Síndrome “CRUPE”

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Síndrome de “Crupe”
I N T E R N ATO E M P E D I AT R I A – 1 1 º P E R Í O D O
A P R ESEN TA ÇÃO : M A R C O S PA U LO S A N TO S S I LVA
C OOR DE NA Ç ÃO : D R ª C A R M E N L Í V I A FS M A R T I N S
BRASÍLIA, 20 DE OUTUBRO DE 2016.
w w w. p a u l o m a rg o tto . c o m . b r
Síndrome “CRUPE” - Definição
Conjunto de sinais e sintomas caracterizado por:
o Estridor
o Tosse ladrante
o Rouquidão
o Desconforto respiratório
Síndrome “CRUPE”
o A laringite, laringotraqueobronquite e a epiglotite formam o grupo das IRAs.
o Sinal clínico mais comum: ESTRIDOR.
o Afecções subglóticas.
o Graus variados de obstrução e inflamação.
o Em conjunto correspondem à síndrome “CRUPE”.
Como diferenciá-las? Diferenciadas pelo acometimento
inflamatório/obstrutivo de diferentes partes anatômicas.
http://www.andorrapediatrics.com/ap_folders/hand-outs/knowledge/croup.htm
Laringotraqueobronquite
CRUPE Viral
Laringotraqueobronquite:
◦Também chamada de CRUPE viral
◦Principal causa de obstrução respiratória aguda em
crianças
◦Epidemiologia:
◦ 1 - 6 anos (2 anos – pico)
◦ Mais comum em homens
◦ Outono-inverno
CRUPE Viral
 Etiologia:
◦ Vírus parainfluenza (1,2 e 3) – mais COMUM
◦ Influenza
◦ Vírus sincicial respiratório
 Patogenia:
◦ Infecção da nasofaringe  disseminação para o epitélio da laringe, traquéia
e árvore bronco-alveolar
◦ Inflamação  edema, alteração da mobilidade das cordas vocais
(rouquidão)
◦ Edema da região subglótica  restrição ao fluxo de ar  estridor
CRUPE Viral
Clínica:
◦ Duração: 3 a 7 dias, podendo chegar até 14
◦ Início  Pródromos catarrais: rinorréia, faringite, tosse leve e
febre baixa (1 a 3 dias)
◦ Evolução para sintomas obstrutivos das VAs:
◦
◦
◦
◦
Tosse ladrante/metálica
Estridor
Rouquidão
Desconforto respiratório
Diagnóstico
Clínico.
Achados típicos no raio- x de perfil do pescoço.
o Área de dilatação a montante da traqueia.
o Estreitamento supraglótico ( sinal “da torre”).
o Distensão da hipofaringe.
o Irregularidade da pregas vocais.
http://www.fprmed.com/Pages/Pedi/Croup.html
Objetivos terapêuticos
• Manutenção das vias aéreas patente;
• Direção do tratamento: alívio do desconforto respiratório;
• Evitar complicações;
• Adrenalina: casos moderados e graves.
• Corticosteroides sistêmicos: redução significativa da necessidade de
hospitalizações.
• Dexametasona VO ou IM.
• Corticóides inalatórios: não tem demonstrado benefícios.
Tratamento
Casos leves:
o Medidas de suporte.
o Hidratação, antitérmicos e ar umidificado.
Casos moderados e graves:
o Corticoides sistêmicos: Dexametasona (0,6mg/kg, máximo de 10mg).
o Inalação com adrenalina: 3 a 5 amp.
 Monitorização cardíaca.
• Estridor em repouso.
• Desconforto respiratório.
• E/ou hipóxia.
Critérios de internação
1) Toxemia.
2) Desidratação ou incapacidade de ingerir líquidos.
3) Estridor significativo ou retrações em repouso.
4) Ausência de resposta à Epinefrina ou piora clínica em 2-3 horas após a sua
administração.
5) Pais não confiáveis.
Tratamento
Os critérios de alta incluem:
Ausência de estridor em repouso;
Entrada de ar normal;
Cor normal;
Nível de consciência normal;
Uso prévio de dexametasona.
REVISTA DE PEDIÁTRIA SOPERJ - V 13, Nº 2, P54-60 DEZ 2012.
Laringite estridulosa
Crupe espasmódico versus crupe viral
O crupe espasmódico se diferencia do crupe viral por promover um edema não inflamatório dos
tecidos subglóticos, sugerindo que não há um envolvimento viral do epitélio da traqueia.
CRUPE ESPASMÓDICO
CRUPE VIRAL
 Mucosa se apresenta pálida.
 Mucosa eritematosa e inflamada.
 Reação alérgica a antígenos virais.
 Infecção viral direta.
Laringite espasmódica (estridulosa)
•Comum / crianças de 6 meses a 3 anos.
•Não há pródromos de infecção viral, nem febre.
•Dificuldade respiratória de início + / - súbito.
• No final da tarde ou a noite e após deitar.
•Sintomas regridem espontaneamente.
•Antecedentes atópicos familiares ou pessoais.
•Refluxo gastroesofágico.
Se não houver resolução
espontânea dos
sintomas, poderá ser
feito o mesmo
tratamento da
laringotraqueíte viral.
Epiglotite
Epiglotite
•Incidência: 2-5 anos.
•Emergência médica, pelo risco de obstrução respiratória, que pode
levar à morte.
•Processo inflamatório agudo das estruturas supraglóticas da laringe.
•Agente etiológico mais frequente é: Haemophillus influenzae
capsulado tipo B, sendo uma doença que se instala pela bacteremia.
OTORRINOLARINGLOGIA: CLÍNICA E CIRÚRGICA/AROLDO MINITI, RICARDO FERREIRA BENTO, OSSAMU BUTUGAN. 2ED.SÃO PAULO: EDITORA ATHENEU, 2000.
Quadro Clínico
•A criança torna-se prostrada;
•Temperatura alta;
•Estridor inspiratório;
•Disfonia (voz abafada);
•Hiperextensão da cabeça e protrusão da mandíbula;
• Laringoscopia: Congestão e edema intenso em epiglote.
OTORRINIOLORINGLOGIA: CLÍNICA E CIRÚRGICA/ AROLDO MINITI, RICARDO FERREIRA BENTO, OSSAMU BUTUGAN. 2ED. SÃO PAULO: EDITORA ATHENEU,
2000
Diagnóstico
Laringoscopia: Visualização da grande epiglote, vermelho-cereja,
edemaciada.
Rx de perfil da laringe: Sinal do polegar.
Se necessário realizar exame endoscópio: Nasofibroscópio.
Hemocultura: 50-80% sensibilidade.
OTORRINOLARINGOLOGIA: CLÍNICA E CIRÚRGICA/ AROLDO MINITI, RICARDO FERREIRA BENTO, OSSAMU BUTUGAN.-2ED.-SÃO PAULO: EDITORA
ATHENEU, 2000.
Diagnóstico
IMAGEM: WWW.SLIDEPLAYER.COM.BR 20/10/15 21:32
Tratamento
Acesso às vias aéreas
Via aérea artificial.
Intubação orotraqueal ou nasotraqueal.
Tempo de intubação: 2 ou 3 dias / regressão do edema.
Traqueostomia.
Tratamento
•
Antibioticoterapia
•
Prontamente instituída.
•
Culturas- papel importante na determinação da droga a ser utilizada.
•
Empiricamente- Cloranfenicol ou cefalosporina de 3ª geração (ceftriaxona ou cefotaxima).
Período de 7 a 10 dias.
•
Staphylococcus- oxacilina ou vancomicina.
•
Isolamento respiratório- 24 horas / após 1ª dose do antibiótico.
Profilaxia
• Contactantes devem receber quimioprofilaxia.
• Rifampicina: 1x/ dia, por 4 dias.
• Haemophilus influenzae.
PROGNÓSTICO
 Geralmente a criança evolui bem.
 Sem sequelas.
 A maioria das mortes está associada a parada cardiorrespiratória e/ ou tratamento tardio.
Difteria
Laringite diftérica
Etiologia: Corynebacterium diphteriae, bacilo aeróbio gram positivo.
Epidemiologia: Rara / Ampla imunização / Crianças < 6 anos.
Imunizados / forma mais branda.
Quadro clínico: A pseudomembrana é o achado clássico.
Febre insidiosa; Tosse; Odinofagia; Disfonia; Obstrução das vias aéreas.
Adenite cervical está geralmente presente, e sua toxina pode causar miocardite e paralisia
de pares cranianos.
Laringite diftérica
Diagnóstico:
oLaringoscopia
Exsudato espesso, membranoso em placas de coloração branco-acinzentada sobre
amígdalas palatinas, laringe e faringe.
oConfirmação: cultura de secreção.
Laringite diftérica
Tratamento:
o Antibioticoterapia: penicilina ou eritromicina.
o Soro antitoxina diftérica.
o Eventual remoção endoscópica das membranas.
o Manutenção das vias aéreas.
Intubação está contra- indicada em alguns casos, pois pode descolar a placa e piorar a
obstrução aérea, sendo a traqueostomia preferível.
Referências bibliográficas
1.
LONGO DL; FAUCI AS; KASPER DL; HAUSER SL; JAMESON JL; LOSCAL J. Medicina Interna de Harrison. Porto Alegre,
Art Med, 2013.
2.
LOPES, AC. Clínica Médica: diagnóstico e tratamento - São Paulo. Ed. atheneu, 2013.
3.
NELSON. Tratado de Pediatria - Richard E. Behrman, Hal B. Jenson, Robert Kliegman. 18ª Ed, Elsevier. 2009.
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