Hanseníase

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Muitas vezes nem
precisamos de
palavras para
identificar uma
situação.
HANSENÍASE
Definição
Doença infecto-contagiosa causada pelo
bacilo Mycobacterium leprae que atinge a pele
e os nervos periféricos.
É uma das enfermidades mais antigas da
humanidade e foi durante séculos o agravo à
saúde mais temido pela sociedade.
O Mycobacterium leprae
 É um parasita intracelular
obrigatório, com afinidade pelos
macrófagos e células ao redor dos
nervos periféricos (células de
Schwann).
A transmissão
 O homem é considerado o único
reservatório natural do bacilo.
 A pricipal via de eliminação do
bacilo é a via aérea superior,
representada pela mucosa nasal e
orofaringea de pacientes das formas
multibacilares sem tratamento.
 O Mycobacterium leprae é de alta
infectividade (grande número de pessoas
expostas apresentam anticorpos contra o
bacilo) e baixa patogenicidade (apesar de
grande número de pessoas infectadas
poucas adoecem).
 Exercem influencia no adoecimento:
fatores ligados ao bacilo (exposição e
quantidade), fatores ligados ao doente
(resposta imunológica frente ao bacilo) e
fatores ambientais (condições
sócioeconômicas, populacionais e
sanitárias).
 A via de penetração do bacilo também é
representada pela via aérea superior.
Menos frequentemente, pode ocorrer a
eliminação do bacilo através de lesões da
pele, e também sua penetração pela
mesma, desde que exista solução de
continuidade.
Classificação clinica
Hanseníase
Indeterminada
 É a forma inicial da doença,
caracterizada por área
circunscrita hipoestésica ou
mancha, em torno de uma até
cinco, hipocrômica ou com
periferia eritematosa, com
diminuição das sensibilidades
térmica e dolorosa, da sudorese e
dos pêlos.
 Não há comprometimento de tronco
nervoso.
 As baciloscopias de pele não revelam
bacilos, portanto, é forma paucibacilar e
não-contagiante.
Hanseníase
Tuberculoide
 Representa a forma de forte
resposta imune celular, ou seja,
os macrófagos e linfócitos
organizam-se em granulomas,
localizando a doença e
determinando a morte bacilar.
 Lesões em placa(elevadas e totalmente
preenchidas) ou de borda papulosa, sempre
com limites bem nítidos, eritêmatoacastanhadas, com alterações da
sensibilidade térmica, dolorosa e tátil,
ausência de suor e rarefação de pêlos.
 Aparece de forma assimétrica com poucas
lesões. As baciloscopias de pele não revelam
.
bacilos,
portanto, é forma paucibacilar.
Pode comprometer troncos nervosos,
evidenciado por espessamento e, às vezes,
dor ou choque.
Hanseníase
Virchowiana
 Representa a forma de fraca
resposta imune celular.
 Manchas hipocrômicas tornam-se infiltradas
por macrófagos repletos de bacilos,
formando as pápulas, placas e nódulos
(hansenomas), eritêmato-ferruginosas, mal
delimitadas, com diminuição das
sensibilidades térmica, dolorosa e tátil.
 A disseminação difusa na pele determina:
queda do terço externo da
sobrancelha(madarose), congestão nasal,
diminuição da sudorese, rarefação dos pêlos,
comprometimento de mucosas, ossos, olhos
e nervos periféricos.
 As baciloscopias de pele são positivas, sendo
a forma contagiante, multibacilar
Hanseníase dimorfa
 Lesões características das
formas tuberculóide e
virchowiana, com lesões
eritemato-acastanhadas, em
placas, acometimento
neurológico, áreas de
anestesia.
Mal perfurante plantar
DEFINIÇÃO DE CASO
 Pessoa que apresenta uma ou mais
características a seguir, com ou sem história
epidemiológica:
 Lesões ou áreas da pele, com alteração de
sensibilidade.
 Acometimento neural com espessamento de
nervo, acompanhado u não de alteração de
sensibilidade e/ou força muscular.
 Baciloscopia positiva para Mycobacterium leprae.
(MS, 2002)
O diagnóstico
 É clinico realizado através da anamnese
e do exame físico com avaliação
dermato-neurológica.
Baciloscopia de pele
 Realizada no momento do diagnóstico
independente da forma clínica.
 A baciloscopia positiva é determinante
para forma multibacilar.
Contato
 Todo usuário que for contato intradomiciliar
deve ter os nervos periféricos e a superfície
cutânea examinados.
 Se contato sadio avaliar necessidade de
vacinação com BCG.
O tratamento
 Paucibacilar : 06 meses PQT-PB (Dapsona e
Rifampicina)
 Multibacilar: 12 meses PQT-MB (Dapsona ,
Clofazimina e Rifampicina)
 Esquemas terapêuticos alternativos:
Minociclina e Ofloxacina
As reações
 períodos de inflamação aguda no curso da
doença crônica que podem afetar os nervos.
Esta inflamação aguda é causada pela atuação
do sistema imunológico do hospedeiro que
ataca o Mycobacterium leprae.
 A inflamação em um nervo pode causar graves
danos, como a perda da função originada do
edema e da pressão no nervo.
Sinais
Reação Tipo 1
Reação Tipo 2
Infiltração
da pele
As lesões de pele
estão
Infiltradas, mas o
resto da pele está
normal
Novos nódulos
sensíveis ao toque,
vermelhas, sem
associação com as
lesões de pele da
hanseníase
Estado geral do
paciente
Bom, sem febre ou
com febre baixa
Ruim, com febre e malestar geral
Tempo de
aparecimento e
tipo de paciente
Geralmente,
precocemente
durante a PQT; tanto
em pacientes PB
quanto MB.
Geralmente mais
tardiamente no curso
do tratamento;
somente nos MB.
Envolvimento
ocular
Fraqueza muscular ao
Fechamento das
Pálpebras pode
ocorrer
Acometimento de
partes internas do olho
(irite) pode ocorrer.
Tratamento das reações
 Antinflamatórios :
oAAS,
oIndometacina,
oPrednisona,
oTalidomida ,
oPentoxifilina.
O acesso
 A porta de entrada na atenção à saúde é
a Unidade de Saúde a Família, devendo
ser de fácil acesso ao usuário com
suspeita de hanseníase.
 O agente comunitário de saúde
representa o elo entre a população em
risco de adoecer por hanseníase e a
equipe de profissionais responsável pelo
seu cuidado.
 O enfoque deve ser a população geral,
tendo em vista ser o Espírito Santo um
Estado hiperendêmico, segundo
parâmetros do Ministério da Saúde.
Atribuições do ACS
 Identificar situações de risco para o
indivíduo, a família e a comunidade e servir
de elo entre usuário e unidade de saúde,
mediante:
oIdentificação e encaminhamento dos casos
suspeitos à unidade de saúde de sua área;
oOrientação à família e à comunidade sobre a
hanseníase na visita domiciliar e/ou
reuniões comunitárias;
oOrientação e encaminhamento dos contatos
para exame e BCG.
o Acompanhamento mensal da pessoa em
tratamento, verificando data da última dose
supervisionada, se toma medicação
diariamente, conferir a aplicação de BCG nos
contatos e incentivar/ ensinar a realização do
auto cuidado;
oIdentificação e busca de pacientes faltosos
ou em abandono;
oAdministração da dose supervisionada nos
domicílios dos pacientes faltosos ao
tratamento na unidade de saúde;
oIdentificação na visita domiciliar e
encaminhamento para a unidade de saúde
dos pacientes com estados reacionais,
efeitos colaterais a medicamentos e outras
intercorrências.
“Se uma ESF tivesse órgãos,os ACS certamente
seriam os olhos.”
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