência à proteína C
Deficiência Proteína C
Deficiência Proteína S
Adquiridos



Idade > 65 anos
Tabagismo
Ac Anti-fosfolipido
FACTORES DE RISCO
FISIOPATOLOGIA
CONSEQUÊNCIAS RESPIRATÓRIAS
CONSEQUÊNCIAS RESPIRATÓRIAS
CONSEQUÊNCIAS HEMODINÂMICAS
SINAIS E SINTOMAS
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
•
TVP
–
–
–
–
•
Ruptura do quisto de Baker
Celulite
Síndrome pós-flebite
Insuficiência Venosa
EP
–
–
–
–
–
–
–
Pneumonia
ICC
Pericardite
Pleurisia
Fractura Costela ou Pneumotórax
SCA
Ansiedade
ALGORITMO PARA EXAMES IMAGIOLÓGICOS
AVALIAÇÃO PROBABILIDADE CLÍNICA
PONTUAÇÃO DE GENEBRA REVISTA
AVALIAÇÃO PROBABILIDADE CLÍNICA
PONTUAÇÃO DE WELLS
COMPLICAÇÕES
Hipertensão Pulmonar
•
0,1% dos doentes com TEP
•
Quadro clínico inicial:
• Período inicial assintomático
• Dispneia progresiva
• Hipoxémia
•
•
•
Disfunção VD → Cor pulmonale
Velocidade de evolução depende vários factores
DIAGNÓSTICO

História Clínica

Exame Objectivo

Exames Complementares de Diagnóstico



Não-radiológicos
Radiológicos não-invasivos
Radiológicos invasivos
HISTÓRIA CLÍNICA

Doença actual

Sintomatologia do TEP:
Dispneia de instalação súbita
 Dor torácica de tipo pleurítico? Retroesternal?
 Tosse – com expectoração? Se sim – “raiada” de sangue?


Sintomatologia da TVP (ausente em 50% dos casos):

Dor, edema, calor, rubor num dos MIs
HISTÓRIA CLÍNICA

Antecedentes Pessoais







TEP ou TVP no passado
Internamentos/intervenções cirúrgicas/traumatismos
recentes
Viagens longas
Tabagismo
Contraceptivos orais, terapêutica de subst. hormonal
Gravidez, abortos de repetição
História familiar
EXAME OBJECTIVO





Taquicárdia
Taquipneia
Cianose
ACP
 Hiperfonese S2
 Fervores crepitantes
 Atrito pleural
Sinais de TVP
EXAMES COMPLEMENTARES DE DX

Métodos não-radiológicos

D-dímeros (ELISA)
Normal ≤ 0.5 μg/mL
>80% (TVP)
Sensibilidade

>95% (TEP)
Especificidade ≈ 45%
(EAM, pneumonia, sepsis, neoplasias, 2º-3º trimestre de gravidez)
Bom teste de exclusão
Se +  testes imagiológicos
EXAMES COMPLEMENTARES DE DX

Métodos não-radiológicos

Gasimetria arterial
↓PO2
 ↓PCO2 e alcalose respiratória aguda


Biomarcadores cardíacos
Troponinas T e I
 BNP, NT-proBNP

EXAMES COMPLEMENTARES DE DX

Métodos não-radiológicos

ECG

Taquicárdia sinusal

Alterações inespecíficas do segmento ST

Sinal S1Q3T3

Inversão da onda T nas derivações V1 a V4
ECG
EXAMES COMPLEMENTARES DE DX

Métodos radiológicos não-invasivos

EcoDoppler venoso
• Aumento do calibre venoso
• Compressão venosa incompleta
• Trombo ecogénico visível
EXAMES COMPLEMENTARES DE DX

Métodos radiológicos não-invasivos

Rx tórax
Artéria pulmonar proeminente
 Atelectasias
 Infiltrados parenquimatosos
 Sinal de Westermark – oligoémia focal
 Bossa de Hampton – densidade periférica em forma de “cunha”

SINAL DE WESTERMARK
BOSSA DE HAMPTON
EXAMES COMPLEMENTARES DE DX

Métodos radiológicos não-invasivos

Angio-TAC torácica helicoidal com contraste
Exame de 1ª linha no diagnóstico de EP
 Boa resolução para pequenos trombos
 Exclui/diagnostica outras patologias pulmonares
 Imagens do VD e VE  avalição do prognóstico
 Possível diagnóstico de TVP (se a imagem continuar até ao MI)


Contraste iodado (nefrotóxico)
ANGIO-TAC TÓRAX
EXAMES COMPLEMENTARES DE DX

Métodos radiológicos não-invasivos

Cintigrafia pulmonar V/Q

Exame de 2ª linha
Cintigrafia de perfusão  injecção IV de microagregados de
albumina radiomarcada.
se N  praticamente exclui diagnóstico de EP clinica/ significativa
Cintigrafia de ventilação  o doente respira um gás ou aerossol
radioactivo e a sua distribuição no pulmão é registada.
CINTIGRAFIA V/Q
EXAMES COMPLEMENTARES DE DX

Métodos radiológicos não-invasivos

Ressonância Magnética
Diagnóstico de TEP e TVP
 Contraste não nefrotóxico
 Uso limitado
 Boa sensibilidade para EP
proximais grandes, mas não
pequenos/segmentares

EXAMES COMPLEMENTARES DE DX

Métodos radiológicos não-invasivos

Ecocardiograma
Eco trans-T  Sinal de McConnell
Eco trans-E  visualiza directamente EP proximal grande
EXAMES COMPLEMENTARES DE DX

Métodos radiológicos invasivos

Angiografia Pulmonar  substituída por TAC

Método de referência
Defeito de enchimento intraluminal em mais do que uma projecção 
diagnóstico definitivo de EP
Interrupção súbita do fluxo arterial
Assimetria do fluxo sanguíneo
Enchimento arterial lento

diagnóstico sugestivo
Flebografia contrastada  substituída por US venosa
TERAPÊUTICA
Objectivos
Dissolução do coágulo:
 Trombólise e/ou embolectomia (doentes de alto risco)
Prevenção secundária da EP recorrente:
 Anticoagulação
 Filtro na veia cava inferior
TERAPÊUTICA

Anticoagulação
1º Parentérica – “ponte” para a varfarina
Heparina não-fraccionada (HNF)
 Heparina de baixo peso molecular
 Fondaparinux

2º Oral

Antagonistas da vitamina K (varfarina)
TERAPÊUTICA

Heparina não-fraccionada





↑ actividade da antitrombina III
Dose titulada até aPTT ≈ 2-3x o valor máximo (ou seja,
60 a 80s)
Meia-vida curta
Efeito anticoagulante ↓ após várias horas
Risco de trombocitopénia
TERAPÊUTICA

Heparinas de baixo peso molecular

Menor ligação a proteínas plasmáticas e céls. endoteliais
Maior biodisponibilidade
 Resposta mais previsível à dose
 Meia-vida mais longa

TERAPÊUTICA

Heparinas de baixo peso molecular

Enoxaparina 1mg/kg 2x/dia

Tinzaparina 175 U/kg 1x/dia
Não necessária monitorização terapêutica ou ajuste de dose
Excepto obesidade grave e insuficiência renal (IR)
TERAPÊUTICA

Fondaparinux

Pentassacárido anti-Xa

Injecção subcutânea 1x/dia
< 50 kg – 5mg
50-100 kg – 7.5mg
> 100 kg – 10mg

Ajuste da dose em IR
TERAPÊUTICA

Varfarina
Antagonista da vit. K
 Efeito terapêutico em 5 a 7 dias
 Monoterapia contraindicada em doença trombótica aguda


Dosagem
5mg – adultos de estatura média
 7.5 ou 10 mg – obesos ou alta estatura
 2.5mg – deficiência de vit. K

TERAPÊUTICA

Varfarina

Monitorização: INR  2.5 (2 a 3)

Automonitorização*

Interações medicamentosas, alimentares e com
comorbilidades

No futuro... Farmacogenética!
TERAPÊUTICA

Complicações dos anticoagulantes

Hemorragia
HNF e HBPM – sulfato de protamina
 Varfarina – crioprecipitado ou plasma fresco coagulado; factor
VIIa recombinante; pequena dose oral de vit. K


Trombocitopénia induzida por heparina e osteopénia
(HBPM < HNF)

Alopécia (varfarina)
TERAPÊUTICA

Duração do internamento

5 a 7 dias – se prognóstico bom
Estabilidade clínica
Ausência de toracalgia ou dispneia
VD de tamanho e função N
Biomarcadores cardíacos N
FILTROS






NA
VEIA CAVA INFERIOR
Recomendado:

sangramento activo que impede a anticoagulação

TEV recorrente apesar da anticoagulação intensiva
Filtro pode falhar  passagem de coágulos pequenos
Trombos grandes podem embolizar para artérias pulmonares através
de veias colaterais que se desenvolvem.
Complicação mais comum  trombose da veia cava → edema
bilateral MI.
Paradoxalmente → filtros duplicam a taxa de TVP nos 2 anos após
inserção.
Terapêutica anticoagulante simultânea
MANUTENÇÃO CIRCULAÇÃO ADEQUADA

Soluções de infusão utilizadas com precaução


Se excessiva

Efeitos VD

Efeitos VE
Utilizados diferentes vasopressores

dopamina, dobutamina  primeira linha

norepinefrina, vasopressina, fenilefrina  tentativa-erro
TROMBÓLISE

Reverte rapidamente a IC direita  ↓ a taxa de mortalidade.

Acções:



Dissolve o êmbolo obstrutor
Impede a libertação de serotonina e outros factores neuro-hormonais
que exacerbam a HTP
Dissolve trombos localizados nas veias pélvicas ou profundas do MI 
↓ possibilidade EP recorrente

Esquema fibrinolítico: 100mg tPA recombinante IV por 2h.

Os pacientes respondem até 14 dias após EP.


Contra-indicada em doentes com patologia intra-craniana, cirurgia
recente ou traumatismo.
Indicação para EP maciça (FDA).
EMBOLECTOMIA PULMONAR

Usada quando há risco de hemorragia intra-craniana devido à
trombólise

Taxa de sobrevivência  94%

Hoje realizada por catéter
TROMBOENDARTERECTOMIA PULMONAR

Recomendada em doentes com HTP

Procedimento:


Esternotomia mediana, bypass cardiopulmonar, hipotermia profunda, e
periodos de paragem circulatoria hipotérmica.
Dissecção do trombo

Mortalidade 5% (em centros com experiência).

Complicações:

“Roubo pulmonar”

Edema pulmonar
PREVENÇÃO

Meias de compressão graduada

Dispositivos de compressão pneumática

Farmacológicas (anticoagulantes)
TEP
•
NA
GRÁVIDA
Grande Desafio Diagnóstico
–
–
Diagnóstico Imagiológico  reduzir o máximo
Usar preferencialmente:
•
•
•
•
Rx Tórax
EcoDoppler MI
Cintigrafia pulmonar
Terapêutica
–
–
–
HBPM ou HNF
Interromper antes do parto
Não administrar cumarínicos
BIBLIOGRAFIA

Harrison's Principles of Internal Medicine; Fauci, A. et al; 17th edition; 2008;
The McGraw-Hill Companies, Inc.

CURRENT Medical Diagnosis & Treatment; McPhee,S.; Papadakis,M.;
Gonzales,R.; Zeiger, R.; 48th edition; 2009; The McGraw-Hill Companies, Inc.

"Embolia Pulmonar Aguda - Recomendações de Bolso para o Diagnóstico e
Tratamento", Sociedade Portuguesa de Cardiologia e Sociedade Europeia de
Cardiologia, biénio 2007-2009

Pulmonary Thromboembolism:Diagnosis and Therapy; Alvares,F. et al;
Medicina, Ribeirão Preto,Abril; 2003
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