CASO CLÍNICO: GNDA Ulisses Mariano Nascimento Danilo Figueiredo de Freitas Escola Superior de Ciências da Saúde/SES/DF Coordenação: Luciana Sugai Etilogia / Epidemiologia Forma mais comum das glomerulopatias da infância síndrome nefrítica de início abrupto. Prevalência: ? – casos subclínicos Faixa etária: 5 a 12 anos. Predominância no sexo masculino. Precedida por infecção estreptocócica cutânea ou de orofaringe. Etiologia / Epidemiologia Agente etiológico: Streptococcus beta hemolítico do grupo A cepas nefritogências Ocorre freqüentemente de maneira endêmica . Epidemias sorotipos 12 e 49 Patogenia Lesões inflamatórias decorrentes da formação de imunocomplexos. Tempo de latência processamento dos antígenos e síntese de anticorpos. Patogenia Deposição de imunocomplexos: in situ; Solúveis. Ativação do sistema complemento - via alternativa – C4. Patologia Rins simetricamente aumentados; Glomérulos aumentados e pálidos hipercelularidade: - infiltração de leucócitos; - proliferação de células endoteliais, mesangiais e até mesmo epiteliais; Depósitos de fibrina; Edema e inflamação intersticiais. Patologia Patologia Manifestações Clínicas 2. Doença subclínica I. Renal Tríade sintomática: hematúria 30 a 50% *; edema 85%; 3. hipertensão arterial 50 a 90%; 1. oligúria Manifestações Clínicas Manifestações menos freqüentes: - ICC leve a moderada; - hipertensão arterial grave (200 x 120 mmHg); - insuficiência renal pronunciada; - encefalopatia hipertensiva – 5%: *Cefaléia, vômitos, confusão mental. IMUNOCOMPLEXOS In situ Solúveis Pressão H. Capilares C3 Coeficiente de ultrafiltração PMN + Monócitos RFG Proliferação mesangial e endocapilar Hipervolemia Edema Hematúria Hipertensão Proteinúria GNDA Diagnóstico História Clínica + Exame físico Dados laboratoriais: - Sedimento urinário: hematúria macro ou microscópica às custas de hemácias dismórficas; cilindros hemáticos, granulosos, leucocitários e hialinos; proteinúria. Diagnóstico Dados laboratoriais: - Uréia e creatinina; - Evidência de infecção estreptocócica recente: ASLO, anti DNAse B, hialuronidase, estreptoquinase, nicotinamida-adenina dinucleotidase; - Redução dos níveis séricos de C3 e CH50. Diagnóstico Diferencial Outras glomérulo nefrites pósinfecciosas; Glomerulonefrite lúpica; Glomerulonefrite membranoproliferativa Doença de Berger; Nefropatia por IgA Evolução e Prognóstico 95% das crianças evoluem com remissão completa do quadro; HAS e I. renal normalizam-se precocemente; Hematúria: regressão em 6 meses em 90% dos casos. Proteinúria: persiste por + de 1 ano em 60% dos casos; Doença originária de infecção cutânea: melhor prognóstico; Presença de crescentes > gravidade. Indicações de Biópsia Renal 1. Oligúria por mais de uma semana; 2. Hipocomplementemia que não melhora em até 8 semanas; 3. Proteinúria que atinge níveis nefróticos; 4. Evidências clínicas ou sorológicas de doenças sistêmicas; 5. Evidência clínica de glomerulonefrite rapidamente progressiva – anúria e/ou aumento das escórias nitrogenadas. Tratamento Suporte controle da sobrecarga hidrossalina; - Ingesta hídrica: perdas insensíveis + diurese do dia anterior; - Restrição de sal: 2g de Nacl/m2/dia; - I. Renal : restrição da ingesta protéica 1g/kg/dia. Dieta hipercalórica e hipopotassêmica. Tratamento Terapia medicamentosa - Diuréticos: furosemida 1a 6 mg/kg/dia; Hipotensores: nifedipina, nitroprussiato de sódio; Encefalopatia hipertensiva – benzodiazepínicos ou barbitúricos Diálise peritoneal ou hemodiálise. - Antibioticoterapia Outras etiologias Vírus, fungos e parasitas são implicados na etiopatogênese de síndrome clínica semelhante: estafilococo, pneumococo, meningococo, CMV, vírus coxsackie, Hystoplasma capsulatum e Trichnella spirallis. Infecções crônicas Doenças sistêmicas Síndrome Nefrótica Síndrome Nefrótica Sinais, sintomas e achados laboratoriais por aumento da permeabilidade dos glomérulos às proteínas. Proteinúria Hipoalbuminemia Edema Hiperlipidemia Lipidúria Síndrome Nefrótica Proteinúria > 3,5g/dia (adultos) ou > 50mg/Kg/dia (crianças) Seletiva (albumina) – “Barreira de carga” Não-seletiva – “Barreira de tamanho” Síndrome Nefrótica Hipoalbuminemia: Pressão coloidosmótica Catabolismo renal Redistribuição da albumina dentro do organismo Síndrome Nefrótica Outras proteínas plasmáticas: Antitrombina III TBG Prot. Fixadora de Vit. D Transferrina IgG e (Fator B e Properdina) Síndrome Nefrótica Edema (Underfilling): Hipoalbuminemia Hipovolemia Sist. R-AAldosterona Edema Edema (Overfilling): Retenção de Sódio Hipervolemia + HAS Edema Síndrome Nefrótica Hipercolesterolemia (LDL) Hipertrigliceridemia Lipidúria: corpos graxos ovalados cilindros graxos Complicações da Síndrome Nefrótica Tromboembolismo: TVR TVP + Embolia Pulmonar AVC Infecções: Germes encapsulados (Pneumococo) Peritonite Bacteriana Espontânea Nefropatia por Lesão Mínima 80% das SN em cças (até os 8 anos) Perda da “Barreira de Carga”(Hipoalbuminemia) Linfócitos T – citocina – inibe a síntese dos poliânios nos Podócitos – perda da “BC” – Fusão dos Podócitos Nefropatia por Lesão Mínima SN clássica Fatores desencadeantes (infecção / atopias) Remissão espontânea e recaídas Dramática resposta à Corticoterapia (90% em 4 a 8 semanas) Evolução boa Nefropatia por Lesão Mínima Hematúria micro (20%) Proteinúria intensa (até 40g/dia) Hipoalbuminemia (< 2g/dl) Função renal (normal) Complemento Normal IgG baixa Nefropatia por Lesão Mínima Fatores associados Linfoma de Hodgkin Idiopática Drogas: AINEs Ampicilina Rifampicina Alfa-interferon Nefropatia por Lesão Mínima Tratamento Prednisona oral – 1 a 2mg/Kg/dia – 4 a 6 semanas + 0,7 a 1mg/Kg/dia – 4 a 6 semanas, em dias alternados Ciclofosfamida (2mg/Kg/dia) ou Clorambucil (0,2mg/Kg/dia) Levamisol (2,5mg/Kg), em dias alternados, por mais 112 dias Nefropatia por Lesão Mínima Indicação de Biópsia Renal Não-responsivos Recidivas muito freqüentes > 8 anos de idade Referências Bibliográficas 1. 2. 3. 4. 5. Marcondes E. et. al. Pediatria Básica. 9a ed. São Paulo: Sarvier, 2002. Riella M. C. ; Princípios de Nefrologia e Distúrbios Hidroeletrolíticos. 3a ed. Rio de Janeiro: guanabara Koogan, 1996. Behrman et al. – Nelson – Tratado de Pediatria. 17a ed. Rio de Janeiro: Elservier, 2005. Prado F. C. et al. – Atualização Terapêutica. 22a ed. São Paulo: Artes Médicas, 2005. Schant R. G. Acute Poststreptococcal Glomerulonephritis. E-medicine: www.emedicine.com/ped Acesso em 19 de agosto de 2005.