Infecções das vias aéreas superiores CRUPE Universidade Católica de Brasília Internato em pediatria Dhouglas Diniz Mota Orientadora: Dra. Carmen Lívia Brasília, 27 de outubro de 2015 www.paulomargotto.com.br CRUPE VIRAL • Grupo de doenças que variam em relação à etiologia e ao comprometimento anatômico. • Classificação: • Laringotraqueobronquite: Comprometimento dos bronquíolos, associado a laringe e traqueia. • Laringite: Restrita à laringe. • Laringotraqueíte: Laringe e a traqueia. J. pediatr. (Rio J). 1999; 75 (Supl.2): S177-S184: crupe, laringotraqueobronquite, epiglotite, obstrução de via aérea Laringotraqueobronquite • É a causa mais comum de obstrução das vias respiratórias superiores em crianças e é responsável por 90% dos casos de estridor. J. pediatr. (Rio J). 1999; 75 (Supl.2): S177-S184: crupe, laringotraqueobronquite, epiglotite, obstrução de via aérea superior. Epidemiologia • Representando 15-20% das afecções respiratórias. • Afeta crianças de 1 a 6 anos (Pico 18 meses) com predomínio do sexo masculino. • Outono e Inverno • Ocorre em torno de 5 casos para 100 crianças. Apenas 1,2% delas requer internação. J. pediatr. (Rio J). 1999; 75 (Supl.2): S177-S184: crupe, laringotraqueobronquite, epiglotite, obstrução de via aérea Etiologia • Os principais agentes causadores de obstrução de vias aéreas superiores de origem infecciosa: • são os vírus: – Vírus parainfluenza 1,2,3 – Vírus influenza A e B, – Adenovirus, – Vírus sincicial respiratório – Vírus do sarampo – Mycoplasma pneumoniae > 5 anos J. pediatr. (Rio J). 1999; 75 (Supl.2): S177-S184: crupe, laringotraqueobronquite, epiglotite, obstrução de via aérea superior. Fisiopatologia • A infecção inicia na nasofaringe e dissemina-se para o epitélio respiratório da laringe e traquéia. • Desenvolve-se inflamação difusa com eritema e edema na parede da traquéia, alterando a mobilidade das cordas vocais. • O edema das cordas vocais será o responsável pelo aparecimento da voz rouca • Edema restringe o fluxo de ar gerando estridor inspiratório. J. pediatr. (Rio J). 1999; 75 (Supl.2): S177-S184: crupe, laringotraqueobronquite, epiglotite, obstrução de via aérea superior. Quadro Clínico • A doença tem início com rinorréia clara, faringite, tosse leve e febre baixa. • Após Em 12 a 72 horas inicia os sintomas de obstrução das vias aéreas superiores: - Tosse ladrante, - Rouquidão, - Estridor inspiratório - Disfunção respiratória • Sintomas desaparecem entre 3-7 dias. J. pediatr. (Rio J) 1999; 75 (Supl.2): S177-s184: crupe, laringotraqueobronquite, epiglotite, Diagnóstico • O médico reconhece o crupe pelos seus sintomas característicos. Imagem: www.jped.com.br/conteudo/9975-s177/port_print.htm disponivel em 05/10/2015 às Tratamento • O objetivo do tratamento é a manutenção da via respiratória pérvea. • As principais terapêuticas utilizadas são: • • • • Nebulização com solução fisiológica Oxigênio e hidratação adequada Corticosteroides Intubação Revista de Pediátria SOPERJ-V 13, nº2, p54-60 2012. Tratamento • Os critérios de alta incluem: • • • • • Ausência de estridor em repouso; Entrada de ar normal; Cor normal; Nível de consciência normal; Uso prévio de dexametasona. Revista de Pediátria SOPERJ - V 13, nº 2, p5460 dez 2012. Laringite estridulosa • Incidência: 1-3 anos. • Semelhante a laringotraqueobronquite. • Diferencia por promover um edema não inflamatório dos tecidos supraglóticos. • Laringoscopia: Mucosa pálida • Causa: Reação alérgica a antígenos virais (patogênese desconhecida) IV MANUAL DE OTORRINOLARINGOLOGIA PEDIÁTRICA DA IAPO-2006. Quadro Clínico • Início súbito • Pode ser precedidos por coriza e rouquidão. • À noite Criança acorda com dispnéia súbita, rouquidão, tosse ladrante e estridor inspiratório. • Não há sinais de febre • Criança melhora após ser acalmada e nebulização. IV MANUAL DE OTORRINOLARINGOLOGIA PEDIÁTRIACA DA IAPO-2006. Tratamento • Se não houver resolução espontânea dos sintomas, pode ser feito o mesmo tratamento da laringotraqueíte viral. • • • • Não está indicado: Anti-histamínicos; Antiinflamatórios não hormonais; Inalação com vasoconstritores nasais. IV MANUAL DE OTORRINOLARINGOLOGIA PEDIÁTRICA DA IAPO-2006. Epiglotite • Incidência: 2-5 anos. • Emergência médica, pelo risco de obstrução respiratória, que pode levar à morte. • Processo inflamatório agudo das estruturas supraglóticas da laringe. • Agente etiológico mais frequente é: Haemophillus influenzae capsulado tipo B, sendo uma doença que se instala pela bacteremia. Otorrinolaringlogia: clínica e cirúrgica/Aroldo Miniti, Ricardo Ferreira Bento, Ossamu Butugan. 2ed.São Paulo: Editora Atheneu, Quadro Clínico • • • • • • A criança torna-se prostrada; Temperatura alta; Estridor inspiratório; Disfonia (voz abafada); Hiperextensão da cabeça e protrusão da mandíbula; Laringoscopia: Congestão e edema intenso em epiglote. Otorrinioloringlogia: clínica e cirúrgica/ Aroldo Miniti, Ricardo Ferreira Bento, Ossamu Butugan. 2ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2000 Diagnóstico • Laringoscopia: Visualização da grande epiglote, vermelho-cereja, edemaciada. • Rx de perfil da laringe: Sinal do polegar. • Se necessário realizar exame endoscópio: Nasofibroscópio. • Hemocultura: 50-80% sensibilidade. Otorrinolaringologia: clínica e cirúrgica/ Aroldo Miniti, Ricardo Ferreira Bento, Ossamu Butugan.-2ed.-São Paulo: Diagnóstico Imagem: www.slideplayer.com.br 20/10/15 21:32 Tratamento • Na suspeita de epiglotite deve proceder-se a intubação. • A seguir se inicia a antibioticoterapia: Ceftriaxone. • O paciente é extubado em 48 a 72 horas e recebe a antibioticoterapia por sete a dez dias, com recuperação total. Otorrinolaringologia: clínica e cirúrgica/ Aroldo Miniti, Ricardo Ferreira Bento, Ossamu Butugari.2ed.-São Paulo: Editora Tratamento • Quimioprofilaxia: Rifampicina 20mg/kg vo por 4 dias, dose máxima 600mg. -Indicações: • <48meses inadequadamente imunizado, • <12meses sem vacinação, imunodeprimido. Otorrinolaringologia: clínica e cirúrgica/Aroldo Miniti, Ricardo Ferreira Bento, Assamu Butugan.-2 ed.-São Paulo: Editora Atheneu, 2000. Crupe Diftérico • ASPECTOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS Infecção grave, muito rara, devido à vacinação obrigatória. • Incidência: 1-6 anos. • Agente etiológico: Cepas toxigenicas do Corynebacterium diphteriae • Reservatório : O homem doente ou portador assintomático. • Modo de transmissão: Contato direto. • Período de incubação : De 1 a 6 dias, podendo ser mais longo. • Período de transmissibilidade: Em média até duas semanas após o início dos sintomas. Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso, Volume 1, 3ª edição, pág 99 Ministério da Saúde/DF - junho 2004. Quadro Clínico • Caracteriza-se pelo aparecimento de membranas diftéricas de coloração acinzentada, de difícil remoção, que recobrem as amígdalas, o palato mole, faringe e laringe. • Nos casos graves, há edema do pescoço e aumento dos gânglios linfáticos dessa área (pescoço taurino) e edema periganglionar nas cadeias cervicais e submandibulares. • Pode causar obstrução respiratória. Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso, Volume 1, 3ª edição, pág 99 Ministério da Saúde Brasília/DF - junho 2004. Quadro Clínico Imagem: vigilanciaemsaude.ba.gov.br 21/10/2015 às 13:35 Diagnóstico • Isolamento e identificação do bacilo, mesmo sem as provas de toxigenicidade, associados ao quadro clínico e epidemiológico. Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso, Volume 1, 3ª edição, pág 99 Ministério da Saúde Brasília/DF - junho 2004. Tratamento • O tratamento preconizado é a injeção da antitoxina diftérica e a manutenção da via respiratória. • Antes de administrar o soro, deve-se realizar prova de sensibilidade. Se essa for positiva, evitar a administração intravenosa. • A administração de antibióticos também é recomendada. (penicilina ou eritromicina). Doenças Infecciosas e Parasitarias: Guia de Bolso, volume 1, 3ª edição, pág 99-Ministério da Saúde Brasília/DF junho 2004. OBRIGADO